“Gin-chan, cheguei!” Uma voz foi ouvida na porta do Yorozuya, mas o samurai viciado em doces nem se deu ao trabalho de tirar a Jump da cara.

“Bem vinda Kagura-chan.” Shinpachi respondeu por ambos. “Ah você trouxe a Emi-chan hoje!”

“É, finalmente consegui me livrar do sádico. Quem diria que aquele inútil seria um pai tão apegado, queria até levar a Emi pro Shinsengumi, como se eu fosse deixar minha filha naquele lugar cheio de ladrões de impostos.” Kagura falou, se jogando no sofá, enquanto Emi engatinhou pra cima de Gintoki e começou a mexer no cabelo dele.

“Kagura-chan isso é bem estranho. A Emi-chan só tem três meses, mas já consegue engatinhar.”

“Eu não esperava menos da minha filha!Ela é tão inteligente quanto a mãe!”

“Oy, oy, o que está acontecendo? Um ataque?” O líder do Yorozuya acordou sentindo os pequenos puxões em sua permanente natural. “Ah é só você pirralha. Quantas vezes o Gin-san vai ter que te explicar que é completamente proibido mexer na permanente dele. Essa foi uma das primeiras marcas do meu personagem, então tem de ser preservado como patrimônio desse anime.”

“Gin-san, eu não acho que seu cabelo seja tão importante assim...”

“Isso porque óculos não entenderiam. Então porque não vai oitar em outro lugar?”

“Oitar? O que diabos é isso? Pare de inventar verbos estranhos, por favor.”

“E você pare de estragar minhas piadas, seu virgem!”

“Você me chama de virgem mas eu nunca vi você com nenhuma mulher! A pessoa que já chegou mais perto do seu futon foi a Sa-chan-san e só porque ela caiu do telhado. Na verdade talvez tenha sido por causa daquela queda que ela ficou com danos cerebrais suficientes para se apaixonar por você.”

“QUER QUE EU QUEBRE SUA CARA AQUI E AGORA PATSUAN?” De repente, o celular de Kagura tocou, interrompendo a briga.

“Algum problema Kagura-chan?”

“Na verdade sim. Me ligaram do correio e disseram que chegaram muitos pacotes enormes pra mim, do papi. Ou seja, eu preciso ir buscar agora, mas não posso levar a Emi. Será que vocês podem ficar com ela só até eu ir lá e deixar as coisas em casa?”

“Só se me trouxer um parfait e comprar a Jump da semana.” O samurai respondeu, mas ele aceitaria mesmo se a resposta fosse negativa só pra passar um tempo com sua neta de consideração.

“Tudo bem. Emi-chan, comporte-se e não pegue a burrice do Gin-chan ou a oititude do Megane.” A ruiva deixou o Yorozuya.

“Então Emi, o que você quer fazer? Que tal o Gin-san ler a Jump pra você? Ou que tal uma história de como sacrificamos o malvado monstro da nicotina?”

“Gin-san chega de encher a cabeça da Emi-chan com bobagens!”

Enquanto os dois continuavam a discutir, a garota de cabelo castanho claro começou a chorar.

“O que foi? Você está com dor em algum lugar? Roubaram sua Jump? Viu sua mãe e seu pai fazendo algo pervertido?”

“Gin-san, acho que ela só deve estar com fome.”

“E o que vamos fazer? A Kagura não vai voltar tão cedo!”

“Na verdade, é só esquentar um pouco de leite comum pra ela.” Sa-chan apareceu de algum lugar no teto e caiu no chão.

“Oy stalker, o que diabos está fazendo aqui?”

“Eu estou aqui o tempo todo esqueceu meu amor?” Gintoki já estava prestes a jogar a kunoichi pela janela, mas Shinpachi o impediu.

“Espere Gin-san. A Sa-chan-san pode nos ajudar com isso, ela é uma mulher apesar de tudo.”

“Shinpachi-kun, como assim apesar de tudo? Enfim, é claro que eu fico feliz em ajudar. então vigiem a Emi-chan enquanto eu faço o leite pra ela. A Kagura-chan comentou que deixou algumas das coisas dela por aqui, então com certeza deve ter uma mamadeira.”

A mulher de óculos ficou algum tempo na cozinha e depois voltou com uma mamadeira cheia de um liquido rosa. “Bem, só tinha leite de morango, mas acho que ela não vai se importar. Agora vem aqui Emi-chan, a tia Sa-chan vai tomar conta de você um pouquinho.”

“Gin-san, isso não é meio estranho? A Sa-chan-san nem está parecendo ela mesma. Acho que as pessoas tem razão sobre aquela historia de que todas as mulheres tem um instinto maternal só esperando pra se manifestar.” O rapaz de óculos sussurrou.

“É... Ela já terminou. Shinpachi-kun, pode deixar ela dormindo que a Emi-chan não vai acordar tão cedo... E por mais que eu quisesse ficar aqui com meu amado Gin-san tenho de trabalhar agora.”

“Se você me ama tanto porque não some de vez?”

“Gin-san não fale desse jeito, a Sa-chan-san nos ajudou muito, então seja educado e leve ela até a porta.”

“E se eu não fizer isso?”

“Dou suas Jumps pro Hijikata-san fazer cigarros.”

“Ok.” O samurai e a ninja foram até a frente do Yorozuya, enquanto ela estava agarrada no braço dele.

“Já pode me soltar agora sua pirada. Oy, você é bipolar ou coisa parecida? Há um minuto atrás estava toda normal com a Emi e agora voltou a ser a de sempre. Não que eu me preocupe, mas tá tudo bem com seu cérebro?”

“Eu estou ótima, é só que eu... Sei muito bem que nunca vou poder ter filhos. Tenho juízo o suficiente para saber que não seria bom ou seguro pra uma criança ser criada por uma assassina de aluguel.” Sa-chan ficou com uma expressão triste, mas logo voltou a um sorriso. “Enfim, isso não é importante. Até qualquer hora Gin-san!”

“Espere.”

“Ei cérebro o que diabos está fazendo, dizendo coisas sem permissão?” Gin-san pensou, mas a única resposta que ganhou de seu cérebro foi seu corpo se movendo involuntariamente e agarrando a mulher de cabelos púrpura.

“G-G-Gin-san, isso é sério mesmo ou vai me jogar lá pra baixo? Porque os dois são ótimas opções pra mim.”

“Fique quieta.” O samurai decidiu continuar o que tinha começado, afinal ele sabia muito bem que quando uma merda estava feita não adiantava voltar atrás, então cedeu ao seu totalmente insano e provavelmente com falta de neurônios cérebro e beijou a stalker M que estava na sua frente.

“Estou atrapalhando alguma coisa?” Uma voz entediada falou atrás dos dois, e quando olhou, Gintoki se deparou com Sougo e Kagura, cada um com um sorriso mais troll que o outro.

“Nossa china, é nesse antro de perversão que você deixa nossa filha?”

“Não seja chato, estava na hora de Gin-chan se firmar com alguém, isso é bom pra imagem do protagonista.”

“Tanto faz. Bem, não se preocupem conosco, viemos apenas pegar a Emi para dar uma volta enquanto os caras que contratamos tentam achar lugar pra tudo que aquele careca inútil mandou. Se quiserem podemos até levar o Megane-kun para terem mais privacidade.”

“Espera Souchirou-kun, não é...”

“Não precisa me explicar nada Danna...” Okita abriu a porta do Yorozuya e se deparou com Shinpachi dormindo e Emi brincando com os óculos dele. A menina saiu engatinhando até seu pai e ele a pegou no colo. “Vamos filha, deixe seu tio em paz.” o sádico colocou o par de óculos “sentado” no sofá ao lado do apoiador. “Agora de tchau ao Danna que ele tem negócios a resolver. Ja ne, Danna.” A família sádica foi embora deixando um silencio esquisito.

“Gin-san...”

“Quieta. Só vá trabalhar.”