Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 13
Não posso mais fazer isso.


Notas iniciais do capítulo

Muito feliz meninas, hoje ganhei o melhor comentário do mundo, obrigado Lilian Evans :))
Tentei não chorar ao escrever esse capitulo, mais foi impossivel.
Espero que gostem, sinto muito por acabar com a felicidade do ultimo capitulo.Comente por favor, quero saber o que vcs acharam ok ?
Continuando com a brinkadeirinha, se eu ganhar 10 comentarios nesse capitulo, posto mais um amanhã.
Recomendações :
Sob a Pele - Jullie Clark
Alice - Brih Monteiro
Mayy Chan - Sem palavras
PS: Amo os comentários de vocês! Escutem a musica e vejam a tradução , é perfeita.



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Melanie

Agora tinha a certeza de que havia encontrado um pedacinho do céu em meio o inferno em que vivia, Nathan era maravilhoso, carinhoso e um ótimo cozinheiro. Um mês se passara e tudo estava tão calmo, perfeito que tinha medo de que algo fosse arruinar o que tínhamos. A felicidade é algo que se vem com um preço, e eu estava disposta a pagar qualquer que fosse ele só para continuar a sentir-me assim.

“- Espero que goste. – abri o pequeno baú e o que encontrei lá dentro me deixou sem palavras, livros, especificamente a coleção do Harry Potter .

– Oh Nathan, não acredito, eles são lindos. Não sei como agradecer. – lágrimas, aquelas eram lágrimas de felicidade, acho que podia me acostumas com elas.

– Doce Melanie, não se preocupe, tenho algo em mente desde o dia em que pus meus olhos em você pela primeira vez. – o sorriso em seu rosto era estonteante, suas covinhas apareciam com mais frequência desde ontem, e eu estava feliz por isso.

– Tenho certeza de que tem Sr. Clark. Obrigado pelos livros, significam muito para mim. – respondi.

– Nunca entendi o fato de tantas pessoas serem apaixonadas por essa história, mas gostaria de aprender tudo sobre você, e se um menino bruxo com uma cicatriz te faz feliz. - ele estava debochando de mim?

– Nathan Clark você por um acaso não estaria debochando de mim? Estaria?”

Lembranças como essa ou como as de nossos domingos junto de Susan, Peter e Adden eram perfeitas.

“ - Nathan e se eles não aceitarem? – perguntei nervosa quando estacionamos em frente a casa de Susan no domingo seguinte.

– Não estamos pedindo a permissão deles Mel, estamos apenas informando a eles que você não resistiu ao meu charme.

Revirando os olhos respondi: - Não sei se concordo, talvez tenha sido o sexo incrível. – disse zombando dele.

– Acredite querida, o sexo incrível conta muito. – ele ainda ria enquanto abria porta do passageiro para mim.

Apertei a campainha, Nathan percebendo o meu nervosismo me puxou para perto, beijando meus cabelos e me fazendo rir. Peter como sempre atendeu a porta.

– Com licença garotão. – disse ele me puxando para um abraço de urso.

– Toda, não crie expectativas velhote ela esta totalmente na minha. – Nathan dizia todo sorrisos, notei o orgulho em sua voz.

– Sinto muito Peter, o sexo é incrível – falei entrando na brincadeira.

Ainda riamos enquanto seguíamos Peter até a cozinha.”

– Sonhando acordada Mel? - senti Nathan me abraçando por trás.

– Sim. – respondi um pouco rouca por causa dos beijos que ele depositava em meu pescoço.

– Adivinha que dia é hoje Bebê. – ele parecia ansioso a semana toda, gostaria de saber por que.

– Segunda? – disse.

– Sim princesa segunda. Uma bela manhã de segunda-feira.

Tomamos café e partimos para o escritório.

Perto da hora do almoço bati em sua porta para dizer que ia sair com Pamela para almoçar. Como não houve resposta entrei, me surpreendi ao ver a loura do restaurante colada a Nathan, que tentava afasta-la.

– Pelo amor de Deus Hanna, nos não temos nada. – ele dizia.

– Então porque dormiu comigo Nathan? – a voz dela era melosa, eu queria vomitar.

– Peço que se retire Hanna, nós não temos e nunca teremos nada, nunca. – ele parecia impaciente agora.

– Não creio que seja possível Nathan, estou grávida de um filho seu. – aquelas palavras dilaceraram meu coração. Grávida? Dele? Tinha que sair dali, aquilo tudo era demais para mim. Eles nem ao menos notaram quando me retirei da sala. Corri até o elevador, e do elevador até o Hall, e deste até a rua, precisava de um táxi já que tinha vindo com Nathan. Parei um e entrei nele onde as lágrimas finalmente caíram. Lá estavam elas novamente.

Hanna estava grávida do homem que eu amava.

– Vai para onde moça? – Perguntou o homem barrigudo sentado ao volante.

Para onde, essa era uma boa pergunta, eu não tinha ninguém, alimentara falsas esperanças de pertencer a uma família feliz, como fora tola.

– Me leve ao parque.

Alamo square park era um lugar lido, adorava passar minhas tardes ali, em outras circunstâncias é claro. Apenas fiquei sentada lá, embaixo de uma árvore vendo as horas passarem. Era estúpido de minha parte estar aqui, sozinha com Charles solto por aí, mas eu precisava.

Também não me importei quando começou a chover, já não sentia mais nada, nem os pingos de chuva que rapidamente me encharcaram. Não vi quando ele chegou, apenas senti o calor que emanava dele quando me abraçou. Sabia que era Nathan, seu perfume invadiu-me.

– Melanie? Graças a Deus encontrei você. - eu o ouvia, mas sua voz estava tão distante, queria dormir, meus olhos estavam pesados e era dificil respirar.

Frio, eu sentia muito frio. Ouvia vozes abafadas.

– Tem que haver alguma coisa, por favor Brian.

– Temos que esperar algum sinal dela Nathan, tenha calma.

– Não posso ter calma, não quando a mulher que amo esta assim. – Nathan, uma das vozes era dele, percebi antes de apagar novamente.

– Juro que se não sair, agora, eu mesmo irei botá-lo para fora. – Nathan?

– Gostaria que tentasse. – James? O que diabos ele fazia aqui?

Mais uma vez me senti sendo puxada de volta a inconsciencia.

Deus tinha certeza de que minha cabeça ia explodir a qualquer momento, abri os olhos e a luz que vinha da janela praticamente cegou-me. Encontrei uma jarra de água no criado mudo, meus labios estavam secos, minha garganta doía e parecia que tinha levado um soco no estomago.

Tentei lembra o porquê de todas essas dores. Chuva, frio, tudo era muito vago. Com certa dificuldade desci da droga da cama, desnecessariamente grande. Quando tentava encontrar meus chinelos, ouvi passos, em seguida Nathan entrou no quarto. Quando o vi uma onda de sentimentos me tomou, traição, raiva, dor. Vi a culpa nos olhos dele e lembrei, lembrei-me de tudo. Senti meus joelhos cederem, estava muito fraca para toda essa droga de drama. Nathan veio ao meu encontro mantendo-me em pé.

http://www.youtube.com/watch?v=4vv9fAWRPyw

– Venha, vou colocar você na cama. – disse.

– Não quero mais ficar na merda dessa cama.- queria que ele sentisse o que eu sentia no momento. - Me deixa Nathan, posso andar sozinha. – não sei se de fato podia.

Ele me abraçou, prendendo-me contra ele.

– Não Melanie, não pretendo deixa-la. – eu queria chorar, mas estava tão desidratada que nem minhas malditas lágrimas eu tinha agora. - Eu sinto muito, juro que não a toquei depois de você. – a mágoa e a culpa em suas palavras eram evidentes.

– Então como Nathan? Como. – perguntei, mesmo ja não tendo forças para continuar.

– Naquela noite quando encontrei você e Pamela no restaurante, eu bebi muito, a levei para casa e não me lembro de mais nada, só de que acordei na cama de Hanna, com ela ao meu lado. – desejei nunca ter perguntado, imagina-lo com ela era doloroso demais. – Por favor Mel, não sei o que fazer. Quando ela veio até mim, tudo o que pensava era em como me livrar dela para poder estar com você, e depois quando ela disse, disse que... – ele parecia escolher as palavras. – mesmo depois do que ela disse, eu ainda queria você Mel, quando a procurei e não encontrei comecei a pensar que aquele bastardo podia ter te pegado. Procurei você em todos os lugares que achei que podia estar, e então me lembrei que você disse que Kirsten costumava te levar até o parque. Cheguei lá e vi você embaixo daquela árvore no meio da chuva, - levantei o olhar e o que vi surpreendeu-me, Nathan estava chorando, por mim. – você estava tão fria Mel, e quando você desmaiou eu a trouxe para casa, chamei Brian que a examinou, mesmo assim você não acordava e eu pensei, pensei que fosse perde-la.

Não sabia o que dizer, ou o que fazer. Eu o amava, sabia desde a primeira vez que fizemos amor, mas saber que Hanna podia dar um bebê a ele era mais do que podia lidar.

– Por favor, Nathan, preciso ficar sozinha. – disse.

– Não faça isso Mel, preciso de você. Entenda, amo você e nada nem ninguém irá mudar isso. Por favor não me afaste. – doía ve-lo chorar e não ser capaz de ajudá-lo. Mas afinal quem era eu para ajudar alguém quando não conseguia nem ajudar a mim mesma? Você pode consertar um brinqudo quebrado, mas ele nunca será o mesmo novamente. Essa sou eu, algo quebrado, algo que nem mesmo Nathan Clark poderia consertar.

– Não posso mais fazer isso Nathan. – juntando toda a força que ainda me restava, corri para o banheiro trancando a porta atrás de mim. Deixei-me cair no chão, tão frio como eu. Não chorei, nem ao menos peguei no sono, apenas fiquei lá, vendo meu coração sangrar novamente. Alí no chão frio odiava Charles por ter tirado tudo o que tinha, odiava Hanna por poder dar a Nathan algo que eu não podia, e o odiava por ama-lo incondicionalmente. A felicidade era de fato algo que vinha com um preço, e eu pagara o meu por um pequeno instante dela.


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Notas finais do capítulo

Obrigado a vocês que acompanhan e comentam.
Bj bj e até amanhã quem sabe!