Os Sobreviventes escrita por Beta23


Capítulo 12
Procurando


Notas iniciais do capítulo

Ai­ meus deuses, eu vou postar o capitulo do Daniel!! Tava tão ansiosa por isso que nem aguentei esperar.
Sem mais delongas, boa leitura.



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POV Daniel.

– anda logo Daniel! – cochichou Jake.

– cala essa boca – chiei por entre os dentes.

Enfiei o ferrinho na fechadura do deposito de hospital, Jake estava impaciente atrás de mim.

– Dan, está doendo – gemeu Heather.

– eu sei – falei com os dentes cerrados.

Forcei ainda mais as trancas e consegui abrir a porta, soltei um arquejo de alivio, mas logo me recompus.

– anda logo! – disse Jake

– abri – falei

Ele passou por mim com um empurrão, cerrei os dentes novamente.

– me ajuda – pediu Heather

– claro – respondi.

Ela se amparou em mim, estávamos todos cansados e machucados, mas só ela tinha quebrado o braço. Ajudei-a á ficar de pé, não entendia porque ela estar mancando com o braço quebrado, mas nunca recusaria ajuda á alguém.

– acha que ele vai conseguir? – perguntou baixinho.

– talvez – respondi, fui bem otimista ao dar essa resposta.

Ela pareceu relaxar, acho que eu causo esse efeito nas pessoas.

– anda logo! – resmunguei para o vento.

O desgraçado do Jake não aparecia, quanto tempo demora para achar um remédio?

– consegui! – ele passou pela porta com a mochila cheia – vamos embora daqui.

Apressei-me á trancar outra vez as portas do deposito para darmos o fora dali, Jake ajudava Heather á manusear os remédios.

– cara, como se usa isso? – perguntou Jake

Olhei para ele, o cara segurava um objeto oval e prateado, parecia uma bola estranha e gélida, estava fechada.

– que merda chega á ser isso? – perguntei.

Eles me olharam, revirei os olhos. Usava esse palavreado especial por saudade da Bonnie, minha querida e irritante irmã caçula.

– eu não sei – disse Heather, hesitante.

Respirei fundo, tranquei novamente as portas. Jake amparava Heather em direção ao muro que teríamos que pular, de novo. Peguei um impulso para cima e pulei em um único movimento, sei, pareci o incrível Hulk, quem liga?

– para onde nós vamos? – perguntou Heather – não podemos voltar para o casebre.

– já faz quase um mês, ou mais – falei – eles devem ter desistido.

– e se não tiverem? – perguntou Jake

Virei para ele, começando á ficar irritado sem motivo algum.

– olha aqui, tem um mês que eu não vejo a minha irmã. Um mês sem saber se ela está viva ou no controle das próprias ações. Eu só tenho uma coisa para fazer na minha vida, e é procurar por ela – falei – e eu vou voltar sim, é o único lugar razoavelmente seguro que nós tínhamos, se ela voltar, é pra lá que ela vai.

Jake não se deu por vencido, ele ajudou a prima á pular o muro e me olhou.

– cara, eu sei que é difícil, mas... – começou – seria suicídio.

– dane-se – rosnei – é da minha irmã que estamos falando.

Comecei á correr em direção ao deserto, a noite estrelada parecia zoar comigo. Odeio as estrelas, não tanto quanto a Bonnie, mas tinha meu ódio pela palavra. Continuei correndo até não ter certeza de onde eu estava, olhei em volta e só vi areia e mais areia.

– droga! – praguejei em alto e bom som, no deserto ninguém ouviria.

– o que foi? – perguntou Heather, preocupada.

Bufei e girei, olhando a infinidade de areia por onde quer que eu virasse.

– merda! – praguejei outra vez – eu não lembro mais como se chega na porcaria do casebre.

Decidi seguir para a primeira direção que me veio á mente, não reconheci nada no caminho, só arvores secas e cactos. Passei a maior parte da madrugada correndo nas areais do deserto, não ligava pro cansaço, só queria achar abrigo.

– Daniel – chamou Jake – olhe.

Ele apontava para algo não muito longe dali, apenas um outro cacto seco e retorcido. Mas, esse destacava-se, tinha dois galhos idênticos, como em um desenho animado.

– estranho, não? – comentou

Arregalei os olhos, os dois me olharam.

– nem tanto – falei

Eles observaram enquanto eu ia até o cacto, aquilo me era familiar.

– ah Bonnie – resmunguei – sua idiota, eu disse que daria certo!

Dei um soco no cacto, abrindo um buraco na sua estrutura, mas era essa a intenção. Enfiei minha mão dentro da planta e puxei uma mochila camuflada do exercito. Dei um urro de alegria, abri o zíper e quis pular.

– o que é isso? – perguntou Heather – você tirou uma mochila de dentro de um cacto no meio do nada, devo achar estranho?

Eu nem liguei pro tom de voz que ela usava, Heather tinha o habito de perguntar sobre tudo. Sentei no chão, enfiei minha mão dentro da mochila e tirei uma garrafa d’água, atirei-a para eles, Jake pegou de forma desajeitada. Eu praticamente cantarolava ao revirar o resto do conteúdo, barras de cereal, mais água, um canivete suíço, uma faca de caça, um batom (Bonnie!), um pote de gel capilar (o que é? Posso ser vaidoso?), um mapa do estado (do meu avô, marcava montanhas e possíveis abrigos, o véio era safo) e o meu preferido, conjunto de navegação (bússola, compasso, binóculo, lápis e tradutor de coordenadas). Achei também duas lanternas e baterias extras, ideia minha, de novo.

– pode-se dizer que eu sou um gênio – falei com um sorriso sarcástico – Bonnie Clark, sua otária, eu disse que daria certo, eu te disse!

Eu dançaria e apontaria para a cara dela por toda a eternidade, mas minha irmã não estava ali, nem eu lugar nenhum que eu tinha conhecimento. Droga, não é todo o dia que eu consigo provar que tenho razão, ela devia estar aqui.

– o que é isso? – perguntou Jake – foi ideia da Bonnie?

Trinquei os dentes, o safado estava afim da minha irmã, e eu tentava evitar, mas tinha um ciúme homicida da Bonnie.

– não, fui eu quem fiz – gabei-me – a doida achou errado, “quem iria socar um cacto? Você é um idiota Daniel, não deixe nossa faca para trás, quem precisa disso?”- imitei a voz dela – mas eu provei que estava certo, eu sou o cara!

Heather me deu um grande sorriso, desviei o olhar para a mochila, sentindo a bochecha esquentar.

Okay, tinha uma pequena hipótese de eu estar gostando da Heather, pequena hipótese. Mas minha irmã estava por aí, não tinha tempo pra romance.

– que demais – disse Heather – você é um gênio!

Ah querida, para com isso, pensei. Sorri para ela, infelizmente, o Jake viu.

– fala sério – resmungou

Ele olhou para mim e para a prima com expressão incrédula e meio enojada, qual é? Heather é bonita, por que ele estava assim tão surpreso?

– não vai me dizer que você tá afim da minha prima – ele me disse.

Heather arquejou, ficou tão vermelha quanto os raios solares. Arregalei os olhos, Jake continuava com aquela expressão.

– eu não vou segurar vela, melhor avisar logo – falou.

– calado! – rosnei – não é nada disso!

Ele deu de ombros, mas me olhou expressão maliciosa.

– ah Daniel – falou – ah Heather, quem diria. E a Bonnie dizendo que não existia mais amor.

– cala a boca seu desgraçado! – explodiu Heather

Okay, Heather explodir foi estranho. Olhamos para ela, a garota parecia querer sumir nas areias e morrer vegetando, Jake engoliu uma risada enquanto eu remexia a mochila tentando achar a bússola.

– o casebre fica ao norte – pensei alto – acho que consigo achar novamente, é só inverter as polaridades e somar os quilômetros, posso estabelecer uma rota á partir das coordenadas e dividir pelas horas de caminhada, aí teremos uma rota e um planejamento de horário. Á julgar pela posição da lua, são duas da manhã, acho que levaremos umas três horas para chegar, mas a rodovia pode estar movimentada, então, acho que ás seis da manhã estaremos lá.

Os dois me olharam de boca aberta, eu não sou nerd, por que todo o mundo diz isso?

– vamos por ali – apontei para a esquerda – cruzamos uma rodovia e andamos um pouco, fácil.

Heather ainda estava estática, Jake também. Levantei e coloquei a mochila nas costas, junto com a da Bonnie, eu não desgrudava dela.

– vamos logo, pode chover – falei.

– como sabe disso? – perguntou Jake

Apontei para uma constelação.

– está vendo aquela ali? Representam o norte – expliquei – e tem algumas nuvens cobrindo a ursa maior, isso pode representar a chuva, mas não temos certeza.

Ambos ficaram me encarando, revirei os olhos.

– qual é gente – resmunguei – é muito simples, mapa das estrelas, coordenadas climáticas, navegação e sobrevivência, não é difícil.

– onde aprendeu tudo isso? – perguntou Jake

– meu avô era militar, me ensinou tudo – falei – acho que aprendi direito.

– espera, seu avô era comandante de navios? – perguntou Heather

Assenti, ela começou á andar em círculos.

– daria certo se estivéssemos navegando, mas estamos no deserto – falou – não quero ser desmancha prazeres, mas, e se não der certo?

– vai dar certo – falei

Eles olharam para mim, respirei fundo.

– foi assim que encontramos aquele casebre – falei – e eu disse a mesma coisa á Bonnie.

Virei as costas para os dois e segui andando com uma certeza, não importa quanto tempo levaria, eu acharia a minha irmã.

– estou chegando Bon – falei para o vento – eu vou te achar, ou não me chamo Daniel Edward Clark.

Ela diria que meu nome do meio deveria ser Idiota, sorri e segui andando.


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Notas finais do capítulo

Ufa, postei, acho que vou me acalmar um pouco agora.
JÃ VOU COMEÇAR Á ESCREVER DE NOVO!!!
Er... Xarope miserável.

Deem uma olhadinha nessa música, não tem muito á ver com a fic, mas é muuuuito F-O-D-A.
http://letras.mus.br/paramore/409000/traducao.html#legenda



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