A Última Esperança escrita por MandyB


Capítulo 5
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

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Patrick acordou mais cedo que o normal, estava bastante ansioso para encontrar Manu e entregar a carta. Pegou celular que estava em cima do criado mudo e olhou as horas, eram exatamente cinco horas da manhã. Ele levantou e se dirigiu até o closet, abriu a porta e parou, com ar pensativo. Analisou as roupas de ponta a ponta e por fim decidiu pegar uma camiseta branca simples, um blazer preto, uma calça jeans e um tênis nike skateboarding preto com branco. Desceu as escadas rapidamente e correu para a cozinha cantarolando um rock qualquer e fazendo movimentos como se estivesse tocando guitarra. Foi para a geladeira pegou a caixa de leite e depois o cereal, que estava em cima de um balcão. Colocou tudo em uma tigela foi para o sofá, ligou a televisão e começou a comer. Mas não estava prestando muita atenção no que estava passando televisão, pois seus pensamentos estavam todos voltados para Manu, em como seria quando a encontrasse, qual seria a sua reação ao ler a carta que ele havia escrito na noite anterior e no que ela diria a ele. Patrick se sentia ótimo quando estava perto de Manu, era como se nada de ruim tivesse acontecido na sua vida. Ela o fazia se sentir em paraíso. O sorriso dela era tudo o que ele queria ver naquele momento.

[...]

Manu chegou mais cedo no colégio. Trocou algumas palavras com Lizzie e Davi e depois foi para a sala. Por mais que tivesse dito a Matt que conversaria com Patrick, não sabia se era realmente isso que queria, afinal, esse assunto parecia atormentá-lo. "E a reação dele, qual seria?", pensou. Passou um tempo elaborando uma provável conversa com ele e decidiu que, dependendo de como ele estivesse, tentaria tocar no assunto. No fundo ela sabia que sentia algo por ele, uma parte dela sempre queria Patrick por perto e a outra tentava afastá-lo, mas parece que a parte que queria ele por perto estava vencendo, pois ela não via a hora de encontrar com ele e conversar sobre qualquer coisa, nem precisava conversar sobre algo, bastava ter aqueles olhos azuis olhando para ela atentamente, como se só houvesse os dois no lugar e ela fosse a coisa mais interessante do mundo.

[...]

Patrick já estava pronto. Pegou a chave do carro e dirigiu até o colégio. Chegando lá procurou pelo carro de Manu e o achou. Olhou no relógio para ver que horas eram, a aula iria começar em alguns minutos. Pegou a pasta e correu até chegar no corredor que daria para a sala. Foi andando vagarosamente até chegar perto da sala e avistá-la. Estava de cabeça baixa. Ele foi se aproximando sem fazer barulho e parou na sua frente.

– Oi.

Ela levantou a cabeça devagar, estava com um círculo vermelho na testa e os olhos estavam quase se fechando sozinho.

– Oi - disse sorrindo.

– Desculpe, não sabia que estava dormindo - disse Patrick sem jeito.

– Sem problemas - disse em meio a um suspiro.

Ele a observou por um momento. Seus cabelos estavam bagunçados, os olhos e a testa estavam vermelhos e ela ainda estava com cara de sono. Ele sorriu e ela retribuiu e Patrick viajou naquele sorrido de Manu até que ela tocou no seu braço em uma tentativa de chamar sua atenção.

– Ah... Desculpa. - disse sem jeito.

– Você só sabe pedir desculpa? - perguntou curiosa.

– Não, né... Ah, trouxe isso para você - disse entusiasmado.

Retirou a carta do bolso e estendeu para Manu. Ela pegou com certa cautela e observou aquilo que estava em suas mãos com um certo ar de curiosidade. Foi abrindo lentamente e por fim começou a ler.

Patrick, ainda parado na frente dela, ficou observando a sua reação enquanto lia a carta e queria muito ter o poder de ler mentes para saber no que ela estava pensando.

Em menos de dez minutos Manu terminou. Dobrou novamente a carta e penetrou o olhar nos olhos azuis de Patrick.

– Não entendo - disse por fim.

– O que você não entendeu?

– Você diz aqui que eu sou a única pessoa que vou poder te ajudar. Por que diz isso?

– Porque eu acredito que você seja única.

– Isso não responde a minha pergunta, Patrick...

Ele parou por um segundo. Havia acabado de tocar e os alunos começaram a entrar na sala. Ele se sentou ao lado de Manu, colocou a pasta em cima da mesa e se debruçou sobre ela. Os alunos e o professor entraram e a aula começou e Patrick passou os exatos 50 minutos sem dizer uma palavra e nem sequer olhou para Manu. Seu olhar estava perdido e seus pensamentos estavam bem longe daquela aula de física.

[...]

Já tinham se passado duas aulas e nenhum dos dois havia proferido uma palavra até que Manu o chamou.

– Oi - respondeu baixinho.

– Você não vai me responder?

– Responder o que, Manu?

– Por que eu sou a única pessoa que vai poder te ajudar?

Ele levantou a cabeça, esticou os braços e em meio a um suspiro respondeu:

– Porque você foi a única pessoa que se aproximou de mim desde... - ele parou por um momento e sua expressão mudou totalmente. Patrick tinha agora um olhar triste e distante.

Ela o observou por um instante e por fim perguntou:

– Mas e seus amigos?

– Eu nunca tive amigos - retrucou.

– Você não tinha amigos? E as meninas que você dava em cima? - perguntou sem entender.

– Não eram amigos. Se fossem realmente meus amigos, teriam me dado total apoio quando eu precisei e nenhum deles o fez. O Davi, aquele do grupo da sua amiga, andava comigo. Mas depois que ele soube do que aconteceu nunca mais falou comigo. Alguém falou para ele, só que distorceu tudo o que aconteceu. Mas não importa, eu tentei explicar e ele não quis me ouvir. E todos os outros fizeram o mesmo que ele. E eu nunca dei em cima das garotas, só as que realmente me interessavam.

Ela parou por um momento enquanto absorvia tudo o que Patrick estava lhe falando.

– Amigos de verdade não te deixam na mão quando você mais precisa e não saem por aí acreditando em qualquer coisa que os outros falam. - continuou.

– Eu concordo totalmente. Mas você ainda não me respondeu...

– É isso. Você se aproximou de mim... Ficou meio receosa no começo, eu sei... Mas não deixou de falar comigo. Mesmo com o que o idiota do Davi falou, porque eu sei que ele falou alguma coisa, e sua amiga Lizzie. E eu realmente gosto de você, acho que podemos ser amigos, talvez...

Manu olhou fixamente para Patrick tentando absorver tudo que ele havia dito, inclusive que gostava dela e que queria que eles fossem amigos.

– Tudo bem? - perguntou Patrick.

Ela respondeu que sim e os dois permaneceram calados até o término das aulas.

[...]

Eles desceram juntos e foram para o estacionamento. Antes de se despedir dela, Patrick perguntou se ela havia entendido o que ele escreveu na carta.

– Sim. Eu entendi. - disse sorrindo.

– Ok. Depois conversamos, seus amigos estão vindo. - disse ele gesticulando com as mãos e se dirigindo para o carro.

– Tá... Ei, Patrick! - gritou e saiu correndo até ele.

– Oi?

– Também gosto de você... E... Talvez a gente possa ser amigo, sim. - disse sorrindo.

Um sorriso largo se abriu no rosto de Patrick. Ele concordou com a cabeça e entrou no carro e Manu voltou para com Lizzie e os amigos.

– Não acredito que você tá andando com ele... - disse Davi com tom de desaprovação.

– Deixa ela - Lizzie a defendeu - ela sabe o que está fazendo.

– Obrigada, Liz. - respondeu Manu.

– Manu? Poderia me dar uma carona? Estou sem o carro... - perguntou Lizzie.

– Claro, vamos - disse, já entrando no carro. - Tchau, Davi.

Lizzie entrou e Manu deu partida no carro. As duas passaram um bom tempo caladas até que Lizzie tomou coragem e perguntou:

– Manu, o que você viu no Patrick?

Manu soltou um suspiro demorado e respondeu:

– Não sei, só acho ele um cara legal, Liz... De uma certa forma eu posso dizer que ele me chama a atenção. Você devia conversar com ele qualquer dia.

– Hum... Pode ser... Já que você insiste em dizer que ele é legal.

Manu deixou a amiga e seguiu caminho em direção a sua casa. Seus pensamentos estavam voltados para a carta que Patrick escrevera e tudo o que ele lhe falara naquela manhã. Talvez ele não fosse esse monstro que todos dizem que é. No fundo ele era uma pessoa legal e Manu queria conhecer Patrick cada vez mais. A vontade de vê-lo crescia a cada instante. Ela não queria perdê-lo, ele precisava dela, precisava da sua ajuda e ela queria estar presente quando ele precisasse. Quando ela estava com ele tudo se tornava mais interessante. E foi partindo desses pensamentos que Manu decidiu que eles poderiam ser amigos, sim. Ela não via a hora de poder contar isso para Patrick.

A noite, quando Matt chegou, ela contou tudo para ele. Desde a carta até a sua decisão de se tornar amiga dele e vice versa. O irmão a apoiou totalmente e disse que queria conhecer Patrick para saber se ele realmente prestava. Depois de uma longa conversa os dois foram dormir e Manu sonhou com Patrick novamente.


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