A Festa escrita por Tessa Herondale Carstairs, Tadashi


Capítulo 14
Faça uma pose p. 2


Notas iniciais do capítulo

*Disse que ia programar, nunca disse pra quando.*
Oie! Como estão indo vocês?
Continuação do capítulo q está quase tão grande quanto :v
Boa leitura sweeties :3
*Ah, imagem especial no final. Já que eu praticamente não descrevi a Mel e o Juan ainda, resolvi colocar eles ali, feitos num avatar creator. No próximo sim eu coloco o gif da Mel, que aliás já tá pronto :p *



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(POV Clary, continuação~~)

... "Dá-lhe século dezenove -Izzy murmura com interesse, arqueando as sobrancelhas enquanto avalia atentamente a foto."

A outra Isabelle também entra no quarto, e vendo a cama na qual Camillie se encontrava ela se deita ao lado da mesma, somente nos dizendo boa noite.

Eu e Isabelle rimos quando troco de página, já que no mês de setembro nos encontramos olhando de cima um Magnus muito atirado e provavelmente muito cansado. A julgar pelos olhos fechados e a boca aberta, era fácil identificar que ele estava dormindo. E roncando. Ele estava completamente esparramado em cima da cama, e era possível imaginar que logo um fio de baba estaria escorrendo pelo seu queixo. Que sedutor, Magnus. Realmente.

Em novembro estava Gabriel, escorado no que eu creio que seja a parte de dentro da porta do quarto deles, ruborizado e com uma cara de apavorado. A julgar pela sua posição ele recém havia saído do banheiro, e tinha corrido para o quarto logo em seguida.

– Por que ele está tão apavorado? -Izzy pergunta encarando o peitoral do garoto.

– Eu acho que porque ele não queria ser visto só de cuecas? -falo rindo. Izzy acena com a mão descartando a possibilidade e então muda de página.

– Ei, espera aí! -a voz de Will se torna audível da sala, então Tessa passa correndo por Mellynda, a empurrando para dentro do quarto e fechando a porta. Ela se escora na porta para recuperar o fôlego, e Izzy e eu começamos a rir quando percebemos que ela acabara na mesma posição na qual Gabriel se encontrava na página do mês de novembro no calendário. Até mesmo o rubor era igual.

Devido ao choque Mellynda largara o pote, que agora estava rolando pelo quarto. Com um gesto a colher e o mesmo param e se erguem no ar, indo em direção à ela. Ela olha com seriedade para a jovem até que ela começa a falar.

– Q-que tipo de dama veste este tipo de roupa?! -Tessa exclama apontando para seu corpo. Ela usava a mesma camisola na qual Camillie e as Isabelles se encontravam, somente mudando de cor de uma para a outra. A camisola era curta, cobrindo o comprimento de um short(ainda muito curto) em suas pernas e de alças finas na parte superior, o tecido leve parecia confortável, e o decote era pequeno, de modo a não deixar muito à mostra.

– Ei, Izzy, essas camisolas não são parecidas com aquela sua vermelha? -pergunto me lembrando da que eu vira da última vez em que estivera no quarto de Isabelle no instituto.

– Na verdade, essa que eu estou usando é a minha, deu até para ver a mancha de quando Jace derramou manteiga sobre ela.

– Manteiga mancha? E por que você estava comendo de camisola?

– Aconteceu faz tempo e também não vem ao caso. Enfim, minha querida, se quiser se acostumar com as vestimentas do século vinte e um, é bom não reclamar da camisola -Izzy termina sua frase com um tom misterioso, como se guardando inúmeros segredos sobre as vestimentas do nosso século. Bobagem.

– V-vocês usam este tipo de vestimenta vulgar? -o choque em sua voz tornava a cena absolutamente mais hilária.

– Algumas pessoas. Mas só para dormir -Izzy explica de forma resumida. Nem todo mundo usava só para dormir, mas resolvi não falar nada.

– Primeiro o-os biquínis, agora isto? Temo por mim futuramente -ela continua com certa aversão às nossas vestimentas.

– Tess, você vai simplesmente se trancar aí e não vai mais sair? -Will fala com um tom de voz divertido do outro lado da porta na qual ela ainda estava escorada.

– Boa noite Will -é tudo que ela responde.

– Mas eu queria... -ele se interrompe quando o barulho de outra porta abrindo chega a ser audível até mesmo por nós.

– Vem cara, ela não vai sair -Jace soa cansado, então Will começa a protestar alguma coisa que é cortada pelo bater da porta.

Isabelle e eu nos entreolhamos em silêncio então voltamos nosso olhar novamente para o calendário.

– Gostaram do presente? -Mellynda pergunta parada à nossa frente.

– Adoramos -eu e Izzy acabamos falando em uníssono, enquanto ainda encarávamos a página à nossa frente.

– Mas você não gosta dele? -Izzy pergunta erguendo o olhar da página.

– ...Não. Por que gostaria? -olho para cima ao perceber o quão hesitante ela estava e me encontro encarando um par de olhos brancos. A pupila parecia extremamente negra envolta do branco, de modo que parecia somente uma mancha numa folha de ofício.

– Para quantas cores seus olhos mudam? Até agora eu vi... -paro para tentar lembrar quantas foram hoje -... roxo, na piscina, dourado, um pouco antes disso, hoje à tarde eles ficaram azuis, agora há pouco estavam verdes, agora estão brancos... até agora foram cinco, faltou alguma? -pergunto olhando para Isabelle, tentando confirmar.

– Nunca parei para contar. Sei que são pelo menos vinte e uma, ou pelo menos foi essa a quantidade que Juan contou da última vez em que ele tentou descobrir. Eles mudam quando eu estou feliz, com raiva, com medo, triste, angustiada, impaciente, furiosa, com vergonha, determinada, em pânico, horrorizada, desejosa, rindo, com inveja, com ciúmes, sendo sarcástica, agindo com seriedade, sendo infantil, estando apaixonada... e acho que só.

– Com raiva e furiosa? -pergunto estranhando.

– Com medo e em pânico? -Izzy completa fazendo a mesma expressão de estranhamento que eu.

– Estando apaixonada? Como assim? -Camillie pergunta da cama onde ela estava deitada encarando o teto.

– Desejosa? -Tessa se junta à nós com curiosidade.

– Ah, e quando eu estou chorando! Tinha esquecido dessa. Exatamente isto, quando eu estou com raiva eles mudam para uma cor, quando eu estou furiosa, querendo matar alguém, eles ficam de outra. Quando estou com medo eles ficam de uma cor, quando eu estou em completo pânico eles enegrecem. E sim, amor também muda a cor dos meus olhos. Eu preferi dizer "estando apaixonada", ao invés de só dizer "amor".

– Desejosa? -Tessa pergunta novamente, como se oferecendo a opção.

– Quando fico com desejo de alguma coisa, qualquer ela que seja. Juan já tirou minha paciência o suficiente para meus olhos oscilarem entre a cor do desejo e a da fúria.

– Vontade de matar também conta? -pergunto voltando ao que ela havia falado anteriormente.

– Juan já fez você sentir todas estas coisas? Em um dia só? E sobreviveu?! -Izzy fala com horror.

– Já disse, eles ficam oscilando, Clary. Exatamente Isabelle, ele fez isto, em um dia quando não havia nada para fazermos, e ainda sobreviveu -ela estava explicando as coisas como uma professora faria para sua turma de alunos curiosos. Dividindo a atenção porém sem deixar de responder ninguém.

– Se você tem ciúmes dele é porque gosta dele -a voz da outra Isabelle soa arrastada e sonolenta.

– Bem, isto foi há muito temp...

– Oh, minha querida, todos sabemos que você está mentindo. Pode falar a verdade para elas, creio que elas não se importariam -Juan se materializa na cama do meio acima do degrau, cortando a fala dela. Os olhos dela parecem ficar ainda mais brancos, então mudam para um tom levemente prateado enquanto ela fala.

– Pensei que soubesse ler, meu querido. Quarto das meninas. Por que não vai junto com os seus novos amiguinhos? -se sarcasmo e falsidade virassem uma pessoa acho que esta seria a Mellynda neste instante.

– Nah, é muito chato ali, eles estão só olhando aquele calendário idiota. A propósito Isabelle, bela pose -vejo Izzy ao meu lado ruborizando até quase ficar da cor da camisola que ela usava. As bochechas e o nariz queimados do sol não contribuíam. -Ei, tem um aqui também! -ele exclama olhando para a cama na qual estávamos eu e Izzy.

– Juan, cai fora -Mellynda fala com certo desinteresse, seus olhos voltando a ficarem brancos.

– Me tire daqui meu amor – agora quase posso sentir ele piscando para ela.

– Se me der licença Tessa - ela fala estalando os dedos. Tessa se afasta da porta rapidamente, e a mesma se escancara praticamente no mesmo instante. Juan passa flutuando e rindo por cima da gente e é atirado porta afora, deixando uma Ella bem surpresa no lugar, olhando para dentro do quarto. Antes que ela conseguisse falar alguma coisa a porta bate à sua frente e eu volto minha atenção para o calendário, enquanto Tessa dava um pulo por culpa do estrondo repentino.

– Bem, ele pediu -Izzy fala após se recuperar do choque inicial, então voltando novamente o olhar para o calendário, onde ela fica apreciando a foto de Juan que havia ali. -Meu Anjo, que corpo.

– Que tanto vocês olham nesse calendário? -a outra Isabelle pergunta sentando-se na cama, aparentemente desistindo de dormir.

– As fotos mudaram, agora está interessante olhar -Izzy explica jogando o calendário para ela na cama ao lado.

– É só isso que vamos fazer hoje? Mas que dia sem-graça -Camille entra no quarto seguida de Marie, e elas seguem imediatamente para uma das camas.

– Por que tem camas para nós se não dormimos?

– Dormir vocês até podem, só não estão acostumadas à fazer isto de noite.

– Você entendeu o que eu quis dizer – Camille retruca.

– Quem dorme com quem? – Izzy pergunta, indicando as camas de casal. Mellynda olha de cama em cama e responde em seguida.

– Com quem quiser – e completa quando vê quatro bocas abertas prestes à retrucarem – entre vocês.

Quatro suspiros infelizes e uma risada da parte dela depois, Charlotte entra seguida de Jessamine e Sophie, que pareciam no mínimo tão envergonhadas quanto Tessa, usando os intitulados “trajes vulgares”. O de Jessamine era azul, da mesma cor de seus olhos; o de Sophie era branco e preto e o de Charlotte de uma cor que lembrava o meu cabelo.

Após perguntar e descobrir que só as três Herondales estavam na sala me levanto e saio do quarto. Saindo da porta vejo que ao meu lado Ella abria a porta do banheiro também, seguida por uma quantidade levemente assustadora de vapor. Cecily descruza as pernas no sofá e as duas meninas entram no quarto juntas, enquanto me sento no sofá e Emma segue para o banheiro.

Jace abre a porta do quarto dos meninos o suficiente para que eu visse uma agitação tão grande que me surpreendia não ter escutado nenhum barulho, estando logo ao lado, e segue para o banheiro, aparentemente sem me notar.

Antes mesmo que Jace voltasse a sair do banheiro, Emma sai de seu banho, e corre para dentro do quarto. Me levanto, com certa preguiça; e vou para o banho. O banheiro, apesar da porta colorida e de aparentar ser pequeno, tinha espaço suficiente para duas pessoas ao mesmo tempo, no mínimo, já que abrigava uma grande banheira e um chuveiro com box ao lado. A pia era simples e acoplada à um armário verde escuro, que combinava com a banheira e contrastava com o piso, branco. Entre a banheira e o box uma pequena mesa tinha uma toalha vermelha em cima. Jogada ao acaso em cima do box havia uma toalha preta, provavelmente a que Isabelle utilizara para poder sair do banheiro dos meninos e ir para o nosso. Por que ela usara a toalha, ao invés de ter posto novamente a roupa, era um mistério, mas não importante o suficiente para instigar minha curiosidade.

Tomo um banho morno e rápido, tomando cuidado ao lavar meus ombros e rosto, queimados pelo sol. Enrolada na toalha paro em frente à pia, onde antes estavam minhas roupas; agora, tudo que havia ali em cima era uma escova de cabelos, uma escova de dentes, um gel verde rotulado de “pós sol” e uma camisola verde escura. O espelho embaçado parecia ter quatro palavras escritas ali, e demoro um pouco até conseguir lê-las: “faça uma pose tímida”.

Ignoro a frase e tento colocar a camisola. Ela está grudada no armário. Com frustração tento abrir a porta, afim de reclamar com Mellynda; o que também fracassa, já que a mesma se encontra trancada pelo lado de fora, aparentemente. Com raiva, olho para o espelho, e tenho uma leve impressão de que as letras brilharam um pouco quando o fiz.

Quase gritando de raiva, faço uma pose tímida e olho para o espelho, que brilha por um segundo e então volta ao normal, com o vapor desaparecendo rapidamente. Desta vez, quando tento pegar a camisola, o tecido macio facilmente desliza de cima do armário para minhas mãos. Saio do banheiro amaldiçoando Mellynda e essas ideias estranhas que ela tem.


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Notas finais do capítulo

Sobre a imagem: YAAAAH, ELES SÃO TÃO FOFOS
Adorei fazer a tirinha
Até mais o/



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