Improvável?! escrita por André Granger


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bem Pessoal, aqui está o segundo capítulo para vocês.



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O sinal tocou. "A segunda aula está oficialmente terminada, a parte boa, intervalo. A ruim, um cara que se diz tímido, quer que eu o ajude na escola. Mas eu já carrego timidez pra mim e mais dois."

-Guilherme, vamos? -Tentou dizer num tom agradável. Para não demonstrar medo.

-Sim. Poderia me indicar o banheiro? -Ele era mesmo tímido, chegava a ser mais do que Andrew, acabara de ficar vermelho ao pedir isso, mesmo estando de cabeça baixa, era possível ver suas bochechas um pouco mais rubras.

Andrew o guiou e quando chegaram cada um entrou num reservado, e logo depois saíram.

-Quer lanchar Guilherme?

-Sim, eu acho.

-Vamos! A lanchonete fica por aqui. -Mais uma vez o novato foi guiado até onde ficava a lanchonete e algumas pessoas riam "timidamente" enquanto eles passavam.

Eles sentaram e pediram um salgado e um refrigerante. Comeram sem falar nada, houve um momento em que Andrew ficou encarando os olhos do novato. Eram olhos muito bonitos (ele adorava olhos claros, e os do Guilherme eram de um tom muito parecido com os da mãe).

-Sei que já disse e que deve estar me achando um chato, mas mais uma vez, me desculpe. Eu não queria te incomodar nem atrapalhar sua rotina.

Andrew nunca ouvira uma voz tão boa de se ouvir, e então algo nele, algo desconhecido o fez ter uma atitude que a 2 horas atrás ele não seria capaz.

-Não se preocupe. E por favor pare de se desculpar.

-Me desc... -O novato baixou o olhar e acabou corando. Para não deixá-lo ainda mais desconfortável Andrew fingiu olhar pra um grupo de garotos que acabara de chegar a lanchonete.

-Sem problemas. Posso te contar um segredo? -Perguntou falando rápido não acreditando no que havia dito.

-Confia em mim pra isso? -Perguntou com um certo brilho no olhar que no momento não foi notado.

-To me esforçando muito pra falar com você. Não gosto de falar muito. Principalmente com pessoas de verdade.

-Existem pessoas de mentira?

-Quis dizer, pessoas com as quais eu posso ver pessoalmente enquanto converso.

-Eu também só to falando porque preciso mesmo entender como as coisas funcionam aqui. Não que você não seja... legal, mas é que eu não falo com ninguém. Pessoas me amedrontam. Só não tenho medo de uma pessoa, minha mãe.

-A minha morreu quando eu tinha 5 anos. Quase não me lembro dela. E por favor não venha me dizer que sente muito. Odeio quando alguém tenta fazer isso..

-Nunca sai de maneira sincera. Eu sei. Perdi meu irmão mais velho. Eu o amava muito, ele era muito bom pra mim, sempre conversava, brincava comigo... Só que ele faleceu ano passado.

-Bem..., acho que pela primeira vez na vida vou ter um amigo.

-Sério? Tá falando de mim?

-Sim. Como eu disse eu não falo com as pessoas. Mas com você é diferente, você se parece um pouco comigo. Acho que posso confiar em ti.

-Obrigado. Fico realmente lisonjeado com tal afirmação.

-Vamos, o sinal toca em 3 minutos. Temos biologia agora. Mais um lugar pra eu te mostrar. O laboratório.

-Me deixa pagar sua conta?

-Não. Você paga a sua e eu a minha.

-Por favor? Eu insisto. Você me ajudou de bom grado, quebrou sua rotina e tudo mais. Isso é o mínimo que posso fazer.

-Não. Eu fiz porque quis, não esperava nada em troca.

-Eu acredito em você, mas terá que me acompanhar se quiser pagar. -Ao dizer isso eme saiu em direção ao balcão com dinheiro suficiente pra pagar os dois lanches. Enquanto isso, Andrew estava tentando sair da mesa, ele acabara se atrapalhando com toda a situação.

-Você não devia ter feito isso.

-Por que? Que mal há em eu pagar um lanche pra um..., amigo?

-Deixa pra lá. Vamos logo.

-Me desculpa... -Guilherme falou bem baixo, e então seus ombros desceram, assim como a direção do seu olhar.

-Me desculpe. Eu não sei tratar as pessoas...

-Nós não sabemos.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Se sim, comentem. Isso estimula muito a escrita dos próximos capítulos.
Obrigado por lerem!



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