A garota se mexeu sentindo seu corpo todo doer e abriu os olhos, piscando repetidas vezes até se acostumar com a claridade. Deu um gemido de dor e esfregou seus olhos, se lembrando de apenas alguns flashes do que aconteceu. Ela encontrando o chalé, o garoto ajudando-a. Se mexeu na cama um pouco, e passou os olhos pelo lugar aonde estava. Era um quarto pequeno, mas aconchegante. Quadros se espalhavam na parede, um sofá se encontrava no canto do quarto e uma televisão que estava ligada em cima de uma pequena estante na frente da cama aonde estava deitada. Deixou escapar um gemido de dor e a porta se abriu, mostrando uma senhora que aparentava ter já seus 50 anos de idade sorrindo. Ela segurava uma bandeja prateada, que podia se encontrar uma maça, um copo d'água e um comprimido.

–Que bom que acordou. Trouxe um comprimido pra você, imagino que deve estar com dor de cabeça. -A menina assentiu e a mulher sentou no canto da cama, depois de ter botado a bandeja no criado-mudo ao lado da cama.

–Desculpa mas... Quem é a senhora? -A menina perguntou confusa, não se lembrando daquela senhora.

–Você não me viu, já estava adormecida quando Ben te trouxe aqui. -A menina a fitou confusa e chegou a conclusão de que falava do garoto.

–Ah sim...

–Meu filho se preocupou com você. O que aconteceu para você estar na rua naquele frio, sozinha?

–Hã.. Desculpa, senhora... Eu não me lembro de muita coisa. -A mulher sorriu para a menina.

–Me chame de tia Mary. Como você se chama?

–Eu me chamo Chelsea... -Elas ouviram três batidas na porta e um garoto apareceu, de cabelos molhados e bagunçados. Chelsea sentiu suas bochechas queimarem e olhou para suas mãos.

–Não te encontrei na sala, deduzi que a garota já devia ter acordado.- Ele deu um sorriso de canto, e a garota fitou seus olhos verdes que agora, encaravam os dela.

–Vou fazer o jantar. Ben, você tem muito oque explicar para ela. Ah, querida tome o comprimido e coma a maçã, não quis trazer muita coisa para nós jantarmos juntos. -Os dois assentiram, e a senhora deu um beijo na testa dos dois, se retirando do quarto.

–Sou Ben. -Ele deu um sorriso para a garota que retribuiu o sorriso envergonhada. -Você se chama Chelsea, não é ? -Ela assentiu.

–Como você...

–Espero que não se importe,mas ouvi uma parte da conversa. -Ela riu levemente.

–Não, tudo bem. -Ela pegou o copo d'água. -Como eu...

–Nossa, é verdade,você..-Ele foi interrompido pela risada da garota.

–Você gosta de interromper as pessoas, não é? -Ela riu e ele corou.

–Me desculpa...Eu não sabia que... É uma mania minha, desculpa.

–Sem problemas... -Ela gesticulou com mão em um gesto exagerado, e ele deu uma risada curta.

–Eu ouvi alguém pedindo ajuda daqui do quarto, então fui ver quem era. Apareci na porta e não tinha ninguém, então me virei pra sair. Mas ouvi de novo e te encontrei, escorada em uma das árvores e resolvi te ajudar, até porque é a única casa que você encontraria por aqui.

–Onde estamos?

–Em um vale, na Inglaterra. Você sabe de onde vem?

–Eu... Hã... -A garota pousou as mãos na cabeça e sorriu envergonhada.

–Você esqueceu ?

–Desculpe...

–Nem se preocupe com isso... -A menina sorriu pra ele e a mãe do mesmo chamou eles para o jantar.

–Bom, tem um roupão ali no guarda-roupa, se você quiser. Sinta-se a vontade.

–Obrigada. -Ele sorriu e piscou para a garota que corou no mesmo instante.

–Não tem de que. -Dito isso, o garoto se retirou do quarto, deixando uma Chelsea envergonhada com um sorriso bobo nos lábios.