Dracolândia escrita por malukachan


Capítulo 10
Capítulo 10 - Corra Draco Corra




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/417731/chapter/10

Sabia que era questão de tempo ser preso pelos soldados (ridículos e em pink) de Umbridge e levado de volta para o quarto daquela Rainha sádica. Como eles conseguiam aguentar viver dessa forma? Ainda lembrava-se da cara de dor e prazer que vira no rosto de Blaise. Seu único pensamento foi em Harry, no quanto queria estar com ele naquele instante e quando sentiu seus olhos começarem a encher de lágrimas escutou alguém chama-lo baixinho:

- Psiu... Psiu...

Virou a cabeça para todos os lados procurando de onde vinha o barulho, não havia muitas coisas ao redor. Na direita estava o enorme trono rosa (estou começando a odiar esta cor), em frente os soldados que se aproximavam atravessando o gigante salão, atrás os gritos histéricos da rainha, que estavam cada vez mais altos e estridentes e à esquerda uma cortina enorme (e como o resto do castelo brega, era cor-de-rosa, já não aguento mais nem pronunciar o nome dessa cor ridícula).

- Ei, aqui em baixo. – falou a voz que Draco reconheceu logo em seguida.

- Severus! – disse baixinho sem acreditar que ele realmente estava ali.

- Por aqui. – disse o gato, chamando com as mãos e sumindo atrás da grande cortina.

Sem nem pensar duas vezes Draco correu até a cortina e ao afastar o tecido viu uma porta estreita. Entrou rapidamente na escuridão com o barulho dos soldados sendo abafados pela porta fechando.

- Siga em frente – Severus gato falou com o sorriso estranho de sempre – Boa sorte...

Antes que tivesse tempo de agradecer o gato sumiu ficando somente a enorme boca sorridente que logo desapareceu também. Precisava me lembrar de agradecer Severus, mesmo que ele não entenda. Afinal pelo que parece existia algo de bom dentro do seu professor, algo talvez não muito grande e talvez não muito bom também. Minha nossa, lá estava eu em devaneios, definitivamente este lugar me alterou e não tenho muita certeza se no final será bom ou ruim.

Sacudiu a cabeça, não era hora para se perder tempo. Continuou em frente sempre tateando a parede. Seus olhos acostumavam-se aos poucos com a escuridão. Um pouco mais para frente conseguiu ver um brilho por baixo do que deveria ser uma porta, ou que esperava que fosse uma porta. Andou mais rápido escutando barulhos enquanto os soldados que haviam ficado para trás tentavam entrar pelo mesmo caminho que havia percorrido. Em pouco tempo conseguiriam entrar naquele corredor. Precisava seguir em frente, colocar o máximo de distância entre ele e seus perseguidores.

Ao chegar perto da porta colou seu ouvido nela e prestou atenção, mas não identificou nenhum barulho, nada. Abriu devagar espiando e já ia sair quando uma borboleta azul pousou em seu ombro.

- Se esconda – veio a vozinha.

Draco olhou para o ombro e reconheceu a professora McGonagall, o tempo que ficou longe ela havia deixado sua vida de lagarta para trás e virado uma linda borboleta.

- Rápido, feche a porta – Minerva repetiu apressada – Eles estão chegando.

Confiante e sem raciocinar se poderia confiar ou não, o loiro puxou a porta voltando à escuridão do corredor e se ocultando em suas sombras. Poucos minutos depois ouvia a Rainha Rosa passar na parte do corredor onde estivera há poucos segundos, gritando com seus soldados para que não o deixassem escapar, que pagariam com suas cabeças se não o trouxessem de volta.

Passaram todos, os soldados, a rainha, o rei... A balbúrdia que faziam foi se distanciando conforme se afastavam.

Esperou um pouco mais para ter certeza que já estava em segurança, escutou uma enorme explosão. Os malucos estavam explodindo tudo ao redor para fazer entrar luz, queriam assim poder procura-lo no que antes era um longo corredor escuro. Ao menos devia admitir que a Rainha Rosa não era estúpida, sabia que ele estava ali em algum lugar.

Sem perder tempo saiu de seu esconderijo para o corredor movendo-se na direção contrária para onde a rainha foi enquanto a borboleta McGonagall voava para longe lhe desejando boa sorte.

Sabia que era questão de tempo até que fosse encontrado. Afinal só havia um caminho, então continuou correndo. Agora podia ver que o castelo era muito maior do que imaginara no começo.

Quando chegou a uma nova encruzilhada se encontrou defronte a três caminhos diversos para seguir. Não tinha tempo para errar. Soldados começaram a gritar atrás de si. Nesse momento escutou uma risada seguida de outra. Reconheceu-as de pronto!

- Por aqui! – apontaram Tweedle-Fred e Tweedle-Jorge.

Para seu alívio ambos apontavam para o mesmo caminho, e sorrindo em agradecimento Draco virou à esquerda e disparou a correr. Pode ainda escutar de longe os irmãos falando:

- Ele foi por aqui! – um deles disse.

– Não irmão, ele foi por aqui! – falou o outro.

Riu imaginando a confusão dos soldados. Já passara por isso antes.

Quando chegou a um grande salão viu que havia soldados enfileirados e virados de costas. Não podia voltar e não tinha como passar pelos soldados. Havia apenas uma porta à direta e uma à esquerda. Independente de qual escolhesse, os soldados o veriam. Era isso, estava perdido.

Viu uma mulher loira aproximar-se e reconheceu na hora a Duquesa Luna com seu olhar perdido chamar a atenção dos guardar para a porta à esquerda lançando um sorriso em sua direção.

Acenando com a cabeça em agradecimento, correu para a direita. Atravessou a porta no mesmo instante em que a outra porta abria e a voz de Umbridge chegava aos seus ouvidos.

- Idiotas! Ele está fugindo. – a mulher gritava com uma voz estridente.

Estava cansado, mas não desistiria. Continuou correndo até encontrar outras portas, uma ao lado da outra. Deviam dar todas no mesmo lugar. Correu até uma e já ia abrir quando alguém lhe chamou.

- Vá por aqui – o Chapeleiro estava parado perto da outra porta sorrindo para ele – rápido!

- Por que estão me ajudando? – Draco perguntou antes de ir.

- Não sei, mas está sendo mais divertido que sentar e tomar chá. – respondeu rindo.

Draco depositou um pequeno beijo nos lábios do Chapeleiro, não seria traição, os dois eram o Harry. Deu um daqueles sorrisos verdadeiros que somente Potter conhecia e sem dizer mais nada começou a correr.

Atrás de si os barulhos de passos aumentavam.

Estava em um corredor pequeno, somente uma enorme porta no final do corredor. Precisava chegar lá. Notou as orelhas brancas que perseguira o tempo inteiro.

Hermione sorria segurando a porta aberta para que passasse.

- PEGUEM-NO! – a voz de Umbridge se fez ouvir enquanto os soldados corriam pelo corredor estreito.

Sem tempo para agradecer apenas passou correndo pela porta. Ainda era um corredor, mas haviam vários quadros nas paredes. No começo não prestou atenção, usava todas as suas energias para correr.

Mas aos poucos reparou que em cada um dos quadros apareciam as várias cenas pelas quais Draco havia percorrido naquele mundo louco. Viu quando encontrou a lagarta. O sorriso perdido da Duquesa. Os dentes afiados do gato. Os irmãos Tweedle.

Correu notando que os quadros pareciam ganhar vida e as cores saiam pelo ar em ondas. Encontrou vários objetos enquanto corria. O armário de cristal fez com que reconhecesse os outros objetos pelos quais passava. Eram os mesmos da entrada na ponte.

Com esperança renovada aumentou a velocidade já não escutando vozes, mas ainda assim não parou. Corria desejando estar em casa, desejando que tivesse outra chance de concertar os erros que cometera.

Passaram-se horas, ou talvez minutos. Dias, semanas. E Draco corria.

Quando não aguentou mais Draco caiu.

Abriu os olhos assustado olhando desesperadamente em volta e se viu sentado no mesmo lugar onde se escondera de Harry. Levantou procurando as pessoas que o perseguiam, não havia nada. Somente o barulho tranquilo da floresta proibida.

Percebeu que já havia escurecido, devia até ser a hora do jantar.

Começou a andar de volta para o castelo imaginando se fora tudo um sonho, uma fantasia louca de sua mente.

"Mas pareceu tão real."

Jogando tudo para o ar, desistindo de tentar compreender o que passara, Draco correu de volta para o castelo. Não havia ninguém ali fora no momento. Deviam estar todos jantando.

Abriu as portas do salão principal com um estrondo. Todas as cabeças se voltaram para ele, mas não importava. Draco procurava apenas uma.

Com um sorriso correu vendo o moreno levantar com o rosto preocupado.

Não estava mais preocupado com o que pensariam. Não importava mais se pensariam que ele estava mentindo e enganando o eleito do mundo bruxo.

Jogou-se nos braços de Harry sorrindo, nunca mais queria passar por uma situação onde achava que não veria Potter novamente.

Afastou-se apenas o suficiente para ver a surpresa nos olhos verdes que tanto admirava.

E com todo amor que sentia Draco beijou Harry.

Que todos fossem para o inferno. Harry Potter era dele, e estava na hora do mundo inteiro saber disso.

Na mesa dos professores Severus Snape com um enorme sorriso tão incomum em seu rosto parecia se divertir com a cena à sua frente, num jogo travesso das luzes do teto encantado, por seu rosto passavam listras roxas e rosas. Na ponta da mesa Trelawney fazia cara de poucos amigos enquanto tentava arrumar os cabelos bagunçados. E na frente do rosto de McGonagall uma borboleta azul passava voando.

Minerva sorria e quem prestasse atenção podia jurar que a borboleta piscou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dracolândia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.