Blue Sky! escrita por Caio V


Capítulo 1
Um Nome Memorável.


Notas iniciais do capítulo

Então, espero que vocês gostem. Comentem, por favor.



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O amor é uma arma perigosa nas mãos de um habilidoso atirador. Ou uma cura milagreira nas mãos de um bom homem

A manhã fria chegara com o meado do inverno. A proximidade do natal bagunçava minha casa, minha vida e minha sanidade mental. Minha mãe corria pela casa feito louca procurando peças de roupa e enfeites de árvore de natal. Minha irmã mais nova, Beatriz, estava procurando o telefone, pois segundo ela: era crucialmente importante convidar suas amigas para um passeio no shopping. Francamente, não sei onde minha irmã encontra tantas roupas, quando vou ao shopping, o máximo que eu consigo é uma jaqueta, um casaco, uma bota e umas calças jeans.

A propósito, eu sou Caio, sou brasileiro, eu e minha família viemos para Chicago quando eu tinha apenas dois meses, ou seja, minha língua nativa é o inglês. Atualmente, eu tenho dezesseis anos, na verdade, eu estou fazendo dezesseis anos. Eu nasci no dia vinte e cinco de dezembro, alguns dizem que eu sou sortudo, que nada, é como se o mundo inteiro estivesse esfregando na minha cara: você é só um pirralho que nunca fez nada de produtivo. É deprimente.

- Caio você viu meu celular? – perguntou Beatriz pela terceira vez no dia. Minha irmã era dois anos mais nova que eu, o que significava que ela tinha quatorze anos. Seus cabelos eram castanhos e ondulados, descendo pelas costas em cachos com brilhos. Ela tinha os olhos da nossa mãe, bem abertos e castanhos escuros, com um brilho profundo no fundo.

- Pela terceira vez, não irmãzinha, eu não vi seu telefone – respondi sem tirar os olhos do livro que eu estava lendo calmamente sentado no sofá, enquanto o mundo estava de cabeça pra baixo ao meu redor, eu me divertia com as lerdezas do Percy Jackson.

- Que saco – murmurou ela.

Ah, claro, esqueci-me de me descrever. Sinto desaponta-los, mas não sou bem o tipo de garoto por quem uma garota se apaixonaria, apesar de ter acontecido algumas duas vezes. Meus cabelos são lisos e jogados no rosto, eu geralmente não penteio, apenas passo o pente para abaixar e desembaraçar um pouco, depois balanço a cabeça e voilá estou pronto para ir estudar. Eu sou magro e pálido, sim, pareço um doente. Meus olhos são castanhos claros, e eu tenho uma pinta no olho direito, maraca de nascença, de acordo com o oftalmologista.

- Beatriz – eu tirei a atenção do livro por um segundo e notei uma marca estranha no braço direito de minha irmã. Uma marca de mão. –, o que é isso no seu braço?

- O que? – ela se fez de inocente. Por sorte, minha irmã é uma péssima mentirosa. Fechei o livro, encarei-a. Ela cedeu. – Não foi nada. Uma briga na escola, você sabe, pessoas normais brigam, irmãozinho.

- Como se você fosse uma pessoa normal – levantei-me e puxei-a para o sofá. Olhei o braço dela. – Foi ele, não foi?

- Não – ela tentou negar, mas era como dizer que a Terra é quadrada. Ninguém mais acreditaria nisso.

Soltei a mão dela.

- Onde ele está? – perguntei.

- Caio...

- Relaxa, só vou conversar com ele – eu disse. Beatriz me encarou suspeita.

- Naquele bar, o que o pessoal costuma ir depois das festas do ensino médio – ela finalmente cedeu. Eu estava prestes a sair quando ela segurou meu pulso. – Cuidado.

Pisquei para ela.

Querem a verdade sobre mim? Eu não sou um cara comum, estou longe disso. Minha família não é comum, fazemos coisas incomuns. Coisas que outras pessoas não fazem, eu não sei o motivo, e não ligo se eu não descobrir.

Saí de casa. A rua estava coberta pela neve, a cada passo que eu dava um membro do meu corpo gritava de felicidade, o frio reabastecia minhas forças. O bar não era tão longe, cerca de duas ruas de distância. Assim que cheguei à porta vi um grupo de adolescentes conversando e rindo. No meio deles estava John. Um garoto de olhos e cabelos castanhos claros, ele vestia uma jaqueta preta, uma blusa branca por baixo e uns jeans claros. Estava conversando com um grupo de amigo. Andei até ele.

- Olha quem está aqui, o esquisitão – disse um dos garotos.

- Poupem-me, não tenho tempo para isso – desviei o olhar para John. Ele me encarou. – Cadê ele?

- Ficou maluco? – perguntou John.

- John, eu sinceramente não estou nem um pouco a fim de discutir hoje, então pode, por favor, dizer onde está aquele imbecil?

- Vire-se – ouvi a voz de Matheus. Virei-me. Ele estava sorrindo para mim, com as mãos abertas na minha direção. Matheus tinha olhos castanhos, cabelos negros e era pálido como a névoa. Ele não fazia o tipo musculoso, mas tinha dinheiro para pagar certas regalias, como um bando de idiotas para protegê-lo de brigas. – E ai Caio. Como a Bia está?

- Provavelmente melhor do que você vai estar quando eu limpar o chão com isso que você chama de rosto – dei um belo soco no rosto de Matheus, ele cambaleou para trás. Logo depois tentou me dar um soco, mas eu desviei e chutei sua barriga. Matheus caiu de quatro no chão e eu pisei em suas costas, o fazendo cair no chão. Puxei o cabelo dele e sussurrei em seu ouvido. – Dane-se nosso parentesco, se tocar na minha irmã de novo eu te jogo na frente de um trem.

Levantei e limpei meu casaco.

- Peguem-no – murmurou ele do chão. Antes que os amigos de Matheus pudessem se manifestar o tempo congelou ao meu redor.

Era como se tudo ao meu redor estivesse em câmera lenta. Uma linda mulher apareceu na minha frente, repentinamente. Eu não conseguiria descrevê-la, não tem como descrevê-la. Uma hora ela era uma linda loira, outra hora uma bela morena, era como se estivesse decidindo entre os corpos mais lindos em poucos segundos. Ela caminhou em minha direção.

- Olá, jovem Vieira – ela disse gentilmente. Não me importei com o fato dela saber meu sobrenome, mesmo que eu nunca a tenha visto, ou talvez eu tenha visto, apenas não lembro. – É um prazer finalmente conhecê-lo.

- Olá, senhora...

Ela me interrompeu.

- Afrodite, é o meu nome. Use-o.

- Sim, Afrodite – eu sorri. – Como a deusa grega?

- Exatamente como ela – a mulher parou na minha frente e tocou-me o rosto. Era um toque macio e suave. – Então o que dizem é mentira. Você não se parece com seu pai.

- Conhece meu pai? – pergunto. Nem eu mesmo conhecia-o, como uma mulher aparece repentinamente e diz conhecer meu pai?

- Ora, sim. Ele é um bom amigo – ela disse sorrindo. – Como se fossemos da mesma família.

- Desculpe-me a pergunta, mas o que faz aqui? – eu pergunto lentamente.

- Não gosta de minha presença? – ela disse fingindo-se magoada.

- Não é isso, eu apenas... – engoli em seco.

A mulher sorriu.

- Mortais são tão interessantes – ela disse. Acariciou meu rosto. – Nos vemos em breve. Uma dica, a biblioteca da escola vai estar muito bonita, no primeiro dia.

A mulher desapareceu, deixando-me sozinho no meio da confusão. Todos ao meu redor se perguntavam o que havia acontecido, eu sorri ao lembrar-me do rosto dela. Afrodite. Com certeza me lembrarei desse nome.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Comentem, por favor.

2 Comentários e eu posto o próximo.