Dark Paradise escrita por Gistar


Capítulo 2
Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Oieee, mais um capítulo pra vocês!



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“Há um fogo dentro desse coração

E um tumulto prestes a explodir em chamas...”

Violet

Me arrependi amargamente de não ter ido com elas. Agora vou chamar toda a atenção pra mim levando esse bolo. E se ele não gostar mais de bolo de cenoura? Com que cara eu vou ficar? Droga, droga...

Peguei o bolo, respirei fundo e fui para a sala. Tremia tanto que pensei que derrubaria o bolo, fui rezando pra não tropeçar nos meus próprios pés. Quando entrei na sala todos me olharam. Andei em direção ao Tate e parei em frente a ele, minha voz sumiu... Ele estava dando aquele sorriso torto que eu tanto amava.

– Mas que surpresa agradável, bolo de cenoura! Vejo que se lembraram de mim, mesmo depois de tanto tempo. E você Violet, se tornou uma bela moça!

Ele disse mesmo isso? Abana...

A cena devia ser patética. Eu ali, parada como uma estátua, babando picas, segurando um bolo e tremendo mais que vara curta.

– Violet sirva o bolo que você fez. Deve estar saboroso! – Foi a madrinha quem me acordou e me fez voltar a realidade.

– Nanananana veveveve...- Parei! Respirei fundo e graças a Deus a minha voz voltou. - Na verdade a idéia foi da Rafa e a Ale também ajudou a fazer o bolo.

Depois que eu disse isso larguei o bolo nas mãos da Rafa e subi correndo para o meu quarto.

Alguém estava batendo na porta...

– Pode entrar - era Ale, ela sentou-se ao meu lado na cama e ficou me observando como se quisesse arrancar os pensamentos da minha cabeça!

 - Foi um mal estar Ale, mas agora eu estou melhor.

Ale me conhecia muito bem, ela sabia que eu estava escondendo algo dela.

- O que foi que você viu Violet? Você ficou branca como papel, achei que ia desmaiar. Me conta o que aconteceu, sei que não foi só um mal estar.

- Quando eu entrei na sala já não me sentia bem e quando eu vi o Tate ficou tudo escuro, a única coisa que eu via era o fogo a nossa volta, tão quente, tão sufocante. Mas foi rápido, apareceu e sumiu no mesmo instante. Foi como no sonho, porém dessa vez eu não estava sozinha e sim com ele...

- Cruz credo! Ouvindo você falar assim até eu fiquei com medo. Vou pedir à madrinha para...

- Não! Não fale nada do que eu te contei pra ninguém. Ou eu nunca mais te conto nada. Para todos os efeitos eu só tive um mal estar.

 - Tá bem, não se preocupe, não vou dizer nada.

- Eu acho que você deve descer e pedir desculpas por mim, diga a eles que eu já estou bem e não quero mais falar sobre isso.

Ale não disse mais nada, levantou-se e saiu do quarto me deixando sozinha. Deitei e tentei dormir um pouco.

*

Eu vi a noite cair pela janela do quarto e levantei para fechá-la. Resolvi criar coragem e descer para o jantar. Ale foi a primeira a me ver, estava pondo a mesa.

- Como você está?

- Estou bem. Onde estão os outros?

- Estão todos na sala conversando, a Rafa não saiu da volta do Tate nem um minuto, está encantada com as novidades que ele trouxe.

- Eu vou buscar os talheres para ajudá-la.

Fui na cozinha e comecei a contar os talheres: “agora somos doze, ainda bem que a madrinha tem talheres extras”.

- Onde ele vai sentar? – perguntei ao voltar à sala de jantar.

- A madrinha quer que ele se sente ao lado dela. Acho que agora está tudo pronto. Venha vamos chamá-los.

Quando entramos na sala estavam todos olhando um álbum de fotos, eram fotos da madrinha, do Tate, dos nossos aniversários; mas todos param de falar no momento em que chegamos.

- O jantar está servido – eu comecei – e antes que me perguntem, eu já estou bem.

Todos se dirigiram para a mesa do jantar e todos sentaram em seus lugares de costume, inclusive eu e o Jonas que sentávamos um de cada lado da madrinha. Tate ficou de pé e falou:

- Jonas se você não se importar gostaria de sentar ao lado da minha mãe.

- Não, tudo bem. – Jonas respondeu e tentou disfarçar a falta de vontade de trocar de lugar e sentar lá no fim da mesa.

Então o Tate sentou-se no seu lugar, que era bem na minha frente e me deu aquele sorriso torto que eu tanto adorava. Não preciso nem falar né, não deu pra eu comer direito. Não entendia porque ele me perturbava tanto.

Rafa conversava com ele o tempo todo, lhe oferecendo de tudo o que havia na mesa. Ela ainda era boba, muito boba por ele. Ale estava sentada ao meu lado e estava muito calada para alguém como ela que estava sempre falando. Eu comi pouco, disse que tava com muito sono e fui pro quarto.

Não tive sonhos, nada de pesadelos, dormi tranquilamente a noite toda. Me levantei cedo, eram seis horas. Resolvi fazer uma surpresa pra madrinha e preparar o café. Comecei a preparar as torradas e de repente ouvi passos, alguém estava descendo as escadas e eu pensei “será que é a madrinha?”. Mas esse pensamento sumiu no momento em que ele parou na porta e ficou me olhando.

Respira respira...

- Senti o cheiro do café e pensei que era a mamãe.

- Ela só vai levantar daqui a algumas horas – respondi desviando o olhar para as torradas. - E você, costuma madrugar sempre?

- Sim, durmo pouco. E já que você está aqui podemos conversar enquanto você prepara o desjejum - ele disse isso e foi puxando uma cadeira para sentar, - que tal me falar um pouco sobre você?

- Falar sobre o quê? Você sabe como eu vim parar aqui, sabe de toda a história.

- Sim eu sei. Mas não estou falando disso. Eu quero saber se a Violet que eu conheci há seis anos é a mesma que está comigo agora aqui na minha frente.

Eu não entendia onde ele estava tentando chegar com aquele assunto.

- Claro, sou a mesma de sempre.

Quando acabei de dizer isso ele começou a rir e falou em tom de desafio:

- Não, eu acho que não.

- Por quê?

- A Violet que eu conheci gostava de mim, mas você me olha como se estivesse me vendo pela primeira vez.

Ele tinha razão...

- Isso não é verdade, é que ficamos muito tempo separados, e você mudou...

- Não mudei – ele me interrompeu – ainda gosto das mesmas coisas, das mesmas pessoas... e você ainda não respondeu a minha pergunta.

- Qual pergunta?

Ele voltou a sorrir e disse:

- Se os seus sentimentos mudaram em relação a mim.

OMG, não estava na minha cara, não?

- Tate, deixa de ser bobo, nós éramos crianças, não sabíamos das coisas.

- Sim, mas não foi porque eu cresci que meus sentimentos mudaram. Isso não é bobagem Vi.

- Você não entendeu o que eu quis dizer...

- Entendi muito bem – ele me interrompeu de novo – você acha que é bobagem gostar das pessoas que gostávamos quando éramos crianças.

- O que eu quis dizer é que é diferente eu gostar da Ale e dos outros, que são pessoas com quem eu convivi a vida inteira e de você que eu passei anos afastada.

- Você deve gostar muito deles.

- São minha família, são meus irmãos e sua mãe é minha mãe também.

- E você me vê como um irmão. – ele disse isso olhando nos meus olhos.

- Nós fomos criados juntos como irmãos, mas agora é diferente...

- Violet é você que está aí, - era a voz da Ale e logo ela apareceu na cozinha. Assim que viu Tate parou e ficou olhando de um para outro. -Acordei e vi que você não estava no quarto, fiquei preocupada

- Estou bem, acordei mais cedo hoje. – “salva pelo gongo, ou melhor pela Ale”. – Senta, já vou pôr o café na mesa.

Tate mudou de assunto e eu suspirei aliviada.


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Notas finais do capítulo

E então o que estão achando? Comentem algo para eu saber hehe Bjs



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