POV’ Henry

Eu não sei o que eu havia feito na vida que eu nunca tinha sorte, e não era em uma coisa só, eram em todas as coisas, eu sempre fui o azarado, nunca fiz nada direito, mas como eu não tomei cuidado com a garota que eu amo e que era minha?

A resposta era simples, o anjo caído já tinha fincado suas garras nela desde quando ela tinha nove anos de idade, quando Sebastian descobriu isso ele falou com o meu pai e ele me deixou frequentar a casa de Sebastian.

Eu estava morrendo de raiva, e a única coisa que farei direito na vida e terei êxito é em matar esse maldito anjo caído e ter Annabeth de novo.

Onde eu estava para estar assim morrendo de raiva?

Eu estava empoleirado na janela de Annabeth e vi-a sentada no colo de Baruch, envolvendo a cintura do anjo caído com as pernas e ambos estavam perdidos em um beijo bem caloroso.

Ele havia tirado a camisa dela, deixando ela somente com um shortinho, a atadura que estava bem grande e um top preto. As mãos de Baruch exploravam a cintura de Annabeth.

Annabeth estava com as mãos dentro da camisa de Baruch, e quando as mãos dela acariciaram o centro das costas dele ele gemeu e começou a beijar a curva do pescoço de Annabeth, que estava derretida nos braços dele, vulnerável a ele.

Eu não aguentava ver Annabeth ficar tão vulnerável a algo tão... Demoníaco, por que de um jeito ou de outro, ele era um anjo, mas quando caiu ele ficou na prole mais demoníaca que existe.

Eu queria entrar no quarto e esquartejar o maldito, mas eu não era forte o suficiente, e eu sei muito bem quem poderia me ajudar com isso.

Desci da janela e me afastei da mansão, indo em direção à casa de Sebastian, eu iria beber do Cálice Demoníaco, iria ser tão forte quanto ele, eu teria satisfação de fazer algo certo em minha vida, eu estarei protegendo Annabeth de algo que é cego para ela agora, mas no futuro irá destruir ela.

Imaginei um futuro próximo, Baruch e Annabeth, sentados em uma praia deserta, com uma criança de cabelos negros e olhos dourados correndo pela água.

Annabeth estava com os olhos dourados e suas veias pulsavam um dourado pálido a cada minuto, seu corpo estava fraco, e veias pretas estavam instaladas em suas costas, como se fossem um par de asas. Suas runas estavam desaparecendo a cada minuto, como se o sangue tirasse a cor delas a cada hora.

Baruch estava abraçando Annabeth, ambos estavam maravilhados com o demônio que estava correndo feliz pela praia, e vi asas negras saírem da criança, a deixando-a mais assustadora.

As veias pretas se alastraram, foram indo em direção ao seu pescoço, ela começou a tossir e um sangue negro saiu de sua boca, ela estava se afogando no veneno que o demônio havia deixado em seu corpo, até que mais duas tossidas violentas, Annabeth ficou flácida nos braços do anjo, e ele começou a gritar o nome dela, enquanto a vida saia dos olhos dourados de Annabeth.

Balancei a cabeça tirando a imagem da minha cabeça, eu não iria deixar Baruch fazer isso com ela, se um dia ela fosse ter um filho, seria o meu filho, e não o de um demônio.

Meus pensamentos foram pausados por um choro agoniado que não estava muito longe de mim.

Segui o som e me deparei com uma anja, que estava caída, toda machucada e suas asas brancas haviam sido dilaceradas.

Penas brancas ensanguentadas estavam por todos os lados, sangue dourado em todos os lados, seu rosto estava ilegível, seus braços estavam todos arranhados, eu não consegui nem identificar a anja de tão destruída que ela estava só consegui distinguir sua pele branca e cabelos loiros, eu hesitei em ajudar, mas eu tinha verdadeiro ódio por anjos, me virei e deixei a anja agonizando, eu não virei para trás.

Andei mais rápido e cheguei à pequena casa de Sebastian depois de dez minutos, e o encontrei com o Cálice que brilhava com um toque suave branco sob a lua que estava no alto, já era noite, e só a lua iluminava o céu.

Um sangue negro e lamacento estava dentro do Cálice e eu fiquei com muito nojo daquela coisa, mas eu estarei fazendo isso por Annabeth.

Sebastian me obsevou com certa ansiedade com seus olhos negros, seus cabelos estavam mais pálidos ainda á luz da lua, e ele usava roupas escarlates, como um uniforme de combate, só que do exercito dele.

Ele estava sentado na frente da casa, com uma mecha dourada com um cacho, e não tive duvidas de que era o cabelo de Annabeth, e ele queimou quando Sebastian o aproximou do liquido preto do Cálice.

“Olha quem deu à cara a tapa.” Disse Sebastian e captei a súbita raiva dele.

“Eu vim aqui para proteger Annabeth, mas não tenho força o suficiente para proteger ela.” Eu respondi, sem rodeios e o olhar de Sebastian se iluminou e ele veio na minha direção, balançando o liquido negro e lamacento dentro do cálice.

“O anjo esta com ela?” ele perguntou e um sorriso apareceu em seu rosto quando eu assenti com raiva, fazendo meus cabelos caírem na frente de meus olhos.

“Isso está além da proteção. Você esta com inveja dele, por ter ela na mão enquanto você nunca teve o amor verdadeiro dela.” Ele respondeu e riu.

“É parte disso também, então vim fazer um juramento de fidelidade a você. Tenho que ter força suficiente para matar ele.” Eu falei e Sebastian se concentrou em mim, e eu coloquei um joelho no chão, e o outro eu apoiei o braço e abaixei a cabeça.

Eu sabia o que Sebastian era, e sabia que se eu bebesse do cálice, eu teria uma aliança demoníaca, mas eu estava fazendo isso por Annabeth, Baruch não iria tocar mais nela, era só uma questão de tempo até eu conseguir derrubar ele.

Sebastian fez um sinal para eu me levantar e me ofereceu o cálice, que peguei sem hesitação.

Comecei a beber do liquido preto e lamacento, que descia queimando minha garganta, entreguei o cálice a ele e tossi, era agonizante, parecia que meu corpo estava em chamas, tudo estava queimando, olhei para minha runa na minha mão e ela começou a desparecer, como se fosse areia ao vento.

Cai de joelhos e minha visão ficou preta por alguns segundos e a queimação parou, me senti mais ligado do que nunca a Sebastian.

Agora você me pertence, e será fiel a mim até os últimos dias de sua vida. A voz dele ecoou em minha mente e eu assenti feliz.

Eu não consegui negar a ele, os meus pensamentos se clarearam, me sentindo grato a Sebastian e senti que ele era o meu superior, eu comecei a me sentir mais calmo ainda.

“Agora, você irá voltar e achar a anja que você deixou agonizando e você irá fazer ela cair.” Sebastian disse e tudo na minha mente começou a berrar, mas nem metade das coisas que estavam berrando conseguiu sair, e ao contrario do que eu queria falar saiu da minha boca.

“Com prazer.” Eu falei e segui marchando para a floresta, mesmo minha mente gritando em negação, me senti superior ao anjo e isso me motivou ainda mais a fazer a criatura perder o lugar divino que ela tinha no céu.

Depois disso, eu ia pegar Baruch e trazer Annabeth, para fazê-la tomar do cálice e ser minha e isso era somente uma questão de tempo.