Sim, vadias estão em todos os lugares, pelo incrível que pareça, com duas semanas de namoro, tiveram, (sem exagero), mais de vinte pessoas querendo acabar com o meu namoro, principalmente a Evelyn e a Victoria (detalhe, sempre juntas). Foi em uma terça-feira que eu vi convenção de gente enjoada, aquelas pessoas que ficam no shopping o dia inteiro. Mas enfim, tinham me chamado para ser aquelas tietes de futebol, mas eu só estava me arriscando, (me arriscando não, arriscando a Evelyn, porque se der mole raspo a cabeça daquela garota), porque Bryan recentemente tinha entrado para o time de futebol, e consequentemente, começou a aparecer garota até do além para se atirar em cima dele.

–Bryan, ah não. Eu não quero ser tiete de futebol.- insisti.

–Ah amor, vai sim!

–Mas eu não me aguento ver aquelas piranhas dando mole pra você.

–Ah... Isso que dá ser gostoso!- disse rindo.

–Ai meu Deus! Depois dessa, tchau.- falei, fazendo cara de nojo, e sai andando em direção à sala.

–Volta aqui amor!- ele me seguiu, e me agarrou pela cintura.- Você sabe que eu sou seu né.

–Não, agora me solta!- desvencilhei-me, e fui para o meu quarto. Como ele é muito chato continuou me perturbando, o resto do dia.

***

De manhã bem cedo, ele foi me chamar, para ir nesse treco, o que não está muito de minha vontade né, mas tudo bem.

–Vamos amor, animada?- perguntou, expressando total bom humor, diferentemente de mim.

–Você quer sinceridade, ou quer que eu te engane e tal?- ironizei.

–Ai Avery, melhora esse humor, antes que eu enfarte.- bufou, enquanto entrávamos no carro.

–Cara não dá. Agora, se eu arranjar treta com alguém lá, não reclame.

–Tá bom.- respondeu, sem dar muita bola ao meu aviso. AVISO!

***

Quando cheguei no treino "Das tietes de quinta categoria", Evelyn, para variar estava gritando com os capachos dela.

–VOCÊS SÃO UMAS IDIOTAS!- foi a primeira coisa que ouvi logo quando cheguei, ela me metralhou com o olhar de "Vou te matar, eu que mando nessa porra", o que não me intimidou. Ela saiu da onde ela estava, (nem sei pra quê tanto esforço), e foi em minha direção.- Olá vadiazinha, estou aqui para fazer de sua vida um inferno.- ela voltou para xingar, ops, treinar as garotas. Quando ela repetiu algumas palavras da tal "-V", me causou arrepios, é como se aquela mensagem tivesse sido enviada por ela, mas só pelo fato de ela ser loira (ainda por cima, oxigenada) descartei a ideia, por mais que eu tivesse lá os meus motivos para desconfiar dela. Fui ao vestiário trocar-me, voltei para o campo, e parei ao lado da Evelyn, enquanto ela contava os passos "sincronizados" (parecia mais um bando de macacos dançando na corda bamba do inferno).

–Onde que eu entro nessa merda?- perguntei à capitão do "time".

–Você está aqui para fazer o que?- ela perguntou, olhando para mim, parecendo que eu estava com uma placa escrito: " Sou uma débil mental".

–Para dançar?- perguntei meio que afirmando.

–Sim, então vai fazer isso. Sua... Sua...- ela ficou olhando para mim de cima para baixo, procurando alguma coisa para falar de mim, e eu olhando para ela com cara de tacho.

–Sua o que?- perguntei, querendo que ela me desse um pequeno motivo para eu "esbarrar" a minha mão "acidentalmente" na cara de bunda dela.

–Sua idiota!- concluiu.

–Ai que fofa.- ironizei.- Te enxerga garota!- prossegui o meu caminho junto das garotas. Fiquei do lado de uma garota que não era estranha para mim.

–VAMOS SUAS IDIOTAS!- gritou novamente a capitã do "time".

–Vai tomar no cu.- murmurei, a tal garota ouviu.

–Oi, meu nome é Elizabeth.- ela se apresentou.

–Oi, meu nome é Avery, prazer.- apresentei-me.- Ela é assim sempre?- perguntei, e ela balançou a cabeça positivamente.

–Infelizmente.- e fez uma careta de triste.

–Alguém aqui gosta dela?

–Não, só ela mesmo. Ela é super intransigente, rígida. Entre outras "qualidades".- ela fez aspas com uma das mãos.

–Nunca pensaram em escolher outra capitã?- perguntei, já dando uma sugestão.

–Não, ninguém tem coragem. Ela é capaz de fazer qualquer coisa para foder com a nossa vida, se disserem que se ela der cambalhota no colo do capeta vai foder com a gente, ela faz.

–Incrível. Eu acho que te conheço de algum lugar.

–Sim, eu estava com o seu primo no dia que deu uma confusão entre o Diego e ele.

–Ah sim! Recordei.- ficamos em silêncio, eu estava viajando, enquanto alguns "bonequinhos de pano" andavam de um lado para o outro, igual a uma barata que acabou de inalar uma grande quantidade inseticida. Depois que acabou a tortura, fui até a um grupo de garotas que estavam cochichando algumas coisa, mas percebi que estavam falando da Evelyn.

–Oi, sou nova aqui. Meu nome é Avery!- apresentei-me, elas olharam para mim.

–Oi, eu me chamo Katy.- ela era morena, lindos olhos castanhos, tinha um nariz pontudo, uma pequena pinta acima dos lábios, grandes cílios, não era muito alta.

–Rachel.- falou outra. Essa era muito alta, morena, rosto com uma pele de bebê, deveria ter em torno de 18 ou 19 anos, olhos castanhos também, e com uma cintura perfeita.

–Mary.- essa tinha lindos olhos azuis, pele clara, lábios rosados, bochechas idem, tinha um sorriso branco que me cegou, baixinha, não tinha um corpo de capa de revista, mas tinha um corpo perfeito, cada curva preenchida perfeitamente.

–Melissa.- apresentou-se a última. Ela tinha uma pele clara, rosto vermelho (acho que é por ela ser tão branca), olhos verdes, cabelo loiro (original), acho que ela é a mais nova do grupo, deveria ter uns 14 ou 15 anos.

–Então, o negócio é o seguinte, vocês gostam da Evelyn?

–NÃO!- disseram as quatro em coro.

–Legal, que tal fazermos um baixo assinado contra essa oxigenada?- propus à elas.

–Seria uma ótima ideia.- concordou Melissa.

–É... Mas... Quem seria a outra capitã?- perguntou Rachel, essa era uma ótima pergunta. Ficamos conversando durante um bom tempo.

–Você poderia ser a nossa capitã, você é bem calma e centrada.- sugeriu Katy, mas ela ainda não me conhece para dizer isso. Eu somente assenti e sorri.

–Mas as outras pessoas nem me conhecem, não sei se todos concordariam!- eu estava satisfeita com a ideia.

–Vamos fazer a cabeça de todos né garotas!- Melissa falou com total entusiasmo, a voz dela era fina, MUITO FINA, me irritava.

–Vamos, claro!- falaram todas, com uma voz firme e determinada.

–Ótimo, quando ajeitarem tudo me avisem.- anotei o meu celular em um papel e dei para a Mary.-Bem vou indo, aula agora! Até mais meninas.- elas se despediram de mim, e eu segui o meu rumo.

Na hora em que sai, fui embora com Bryan, por mais que ele estivesse me irritando.

–Então, como foi?- ele me perguntou, à caminho de casa.

–Foi assim...- parei de falar para ver o que ele iria dizer.

–Maravilhoso?-tentou.

–Ridículo, com "R" maiúsculo.- concluí.

–Ah não fala assim amor. Pense pelo lado bom, quando tiver campeonatos em outras cidades, você irá me acompanhar.

–É... Bem... Verdade.- dei o baço à torcer.- Mas eu tenho uma... "Coisinha" para te contar.

–Puta que pariu...- ele fez uma pequena pausa, menor do que de costume.- O que é que você fez?- ele inspirou todo e pouco ar do ambiente, e o soltou.

–Bem, vamos dizer que, a Evelyn não é mais a capitã. Tecnicamente falando.- ele olhou pra mim, desacreditado.

–Por que raios você fez isso?- ele me perguntou ainda atordoado.

–Eu disse, eu te avisei, agora não reclama.

–E agora eu que vou te avisar: aquela garota é um perigo iminente.

***

Eu não tinha ficado com medo dela, e tal, mas eu não gostava dela, por ela ser... Ser... Ela! Simplesmente, por ela ser ela, por existir, por respirar. Mesmo eu descartando a ideia de que "-V" seja ela, vou tirar a prova dos nove.

***

De tarde, fiquei deitada na cama de Bryan, enquanto ele tocava o seu violão, algumas músicas que eu tinha pedido à ele.

–Vou tocar uma música que sempre quando ouço, me faz lembrar você.

–Qual é?- perguntei.

–Wonderwall, Oasis.

–Today is gonna be the day

That they're gonna throw it back to you

By now you should've somehow

Realized what you gotta do

I don't believe that anybody

Feels the way I do

About you now

Backbeat the word is on the street

That the fire in your heart is out

I'm sure you've heard it all before

But you never really had a doubt

I don't believe that anybody

Feels the way I do

about you now

And all the roads we have to walk are winding

And all the lights that lead us there are blinding

There are many things that I'd like to say to you

But I don't know how

Because maybe

You're gonna be the one that saves me

And after all

You're my...- ele fez uma pausa.- Espera ai, meu celular está tocando.- ele sacou o celular do bolso, era uma mensagem.

–O que foi amor?- perguntei, quando notei sua feição de espanto.

–Nada, nada.- ele tentou disfarçar.

–Arrãm, sei. Posso ver?

–Ah, já até exclui deixa.- ele me respondeu como se eu fosse uma otária.

Ele ia ver só se eu não ia ver essa mensagem.