Faz frio, muito frio, dentro e fora é frio, sempre frio. Eu sempre estou com frio, não físico. Percebi que estou sozinho mais do que imaginei, percebi que meu futuro é um carrasco sem alma e percebi depois que não gosto de ser sozinho, não me importo em estar sozinho, mas ser não, não posso, não suporto. Foi então que me dei conta do mais provável, me dei conta de que isso é meu futuro, de que isso é meu destino e de todos, tudo que conheço acaba rápido, tudo que vivo acaba tão rápido que antes mesmo de me lembrar já sinto saudades.

Eu abriria mão da maioria das coisas que me cercam, maioria das coisas cinzas sem importância alguma, mas não de você. Você é um achado meu, você é uma lembrança quente, é uma saudade presente, é uma dor latente, você é meu mundo alternativo, meu refúgio emocional, você é minha reticencias e minha exceção. Como posso então ter por você tal raiva? Como posso odiar o que mais amo?

De onde vem sentimento tão brusco capaz de acabar com a consciência e dar esperança. Sentimento sádico! Me mostrou o que nunca tive e me tirou em seguida, viverei para sempre pensando no passado e no que não vivi, sádico nojento, você é um erro, um tremendo de um erro miserável.

Você me privou da felicidade me colocando próximo a ela e excluindo a possibilidade de a possuir. É a crueldade mais vil que poderia ser feita.

E foi feita.

E é feita.