Incompreendida escrita por Karen Borges


Capítulo 4
Capítulo 4 - Borboletas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :3



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No dia seguinte, depois do café da manhã, fomos para a biblioteca onde lá iriamos assistir uma pequena palestra falando sobre a biografia da artista. Não pude deixar de me interessar pela sua história, um trecho de sua biografia dizia assim "Eu tinha 13 anos, e sofria porque não sabia que rumo tomar na vida. Nada ainda me revelara o fundo da minha sensibilidade [...] Resolvi, então, me submeter a uma estranha experiência: sofrer a sensação absorvente da morte. Achava que uma forte emoção, que me aproximasse violentamente do perigo, me daria à decifração definitiva da minha personalidade. E veja o que fiz. Nossa casa ficava próxima da estação da Barra Funda. Um dia saí de casa, amarrei fortemente as minhas tranças de menina, deitei-me debaixo dos dormentes e esperei o trem passar por cima de mim. Foi uma coisa horrível, indescritível. O barulho ensurdecedor, a deslocação de ar, a temperatura asfixiante deram-me uma impressão de delírio e de loucura. E eu via cores, cores e cores riscando o espaço, cores que eu desejaria fixar para sempre na retina assombrada. Foi à revelação: voltei decidida a me dedicar à pintura”.

À tarde tivemos o tempo livre para fazer o que quiser... Eu ainda estava cansada da viagem, e de madrugada não consegui dormir direito... Estava andando em direção ao corredor dos quartos quando ouço um sussurro, alguém chamando meu nome... “Alice”... Olhei para trás, e vi uma moça de aparência muito bonita, bem vestida... Seu rosto era familiar, mas não lembrava onde havia visto... Eu perguntei a ela em que eu poderia ajudar... E então ela respondeu que não precisava de ajuda, que estava se apresentando como funcionaria do local, seu nome era Catarina, e depois de se apresentar, pediu licença e disse que iria se apresentar as outras meninas... Fiquei me perguntando como ela sabia meu nome, mas, deduzi que dona Marta havia falado de nós.

...

A noite, eu estava me arrumando para dormir, Natalie devia estar no décimo quinto sono. Eu ia em direção a cama quando olho para janela... Haviam várias borboletas se debatendo contra a vidraça... Algumas se batiam tanto que acabavam morrendo, mas, quando morria, viravam pó de imediato... Me aproximei sorrateiramente da janela e, quando encostei todas as borboletas fugiram em direção ao centro do jardim... Estava um pouco escuro e não dava para enxergar direito, mas tive certeza de ter visto alguém andando entre as borboletas... Estava andando em direção a janela do quarto... Vinha lentamente.. Sem pressa... E eu tinha certeza de que olhava para mim... Meu coração começou a acelerar... Minhas pernas ficaram bambas... E a única reação que tive, foi de fechar as cortinas da janela e me jogar na cama... Custei a pegar no sono... E eu podia ouvir passos lentos do lado de fora. Só pedi a Deus que tudo aquilo fosse um sonho!


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Notas finais do capítulo

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