A Espera Da Morte escrita por By Thay gc


Capítulo 3
Cuidado com o que sente.


Notas iniciais do capítulo

Hey, Queria agradecer a Danii Uchihaa pela incrivel recomendação, e agradecer as minhas leitoras novas. >< obrigada por tudo.

Bom pessoas, aqui esta mais um cap. Espero que gostam, e então. Outra musica para acompanhar.

Relevem os erros kkkk

http://www.youtube.com/watch?v=3oSMuTvDHCM ---- Espero que não se assustem muito ;)



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Cássia Foster

20/03/2005

Essa madrugada eu ouvi um som diferente do que estava acostumada, pareciam com pequenos estalos daqueles brinquedos de crianças bem pequenas que inventam músicas, sabe? Era suave, doce e ao mesmo tempo parecia penetrar em minha alma, uma canção doentia de ninar, uma pequena e sonhadora música de criança.

Meus olhos estavam já bem abertos enquanto ao meio da penumbra do meu quarto aquele leve som foi surgindo cada vez mais alto. Não era algo para relaxar, não algo para sonhar, e sim, totalmente o contrário. A música era para assustar, era para ter pesadelos. Tive a impressão de que talvez fosse a entrada triunfal de alguma coisa que se aproximava de mim.

Levantei-me de minha cama, o sono já havia cessado e minha atenção era total aquele barulhinho delicado que a essa hora eu já tinha certeza de onde vinha. Sala! Eu me sentia sendo atraída, por cada pequeno tamborilar eu dava um passo a mais em direção dela. Abri minha porta, a visão turva e embaçada já tinha se acostumado com a escuridão. Antes de sair do quarto, peguei rapidamente meu celular sobre a mesa de cabeceira e continuei minha caminhada sozinha pela casa.

Andando através do corredor que agora parecia ser bastante extenso, acendi a luz de meu celular e estiquei o braço para frente, o som ainda não aumentará, porém também não diminuira. Eu não sentia absolutamente nada, coisa que, aliás, sempre acontecia ao ter algo estranho que me chamasse atenção. Acho que foi por isso que o medo atingiu em cheio meu peito, senti cambalear para trás, só que eu estava tão curiosa para saber da onde vinha aquela música, que não me deixei abater por aquela sensação de terror puro.

Finalmente eu estava de pé na entrada da sala e somente naquele instante foi que o som aumentou, ele vinha mesmo daquele cômodo. Com o celular apontei-o para frente e nada avistei, apontei logo depois para esquerda em direção a porta de saída e também nada avistei. Estava pronta para virar à direita quando a música começou a mudar, ela ficou mais agressiva e medonha, mas sem nunca mudar a forma delicada e infantil que se seguia tocando desde o inicio.

Agora acompanhando os sininhos ou sons de brinquedo de criança, parecia ter uma leve orquestra ao meu redor, só então senti todas aquelas pessoas a minha volta, cantando em coro Os que me arrepiaram todos os cabelos do corpo. Virei corajosamente à luz do celular para direita e em pé diante da janela imensa de vidro encontrei com a silhueta de um homem, ele parecia olhar direto para mim, como se ele pudesse ver o medo que exalava do meu corpo, a musica abaixou consideravelmente mesmo assim ainda podendo ser escutada como um fundo distante.

O homem que agora parecia me encarar mais avidamente, se é que é possível, estava com os braços um de cada lado do corpo, apenas parado me observando, prestando atenção em cada movimento meu. Eu podia sentir o ar escapando de meus pulmões, meu corpo estava imóvel e por mais que eu tentasse, não conseguia sair do lugar. Aquilo era a pior coisa que senti desde criança, porque quando criança eu sentia tudo, tanto bom quanto ruim, mas a parte ruim se sobressaia de tal forma avassaladora que este momento me fez lembrar aquela época.

A única coisa que se mexia naquele momento era as pupilas de meus olhos arregalados de pavor, nem piscar eu podia, a mão que segurava o celular começou a tremer e o homem pareceu dar um passo à frente. Apenas uma coisa se passava em minha cabeça. Hoje eu vou morrer! Mas o homem apenas com aquele passo sua silhueta ficou um pouco mais invisível, e algo estalou em meu cérebro. Talvez eu apenas devesse ouvi-lo, mesmo com muito medo, talvez seja apenas isto que devo fazer afinal.

Como se o homem soubesse o que eu pensava, ele balançou a cabeça apenas uma vez, pelo que pareceu assentir, e começou a dizer.

"É o medo que nos fortalece. Precisar para de temer tudo o que não conhece, você necessita aprender a controlar isso, a não sentir-se confrontada ou amuada no canto. Tem que ajudar quando a idéia lhe surgir a mente. Não pode jamais recusar o dom que recebeu. Isto pode afetar tudo em sua vida tanto material quando espiritual. Se tiver medo de algo que seja ruim, você apenas irá estar alimentado-o. Cuidado com o que sente. Isto poderá te matar um dia."

E então meu celular apagou e somente naquele instante consegui sair do lugar. Corri muito rápido até meu quarto, no mesmo momento em que tudo havia escurecido de novo a música desapareceu junto. O que aquele homem disse talvez seja verdade. Foi um belo aviso se quer saber.

E digo mais, além de aviso foi um teste, e parece que eu não passei se não desse permissão para ele falar. Agora pensando bem, o que poderia haver se eu não tivesse concedido a ele isto?

Neste instante estou escrevendo em uma praça perto da minha escola, eu sai mais cedo, na verdade matei aula. Minhas amigas já devem ter notado minha ausência. Talvez seja melhor me manter afastada, não sei o que pode acontecer com quem estiver perto de mim, e prefiro não descobrir. Vai ser melhor para todos. Tenho medo pela minha mãe, e se algo de ruim lhe acontecer por minha causa, nunca vou me perdoar.

Esta começando a garoar então, eu irei parar por aqui. Depois escrevo mais se assim me ocorrer algo estranho novamente, o que não é difícil.

–--------*

A garoa começou bem fina, dando tempo para que Cássia recolhesse seu caderno e o colocasse dentro da mochila da escola, tirou de lá um guarda-chuva preto e o abriu. Ela pensou que seria melhor ir para casa a pé já que a andada até ela poderia ajudar ajeitando os pensamentos no lugar certo da cabeça.

Seus leves cabelos pretos caíam perfeitamente nas suas costas, eles formavam pequenos cachos naturais, os olhos dela em tom marrom claro, de vez em quando se tornavam tão intensos e negros que se não a olhassem muito perto, achariam ser negros, uma cor realmente diferente, algo que pouca gente viu.

Cássia andava olhando para frente, porém a todo instante ela abaixava a cabeça quando algo estranho passava em sua cabeça. Até que a chuva começou a aumentar e ela resolver pegar um atalho, assim se livraria de ficar encharcada e pegar um resfriado.

O atalho que Cáss resolveu, passava por um túnel subterrâneo com pouca luz, de uma cor beje e até amarela e muito sujo, principalmente os azulejos na parede. Apesar de não ser exatamente limpo, não deixava aparentar um lugar nojento. Apenas sórdido e isolado. Era difícil alguém passar por ali, apenas pessoas de péssimo caráter. Sua mãe sempre lhe dizia para evitar atravessar por baixo, mas hoje Cássia estava tão absolta em pensamentos que não percebeu por onde andava.

Cássia desceu os poucos degraus e já estava na entrada do túnel, ela parou de andar e encarou o vazio que era até o final dele. Engoliu em seco e começou a dar passos lentos e grandes, olhando somente para frente, ela tinha receio de que seus olhos pudessem captar algo não muito agradável.

O eco da chuva ao lado de fora parecia tão insignificante naquele instante, nem parecia estar acontecendo algo. A luz no final dava esperança de que logo ela sairia dali. De que nada estranho estava acontecendo. Tudo perfeitamente normal... Até que...

Cássia consegue enxergar um velho correndo feito louco no final do túnel, ele parecia desesperado e cambaleando sem parar, e então outro homem de aparência mais nova desceu atrás dele. Cássia parou logo de andar, mesmo estando bem no meio do caminho, felizmente seu corpo paralisou em baixo do fecho mais escuro de todo o corredor comprido, já que as lâmpadas eram no teto e de tamanho médio espalhadas por toda extensão, ainda sim algumas estavam queimadas ou simplesmente quebradas.

Tudo aconteceu tão rápido que Cássia só notou o que realmente aconteceu quando o homem que ela viu naquele mesmo dia avisando-a sobre sua amiga apareceu andando tranquilamente ao seu lado. Ele passou por ela com a mesma roupa de antes, só que desta vez seu jeito era sério e decido, não havia tristeza ali, não havia amor, não tinha nada que um ser humano sentisse.

Os olhos dela encontraram com os dele no momento em que ele atravessou seu lado, e assim continuou acompanhando-o até seu destino que estava bem na frente. O senhor havia levado várias facadas em suas costas e agora já estava deitado, enquanto que o assassino correu de volta para a rua.

Cássia viu o homem se aproxima do senhor e abaixar-se, ele tocou o pobre velho nas costas, esta parte ela não podia ver já que ele se encontrava virado, mas ainda sim ela sentia tudo como se tivesse acontecendo há alguns centímetros de distância. E assim o homem de terno fechou seus olhos e respirou fundo, quando voltou a abri-los eles pareciam emitir algum tipo de luz branca e levemente acinzentada. O corpo do senhor ficou todo cercado pela aquela luz e então magicamente tudo desapareceu. Restando apenas o corpo daquele velho morto no chão.

Cássia piscou os olhos algumas vezes e notou a presença de alguém do seu lado. Ela sabia quem era não precisava se virar pra olhar. E então a voz dele ecoou por seu ouvido mesmo estando afastado.

–A próxima vez que nos encontrarmos Srta. Foster. -ele hesitou e colocou as mãos nos bolsos da calça. -Será a ultima vez.


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Notas finais do capítulo

Já sabem, a fic não terá muitos caps ein ^^

Comentem, e beijooos



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