Continuação de Midnight Sun escrita por htinha2502


Capítulo 1
Continuação Capítulo 11 - Complicações


Notas iniciais do capítulo

Continuação do MS feita pela Jackeline.
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(trecho escrito pela autora da saga Stephenie Meyer)

Sua testa se enrugou. “Sua vez de quê?”
“Fazer perguntas.” Amanhã, quando estivéssemos em um lugar mais seguro, cercado de testemunhas, eu conseguiria minhas próprias respostas. Eu sorri com esse pensamento e depois eu me virei, porque ela não fez sinal de se afastar. Mesmo com ela fora do carro, o eco da eletricidade moveu-se rapidamente no ar. Eu queria sair também ir com ela até a porta, para ter uma desculpa para ficar ao seu lado.
Sem mais erros. Eu liguei o carro e depois suspirei enquanto ela desaparecia atrás de mim. Parecia que eu estava sempre correndo em direção à Bella ou correndo dela, nunca ficando no lugar. Eu tinha que achar um jeito de me segurar se algum dia nós tivéssemos um pouco de paz.  

(trecho escrito pela autora da saga Stephenie Meyer)

Continuação escrita feira por Jackeline :


Eu ainda estava maravilhado.
A floresta passava rapidamente por mim, mas eu mal via a estrada... os pensamentos estavam voando, muito longe dali. 
Seria possível escolher o dia mais incrível de tantas décadas de existência? Para mim parecia... Na realidade cada dia parece melhor que o outro quando eu estou com Bella. 
Não havia uma palavra para resumir o que eu sentia. Fascínio, insegurança, esperança, agonia, cobiça..... tudo parecia uma onda de eletricidade, percorrendo meu corpo sem vida. Minha mente girava capturando relances dos momentos de hoje com ela... o perfume tão inigualável ainda estava presente no carro.
Em uma das minhas memórias a imagem do refeitório me fez lembrar que o dia ainda não tinha acabado pra mim, havia algo que eu ainda tinha que enfrentar.

Abri todas as janelas e senti o ar úmido e fresco encher cada parte do carro, assim era a melhor forma de colocar os pensamentos no lugar ...enquanto o cheiro de Bella não fosse a parte quase dominadora da minha atenção. Eu tentei me concentrar para o que me esperava: Encarar a minha família .

Em pouco tempo eu estava próximo à casa que se escondia na floresta. Pude ver o conversível vermelho estacionado junto aos outros carros, todos os pensamentos dentro da casa estavam na noticia : Bella sabia a verdade sobre nós.

Obviamente esse conhecimento, para um humano, era extremamente perigoso ....tanto para um lado quanto para o outro. Para nós, o perigo da exposição. Humanos gostavam de notícias quentes, uma novidade para fofocar com os amigos.
Mas isso não se aplicava à Bella... ela jamais poderia entrar na mesma categoria do que se poderia considerar “normal”. Eu não podia ler sua mente ...mas suas reações desde o primeiro momento que a vi testificavam isso.
No fundo eu estava grato por Alice ter me poupado . Eu não queria ter que assistir ao espetáculo de Rosalie, à incredulidade nos olhos de Jasper, ou ao sorriso debochado de Emmett.
Quando Alice contou a eles, no almoço, eu estava muito ocupado.... minha atenção voltada para aquela criatura que se tornou o centro do meu mundo.

Abri a porta e todos estavam na sala.
As mesmas visões que Alice jogou pra mim mais cedo me invadiram novamente ,seus pensamentos estavam na lembrança da visão. Tentei bloqueá-los da mesma forma que fazia aos xingamentos na mente de Rosalie ,que logo se tornaram gritos quando viu minha cara:
-
Como você pode ser tão burro e cego Edward? Ficar saindo com essa menina vai criar problemas pra todos nós! – ela pressionava a mão sob a testa- Você não vê isso?? Se alguma coisa acontecer não vai ser só a garota que vai se dar mal! - Seus olhos me fulminavam, as mãos fechadas em punho . Apesar de não concordar eu podia entender sua preocupação .

Emmett estava logo atrás dela, a mão em sua cintura.
Eu sabia, através de seus pensamentos, que a intenção não era apenas ser carinhoso, para tranqüiliza -la.... ele estava estrategicamente preparado para segurá-la caso ela, num ímpeto ,decidisse quebrar toda a casa.
“Se ela decidir me dê um sinal cara!” – ele pensou.
Reprimi uma risada. Abaixei a cabeça como se concordasse. Emmett entenderia.

Mesmo vindo de Rosalie, essa afirmação não poderia deixar de me atingir. Ela tinha razão. Eu não sabia como ficar perto de Bella e não machucá-la. Como eu poderia calar o monstro quando ele se debatia ferozmente cada vez que ela se aproximava?

-
Eu sei que você vai fazer a coisa certa Edward - Carlisle afirmou como se pudesse ouvir os pensamentos que me atormentavam. A confiança dele era inabalável. –E Bella não vai dizer nada. Não é a primeira vez que temos que enfrentar uma situação fora do comum... agente vai lidar com isso, como uma família!
Carlisle sempre tinha uma palavra de sabedoria para trazer. Ele era a pessoa que eu queria me espelhar. Ele merecia todo meu respeito mais do que nunca.

“Nós confiamos em você filho, você sabe o que está fazendo. Não estamos te julgando, fique tranqüilo.” –Esme me olhava com ternura - “Ela faz tão bem a você, é uma menina especial”. - Um sorriso se erguia no canto dos lábios.... se pudesse eu poderia dizer que havia lágrimas em seus olhos.

Eu não poderia decepcionar minha família. Muito menos causar desgosto a Carlisle. Eu tinha que descobrir o jeito de ficar com Bella de forma segura,domar meus instintos mais perigosos ...ou deveria ir embora. Mas como ir embora ? Passou pouco tempo desde que a deixei e a saudade já era insuportável. Este era um sentimento novo e poderoso que me possuía. Apenas uma mulher me fez conhecer verdadeiramente o significado dessa palavra, o nome dela era Elisabeth Masen, minha mãe. Quando Carlisle me transformou,a lembrança dela era a coisa mais forte da minha vida humana.

Eu subi para o meu quarto.
Alice deveria estar vendo isso...o porque da minha pressa súbita para subir. Eu queria sair dali e vê-la de novo.
Pulei a janela em uma corrida rumo à floresta. Foi boa a sensação, eu queria correr.... responder à urgência de vê-la .
Passei pela rua adormecida, subi a janela e entrei no quarto escuro de Bella.

Sorri comigo mesmo ao pensar que aquilo já se tornava um hábito diário. Ela estava linda como sempre. Respirei fundo e lentamente, o cheiro tão delicioso queimou em minha garganta ...mas isso não me impediu de espalhar mais uma grande quantidade de ar pelos meus pulmões. Se eu ia mudar o futuro que Alice tinha previsto para mim, talvez estar familiarizado com o cheiro podia ser de alguma ajuda.
Seu sono parecia inquieto. Ela dormia de lado, seus braços estavam estendidos por cima do travesseiro, como se estivesse abraçando.

-
Não...fique aqui comigo Edward. – Ela disse.
Sorri baixinho, ela estava sonhando comigo! O som de meu nome em sua voz era como uma música que eu queria ouvir o resto de minha existência. Eu queria poder dizer a ela que eu não ia embora.... que nós ficaríamos juntos.
Andei devagar até a cadeira e me sentei. De onde eu estava eu podia ouvir o ronco de Charlie no outro quarto.
Bella murmurou alguma coisa que não consegui entender e se virou novamente, pude ver as pequenas dobras entre suas sobrancelhas. Ela chamou meu nome mais uma vez.
Será que ela estava tendo algum pesadelo? Será que estava com medo? Mas ela não parecia ter medo hoje de manhã... Enquanto olhava seu rosto fiquei lembrando e vivenciando novamente os momentos antes de sua aula de educação física, a sensação de meus dedos em sua pele incrivelmente macia e aquecida. Eu conseguiria me segurar a próxima vez que eu a visse? Tocar seu rosto parecia algo inofensivo, talvez eu pudesse fazer isso se me controlasse bastante....apenas isso.

Não! Era ridículo que eu continuasse me enganando. Eu devia mentir muito bem...as décadas vivendo uma vida de disfarçes deve ter me aperfeiçoado já que eu estava enganando até a mim mesmo. Obviamente tocar seu rosto, pegar sua mão, seria apenas o ponto de partida para uma série de outros deslizes. Certamente um desejo atendido apenas daria lugar para mais outros milhares de desejos que surgiriam. Esse era o efeito que bella exercia sobre mim, irremediável.

Será que ela podia notar esse poder que ela possuía? Que minha existência não teria mais sentido sem a existência dela? O mundo parecia impossível de existir sem ela.

Enquanto eu olhava seu rosto eu me rendi. Levantei da cadeira sem fazer nenhum som possível aos ouvidos humanos e cheguei mais perto de sua cama encostado na parede. Seus cabelos faziam uma cobertura sobre os ombros. Eu me atrevi a estender minha mão e empurrei uma mecha de seus cabelos discretamente, não queria que eles tampassem nenhuma parte de sua pele.
Procurei encostar apenas no cabelo.
De repente a mesma inexplicável eletricidade começava a emitir ondas enquanto eu simplesmente senti nossos corpos tão próximos... a proximidade provocou arrepios nos braços de Bella. Imaginei que ela também podia sentir a corrente elétrica já que ela se virava sem parar, de um lado para o outro . Eu estava atrapalhando seu sono, mas era difícil desconectar ou me afastar. Fiquei assim sem ver a hora passar.

O sol rompia timidamente através da janela.
Achei melhor ir, o chefe Swan acordaria logo.
Fui até em casa pegar o carro e voltei tão rápido que Charlie ainda não havia saído de casa. Estacionei o carro em um lugar próximo que ele não poderia me ver ao sair, e procurei me conectar aos seus pensamentos.
Eles estavam na cozinha.

-
ainda vai a Seattle? - Ele perguntou. Enquanto passava detergente em seu prato.

-
O plano era esse - Bella respondeu num tom que parecia estar insatisfeita com algo.Eu sorri com sua resposta vaga. Ela deu uma resposta que não a denunciaria, sem revelar a Charlie que havia mudado os planos pra sábado...

-
E tem certeza que não pode voltar a tempo para o baile?
“ela precisa sair, fazer mais amizades. Algum garoto de boa família deve ter convidado ela “

-
Eu não vou ao baile, pai. –Bella estava olhando fixamente para ele agora.

“huum, será que ela está triste por ninguém ter convidado? Ela deveria achar alguém que a interesse ” –Ele pensou antes de falar.

-Ninguém convidou você?- Charlie fingiu estar concentrado na louça, ele não era muito bom nesses assuntos pelo visto. Sorri sozinho enquanto me lembrava da cara dos idiotas que chamaram Bella para o baile. Ela disse não a todos.

-
São as meninas que convidam – Ela disse secamente.

-
Ah. -Ele parou, franzindo a testa.

“Queria que Renné estivesse aqui agora... ela teria alguma coisa pra dizer a ela melhor do que “ah!”... -Ele se lamentava.

Minha mente deu voltas enquanto eu esperava escondido na esquina.
Senti pena de Charlie.
O que ele pensaria se soubesse que sua filha está andando com um vampiro....?

Todos os pensamentos de Charlie giravam em torno de sua única filha que agora, depois de tantos anos, estava perto dele novamente. Ele não era fiel em expressar com palavras todo amor que ele sentia, apenas se podia notar pelas atitudes e pelo seu cuidado com ela. Se alguma coisa acontecesse à Bella, principalmente agora que ela estava morando com ele em Forks, seria como acabar com sua vida também.

Ouvi o barulho da radiopatrulha arrancando e segui em direção à vaga na entrada de carros.
Eu sorri um pouco ao pensar que enquanto o chefe Swan saía para o trabalho, ela não estaria sozinha. Eu estava ali e de alguma forma eu poderia protegê-la ....mesmo que ela atraísse todos os problemas para si mesma, eu estaria sempre ali para cuidar dela. Era como se o destino a tivesse preparado para mim, eu poderia.....eu queria ser seguro para ela.

Bella se aproximou timidamente do carro, e então se sentou ao meu lado.

-Bom dia- falei serenamente - como está hoje?

A pergunta era mais do que mera cordialidade, eu estava preocupado com o pequeno “transtorno” que eu havia causado a ela durante a madrugada....Procurei por algum vestígio da noite mal dormida em seu rosto .

-Bem. Obrigada- ela falou com um sorriso no canto dos lábios.

Isso me fez lembrar de algo da minha pequena lista sobre sua personalidade, ela sempre fazia as coisas parecerem melhor do que eram...

-
Parece cansada. – eu disse, analisando as sombras escuras abaixo de seus olhos,fazendo um contraste com sua pele de porcelana.

-
Não consegui dormir – e mexeu o cabelo nos ombros tentando esconder seus olhos de mim. O gesto me fez achar graça, enquanto lembrava da minha pequena aventura ,a tentativa de afastar seu cabelo do ombro durante à noite.

–Nem eu – eu disse.

Ela sorriu também.

-
Acho que tem razão. Imagino que eu tenha dormido um pouco mais do que você.

“Não tanto quanto poderia ter dormido se eu não a tivesse atrapalhado mas com certeza era mais do que eu, que não dormia.” – pensei sarcasticamente.
-
Posso apostar que dormiu. – eu me limitei a dizer.

-
Então o que fez na noite passada?-ela disparou.

Eu ri.
Não sei se ela percebia como as perguntas dela eram comprometedoras. Com certeza ela havia esquecido o que falei ontem antes dela ir para casa.

-
Sem chances. É meu dia de fazer perguntas.

-Ah, é verdade. O que quer saber ? – Ela perguntou incredulamente, como se não pudesse pensar em nada que eu poderia querer saber.
Ela era realmente absurda.
Eu queria saber tudo. Todos os detalhes da sua vida, personalidade,....quem sabe assim eu poderia entende-la um pouco melhor. Eu queria conhecê-la a ponto de saber o que a alegrava, que tipo de conversa a deixaria sem graça, conhecer suas intenções por trás do sorriso, suas manias, seus sonhos, o que a deixava irritada..... e até mesmo as coisas mais simples como suas preferências, comida que mais gostava, filmes, livros, música....... Eu tinha uma lista extensa de perguntas e eu começaria com o mais fácil.

-
Qual sua cor preferida?

Ela revirou os olhos.

-
Muda de um dia para o outro.

Só isso? Isso não era nem de perto o suficiente, essa era apenas minha pergunta mais simples.... Ela teria que cooperar mais.

-
Qual é a sua cor preferida hoje?- eu perguntei categoricamente.

-
Talvez marrom –ela respondeu enquanto olhava para sua suéter marrom.
Uma resposta anormal.
-
Marrom? –Eu repeti, sem acreditar.

Por que eu estava tão surpreso? Ela nunca responde o que eu espero. Mas o que pode haver de bom em uma cor tão sem graça? O que faria uma garota escolher o marrom como favorito?

-
Claro. – ela disse sem entender como eu não captava o que era tão óbvio para ela. -Marrom é quente. Eu sinto falta do marrom. Tudo o que deve ser marrom....Troncos de árvores, pedras, terra.... Fica o tempo todo coberto por uma coisa verde e mole por aqui- ela disse tristemente.

 

Interessante. Eu não esperava descobrir tanto em uma pergunta tão simples. Com certeza Bella ainda estava tentando se adaptar a Forks, era tudo novo para ela. Ela sentia falta do sol, do clima mais seco de Phoenix... me perguntei o que mais ela sentia falta, mas estava apenas na primeira pergunta ainda. “Controle sua ansiedade!” –pensei pra mim mesmo. Olhei para os seus olhos marrom chocolate. Aquele era o canal que me permitia tentar desvendar os segredos que sua mente não me revelava. Enquanto eu me perdia naquele marrom profundo eu podia sentir o calor que fluía através de sua pele, tocando minha pele gélida.

-
Tem razão- eu disse. "Claro, como eu poderia discordar disso?"- Marrom é quente.

Antes que eu pudesse pensar minhas mãos estavam estendidas, e ainda hesitante tirei a mecha de cabelo que estava próximo ao seu pescoço. Eu podia ouvir as batidas de seu coração, o sangue passeando por baixo da membrana fina.

Eu estava arriscando cada vez que a tocava. Eu era fraco demais para ir embora e forte demais para combater todas as evidências de que eu não era certo para ela. Eu não poderia oferecer à ela o que qualquer humano precisaria, a base para um relacionamento saudável, fisica e emocionalmente. Não haveria... nunca poderia haver... algo tão essencial na vida de uma homem e uma mulher: Intimidade.

Bella tinha o poder de provocar os meus desejos mais humanos e inumanos. Eu queria poder abraçá-la, estar perto a ponto de poder fazer um carinho em seu pescoço, sentir o calor de meus lábios em sua pele . Mas a que preço? O que isso poderia custar à Bella?

Avançamos silenciosamente até a escola.

Eu quebrei o silêncio perguntando algo,esperando que ela não percebesse o meu vício de sua voz.

-
Que música está em seu CD player agora?

Ela tirou o cd, em seus olhos uma expressão que eu não saberia decifrar. Quando disse o nome eu conectei facilmente. Também era uma banda que eu conhecia e gostava de ouvir no cd player do carro. Não pude conter um sorriso ao perceber que tínhamos o gosto parecido para música. E eu achava que era o único que poderia gostar de rock e clássico. Peguei o mesmo cd junto aos outros que estavam no carro e mostrei para ela

-
De Debussy a isto?- perguntei maliciosamente.

Assim foi durante todo o dia. As vezes ela me olhava achando que já tinha falado tudo mas eu sempre tinha mais perguntas. Minha curiosidade não tinha fim. Eu não podia fazer as perguntas rápido o suficiente...o desejo de conhecer tudo sobre ela me compelia a seguir em frente. Para cada resposta vinha uma pergunta proeminente. Fiquei feliz por passar o dia ouvindo o som da sua voz, gravando-a na minha memória. Em algumas perguntas eu podia sentir o rubor crescendo em sua pele, não saber o porque me deixava completamente louco , a curiosidade aumentava de maneira impossível. Era difícil acostumar com isso. Não podia evitar a irritação quando ela se recusava a responder claramente, como na vez em que perguntei qual era sua pedra preciosa preferida. Nesse momento eu fazia as perguntas para ela uma por cima da outra sem que pudesse dar a ela tempo para "editar" nada. E nessa pergunta ela respondeu mecanicamente Topázio , mas sua pele repentinamente corada foi muito suspeito . Diferente das outras... Ela parecia constrangida,mas por que ela ficaria? Ela não quis me dizer quando perguntei .

-
Conte-me – insisti, meus olhos ardiam mas eu naum achei que ela pudesse perceber pois seu rosto fitava as próprias mãos. De repente ela podia perceber a intensidade pelo tom da minha voz

-
É a cor dos seus olhos hoje- ela suspirou um pouco sem graça,o olhar de derrota- Acho que se você me fizesse essa pergunta há duas semanas, eu diria ônix.

Tentei esconder a pontada de irritação que senti. Ela associou a cor dos meus olhos à pedras preciosas!! Ela não percebia o perigo que isso representava?? O negro em meus olhos não a assustava? Normalmente eles costumavam afastar as pessoas.
O pensamento durou meio segundo. Não queria que ela deixasse de ser sincera escondendo seus verdadeiros pensamentos para si, mesmo que me incomodasse.

Pulei rapidamente para a próxima pergunta, antes que ela pudesse perceber minha hesitação.

-
Que tipo de flores prefere?

Ela parecia satisfeita em continuar respondendo.

Fomos caminhando até a aula de biologia. O Sr. Barnner entrou trazendo novamente o rack audiovisual. Com certeza não trouxe nada que eu já não soubesse ou já não tivesse visto, suas aulas eram sempre monótonas....aliás, monótonas até a chegada de Bella.

Enquanto ele se arrastava para apagar a luz eu procurei me afastar um pouco na tentativa de amenizar a dificuldade para manter o autocontrole, enquanto a escuridão me dava a sensação de que era só eu e ela ali naquela sala pequena. Eu não queria cometer o mesmo erro da vez passada. A tentativa foi inútil . A mesma corrente elétrica parecia fluir livremente dos nossos corpos. A poderosa necessidade de tocá-la novamente me fez agarrar na cadeira, tentei não quebrar nada. Bella não olhava para mim mas pude perceber que seus dedos agarravam a beira da mesa, ela estava imóvel demais para considerar natural. Era difícil conceber a idéia, mas parecia que ela também queria me tocar.

O tempo corria devagar. Olhei para ela em minha visão periférica, ela olhava concentrada demais para o filme. Mas eu não consegui me concentrar em nada a não ser no seu rosto, nas curvas de suas bochechas....como seria tocá-la novamente. Eu vi na mente do Sr. Barnner que o filme estava acabando. Assim que terminou eu dei um salto e me levantei mais rápido do que todos. Patético. Muito pouco humano da minha parte. Esperei para acompanhá-la e o caminho até a porta do ginásio foi silencioso. Quando chegamos ela me encarou e não pude resistir mais. Delicadamente, como se ela fosse feita de algo muito quebrável, eu encostei as costas da minha mão de suas têmporas até o queixo.

Sua pela era suave, quente, macia, perfeita. Enquanto a minha era de um frio morto. O meu toque fez seu coração pular descompassado. Eu provocava essa atitude nas pessoas de duas maneiras, quando as deixava deslumbradas (pelo menos,foi assim que bella definiu a forma como eu afetava as pessoas) ou quando aquela era apenas uma resposta involuntária ao medo. Eu não sabia dizer com certeza em qual Bella se encaixa.

Eu me virei e fui embora rapidamente antes que fizesse mais alguma coisa irracional. Era uma atitude covarde, eu sabia... mas fugir da tentação era o melhor que eu podia fazer. Principalmente diante de tamanha tentação. Eu não tinha plena certeza se era mais forte que minha natureza.

Na aula de espanhol, procurei nos pensamentos de qualquer um que pudesse estar perto dela. Fiquei satisfeito pelo Newton não ter dirigido a palavra à Bella na aula de educação física. Obviamente ele estava com ciúmes de mim e eu não senti nenhuma pena por isso.
Eu ri sozinho...Bella passou toda a aula no canto de trás da quadra, pelo menos ela não havia se machucado.
Antes de sua aula terminar eu já estava a esperando na porta encostado na parede. Rapidamente ela estava ali diante de mim com um sorriso tão lindo que era difícil acostumar. Podia ter certeza que não me acostumaria nunca.

Eu a levei até em casa e paramos em frente a porta de Charlie .A chuva ameaçava cair intensamente.

Ficamos ali no carro por horas,as perguntas não pararam . Eu ainda não sabia o que ela sentia falta em sua casa, sua família, sua antiga cidade. A maior parte do tempo era a voz dela dominando a conversa . Eu fiquei completamente satisfeito por isso. Ela tentava descrever o que eu não conhecia. Suas mãos traçavam linhas e rabiscos no ar tentando me dar todos os detalhes.
Fiquei olhando fascinado.

Fui interrompido ao escutar os pensamentos de Charlie... pela imagem que eu via na mente dele pude ver que ele estava próximo da casa. Bella percebeu minha hesitação.

-
Terminou? –ela perguntou com uma esperança inocente.

-
Nem cheguei perto... Mas seu pai vai chegar logo.

-
Charlie! –ela disse suspirando, seus olhos fitando através do vidro. -Que horas são?
Olhou para o relógio, sua expressão era de surpresa. Eu também não havia reparado na hora, o tempo perto de Bella passava rápido demais até para mim. Eu perdi a hora vivendo em sua memória, em seu entusiasmo.

Olhei para as nuvens através da janela.

-
É a hora do crepúsculo – eu disse.
Aquela era uma hora muito familiar pra nós.....o momento em que a luz do dia se rendia para dar lugar à escuridão da noite.
O negro da noite escondia uma realidade muito além da imaginação humana. Era a hora mais libertadora para um imortal. Para mim,era a hora mais solitária. Nós não tínhamos opção de fuga....um momento para dormir como os humanos,para se desligar de tudo.
Eu podia sentir o olhar de Bella em mim . Virei para ela, seus olhos me olhavam intensamente, fazendo perguntas. Ela provavelmente percebeu a tristeza contida em meu rosto.

-
É a hora do dia mais segura para nós – eu expliquei -A hora mais fácil. Mas também a mais triste, de certa forma.... O fim de outro dia, a volta da noite. A escuridão é tão previsível, não acha?

-Gosto da noite. Sem o escuro, nunca veríamos as estrelas. – ela hesitou e depois sorriu timidamente. -Não que a gente veja muitas por aqui.

-
Charlie chegará daqui a alguns minutos. Então, a não ser que queira dizer a ele que vai comigo no Sábado... -

Eu duvidava disso. Ela parecia gostar de arriscar a vida.

-Ah, não, obrigada. – ela murmurou franzindo a testa ,enquanto se levantava preguiçosamente, carregando o material da escola – Então amanhã é a minha vez ?

Ela parecia realmente ter esperanças!

-
Claro que não! – fiz cara de ofendido – Não lhe disse que não tinha acabado?

-
O que mais pode haver ? – Choramingou.

-
Vai descobrir amanhã.

Puxei meu corpo para frente na intenção de ajudá-la a abrir a porta. Eu estava completamente ciente da concentração de calor através de sua jaqueta e da aceleração repentina do ritmo de sua pulsação. Mas um outro pensamento me surpreendeu, fazendo os meus músculos se contraírem e travarem no lugar.
Uma voz pouco familiar, mas gritante em minha mente. A excitação trazia as memórias à tona... o cenário era rodeado por águas e pedras multicoloridas, um sorriso que eu conhecia muito bem...e o olhar cor de chocolate, misterioso e sedutor.
Jacob Black, eu supus.
Como se tudo o que ele fez já não fosse o suficiente .....Ele estava virando a curva da rua , ansioso para ver Bella . Ele guardava a imagem da última vez que ele a viu.

Eu conhecia bem os Quileutes, não queria Bella perto dele. Ficar perto de mim já era perigoso o suficiente ,porque ela tinha que atrair mais problemas?

-
Nada bom – eu murmurei.

-Que foi? –ela perguntou espantada.

Olhei para ela tentando esconder a raiva que ameaçava explodir

-
Outra complicação.

Abri a porta e me afastei rapidamente . Eu não queria me afastar dela mas também não queria que a nossa proximidade deixassem as coisas piores do que já estavam, principalmente para quem olhasse de longe.

-
Charlie está chegando. – avisei. Ela saiu do carro encarando a luz em meio a chuva que dificultava sua visão e a deixava ensopada.

“Uau...que carrão! “ – Jacob nos viu enquanto dirigia para a frente da casa , ele aparentava ser mais novo que Bella. - Quem é esse que está com Bella? Nunca o vi por aqui nem na reserva. Será que aconteceu algum problema na picape?“ - Ele especulava.

Ao lado dele ,o pior.

O mais velho que estava com ele me encarava intensamente.
Os seus olhos semicerravam na luz do farol , o reconhecimento crescendo.

“O quê que Billy tem??” - Jacob se perguntava enquanto olhava para o lado. Os pensamentos dele já estavam me irritando.

Eu sabia muito bem o que ele tinha. Billy Black notou quem eu era.
Ele sabia exatamente quem eu era e o que significava a cena que estava diante dele agora.


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Notas finais do capítulo

Atualizada :)

Fic Original : http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=86113045&tid=5359907160511977193&na=1&nst=1



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