Improvável?! escrita por André Granger


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu odiei escrever esse capítulo, por isso ele é até mais curto que os outros. Embora tenha sido doloroso, é um capítulo bem necessário para o desenrolar da história.



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Sim, mais uma vez, as aulas passaram tudo bem, eles praticamente não se falaram mais, afinal, eram bons alunos e não queriam atrapalhar a aula. Antes fosse somente isso, na verdade, mesmo depois de tudo que foi dito ainda era difícil pra ambos conversarem. Embora não falassem quase nada, eles ficaram juntos até o fim das aulas do dia. No final, saíram juntos até o portão da escola, e lá se separaram, cada um foi pra um canto. E como "despedida" somente um sorriso.

Andrew estava começando a sentir o poder da amizade. As coisas pareciam estar mudando. Mudando tanto que em sua cabeça não se passava a ideia de ir pra casa como sempre. Seu pai estaria trabalhando e nem saberia que ele não teria voltado direto para casa. Não sabia o que estava fazendo. Muito menos o motivo de estar fazendo aquilo. Não estava fazendo sentido, nunca fora do tipo que "faz sentido", agora fazia menos ainda.

Andrew saiu da escola e foi para a praça. Guilherme havia pago seu lanche na escola, portanto ele tinha dinheiro pra comer algo. Passou a tarde toda zanzando pela cidade, ouvindo músicas e observando como os humanos eram estranhos. Principalmente os casais. Eles eram estranhos.

Voltou pra casa já passava das 17h.

Mas havia algo errado. O carro do seu pai já estava em casa. Ele só devia voltar às 18 horas, porém já estava em casa. Todo mundo desacelera agora, os passos estão em câmera lenta, sua mão toca a maçaneta e ele a gira. Ouve um clique e abre a porta. Ele vê seu pai de pé perto do sofá, sem camisa mostrando a barriga grande e o peito peludo e suado se preparando para tirar o cinto da calça.

-Pai..., o que... aconteceu?

-É só isso que você sabe dizer? Isso é hora de você estar chegando em casa? Eu sou demitido, só por ter xingado um boiola de merda que se diz "superior" a mim, chego em casa esperando que você esteja aqui, pra me fazer a janta e eu descubro que você sumiu depois da escola. -Quando terminou de falar já tinha tirado todo o cinto. -Tira essa roupa!

-Mas Pai...

-"MAS PAI" É O CARALHO! To mandando tirar a roupa. E é pra tirar logo!

Andrew não sabia o que lhe aconteceria agora. Nunca vira o pai tão estressado. Mas sabia que era melhor não desobedecê-lo. Tirou a mochila, pegou o celular que estava no bolso, colocou nela e começou a se despir. Estava ficando frio, não só pelo nervosismo, realmente estava ficando frio, a moça do tempo tinha previsto isso. Ele odiava tirar a roupa em público, nunca fazia isso. Tirou a camiseta e partiu para a calça, tirou os tênis junto com ela. Ele iria tirar a cueca quando seu pai mandou parar e disse pra ele se virar de costas.

-Se eu já não tivesse comido uma puta antes de vir pra cá, você precisaria se preocupar.

Ao dizer isso pegou o cinto e começou a bater no garoto. Logo na primeira batida as lágrimas começaram a cair. Mas ele se recusou a chorar, a única coisa que fez foi cair no chão. O que talvez tenha sido pior, pois agora as cintadas estavam sendo irregulares e mais mal distribuídas. Todo seu corpo era atingido. Seu pai era forte, sentia cada parte do seu corpo arder. Depois de uns 3 minutos seguidos de forte castigo físico, Pedro parou.

-E que isso lhe sirva de lição. Agora vá pro seu quarto. Não vai sair de lá. Vou pedir uma pizza e te levo. Você não vai para a escola amanhã mesmo.

Andrew pegou sua mochila e suas roupas e subiu para o seu quarto. Não soluçou uma única vez, não queria demonstrar uma fraqueza desnecessária. As lágrimas já bastavam pra isso.

Entrou no quarto, trancou a porta. Foi pro banheiro, abriu o chuveiro. Sentia todo seu corpo queimar com o choque térmico de seu corpo quente na água fria. Trancou os dentes, sentou no chão e chorou em silêncio enquanto a água fria queimava sua pele.


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Notas finais do capítulo

Creio que esse não será o pior capítulo. Provavelmente terá outro tão doloroso ou até mais que esse. Porém haverão partes boas a serem comemoradas mais adiante.



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