Jace havia prometido que não sairia novamente sem avisar. Porém hoje, o conselho da Clave decidiu que Jace - dada as circunstâncias passadas e atuais – não poderia se aventurar em missões atrás de Clary ou Sebastian. Ele sabia que a Clave não estava se importando muito com o que ele achava, então pensou que eles não deveriam se importar com o fato dele não se importar com o que eles diziam. O único motivo para que Jace ter esperado por quase o tempo de um mês inteiro, era que em todas as suas tentativas de sair, ele acaba cercado por todos os tipos de demônios que podiam. O irmão Zachariah explicou que era devido ao fogo celeste – mas uma vez o bendito – que de alguma maneira atraía as forças demoníacas para perto. Era como se a chance que tivessem para acabar com toda energia angelical do mundo fosse tentadora apesar de que os demônios acabavam muito mal. Mas depois da decisão tomada pela Clave, ele não poderia esperar. Alec e Isabelle haviam sido de grande importância em suas lutas nas tentativas de sair do Instituto, ainda assim Jace sabia que eles não aprovariam a idéia. Além do mais, dificilmente Alec conseguiria se decidir sobre ir ou não à casa de Magnus Bane. E mesmo se concordassem fariam várias perguntas sobre o quê ele iria querer com o alto bruxo do Brooklyn.

Foi fácil sair do Instituto. Difícil foi chegar a casa do alto bruxo. Jace hesitou lugares muito movimentados e usou a runa da invisibilidade. Mas nada evitou que dois demônios Shax aparecessem para uma batalha. O estranho sobre eles era que eram demônios que farejavam o que fez Jace suspeitar que alguém o estivesse perseguindo. O primeiro avançou e foi derrubando com o lançamento da sua estela, o demonio se contorceu até cair e sumir, deixando apenas fumaça negra para trás. O segundo, era relativamente maior e exigiu de Jace um contato mais próximo. Ele agarrou Jace pela garganta fazendo-o apelar por um rolamento no chão e em seguida o golpe de uma lamina que acertou o que deveria ser o coração do demônio, se é que essas coisas tinham um.

Não muito mudou na casa de Magnus desde a primeira vez que Jace estivera ali. Jace usou uma runa de abertura para passar pela porta da frente e subiu pelas escadas, tocando a campainha do apartamento. Era mais seguro dessa maneira porque Magnus poderia estar jogando vídeo game nu ou realmente qualquer outra coisa. Magnus abriu a porta abruptamente, parecendo estar furioso. Ele estava vestindo um roupão de seda preta, seus pés descalços, seu cabelo escuro emaranhado.

“O que você está fazendo aqui?

“Nossa” disse Jace “Como você é acolhedor!”

“Isso é porque você não é bem vindo.”

“Eu pensei que fôssemos amigos.” Disse Jace

“Não, você é amigo do Alec, Alec era meu namorado, então eu tinha que lidar com você. Mas agora ele não é meu namorado então eu não tenho mais que lidar com você.”

“Eu acho que você deveria voltar com o Alec.” Jace disse

Magnus olhou para ele.

“E por que diz isso?”

“Porque ele o ama.” Respondeu o garoto louro como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e então empurrou mais a porta passando pelo bruxo que o seguiu e se deitou no sofá.

“Você fala isso como se só o amor bastasse.”

“E não basta?” ele rebateu fingindo inocência “Alec errou, mas está muito arrependido e triste também.”

Magnus rolou de costas e colocou os pés em cima do braço do sofá. “Porque você se importa com a tristeza de Alec?”

“Porque eu me importo?” Jace falou, tão alto que o Presidente Miau saiu do sofá e caiu no chão. “Claro que eu me importo com Alec; ele é meu melhor amigo, meu parabatai. E ele está triste. E você também está, pelo jeito das coisas. Recipientes de comida para viajem por tudo, você não fez nada para arrumar o lugar, seu gato parece morto.”

“Ele não está morto.”

“Ainda.” Acrescentou Jace “Mas se continuar assim ele vai arrumar suas bolas de pelo e vai embora.”

“Não seja ridículo Herondale.”

“Nem se tentasse.” Jace riu e o bruxo revirou os olhos

“Agora, me diga logo o que quer. Pois não creditaria se dissesse que veio aqui apenas com o propósito de fazer campanha para minha volta com Alexander, ou até mesmo para falar do meu gato.”

Jace finge falsa decepção “Lamento que pense algo tão mal sobre mim. Mas temo que tenha razão. Tem algo que quero de você, ainda assim estarei disposto a recompensá-lo ao fim de tudo.”

“Se for para tentar localizar a Clarissa, sinto informar...”

“Sim, eu sei que a Clave já pediu para que o fizesse, mas sem nenhum bom resultado. Mas também não é isso que eu quero.”

“Algum tipo de feitiço para boas maneiras ou para diminuir arrogância?” ironizou Bane

“Duvido que até mesmo você com suas singulares capacidades místicas pudessem obter algo como isso.” Jace riu, um sorriso que não tocou os olhos “O que quero é que você ache alguém.”

“Como assim?”

“Quero que me ajude a conhecer uma pessoa muito importante. Você a conhece, suponho.”

“E quem seria essa pessoa? E porque você mesmo não o faz?”

“Porque talvez a minha figura não traga uma imagem de sucessões maravilhosas. E você é o melhor com isso, pois já conhece esta há muito tempo. Talvez um telefone seu e pronto”

“Quem?”

“Tessa Gray”