Cicatriz escrita por tsubasataty


Capítulo 33
Capítulo 32




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O bip acelerou freneticamente, enquanto aquelas palavras me rachavam por dentro. Afundei a cabeça no travesseiro e meus olhos ficaram sem foco. 

  Eric. Eric. Eric! Por quê...?! Seu nome invadiu meu cérebro, e tudo que passamos, todas as nossas memórias, chegaram de uma vez em minha mente. Eric... foi ele quem eu não consegui tirar da cabeça desde o primeiro momento em que o vi e, mesmo depois de todas as coisas que aconteceram, as boas e as ruins, nós continuamos juntos. Tudo acaba assim?! Por quê?!! 

  -Gabi! Gabi! - alguém exclamou, desesperado. 

  Minha cabeça estava há mil e o que eu só percebia era uma escuridão, um silêncio assombroso se aproximando de mim. Não! Não desmaie agora, Gabi, falei a mim mesma. Lutei para abrir os olhos e deixá-los assim - eu ainda tinha uma coisa a fazer. Em meio à confusão de cores e vozes, vi três rostos preocupados me encarando. Minha mãe me abraçou um pouco sem jeito e eu não consegui impedir que as lágrimas cobrissem meu rosto. 

  Todo o meu corpo doía; não fisicamente, era pior - muito pior - que isso. Uma dor mais profunda, como uma ferida sem cura, uma fenda que surgia e se espalhava dentro de mim. Não conseguia dizer a mim mesma que o Eric estava mort... doía demais! Foi um desespero sem fim que me envolveu e me corroeu por inteira. 

  Com medo de me desmoronar ainda mais naquele abraço gentil que só fazia lembrar dele, me afastei de minha mãe. 

  -Ele... ele tá ainda aqui... no hospital? - perguntei, entre um soluço e outro. 

  -Sim - foi a resposta reconfortante de meu pai. 

  -Eu quero vê-lo. 

  Minha mãe olhou para meu pai em busca de uma resposta e ele, lendo a frase nos olhos da mulher, saiu rapidamente do quarto. Laís sentou-se ao meu lado e tirou uma lágrima de meu rosto. Tentei em vão me acalmar e juntar o que restava das minhas forças. Eu ainda tinha que vê-lo, mesmo que fosse pela última vez. 

  Meu pai entrou segurando uma cadeira de rodas e com um residente do hospital ao seu lado. Não reparei na aparência do médico, só me concentrando nos gestos dele, que pelo menos estavam tranquilos. Ele checou todos os tubos e fios e anotou alguma coisa em uma prancheta antes de me ajudar a ir para a cadeira de rodas. 

  Me senti zonza e quase sem ar quando passamos por um corredor repleto de médicos e enfermeiras apressados. Eu podia estar fraca, mas me recusei a fechar os olhos. Não iria deixar que a escuridão me atingisse; não agora quando eu estava prestes e encontrá-lo. 

  Ninguém disse uma única palavra durante todo o caminho. Haviam vozes ao nosso redor, sim, mas elas não sabiam da minha dor - já que tinham as delas para se preocuparem. Seguimos pelo elevador e depois passamos por um corredor frio e deserto antes de paramos, todos de uma vez, diante de uma porta. 

  -É aqui - o médico disse. 

  Lentamente, ele abriu a porta. E eu finalmente o vi. 


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