Sou Lana e hoje é meu aniversário de 16 anos. Sou uma adolescente comum, de cabelos pretos, lisos e compridos. Não sou alta, mas também não me encaixo como baixinha. Daí você me pergunta: “Qual o propósito disso?”. Bem, só estou enrolando pra chegar ao ponto principal: estou apaixonada.

O nome dele é Vicente, estudamos na mesma sala e éramos amigos, mas acabamos nos distanciando e virando meros colegas de turma. O que acontece é que sou apaixonada por ele desde a primeira vez que vi aqueles cabelos pretos brilhantes e aqueles profundos olhos cor de mel. Não tenho a mínima ideia se o sentimento é recíproco. Ele estava lá, na minha festa, e quando o vi algo me surpreendeu. Você pensa: “Ele está te admirando e você percebeu que ele também gosta de você?”.

Não, o que me surpreendeu foi sua acompanhante: a novata Lilith Macedo. Falei com ela poucas vezes e mesmo assim não vou com a cara dela. É daquelas garotas típicas, pertencente à panelinha dos populares intocáveis. Não estou criticando os populares, porque, afinal, sou apaixonada por um e um dia fui uma deles. Mas ela era mais do que isso, era a garota mais chata da face da terra. E meu Vicente estava de mãos dadas com ela. Eu sei, deprimente.

Mas decidi que não permitiria isso estragar minha festa. Fui cumprimentá-los:

– Vince, Lilith.

– Oi Lana, parabéns!- Disse Vicente com aquele sorriso perfeito no rosto.

Lilith só me lançou um sorriso forçado até que eu disse:

–Entrem, fiquem à vontade.

E eles seguiram até uma mesa à poucos metros. Deu pra perceber o quanto a atitude de Vicente me chateou, porque minha expressão mudou de sorridente para carrancuda. Ele deu um selinho na entojada!