Capítulo 2 – Você matou ele!!!

Annie on:

Entrei amaldiçoando a Grace pelo resto da mísera vida dela. Subi as escadas e nem me preocupei em bater antes de entrar.

_Mãe?

_Oh ela chegou, ótimo.

_É, to aqui. – Me sentei em sua cama.

_Sim, está tudo bem?

_Mais ou menos, Thalia Grace me jogou na piscina da escola.

_Oh, só um minuto amor. – Ela fez um sinal pra mim esperar e me mostrou o telefone em sua mão. Esse tempo todo ela estava falando com o telefone.

_Experimentei maconha. – Soltei, claro que estava mentindo. Acho drogas um atraso de vida.

_Hum, legal.

_Vou fazer uma tatuagem. – Tentei.

_Fantástico.

Minha mãe nunca iria dizer ‘’legal’’ se eu tivesse experimentado maconha e claro que ela não acharia fantástico se eu fizesse uma tatuagem.

_Vou pintar a casa de preto! Até o seu quarto! – Gritei saindo de seu quarto. Ouvi ela dizer:

_Vai ficar na moda.

Bati a porta do quarto.

Joguei a bolsa na cama junto com o meu corpo. Aí me lembrei que estava molhada e fui tomar banho. No banho pensei que tinha sido muito grossa com o Percy então resolvi agradecê-lo.

Cheguei na janela.

_Percy?

Ele se levantou da cama.

_Sim?

_Obrigada por me salvar na piscina. Foi gentil de sua parte, já que me odeia poderia ter me deixado lá, morrendo afogada.

_Não foi nada demais. Qualquer um faria o mesmo e se você morresse, com quem eu iria brigar? – Agora ele estava na janela também.

Eu ri e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha.

_Mas não fique todo se achando e essa conversa nunca existiu e se falar pra alguém além de negar tudo eu te mato.

_Ok. Anotado.

Minha mãe me chamou e eu revirei os olhos.

_Vai fazer o que se eu não for? – Berrei pra porta – Eu já estou no inferno. – Murmurei.

Acenei pra ele, que sorriu e eu fechei a janela.

Seu sorriso era tão lindo.

Tirei os pensamentos tolos da minha cabeça e fui ver o que a bruxa queria.

Desci as escadas e a encontrei na cozinha comendo um canapé.

_Oh, você está aqui.

_Está falando comigo? – Perguntei apontando pra mim.

_Sim Annabeth, vê mais alguém nessa casa? – Ela me devolveu a pergunta com outra apontando ao redor.

_Da última vez que conversamos mais do que 5 minutos eu disse que tinha um problema no cérebro.

_Eu estou falando com você. – Confirmou convicta.

_Tudo bem. O que quer?

_Quero que vá na Confeitaria Maine e compre 5 cupcakes para nós. De morango e chocolate.

Peguei o dinheiro que ela estendia e prendi o cabelo.

_Você tá com febre ou algo assim? – Perguntei soando reclamona.

_Não. Por que?

_Você odeia cupcakes.

_Eu não acho que sejam saudáveis, há uma diferença. Mas hoje estou precisando de uns 3.

_Fale por você. Aquilo é puro açúcar e eu tô de regime.

Ela me olhou como se eu tivesse um terceiro olho.

Revirei os olhos, subi as escadas e coloquei um casaco preto e uma calça jeans. No meio do caminho vi um pet shop e resolvi comprar um peixinho. Ele era laranja e pequenininho.

Quando estava voltando, Percy esbarrou em mim.

O saco com o peixe estourou e me molhou toda.

Procurei no chão desesperada para achar alguma coisa laranja.

Achei um peixinho morto. O peguei com o saco envolto na mão.

_Você o matou!!!

_Quem? – Perguntou Percy com a mão na cabeça.

_Meu peixe!

_Eu compro outro.

_Tanto faz. – Decidi esconder a tristeza na voz.

Ele me levou até a loja e comprou pra mim um outro peixe laranja.

_Qual o nome dele?

_De quem?

Ele apontou pro saco com o serzinho laranja.

_Oh é Clyde.

_Clyde? – Ele pareceu evitar rir.

_Sim, sabe o Pac Man? Bem, se você esperar um tempo depois que morre aparecem os fantasminhas com os nomes. O laranja é Clyde.

Ele me deixou na frente da minha casa.

_Boa noite.

Ele me deu um beijo suave. Quando nos separamos o encarei surpresa.

_Boa noite. – Consegui murmurar de novo.