My Little Gift ('The Orphan' - Season 2) escrita por Stéfane Franco


Capítulo 25
Capítulo 24 – Warrior


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá???
^^



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Capítulo 24 – Warrior

“Guerreira”

Violet Snape passou a noite toda tranquilamente, não teve sonhos, não teve pesadelos.

Assim que adormeceu sob os efeitos da Poção do Sono sem Sonhos, Madame Ponfrey dedicou-se a verificar cada pedacinho de seu corpo. Passou horas limpando manualmente os cortes profundos em seus braços e os superficiais em suas pernas.

O tornozelo quebrado foi realmente um problema, pois mesmo usando um feitiço de reparo, ela teria que utilizar gesso por alguns dias. A meia-calça da garota estava totalmente em frangalhos, a saia rasgada e a camisa suja de sangue seco.

Nada poderia ser reaproveitado.

Snape permaneceu ao seu lado a noite, porém, como não poderia ficar o tempo todo, acabou aceitando a proposta de McGonagall. Durante o dia Minerva cuidaria da menina, e durante à noite Severo velaria o sono da filha.

Moody, por sua vez, estava realmente melhorando. Naquela mesma noite forçou os olhos para acreditar na cena ao seu lado. Nunca pensou que um dia veria Severo Snape naquela situação e, mesmo com Rodolphus lhe contando tudo que acontecia, era estranho ver na cama ao lado uma garota tão nova e ao mesmo tempo tão corajosa. Ele percebeu o amor que o velho amigo sentia pela menina e, surpreendendo-se, acabou simpatizando com a “criança” que fez com que o verdadeiro Snape viesse à tona. Estava ansioso por poder observá-la atentamente, ouvir sua voz e constatar se realmente era um retrato da falecida Eileen Prince.

Na manhã seguinte Violet permanecia adormecida ao lado de um Moody em “vigilância constante”, separados apenas por uma cortina branca.

Minerva esperava do lado de fora da enfermaria, já que as meninas sonserinas visitavam a amiga que tanto lhes preocupou.

– Violet –

Minha noite não poderia ser melhor. Finalmente não tive aqueles pesadelos que tanto me aborreciam, finalmente pude descansar e esquecer, mesmo que por pouco tempo, tudo que passei ao entrar naquele labirinto.

– Fiquem quietas! Desse jeito vão acordá-la! – sussurrou Mary.

– Você que fica tagarelando! – rebateu Sophie

Abri meus olhos lentamente, porém, vi apenas borrões brancos. Fechei-os novamente e tornei a abri-los, funcionou. Tudo parecia nítido como uma fotografia.

– Caladas vocês duas! Desse jeito McGonagall vai nos expulsar daqui! – exclamou Alessa.

– Nunca disseram a vocês que é feio discutir numa enfermaria? – sorri.

– Violet! – disse Mary aliviada.

– Bom dia Bela Adormecida! – disse Alessa com um sorriso enorme enquanto sentava ao meu lado na cama. – Como se sente?

– Como se um caminhão tivesse me atropelado... – respondi ajeitando-me na cama.

– Sinto informar mas... Dessa vez o caminhão chamado Alessa Chambers nem saiu da garagem... – debochou Alessa.

– Menos um suspeito então... – ri.

– Meus parabéns... Apesar dos pesares, você é a mais nova aluna a vencer o Torneio Tribuxo... – sorriu Sophie. Mary e Alessa a encararam como se a mandasse ficar quieta – O que foi?

– Eu não venci nada... – falei – Rodolphus me manipulou o tempo todo... Ele praticamente me empurrou pelas provas...

– Desculpe Violet, mas isso não é verdade... – rebateu Alessa.

– Ah não? Ele que me inscreveu no Cálice de Fogo. Ele que mandou o Hagrid me mostrar os dragões da primeira tarefa e me disse como passar por eles. Rodolphus disse ao Cedrico sobre o ovo sabendo que ele iria me contar, assim como deu a Sophie o livro sabendo que nele encontraríamos a resposta de como respirar debaixo d’água. Ele eliminou todos os obstáculos que eu deveria enfrentar no labirinto, estuporou a Fleur e impediu Vitor de prosseguir. Não tenho dúvidas de que foi ele também que atiçou aquela aranha para atacar Cedrico e me deixar como a última campeã. Com toda essa ajuda era impossível eu perder o Torneio... – concluí.

– Hey! Calma aí mocinha! – exclamou Alessa – Você não acha que são muitos créditos à ele? Rodolphus pode ter te dado as dicas, mas foi você que enfrentou cada tarefa!

– Mesmo ele dizendo sobre os dragões e dando a dica de passar por eles voando, foi você que entrou naquele cercado e enfrentou um Rabo-Córneo húngaro sozinha, não ele! Você que desviou dele todas as vezes que avançava, conseguiu despistá-lo e, mesmo depois de ele ter arrebentado as correntes, você continuou. – começou Mary – Eu sei que o telhado de várias torres, algumas janelas e a ponte foram destruídas nesse processo, mas você enganou o dragão e voltou! Mesmo com queimaduras e hematomas, você voltou para o cercado e pegou o ovo! – concluiu em tom repreensivo. – O mérito é seu!

– Eu... – tentei falar, mas Sophie cortou-me.

– Eu sei que ele contou como abrir o ovo ao Diggory e me deu o livro que tinha a informação que precisaríamos... Mas quando o Cedrico te contou, você já tinha decifrado o enigma! Você usou um princípio básico que apenas os trouxas conheciam e aplicou na prática no mundo bruxo! Você descobriu como abrir o ovo e desvendou o que iria enfrentar... – falou a loirinha sentando-se do outro lado da cama – Violet, você não sabia nadar e mesmo assim insistiu em aprender! Você treinou todos os dias com a gente, exercitou a força, a concentração e aprendeu! Você mergulhou naquele lago e salvou duas pessoas! Mesmo tendo apenas um refém, quando soube que Fleur estava fora, você não conseguiu abandonar a pequena Gabrielle no fundo daquele lago... Você teve uma atitude muito nobre e nadou, mesmo depois de os efeitos do Guelricho terem acabado, arrastando DUAS pessoas! Mesmo sendo atacada por aqueles demônios aquáticos, você salvou a Alessa e a Gabrielle, enfrentou-os e, quando todos nós achávamos que tinha se afogado, salvou a si mesma! – disse sorrindo

– Eu concordo que esse Rodolphus eliminou os obstáculos e os campeões que você enfrentaria, concordo também que o labirinto foi extremamente fácil... – começou Alessa calmamente.

– Alessa! – repreendeu Mary

– É a verdade! – rebateu a ruiva – Eu concordo que foi extremamente fácil comparado às outras tarefas... Mas não ignore o fato de que você fez grandes coisas lá dentro. Você salvou o Krum quando Cedrico te repreendia. Vitor nos contou que, enquanto o Diggory queria deixá-lo sozinho e indefeso, você o defendeu e estava disposta a ajudá-lo.

– Vitor repetiu suas palavras. Admito que a que mais gostei foi a parte da Sonserina... “Não é a casa que faz um bruxo Cedrico, ele mesmo que faz a casa. E aqui estamos, Sonserina tentando salvar o inimigo e Lufa-Lufa tentando matá-lo!”. – comentou Sophie.

– Quando ele disse que não poderia continuar, você chamou por ajuda... – continuou Alessa - Quando você e o Cedrico se encontraram em frente á Taça e ele foi atacado por uma aranha, você poderia muito bem deixá-lo lutar e pegar a Taça, mas não fez. Você voltou e o salvou, mesmo se machucando seriamente no processo.

– Como vocês...

– Meu pai contou tudo... E a mãe da Mary também – respondeu Sophie.

– Cedrico te ofereceu a Taça, ela era sua! E mesmo assim o senso de justiça te fez declinar. Apesar do resultado, você foi muito nobre em dividir a vitória com ele... – continuou Alessa – Poxa Violet, olha quanta coisa boa você fez! Olha o quanto se sacrificou pelos outros! Mesmo depois de assistir Cedrico ser morto e Rabicho mutilar o próprio pulso, você manteve-se firme. Você tinha todos os motivos do mundo para aceitar a proposta da Bellatrix, e mesmo assim recusou ser uma Comensal. Mesmo com o tornozelo quebrado, o braço machucado e psicologicamente esgotada, você resistiu à Maldição Imperius e Cruciatus e duelou com o Lord das Trevas! – exclamou ela – Lembra-se da promessa que fez ao Hagrid antes da segunda tarefa? De que provaria a todos que não era preciso ser sangue puro para vencer? – acenei – Pois então! Você venceu! Apesar dos pesares, você enfrentou cada obstáculo que te impunham e chegou até aqui viva! Você é uma guerreira Violet...

Naquele ponto inúmeras lágrimas corriam por meu rosto. Eu estava triste por Cedrico, mas também estava feliz.

– Desde que Rodolphus confessou que estava me ajudando em todas as tarefas, senti-me um lixo. Senti-me como uma garota qualquer que estava sendo empurrada nas provas... – falei entre lágrimas – Mas agora, ouvindo tudo que estão dizendo... Eu acho que estão certas... Eu não sou uma garota comum. Só por ter vocês como amigas já me torna especial... – confesse com um sorriso

– Não fala assim que eu choro também... – dramatizou Sophie.

– Sabem que... Enquanto Voldemort usava a Maldição Cruciatus em mim, tudo que eu pensava era que eu precisava resistir voltar... A cada golpe que eu recebia, imagens das pessoas que eu mais amo passavam como um filme na minha cabeça... – confessei – Eu queria ser forte, eu queria cumprir todas as promessas que fiz... Eu queria voltar e queria provar que era capaz... E foram essas imagens que me impediram de desistir. Foi por vocês, meus amigos, minha família, que eu resisti... – sorri – Vocês não vão se livrar de mim tão fácil... - brinquei

– Narradora –

Aquele momento era único. Foi uma recordação que as meninas, que agora abraçavam Violet, levariam para sempre em seus corações. Aquelas palavras fortaleceram ainda mais os laços de amizade que já existiam.

De um lado do pano branco, quatro garotas abraçavam-se como irmãs. Do outro lado, um velho ex-auror pode sentir algo que há muito tempo não sentia. Pela primeira vez em anos, os olhos de Alastor Moody expressaram em lágrimas o que seu coração sentia.

– Violet –

As meninas passaram boa parte da manhã ao meu lado.

Um pouco antes do horário de almoço Cornélio Fudge, Dumbledore, Snape e Minerva vieram até a enfermaria. Ao que parece, o Ministro mandou um dos dementadores para a escola escoltar Rodolphus e dispensou Minerva do serviço. Dumbledore ficou furioso, afinal, o dementador nada mais fez do que dar o beijo da morte em Rodolphus, impossibilitando-o de testemunhar ao meu favor.

Fudge recusava-se a acreditar que Voldemort voltara, logo, era a minha palavra contra a do resto do mundo.

Quem iria acreditar numa garota sonserina do quarto ano?

– Me desculpe Sr. Ministro, mas por que permitiu que os dementadores o matassem? – perguntei calmamente.

– Acho que isso não diz respeito à senhorita... – respondeu grosseiramente.

– Mas envolve o meu nome! – rebati com a voz elevada. – Talvez eu esteja errada, mas sua atitude me induz a pensar que Rodolphus foi morto para evitar o escândalo que será a volta de Voldemort...

– Como ousa desconfiar de mim?! – perguntou alterado

Isso mesmo, perca o controle!

– Eu sou o Ministro da Magia!

– E eu a vencedora do Torneio tribruxo! Eu que entrei naquele maldito labirinto e quase morri por culpa dele! – exclamei – Da mesma forma que desconfia de mim, eu desconfio do senhor!

– Você está cego de amor pelo cargo que ocupa, Cornélio! Você atribui demasiada importância, como sempre fez, à chamada pureza de sangue! Você não consegue reconhecer que não faz diferença quem é a pessoa ao nascer, mas quem ela será no futuro! Digo-lhe agora, tome as medidas que sugeri e você será lembrado, no cargo ou fora dele, como um dos Ministros da Magia mais corajosos e sábios que já conhecemos. Não faça nada, e a história irá lembrá-lo como o homem que se omitiu e permitiu que Voldemort tivesse uma segunda oportunidade de destruir o mundo que construímos...

– Está demente... – sussurrou Fudge se afastando – Enlouqueceu...

– Se sua determinação de fechar os olhos levou você à esse ponto, Cornélio, chegou o momento em que nossos caminhos se separam. Você fará o que acha que deve, e eu agirei como acho que devo – constatou Dumbledore

– Escute aqui Dumbledore – disse Fudge sacudindo o dedo na cara do diretor furiosamente – Eu sempre o deixei agir livremente, tenho muito respeito por você. Posso não ter concordado com algumas de suas decisões, mas fiquei calado. Mas se você vai trabalhar contra mim...

– A única pessoa que pretendo trabalhar contra é Lord Voldemort. Se você é contra ele, então continuamos do mesmo lado... – respondeu Dumbledore calmamente.

– Não sei do que você e seus professores estão brincando, Dumbledore, mas já ouvi o bastante. Não tenho nada a acrescentar. Entro em contato com você amanhã para discutirmos a administração da escola. Preciso voltar ao Ministério. – disse Fudge deixando a sala, porém, quase à porta pareceu lembrar de algo e voltou, parando em frente à minha cama – Seu prêmio – disse rapidamente tirando uma grande bolsa de ouro do bolso e largando-o aos meus pés – Mil galeões. Deveria ter havido uma cerimônia de premiação, mas nas circunstâncias... – finalizou sem dar muita importância e finalmente saindo da sala.

Como ele pode ser tão cego?

– Minerva, por favor, quero ver Hagrid no meu escritório o mais depressa possível. E também, se ela concordar em vir, Madame Maxime. – pediu Dumbledore.

Sem dizer uma única palavra, Minerva acenou positivamente e saiu.

– Severo... Você sabe o que preciso lhe pedir para fazer. Se estiver disposto...se estiver preparado...

– Estou... – respondeu um Snape mais pálido do que o habitual, encarando-me tristemente.

– Então boa sorte... – disse acompanhando-o com o olhar enquanto deixava a enfermaria sem ao menos olhar para trás. – Agora preciso ir. Quanto a você... – falou voltando seu olhar para mim. – Tome o resto da poção, precisa melhorar... – acrescentou com um sorriso fraco saindo logo em seguida, deixando-me com as meninas.

Se o Ministro não acredita em mim... Ainda mais depois que Rodolphus morreu, quem acreditará?


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Notas finais do capítulo

E então??

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Capítulo 25 Roses
(...)
— Baixinha?! exclamei atirando-lhe uma das almofadas que estavam ao meu lado.
— Pelo jeito já está melhor não é? riu assim que desviou da almofada
— Isso é muita maldade... falei vencida Já que não vai responder... Como você está? A última vez que te vi foi em situações nada boas... comentei
(...)
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O título do próximo é bem sugestivo não??? Rosas... Quem dará rosas para quem???
Algo me diz que certa pessoinha vai adorar o próximo.... :D

bjjss e até lá!!!