A Última Esperança escrita por MandyB


Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

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Manu acordou meio atordoada, a imagem de Patrick ainda nítida em sua mente. Olhou de relance para o relógio, eram 2:30 da manhã. Levantou e foi até o banheiro lavar o rosto. Olhou-se no espelho, passou um tempo ajeitando o cabelo. Ouviu um barulho lá embaixo, na cozinha, e foi conferir o que era. Dirigiu-se até a escada, deu uma olhada e viu que seu irmão, Matt, havia acabado de chegar. Matt era mais velho que Manu, tinha vinte anos. Eram muito parecidos e se davam super bem. Ela resolveu descer e conversar com o irmão.

– Ei Matt!

– Manuzinha! O avião atrasou... Pensei que não fosse chegar aqui hoje... Cadê o pai e a mãe?

– Estão dormindo... - disse ela meio perdida em seus pensamentos, e como se fosse novidade, estava pensando no sonho que teve com Patrick.

– Ah. Manu... O que você tem? Algum problema? Tá com uma cara aconteceu alguma coisa?

Matt e Manu sempre trocaram segredos, confessavam tudo um ao outro e Manu achou que deveria conversar com alguém e esse alguém seria seu irmão.

– Matt, é que...

– É que...?

– É que... - ela começou a dar voltas pela cozinha, pegou um copo com água e bebeu em um gole. Estava nervosa. - É que tem um meni...

– Um menino? Mas já? Eita, hein!

– Não, seu bobo - ela riu - não é isso. O nome dele é Patrick. E ontem eu cheguei atrasada e tive que sentar ao seu lado. A gente acabou conversando e só. Mas ao término da aula Lizzie me disse que eu não deveria falar com ele. Contou-me que ele mudou assim, do nada, três anos atrás ele parecia agir como qualquer adolescente, mas hoje, não.

– Ué, mas como assim ele mudou? - Matt se sentou a mesa com certo ar de curiosidade.

– Disseram que ele é esquisito, estranho. Vive pelos cantos. Mas, Matt... É impressionante. Parece que ele insiste em ficar perto de mim.

– Como assim, Manu?

– Quando a gente se despediu ele saiu antes de mim, bem antes. Mas quando eu fui pegar o carro para vir para casa ele ainda estava no estacionamento e nossos olhares se cruzaram. É como se ele tivesse ficado lá, me esperando. Entende?

– Entendo.

– E eu passei o dia todo pensando nele, eu fico tentando entender o porquê dele ter mudado, sabe? Deve ter um motivo.

– E por que você não conversa com ele e aproveita pra perguntar o motivo?

– Por que... Matt, eu nem o conheço direito! - e pegou mais um copo d'água.

– Sim, mas... Você só vai descobrir se perguntar!

Manu parou em frente à geladeira. Bebeu a água em um só gole e começou a formar cenas em sua mente de como seria se ela resolvesse se intrometer na vida de Patrick e perguntasse o que havia acontecido.

– Não. Não vou perguntar. Matt, você sabe, Lizzie é minha amiga, se ele fosse uma boa pessoa ela não teria me dito isso.

– Então tá, você quem sabe.

– Ah, e tem mais uma coisa. - disse virando lentamente para olhá-lo nos olhos.

– O que?!

– Eu sonhei com ele. E quando acordei... A imagem dele... A imagem dele estava bem nítida na minha cabeça... E eu senti sua presença, era como se ele tivesse ali, comigo, o tempo todo.

– Relaxa, Manu... Deve ter sido um devaneio, só.

– É, deve ter sido.

– Vamos, vem dormir. Tá tarde. Amanhã você tem aula e eu tenho que me matricular se é que tem vaga - ele riu.

– Vai ter sim. Boa noite! Te amo.

– Também te amo. Ah, e quanto ao Patrick, procure saber o que aconteceu com ele que o fez mudar de tal forma. Boa noite.

Enquanto subia as escadas, Manu criava várias hipóteses que pudessem ter feito Patrick mudar daquele jeito. Pensou até que ele havia matado alguém. Mas descartou essa possibilidade, afinal, Patrick não tinha cara de psicopata. Era só um garoto normal, com uma vida normal e alguns probleminhas que com o tempo seriam resolvidos. Isso era o que Manu pensava.

Assim que entrou no quarto foi até a janela para se certificar de que estava tudo bem. Resolveu passar a chave na porta e por fim, deitou para dormir. Mais uma vez Patrick invadiu seus sonhos.

Patrick estava em casa, sentado no sofá. Tinha uma expressão de angústia e tristeza. Em uma mão segurava uma foto, que o trazia lembranças boas e ruins e na outra, um garrafa de uísque. Os olhos estavam fixos na foto. Começou a relembrar os acontecidos daquela noite e ficou atordoado. "O que foi que eu fiz?", pensou. Patrick estava assustado e sentia ódio de si. Desde aquela noite, sentia-se totalmente incapaz de explicar o que havia acontecido. O que ele fizera era algo grave, em sua cabeça ninguém o perdoaria. Ele carregaria esse fardo pelo resto da vida. Com o ódio aumentando cada vez mais, Patrick levantou e foi cambaleando até a mesa.

Na mesa, que estava logo atrás dele, havia uma coleção de facas, todas espalhadas, como se alguém tivesse mexido, uma pistola .30 e um vidrinho com veneno.

Parou em frente a mesa e ficou observando as facas, todas desalinhadas. Resolveu alinhá-las, depois pegou a pistola e apontou para si.

– Eu vou pagar pelo que fiz! - disse com o ódio aumentando a cada momento. Deu o último gole do uísque e então jogou a garrafa contra a parede. Já com o dedo no gatilho, sua vida começou a passar pela sua mente e de repente a imagem de Manu apareceu. Ele rapidamente soltou a arma, colocou a foto em cima da mesa e relaxou. O ódio foi passando e o sorriso de Manu ficou em sua mente. "Será que estou me apaixonando por Manu?", pensou.

– Não! Não posso fazer isso!

Patrick ficou aliviado e ao mesmo tempo pensativo em relação a Manu. Resolveu subir para tomar um banho e dormir. Antes de cair no sono, imaginou como seria o dia de amanhã quando a encontrasse no colégio.


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