Lost Scenes escrita por Quaeso


Capítulo 2
Eu e meu amor..s2


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo...acho que vão gostar.



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O sorriso dele era exatamente como eu me lembrava uma mistura de cafajeste meio bobo e brincalhão. Mais era difícil ver quem de nós dois estava mais surpreso. Me aproximei hesitante, não acreditando no que os meus olhos viam. Em resposta o Gus deu um passo, em minha direção. De repente nada mais importava, mesmo que aquilo fosse um sonho eu queria sonhar com o Gus. E a única coisa que se interpôs naquele momento entre a gente eram alguns metros de distância. Corri em sua direção sem se importar com nada e ele fez o mesmo. Eu queria o Gus. Eu precisava do Gus. Esse era o meu único pensamento naquele momento.

– GUS - gritei, enquanto nos abraçavamos

– É você mesmo? - disse ele enquanto segurava meu rosto entre suas mãos, me examinando cuidadosamente como se eu fosse algum tipo de Alien que havia pousado no Céu.

– Eu acho que ainda sou eu mesmo depois de morta - disse rindo, me recuperando da tensão.

– Hazel Lancaster o que você está fazendo aqui? - a pergunta soou como se estivéssemos nos encontrado por acaso no Shopping.

– Essa é uma pergunta metafórica? - perguntei.

– Em partes sim - respondeu - mas talvez..

Quando percebi o rumo que a conversa estava levando, calei a boca dele com um beijo. Foi simples no começo, mais a medida que sentia os lábios dele nos meus percebi que necessitava dele mais do tudo no universo. Ele pareceu meio hesitante, mas depois de um tempo, devolveu com um beijo apaixonado. O que poderia ser uma eternidade, ou apenas um milésimo de segundos ficamos ali só nos beijando, e sussurrando palavras amorosas no ouvido um do outro. Quando enfim paramos ele fez uma observação que até então eu não tinha reparado.

– Hazel você está sem o cilindro de oxigênio, vai ficar bem?

Era verdade, eu estava sem o que sempre me manteve viva, fora o Falanxifor, e o Felipe. Seria uma piada de péssimo gosto do destino se quando eu morresse ainda precisasse usar aquelas bugigangas. Não sei como ainda não tinha percebido aquilo antes, a diferença era imensurável, eu tinha pulmões de ferro (metaforicamente falando).

– Eu acho que sim, afinal pra onde eu vou depois de morta? - respondi finalmente. De repente me veio uma ideia na cabeça e automaticamente peguei na perna do Gus onde supostamente deveria estar sua perna de mentira.

– É a sua perna de verdade - falei surpresa, mais parecendo uma criança retardada.

– É eu percebi isso já faz um tempo, muito tempo pra falar a verdade.

– Muito tempo? Gus você só morreu a cinco semanas - disse. Tendo uma certa noção de tempo.

– Cinco semanas? Hazel já se passaram... - ele parou de dizer tentando se lembrar com muita dificuldade.

– Você não se lembra? - perguntei.

– Eu não sei... - ele respondeu tristemente.

– Gus de qualquer forma não importa - disse tentando levantar o astral dele - porque você não me mostra as coisas por aqui?

– O.K. - ele disse, o que me fez lembrar que essa era a nossa palavra , o nosso sempre.

Fomos andando de mãos dadas, lentamente.E deu para observar atentamente, cada detalhe do céu , ou qualquer outra dimensão paralela que aquilo fosse. Era uma imensidão vasta, que alternavam de cores entre tons dourados e prateados. No momento que você achava que estava andando sobre um piso de ouro puro, de repente mudava para uma areia dourada que certamente era ouro também. Arvores de marfim com frutos que aparentavam ser jóias circundavam por toda parte. Mas cada uma era diferente da outra, e mais linda.

– Como se chama aquelas arvore?- perguntei

– Só arvores mesmo - respondeu, o que achei meio obvio. Havia tantas...coisas sobrenaturais naquele lugar que era difícil de acreditar.

– Aqui é o Céu Gus?

– Provavelmente - disse como se não fizesse diferença.Já ia protestar, quando ele parou de andar e ficou só fitando o horizonte

– Sabe Hazel, quando cheguei aqui eu não encontrei beleza em nada disso. Fiquei dias ou talvez eternidades, somente pensando em você, e em como eu te queria. O cara que me recebeu aqui me disse que quando as pessoas morrem e aceitam a morte sem problemas ,com o passar do tempo elas começam a esquecer de sua vida carnal e descansam em paz. E já as pessoas com arrependimentos ou que não conseguem deixar sua vida para trás ficam vagando, e de uma forma dolorosa são forçadas a esquecer seu passado. Eu sou uma dessas almas. Eu não consegui te esquecer Hazel Lancaster. - ele começou a olhar nos meus olhos, com uma expressão séria no rosto - E eu não quero te esquecer. Eu te amo Hazel.

Brotaram lágrimas dos meus olhos, e eu comecei a chorar, como na vez que li a carta que ele tinha mandado para o Van Houten. Ele tinha dito que me amava lá . E agora mesmo depois da morte ele disse de novo. Ele estava se esforçando para não me esquecer, ele estava resistindo. Sofrendo.

– Gus - disse em meio a soluços - eu também te amo. Depois que você morreu eu perdi a razão para continuar viva, eu não quero ficar longe de você. Nunca. Nem mesmo depois da morte.

Ele me respondeu com um sorriso, aquele pelo o qual eu fiquei perdidamente apaixonada. Ficamos abraçados ali. Um consolando o outro .Pela eternidade ou quem sabe por apenas um segundo. Maldito fuso Horário.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem leu.. Não fiquem tristes ainda não acabou! Comentem PLEASE, amaria conhecer meus leitores.