Quarta de tarde, de novo, novamente, outra vez, treino das "Tietes de quinta categoria".

–AVERY!- Melissa gritou de dez quilômetros de distância, ela tinha se identificado comigo, ela era legal e tal, mas tinha uma voz um pouco, vamos dizer, fina.

–Melissa!- falei animada, em encontro ao abraço dela.

–Vou te contar uma coisa, que as meninas queriam te contar, mas só que todas juntas. Está vendo aquele tumulto ali?- ela me perguntou em um tom baixo no meu ouvido.

–Sim, sim.

–Então, sabe quem NÃO é mais líder?- quando ela ressaltou o "NÃO", eu só soube fazer uma coisa, pular e pular muito.

–Meu Deus, nem acredito.

–E sabe quem é a mais nova líder daqui?

–Meu Deus, nem acredito!- repeti, agora com mais animação.- Vamos, quero ver o que vai dar.

Cheguei perto da Evelyn, ela estava totalmente irritada.

–FOI VOCÊ NÉ, SUA VADIA!- ela gritou comigo, e avançou a mão para o meu rosto, mas eu segurei a mão dela, e fui rodando...

–Quem é a vadia aqui?- perguntei, olhando fixamente em seus olhos (de lente), e torcendo o seu braço.

–Para sua vagabunda!- eu soltei-a, e ela quis pular para agarrar no meu cabelo, caímos no chão, e fiquei por cima dela, dei uns tapas no rosto dela, e ela agarrou o meu cabelo.

–Você vai me pagar filha da puta!- ela disse, pegou um maço de cabelo meu, e puxou, fiz uma ação voluntária, dei um soco no olho dela.

–Vai Avery!- gritaram, Rachel, Katy, Melissa e Mary.- Soca ela!- disse outra.

–Hahaha.- comecei a rir, eu tinha saído de mim, não conseguia sair de cima dela. Até ela começar a chorar, e a sangrar.-Agora está bom! Satisfeita.- falei e sai andando.

–Você me paga!- ela balbuciou.

***

–Avery, Avery!- ouvi alguém me gritando, estava descansando um pouco de tarde.

–Oi, Oi!- levantei assustada.

–Avery, olha o que está no. YouTube!- Bryan veio para me mostar um vídeo no seu notebook, era o meu vídeo brigando com a Evelyn.

–O QUE?- gritei.

–Calma, calma! Está fazendo maior sucesso! Todo mundo te apoiando.- ele mostrou-me os comentários.- Agora você está famosa!

–Cara, você está de brincadeira né!- eu estava desacreditada.

–Não.- ele colocou o vídeo novamente.

–Para, tira isso!

–Você é barraqueira hein!- ele disse, e riu.

–Um beijo que é bom nada né.- fiz bico.

–Ah, que fofa.- ele se aproximou e me tascou um beijo, rápido.

–Vamos comer uma pizza hoje?- perguntei depois de um tempo.

–É... Hm... Talvez...- balbuciou.- Não dá!- concluiu.

–Por quê?- perguntei assustada, pelo fato dele nunca recusar um convite desses, ainda mais feito por mim, e porque também ele A-M-A pizza.

–É que... É que eu tenho que ir na casa de Abby!

Eu não gosto desse cara, ele sempre foi contra o nosso namoro, e sempre quer levar Bryan para a farra, etc.

–Caralho, você vai me trocar por ele?- perguntei, indignada.

–Cara, a gente só vai jogar um pouco de ps3.

–Vai, vai. Pode ir.- irritei-me. Pois foi isso que ele fez, deu meia volta e foi.

–AI QUE ÓDIO! AI QUE ÓDIO!- comecei a gritar, e a chutar tudo o que eu encontrava na frente.

Já havia tempo que não via a minha tia, muito menos a minha mãe. A minha tia estava viajando constantemente, e eu acabava ficando sozinha, quando acontecia isso. Comi alguma coisa e vomitei. Ultimamente tem acontecido isso, quando eu brigava com Bryan principalmente. E fui me deitar. Meu celular tocou, uma mensagem.

"Queridinha, seria uma pena se a sua tia descobrisse que você está namorando o filho dela, o seu primo. Mas seria uma pena mesmo! -V"

Oh meu Deus, será que essa pessoa está com falta de dar o rabo? Não para de me encher a paciência, mas como eu disse, vou descobrir!

***

Sexta na hora do almoço fui treinar a torcida, dentro de pouco tempo haveria um campeonato.

–Me mostrem o que sabem fazer!- falei, de frente com todo mundo. Todas se ajeitaram, elas estavam nervosas. Começaram a se atropelar, devia ser por estarem muito nervosas. Comecei a rir. -É isso que aquela oxigenada ensinou para vocês?- perguntei, rindo.

–Sim!- responderam todas.

–Certo então.- fiz uma pequena pausa.- Vou ensinar à vocês como se dança de verdade!- sendo que eu não sabia nem... Nem fazer nada.

***

–Vamos Avery, vamos! Por favor, por mim! Vai ser muito legal!- disse Sophie, quando estávamos na sala, à espera do professor.

–Não, quero ficar em casa.- insisti, depois de um milhão de vezes. Ela queria muito que eu fosse em uma festa, mas não era em Jacksonville, era em uma cidadezinha mais próxima, era uns 30 minutos de Jacksonville.

–Chega de depressão garota! Levanta essa cabeça.- disse, agarrando o meu queixo com o dedo polegar e o indicador.

–Cacete.- sussurrei.- Não é depressão!- expliquei pela milésima vez.

–É sim, mas enfim, dez horas da noite vou te buscar, quero ver você bem gostosa!- suspirei fundo, cansada da insistência, assenti e dei um sorriso fraco.

***

Quando cheguei em casa, Bryan não tinha chegado, ainda! Fiquei esperando ele, acabei cochilando.

–Amor?- acordei com alguém mexendo no meu braço.

–Ah, Bryan.- suspirei.

–Está tudo bem?- ele perguntou, olhando fixamente para mim e segurando o meu braço.

–Não!- respondi, e puxei o meu braço, e subi as escadas correndo.

–O que aconteceu?- ele me perguntou, largou a mochila dele, e também subiu as escadas correndo.

–NADA, NADA!- gritei, e me tranquei no meu quarto.

–Avery, abre por favor!- pediu, batendo na porta.

–Me deixa em paz!

–Abre o CACETE da porta!- falou, e deu um chute na porta, ele estava super irritado, ele saiu andando, ficou um pleno silêncio. Ouvi os passos dele, depois de umas chaves.

–SAI DAQUI!- gritei, quando o vi entrando no meu quarto.

–Não vou sair, enquanto você não me falar o que aconteceu.- ele disse, calmamente.

–Eu, já D-I-S-S-E para você sair daqui.- levantei, com as minhas duas mãos empurrei-o.

–Pra quê isso?- ele agarrou os meus dois braços, e me deitou, e ficou em cima de mim, depois de um tempo soltou os meus braços e eu comecei a gritar.

–ME SOLTA, SEU IDIOTA!- gritei, e comecei a bater no abdômen dele, com as minhas duas mãos fechadas.

–Pra quê isso?- repetiu.

–Pra que isso o que?- perguntei.

–Esse show todo!- respondeu, e arregalou aqueles lindos olhos verdes.

–Só quero que você me solte, só isso.

–Não estou com vontade, quero ficar com você.- disse, e começou a beijar o meu pescoço, de uma forma extremamente sensual.

–Para, eu estou te pedindo!- falei, chorosa.

–Já disse que não!- ele foi descendo cada vez mais, e tirou a minha blusa.

–Para porra!- insisti.

–Não.- repetiu, chegou no meu umbigo, e tirou a minha calça, e logo tirou a minha calcinha e o meu sutiã.- Tá gostando né?- disse, e deu um sorriso.

–Para com isso! Estou implorando!- pedi.

–Arrãm, assim que eu gosto!- e aproximou a boca da minha vagina, e começou a me chupar lentamente, eu não queria começar a sentir prazer naquilo. Pois foi isso que aconteceu, comecei a sentir prazer, muito.

–P... Para.- falei, ele parou.- Continua idiota!

–Ah, você está gostando né.- ele riu, e continuou.

Logo depois, ele começou a me penetrar devagar e a me beijar. Logo, aumentou a velocidade, o que me fez gritar, dando algumas estocadas. Logo depois gozei.

–Te amo. Mesmo você dando esses ataques.- disse, quando gozou. Beijei ele, um beijo calmo, e cai do lado dele.

–Também.- falei, quase sem ar. Ficamos acordados, conversamos um pouco, e logo ele dormiu.

Vesti a minha roupa de novo, e desci devagarinho. Fui na mochila dele, abri, para procurar o celular dele. Tinha acabado de chegar uma nova mensagem.

"Pelo visto você não está sendo fiel à mim!"

Logo chegou outra.

"Ela vai pagar por você."

Resolvi procurar aquela mensagem que ele não havia me mostrado. Ele não tinha apagado porra nenhuma.

"Eu sei que você me ama, meu bebê. Pra sempre. Nós nascemos um para o outro!"

E comecei chorar de raiva. Abri a parte de mensagens enviadas.

"Eu te amo! Amor da minha vida."

Subi correndo, e comecei a gritar.

–QUE PORRA É ESSA AQUI?- joguei o celular dele na cama.

–O que?- ele acordou, assustado, pegou o celular, e começou a ler as mensagens, arregalando cada vez mais os olhos, mudando de cor gradativamente.

–Até alguns dias atrás você dizia que me "amava"!- falei, e fiz as aspas com os dedos, fazendo uma cara de nojo.

–Isso é...

–É PORRA NENHUMA!- interrompi-o, gritando.- SAI DAQUI AGORA!

–Calma, calma! Deixa eu te explicar!

–Não tem explicação.- ele se retirou do quarto, quase chorando. Tranquei a porta.

Abri o meu closet, fui escolher a minha roupa. Passei uma hora escolhendo. Optei por um vestido dourado, com distância do joelho equivalente à um palmo, ou seja, curto, acompanhado por uma sandália de salto preta. Ainda era sete da noite, resolvi deitar um pouco, e assistir tv, acabei tirando um cochilo. Quando acordei já era oito da noite. Levantei correndo, e fui para o banho, e me arrumei. Quando eu desci para esperar Sophie, ela já estava lá.

–Que gata hein! Eu pegava.- ela falou em um tom de sarcasmo.

–"Hahaha", muito engraçada. Mas obrigado! Vamos.- debochei, dirigindo-me à porta.

–Dirige para mim, Avy.- ela falou quando adentramos o carro.

–Por que tem que ser eu?- fiz cara de choro, tudo farsa.

–Vai logo Avery.

Entrei no carro e segui viagem. Já havíamos saído de Jacksonville. Estávamos em silêncio, em um pleno e tortuoso silêncio.

–Vai ter algum gatinho lá?- perguntei, para tirarmos aquele silêncio.

–Claro né, você acha que eu iria te levar para um lugar de gente feia?- ela falou, e eu ri.

Do nada senti alguma coisa estranha, estávamos em uma reta, ou seja, aumentei um pouco mais a velocidade.

–Sophie tem alguma coisa acontecendo!- falei, entrando em desespero.

–O que quê está acontecendo?

–Não sei. Meu Deus!

–DIMINUI A VELOCIDADE SUA LOUCA!- ela gritou comigo, como se eu tivesse alguma culpa nisso tudo.

–ISSO QUE EU ESTOU TENTANDO FAZER!- de uma hora para outra o pedal do freio soltou e eu perdi a direção do carro.

Tudo começou a ficar es