Improvável?! escrita por André Granger


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Esse é o capítulo mais perfeito da história até agora. Ao menos pra mim.
Espero realmente que gostem.



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NOTA (a partir desse capítulo serão inseridos os pensamentos do Guilherme também. Os do Andrew ficarãm entre "aspas" e os do Guilherme entre *asteríscos*.

-A última aula é de Educação Física, podemos pedir 'pro' professor nos deixar ficar na biblioteca. -Quem propunha era Guilherme.

-Claro, "Gui". -Andrew falou o último carregado de provocação.

-Vai ser jogo sujo é, "Dedé"?

-Não sei por que você se importa, Gui é legal.

-Sério? Sem sarcasmo? -As capacidades linguísticas de Andrew eram muito apuradas, portanto ele conseguia ser sarcástico, sem parecer.

-Estou totalmente desarmado. -E levantou as mãos.

*Agora seria um bom momento* -Pensou Guilherme *Mas não, tudo vai sair perfeito, como o planejado.*

-Que foi? Ficou quieto de uma hora pra outra.

-Nada não. Só revisando umas coisas.

-Está passando bem? Você revisando? -A ironia era mais do que perceptível.

-Nunca é demais.

"Alunos, como hoje é sexta-feira quis trazer algo diferente para vocês. Trabalho valendo nota pro quarto bimestre. Individual pra me entregar na próxima aula, que por sinal é segunda-feira.

A parte boa? Podem começar desde já! Vou ceder minha aula pra isso."

-A ironia nele é notável.

-Na verdade não, ele disse que traria algo diferente e o "diferente" nem sempre é bom.

-Bem, não sei o porquê de ainda insistir em falar coisas desse tipo com você.

-Veja pelo lado bom. Você também pode fazer isso comigo.

-Acontece que você nunca se atreve.

-Elementar meu caro "Gui"!

-De novo isso?

-Se se incomoda tanto assim, paro.

-Fala sério quando diz que não é deboche? De verdade?

-Já menti pra você?

-Não sei! Já?

-Vamos fazer o trabalho que ganhamos mais?

-Se de verdade não for deboche, pode me chamar de Gui.

-Tudo bem, Gui.

*Até que ouvir ele me chamando de Gui não é tão ruim. Soa até que bem. Preciso refazer meus cálculos* - E olhou pela janela, dando uma observada geral nas nuvens.

-Caso não terminemos, podemos aproveitar que já vamos na biblioteca, e terminar logo esse trabalho. - Sugeriu Andrew atrapalhando os cálculos mentais de Guilherme.

-Sim, é uma ótima ideia.

*Nossa! As coisas estão indo melhor do que eu pensava*

"Ele está estranho... Mas não sei dizer o porquê. Talvez eu esteja sendo influenciado.

-Já te falei que vamos ir no sítio da minha avó?

-Não! Vão hoje?

-Sim, depois da aula.

-Então é melhor irmos pra casa mais cedo.

-Não precisa! -A resposta foi um tanto ríspida. -Meu pai demora a chegar do hospital, temos tempo sem problema.

-Tudo bem então.

Guilherme tirou o celular e do bolso e começou a usá-lo, aparentemente estava em algum site na internet. Andrew, curioso como sempre perguntou:

-O que está fazendo?

-Nada de importante. -Olhou mais um pouco para aquela tela e devolveu o celular com uma expressão pensativa e otimista.

***

A última já havia começado a um bom tempo, Andrew e Guilherme estavam na biblioteca. Andrew estava bem distraído, por isso não percebeu o tempo passar. Guilherme olhou mais uma vez no celular durante menos de 2 minutos, devolveu o aparelho no bolso e disse que tinha tido uma ideia. Entrou no meio das prateleiras procurando livros, clássicos da literatura universal. Reuniu vários e os empilhou diante do amigo. Andrew teve a reação esperada por Guilherme, ele ficara impressionado e logo começou a "explorar" aquelas montanhas de saber acumulado.

-Por que fez isso?

-O quê? Algum problema em eu ter pegado livros pra um amigo?

-Não é isso, acontece que você sabe que eu quero lê-los e faz essa covardia comigo. Aqui estão grande parte dos livros que queria ler. Na verdade, os livros que eu acho que deveria ler.

-Bem, eu gosto de você, só quis te fazer um favor.

-Pois bem, agora ajude-me a escolher.

-Como posso te ajudar se não sei o que deseja?

-Não sei. Mas eu estou me sentindo perdido aqui.

-Natural. *Perfeito* -pensou.

Depois de muito pensar, ele resolveu qual iria levar, Dom Casmurro de Machado de Assis. Assim que ele registrou o empréstimo do livro o sinal soou.

-Que droga! Ainda temos que devolver os livros.

-Calma, deveria estar mais preocupado com a chuva que se aproxima. Mas fique tranquilo, pelos meus cálculos, temos tempo.

Era tranquilizador ouvir aquilo, vindo do Guilherme, significava muito. Ele era um gênio, raramente errava um cálculo. Mesmo que envolvesse mudanças repentinas como naquele caso.

-Tudo bem. Se você diz, eu confio.

Isso era muito bom para os ouvidos de Guilherme, ele se sentia até mais confiante. Precisava estar.

Guardaram os livros, todos nos devidos lugares. E rumaram para a saída.

-Não vamos conseguir chegar em casa a tempo. É melhor ficarmos aqui e esperar. -O "tempo" de chuva estava muito próximo e forte. Relâmpagos eram constantemente avistados.

-Vai dar tempo sim.

-Tem certeza? Acho que perdemos muito tempo na biblioteca.

-Por favor, eu já te decepcionei alguma vez? Já cometi algum erro?

-Não... Creio que não!

-Então, confie em mim. Mesmo com esse tempo perdido aqui ainda temos tempo suficiente. Esses temporais são sempre assim, mesmo que pareçam estar prestes a desabar em cima da gente, demora mais do que imaginamos.

Andrew concordou e foram andando, mais rápido que o normal. Guilherme começou a sentir pingos de chuva e sorriu. Tudo estava correndo como planejado.

-É só impressão minha ou estou sentindo gotas? -Andrew era quem perguntava.

-Talvez.

Continuaram andando, um pouco mais rápido. Realmente começara a chuver, eles já avistavam o parque, mas sabiam que não chegariam em casa a tempo.

A chuva "engrossara" e eles começaram realmente a correr. Andrew olhou com uma expressão de desagrado para Guilherme. Estava chovendo forte e relampejando muito. Se aproximavam de uma árvore grande que ficava bem próximo ao lago.

-É melhor pararmos naquela árvore, é mais seguro. -Sugeriu Guilherme.

Eles se seguiram até a árvore.

-Você estava errado! Você errou e nos fez nos molharmos!

-Talvez eu não tenha errado...

-COMO ASSIM! ADMITA QUE ERROU QUE É MELHOR. -Ele já estava com raiva.

-Acredite em mim, eu não errei.

-COMO PODE NÃO TER ERRADO? A NÃO SER SE SEU OBJETIVO FOR NOS MATAR. -Nesse exato momento, um raio caiu, não muito distante de onde eles estavam.

-Eu planejei isso desde que conheci você e esse lugar. Não foi por acaso. Nada disso, planejo isso a muito tempo. -Um segundo raio caiu e Andrew desviou o olhar. -Olhe pra mim! -Nesse exato momento o tempo pareceu desacelerar. Andrew se virou, seu rosto estava perfeito, com sua expressão de raiva e seu cabelo molhado bagunçado.

Embora tenha sido tudo muito rápido, foi simplesmente mágico. Guilherme se aproximou sorrateira e rapidamente, sem dar chance de escape para o garoto raivoso. Andrew quando menos esperava se viu sendo beijado pelo amigo. Não foi um beijo daqueles, mas era um beijo, um selinho molhado. Um simples roçar de lábios, porém com muito significado para Guilherme. Andrew simplesmente não soube o que fazer. Estava surpreso demais para reagir. Guilherme colocou a mão direita na nuca do amigo para pressioná-lo um pouco. Porém soltou rapidamente.

-Eu não errei! -Disse isso e saiu correndo. O máximo que podia. Deixando um Andrew atônito, paralizado sem saber o que fazer. Olhando para ele enquanto Guilherme se afastava.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram do "beijo"?
O que acham que o Andrew vai fazer agora?



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