Entre Dois Mundos escrita por Malu


Capítulo 2
Sophie Burton


Notas iniciais do capítulo

Bem, agora a história começa. Espero que gostem. Boa leitura!



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Amanhã ia ser meu aniversário de 11 anos. Estava ansiosa, pois seria quando eu receberia minha carta de Hogwarts. Meu pai disse que é quase certo que eu receba, considerando que sou filha dele e que tenho certeza que sou bruxa. Mas meu pai, não sei porque, não fala muito sobre isso. Sempre que toco no assunto parece ele fica meio que com medo. Será que ele acha que sou um aborto? Não pode ser...

Bem, vou me apresentar.

Meu nome é Sophie Burton e eu tenho 10 anos. Moro com meu pai em um pequeno apartamento em Londres. Ele tem uma pequena loja de poções no Beco Diagonal, mas mantém um pequeno escritório em casa de auxílio em arquitetura. Ele diz que sempre amou esse assunto e não consegue se afastar dele, ainda mais porque diz que foi assim que conheceu minha mãe.

Ah, minha mãe. Não faço ideia de quem ela seja. Acho que ela morreu. Meu pai não gosta de falar sobre ela. A única coisa que sei é que ela era linda, inteligente e americana. Meu pai estava a estudos por lá, morou lá por dois anos. Em uma palestra sobre a arquitetura Greco-romana, conheceu a mulher linda que se tornou amor de sua vida. Depois dela vieram algumas outras namoradas, mas ele nunca conseguiu esquecê-la. Depois que eu completei 5 anos, ele nunca mais trouxe nenhuma mulher para casa. O que eu achei ruim, pois queria que ele encontrasse uma mulher para ficar ao seu lado, ainda mais agora que vou para Hogwarts e ele vai ficar sozinho.

Falando um pouco do meu pai, ele é um nascido trouxa, ou seja, nasceu bruxo em uma família não mágica. É um homem bem inteligente. Mora sozinho desde os 15 anos, quando seus pais se mudaram para os Estados Unidos junto com seu irmão. Como passava a maior parte do tempo na escola, não ligou muito. Aprendeu a se virar sozinho, a cozinhar, a lavar, a arrumar… É só por isso que não estou tão preocupada em deixar ele sozinho. Como já disse antes, tem uma paixão por arquitetura e pela arte Grega.

E agora eu. De novo. Sou loira e com os olhos acinzentados, coisa que herdei da minha mãe. Tenho uma altura mediana e corpo atlético. Tenho aulas em casa com meu pai, ele disse que é o normal para pessoas como eu. Ele disse uma vez também que era perigoso para mim lá fora, porque ainda sou criança e não sei me controlar muito bem. Achei um pouco estranho, mas tudo bem. Talvez por influência do meu pai não sei, mas eu também adoro arquitetura e artes. Ele diz que sou bem inteligente para a minha idade. Porém eu tenho dislexia e TDAH, então não sou de ler muito nem de ficar muito tempo parada.

Enfim, voltando para a véspera do meu aniversário. Papai havia prometido me levar para um passeio no Beco Diagonal. Ele parecia um pouco nervoso. Eu estava muito anciosa, o que era pior para a minha hiperatividade. Passei a manhã toda andando de um lado para o outro na sala. Meu pai estava com um cliente no escritório e eu morria de vontade de entrar lá para ver o projeto, mas não podia.

De tarde, peguei um lápis e um caderno e fui desenhar. Desenhei eu e meu pai juntos. Depois, desenhei uma coruja. Ah, eu amo corujas. Não temos nenhuma pois ela faria muito barulho e chamaria atenção. Corujas são o símbolo da inteligência. Não costumo pintar meus desenhos. Coloquei dentro da minha pasta. Já estava anoitecendo quando eu terminei.

Meu pai pediu uma pizza de muçarela para a gente. Ainda estava agitada, por isso nada de refrigerantes ou doces. Com antecedência, fui arrumar minha mochila, não gostava de sair sem ela. Coloquei uma troca de roupa, uma garrafa de água, um caderno e um lápis para o caso de eu querer desenhar. Não tinha muita coisa para levar, era mais para trazer para casa algo que eu comprasse.

Não conseguia dormir, mas sabia que era necessário. Não queria estar com olheiras no dia do meu aniversário. Esperava conseguir dormir um sono sem sonhos. Infelizmente, mais uma vez eu não consegui.

Mais uma coisa sobre mim. Costumo ter vários pesadelos. Nunca fazem sentido, mas não foram poucas as vezes que acordei assustada e ofegante. Normalmente envolviam criaturas estranhas. Também aparecem aranhas. Acho que devo dizer que tenho um medo mortal de aranhas.

No meu sonho estranho, estava sentada na sorveteria com meu pai, tomando um sunday grande de chocolate com pedaços de bombom. Estava muito feliz, rindo, quando percebi um pequeno movimento na taça. Algo escuro se mexia dentro dela, derrubando um pouco de sorvete na mesa. Um grito aterrorizante saiu da minha garganta ao perceber que os bombons tinham perninhas pretas e peludas. Elas começaram a sair do meio do sorvete e vir na minha direção. Foram crescendo conforme se aproximavam da beirada, suas presas estalando e fazendo barulho. Meu pai não estava mais alí e eu estava completamente sozinha com aqueles monstros. Uma aranha gigantesca se aproximava de mim a passos lentos. Não sei se isso é possível, mas ela parecia sorrir para mim. As outras já estavam em todo o chão e começavam a subir pelas minhas pernas. Eu estava congelada.

– Sophie! Sophie, minha linda, acorde! Feliz aniversário! - meu pai me sacudia. Meu pijama estava encharcado de suor. Havia sido apenas um sonho. O sol entrava fracamente por uma fresta na cortina.

– Bom dia, pai. Que horas são?

– São 7 horas ainda. Você estava se remexendo muito na cama, então resolvi te acordar. Estava tendo algum pesadelo?

– Aranhas, de novo. Por que elas me perseguem?

– Elas não te perseguem, minha linda. Você é que tem medo delas. É só coisa da sua cabeça. Por que as aranhas perseguiriam uma garota tão linda?

– Eu queria saber…

– Mas não vamos falar sobre isso agora. Hoje é seu aniversário. Vamos comemorar!

– Mas é claro!

Fomos atá a cozinha, onde meu pai havia preparado um café da manhã maravilhoso para mim. Chá, ovos mexidos e torradas com geleia de morango. Não era muita coisa, mas meu pai tinha preparado com pressa, pela hora. E estava ótimo. Meu pai era um ótimo cozinheiro. Ele não comeu muita coisa, apenas uma xícara de café e uma torrada. Ele parecia mais nervoso que o normal. Eu estava eufórica. Era hoje que eu ia receber minha carta de Hogwarts. Passei a manhã toda andando de um lado para o outro no meu quarto, imaginando como uma coruja deixaria uma carta lá. Talvez fosse por isso que meu pai estava tão nervoso. Pouco antes do almoço ele foi me chamar.

– Vamos indo, filha? Vamos almoçar fora hoje.

– Vamos fazer um piquenique em um parque?

– Acho melhor não. Não queremos que nada aconteça no dia do seu aniversário, não é?

– Tudo bem então. Vamos logo! - as surpresas estavam prestes a começar.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Espero que tenham gostado. Comentem, por favor. Críticas são sempre bem vindas! ^^



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