Quem É Você? escrita por Amanda Cunha


Capítulo 14
A Promessa e o Plano de Resgate




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Assim que nossos lábios se separaram, Gina me estapeou no rosto.

Mentira. Claro que isso não aconteceu. Mas cheguei a pensar que pudesse.

Você sabe. Ela estava gritando, cheia de raiva, e então eu a beijei a força, e, como esperado, ela acabou se envolvendo e me beijando de volta.

Eu realmente achei que isso fosse deixa-la muito irritada comigo, mas não...

Assim que nossos lábios se separaram, a chuva caiu.

E não eram gotas finas e espaças. Acredite. Em poucos segundos, estávamos encharcados.

Sem tentar usar palavras, eu segurei sua mão e a puxei em direção ao castelo. Ela entendeu, e correu para dentro. E teria chegado primeiro, se suas pernas não fossem tão menores que as minhas.

– Ah... – ela murmurou, aliviada, e enrolou o cabelo para escorrer a água. – Uau... Eu tinha me esquecido que podia chover assim aqui...

Eu inspirei fundo para finalmente respirar algo que não água, e, também, para tentar acalmar as sensações que vinham ao olhar para ela com as roupas completamente molhadas e... Transparentes.

Incapaz de perceber meus olhares, Gina continuou a secar os cabelos e a expor cada vez mais o corpo, enquanto uma enorme poça de água se formava em seus pés.

– Ok... – eu disse, meio nervoso. – Acredito que precisamos de toalhas.

– É... – ela murmurou, de cabeça baixa.

– Hum... Tenho algumas toalhas na minha sala. Nós podemos...

– Sim, é claro. – ela murmurou de novo.

– Ah... Ok.

Por alguns minutos, eu a guiei por Hogwarts, caminhando por corredores e mais corredores até chegarmos à minha sala. Ao meu quarto.

Assim que entramos, agradeci mentalmente por não haver outra Gina ali, me mostrando que tudo não passava de mais maluquices da minha fértil imaginação. Ou de um sonho estranho.

– Então, é aqui que você dorme. – ela disse, e eu achei engraçado, já que ela não podia enxergar.

– É. Com todas essas estantes. – comentei. – Os livros têm sido, bem... Um bom passatempo por aqui. Só um minuto...

Passei pela porta à direita, onde ficava o armário de roupas. Peguei duas toalhas e voltei.

– Aqui está. – eu entreguei a toalha a ela.

Gina pegou a toalha e a esticou, pensativa.

– Você tem uma muda de roupa pra mim? – ela perguntou. Eu a olhei, pensativo. – Ué, eu não posso vestir essa mesma roupa molhada, né?

Nós podíamos resolver tudo isso com mágica, é verdade. Mas também é verdade que assim estava muito mais divertido.

Então, catei uma camisa e uma calça para ela.

– Vira pra lá! – ela ordenou. – E não ouse olhar!

Bem, acho que não era mesmo um sonho. Eu jamais conseguiria imaginar aquela expressão com tanta perfeição.

Então, obedientemente como eu sempre fui, me virei e esperei, ansiosamente, até que ela terminasse.

Um tempo longo demais depois, ela disse:

– Pronto, pode olhar.

Ela estava com as minhas roupas grandes demais, como se fosse uma criança vestindo as roupas do pai.

Mas, sinceramente? Parecia a mulher mais linda do mundo.

E, por incrível que pareça, me dei conta de que nunca, em todo o ano inteiro que passamos juntos, eu a tinha visto com as minhas roupas.

– Só um instante. – eu disse, e peguei um de seus braços, enrolando a longa manga da camisa até o seu cotovelo. Depois, repeti o processo com o outro braço. – Agora está melhor.

Eu ainda estava encharcado. Então, pedi um minuto a ela e fui me trocar.

Fiz isso o mais rápido possível, com medo de que ela desaparecesse.

E, quando voltei, a encontrei na janela.

Gina gostava de sentir o vento e cheirar a chuva. Ela sempre fizera esse tipo de coisa.

E geralmente quando o fazia era porque estava prestes a fazer alguma escolha.

– Eu realmente me sinto em casa nesse lugar. – ela disse.

Sabia que eu tinha voltado. Então, me aproximei com cautela.

E olhei para a chuva que ela não podia ver.

– Para mim, parece um lugar completamente diferente. – comentei.

Quando foi mesmo que me dei conta disso?

De olhos fechados, Gina esticou a cabeça para trás e meu coração disparou ao olhar a pele do seu pescoço.

– Draco... – ela murmurou.

Em um segundo, eu estava ao lado dela, sentado no parapeito da janela, com seu corpo em meus braços.

Ela me beijou, envolveu as mãos em meu pescoço e acariciou minha nuca...

Eu estava desesperado para amá-la. Não queria perde-la novamente. Nunca mais.

Assim que minhas mãos penetraram sob a camisa e tocaram nas costas macias e quentes dela, Gina me empurrou.

– Me prometa que não vai sair daqui.

– O quê?

– Me prometa que não vai sair daqui. – ela repetiu.

– Eu achei que era justamente o contrário que você queria.

– Hoje, para o aniversário da Leah, sim. Mas não quero que você saia para qualquer outra coisa. É arriscado.

Ela era maluca.

Mas não era nada que eu já não soubesse.

Eu tirei as mãos debaixo da minha camisa que ela usava, e segurei o seu rosto:

– Você vai ficar comigo? – perguntei. – Mesmo que eu não saia?

Ela sorriu, e pressionou o rosto contra uma de minhas mãos.

– Quando foi que você ficou assim, tão direto?

Eu sorri também. Aquele mesmo sorriso de antes, quando eu era o Alex.

– Bem, você meio que me obriga a isso.

Eu te obrigo?

– A muitas coisas.

Gina arregalou os olhos e eu sorri, inevitavelmente.

– Você não está falando sério. Eu sou a última pessoa que obriga outras pessoas a fazerem as coisas, eu juro que não sei do que você está falando...

Ela saiu da janela e foi para o outro lado do quarto, como se já o conhecesse.

Ah... Eu estava com saudade de toda aquela reação exagerada, principalmente causada por algo tão bobo.

Se ela soubesse que visão maravilhosa ela fazia com as minhas roupas...

Sem hesitar, fui até ela e a envolvi pelas costas.

– Ah, Gina... – eu disse em seu ouvido. – Você me obriga a mudar. A pensar diferente, a dizer a verdade...

Ela inspirou quando eu toquei sua barriga.

– Talvez, eu devesse obrigar você a acreditar em mim quando eu digo que você merece ser feliz.

Eu a rodei nos braço para que ficasse de frente para mim.

– Quer saber? Se ser feliz é ter você, eu estou disposto a tentar.

Então a beijei profundamente e senti seu corpo inteiro se encaixar ao meu.

Gina arrancou a camisa larga pela cabeça e eu sabia que era porque estava impaciente para que eu a tocasse.

E eu também, por sinal.

Logo em seguida, ela pareceu receosa.

– Eu não sei... Se é uma boa fazermos isso aqui. – ela disse. – É estranho...

Esse era um dos momentos em que eu tinha certeza que ela era completamente maluca! E que eu acabaria por enlouquecer também.

Passei as mãos pelo cabelo para recuperar algum raciocínio:

– E você me diz isso agora? Diante dessa visão? – eu apontei para o seu corpo, nu até a cintura.

Rapidamente, ela recolheu a camisa no chão e cobriu o próprio corpo.

E eu me odiei por ter reclamado.

– Desculpa... – ela disse, mas eu bem vi um sorrisinho escapar por trás da falsa culpa. – Mas é que nós estamos em Hogwarts, e você é um professor agora...

– Você não deveria estar aqui. – eu disse, mais ríspido do que pretendia.

– Tudo bem, eu vou embora. – ela disse e eu puxei sua mão antes que fosse.

– Não. Não foi isso o que eu quis dizer.

Ela olhou para nossas mãos unidas e esfregou o polegar na parte interna da minha mão.

– Eu sei. Mas você está certo. É melhor eu ir.

– E você realmente acha que eu vou deixar você sair a essa hora, sozinha? – eu disse. – Já fiquei suficientemente bravo por você ter vindo sozinha.

– E quem foi que disse que eu estava sozinha? – ela sorriu, convencida.

– Não estava?

– Não. Carlinhos veio comigo. Mas, assim que te viu, ele preferiu voltar a presenciar a bronca que eu dei em você.

– E o beijo que eu dei em você. – retruquei.

Gina gargalhou.

– O que é que estamos disputando mesmo?

Eu a envolvi nos braços de novo.

– Que tal isso? – eu beijei seu pescoço, puxando os cabelos úmidos com a mão para liberar mais espaço.

Gina arqueou o pescoço e suspirou.

– Eu já disse que não é uma boa ideia. – ela disse, e num movimento rápido se livrou de mim.

Como é que essa garota conseguia fazer isso?

– Tudo bem! – ergui as mãos no ar. – Eu desisto, mas... Você vai dormir comigo.

Ela fez uma careta.

– Não dormir... – me corrigi. – Quero dizer, realmente dormir, e não...

– Você pode dizer sexo, sabia?

Foi a minha vez de fazer careta.

– Não é sexo... Só sexo. – afirmei. – Está mais para...

– Fazer amor. – ela disse.

– Você sempre sabe a resposta.

Ela sorriu e pensou.

– Tudo bem, mas eu escolho o lado da cama. – disse.

– Não tem lado. É uma cama de solteiro. – eu disse, e nos deitamos.

Ajeitei o cobertor em cima de nós e a puxei para o meu peito.

– Ei. – ela reclamou.

– É assim que se dorme numa cama de solteiro. – eu disse.

Ela riu.

– Exatamente igual como na cama de casal.

~~~###~~~

Quando acordei, encontrei um bilhete da Gina.

E comecei a praguejar.

Por que ela tinha ido embora sem falar comigo?

E praguejei mais algumas vezes.

Era impressionante como ela sabia escrever tão bem, mesmo sem enxergar!

Draco,

Você me prometeu não sair de Hogwarts.

Então não saia daí até o momento em que eu disser que está tudo bem.

Um beijo,

Gina

Não saia daí até o momento em que eu disser que está tudo bem?

O que significava isso?

O que aquela ruiva maluca estava pensando?

Linda ruiva maluca, eu deveria acrescentar, ao lembrar os seus seios empinados e perfeitos e da barriga alongada.

Eu a tinha visto ontem, mas já parecia uma eternidade.

– Cartinha de amor? – Henry, um dos garotos da aula de Estratégia e Simulação, apareceu.

Atrás dele, vinham Jane e Riverdance.

– Isso aqui está mais para carta de ódio. – comentei.

Poxa, nós tínhamos passado a noite juntos. Ou quase totalmente juntos.

Como ela ia embora assim?

– Iiih... Já vi que ele vai descontar na aula hoje... – Riverdance zombou.

– A-há-há... Muito engraçado. – zombei de volta. – Eu não preciso de motivo para descontar em vocês. Posso tirar 30 pontos de você agora mesmo, quer ver? Pronto. 30 pontos a menos para a Corvinal!

– Ei, não! Espera aí!

A cara dele era perfeita: uma mistura de susto, de incredibilidade e arrependimento.

Agora sim, eu estava mais calmo.

Podia até respirar fundo e sorrir...

– Ele está brincando, Ri. – Jane disse e revirou os olhos.

Essa era a minha garota. Inteligente e impaciente como eu.

– Ufa... – ele disse e eu dei boas gargalhadas.

Ai, ai... Nada melhor do que zombar dos alunos.

~~~###~~~

– “Eu sei lá?”. Você tem certeza que é essa a resposta que você quer me dar?

Fazia uma semana.

Uma semana que ela enviara aquele maldito bilhete e mais nada.

E tudo bem, eu admito que estava estressado com isso. Tenho admito as coisas ultimamente. Principalmente quando me condiz.

– Ah, Malfoy, pega leve, vai? Ele não tem conseguido dormir...

– O assunto não chegou até você, Hall. – eu disse.

Todos estavam quietos, sentados, de cabeça baixa, esperando por uma bronca ou coisa assim. É verdade que o Fill estava me tirando do sério, principalmente com aquele atraso. Mas eu não estava afim de usar palavras.

– Vamos fazer o seguinte. – comecei, andando pela sala. – Enquanto qualquer um de você não estiver disposto a chegar na hora da aula, todo vocês ficam... Sem aula. O que acham disso?

Todos começaram a reclamar.

Enquanto a Gina não desse notícias, eu realmente não tinha cabeça para dar aula nenhuma.

Você cobra responsabilidade deles, mas não consegue ser minimamente responsável com suas obrigações.

De onde essa voz vem, afinal? Cada vez mais chata e insistente...

– Com licença, Malfoy. – a Granger enfiou a cabeça na porta e eu me senti realmente feliz em vê-la.

Salvo pela professorinha irritante.

– Estão dispensados. – eu disse aos alunos, e todos me olharam como se fossem me transfigurar ou algo assim.

Sem problemas, a Granger tinha se aproximado o suficiente para que eu a colocasse na minha frente caso eles tentassem.

E esse é o pensamento de um excelente estrategista!

– Qual é o assunto, Granger? – perguntei e me sentei em minha mesa.

Dar aulas em pé estava sendo realmente desgastante.

– A Gina sumiu.

– O quê?

Eu estava de pé em um minuto.

– Ninguém a encontra há dois dias e o Rony recebeu um bilhete...

– Dois dias? Ela sumiu há dois dias e vocês são decidem me contar agora?!

– Nós estamos em Hogwarts, como poderíamos...?

– O que dizia o bilhete? – perguntei, sentindo meu coração estranho.

Ela inspirou fundo.

– Era uma ameaça.

– Ameaça?

– O bilhete dizia... Dizia...

– Anda logo, Granger! Ou você quer que mais dois dias se passem enquanto você está hesitando aí?!

– Ela foi raptada por um Comensal, Malfoy. E ele ameaçou mata-la caso você não apareça.

Merda!

Merda! Merda! Merda!

Como eu tinha deixado aquilo acontecer? Como eu não pensara que eles saberiam?

Por que ela tinha que aparecer para me ver?

E por que eu tinha que ter a deixado ir embora, afinal?

Merda!

– Aonde ela está? – perguntei.

Uma ideia estava começando a se formar...

– O Comensal disse que a levaria para um museu italiano. Um museu que está fechado, mas eu não faço ideia de qual poderia ser...

– Eu sei. – eu disse, e me virei para a porta, observando Fill sair. – Fill!

Ele se virou de supetão.

– Oi?

– Chame os outros imediatamente!

– Mas...?

– Vocês vão ter uma aula especial hoje.

Rapidamente, todos os alunos meteram as cabecinhas para dentro da sala.

Um sorriso satisfeito se formou em meu rosto.

Estavam escutando tudo, eu devia ter imaginado!

– Que tipo de aula? – Jane perguntou.

Meu sorriso se abriu ainda mais.

– Nós vamos para a Itália.

~~~###~~~

Peguei as oito passagens, verificando os horários de voo e os portões de embarque, rapidamente.

A princípio, estava tudo como planejado.

– Toma. – eu disse e entreguei uma delas para a Granger. Ela olhava para todos os lados, a procura de alguém.

– Obrigada. – disse. – Ei, não, espera! O que é isso?

Eu apenas revirei os olhos.

– Você era tão inteligente... – comentei. – Como assim “o que é isso?”. É a sua passagem! – exclamei.

E então, distribui as demais para os outros.

– Nossos horários são diferentes. – Ships disse.

– Sim, é uma tática de disfarce. – respondi.

– Não seria melhor aparatarmos?

– É muito distante. – Jane disse.

– E o Pó de Flú seria muito previsível. – Fill continuou. – Eles devem estar monitorando as principais saídas.

– Eles, quem, afinal? – Hall, que parecia bastante ansiosa, perguntou.

Ela já estava ficando irritada com o fato ridículo de que eu ainda não tinha contado o que estávamos indo fazer.

– Os comensais. – revelei, pela primeira vez.

Os olhos de todos se arregalaram, exceto pela Granger.

– Estão faltando passagens. – Granger disse, e eu olhei para ela.

– Como assim?

– Rony e Jorge estão vindo! – ela disse.

Mas como eu poderia saber?

– Bom, eu não sabia... – eu disse.

– Como não sabia? Eles são os irmãos dela! – ela gritou, nervosa.

– Bom, eles podem comprar suas passagens quando chegarem. – eu disse, apenas.

Tinha muito mais coisa com o que me preocupar, como, por exemplo, explicar aos protótipos de auror que estavam prestes a enfrentar uma provável morte.

– Como eu disse, você estão se encaminhando para uma missão especial. Uma mulher foi raptada por comensais...

– Eu achei que... Não existiam mais comensais. – Jane comentou.

– Teoricamente, não. – concordei. – Mas é realmente muito difícil de acreditar que nenhum tenha conseguido escapar.

– Você foi um deles. – Riverdance disse.

Eu apenas assenti, sabendo que aquele comentário não tornaria as coisas a meu favor.

– Mas o caso dele é diferente. – Granger disse. – Ele abdicou da sua última e mais importante missão e se aliou aos aurores. E foi isso que nos deu a vitória da Grande Guerra.

Eu apenas a olhei, tentando entender o que realmente se passava em sua cabeça.

– Você foi o comensal mais irado. – Hall disse, absurdamente animada.

Eu deixei um sorriso escapar, e pensei imediatamente se a Gina também achava isso.

Mas então, a imagem dela sendo agarrada, torturada ou morta por algum comensal fez meu sangue ferver.

– De volta ao plano. – eu disse. – Nós temos que resgatar a refém, em primeiro lugar e, se possível, prender os criminosos.

– Isso não deveria ser o trabalho dos aurores? Digo, dos profissionais? Já formados? – Henry perguntou.

– Avisar a Central de Aurores demoraria muito. – eu disse. – Eles fazem uma série de investigações antes de começar a busca efetiva. A vítima, muito provavelmente, não tem esse tempo.

– É, mas... Bom, essa é a forma que eles fazem, certo? – Henry continuou. – É o que devíamos fazer.

– Ele tem razão. – a Granger disse, puxando o meu braço. - Você sabe que o que está fazendo é ilegal.

Eu senti meus olhos arderem.

– Eu não me importo! – disse. Levemente alterado... – O que você quer fazer? Deixá-la morrer?

– Nós podemos ir sem eles, os quatro.

– Mas as chances de conseguirmos salvá-la vai ser muito menor!

– Eu concordo. – uma voz disse atrás de mim. – Com o Malfoy.

Finalmente tinha acordado para a vida.

Alguém sensato naquele lugar, além de mim.

– E, afinal, eles estão treinando para isso. – Jorge acrescentou.

– Como você disse, eles estão treinando. – Granger argumentou. – Ainda não estão preparados.

– Por que você não deixa que a gente decida se estamos preparados ou não? – Hall disse, intervindo na conversa.

– Vocês não tem diploma. – Granger disse.

– Nós fizemos muitas coisas arriscadas na idade deles, Hermione. – Weasley comentou. – Muito mais arriscadas, inclusive.

Ela engoliu em seco.

– Mas... Era diferente.

– Por Merlin, enquanto estamos discutindo aqui, ela já pode estar morta! – berrei, e enfiei as mãos nos olhos, que não paravam de arder.

Que merda... O que eu tinha feito? Por que tinha deixado aquilo acontecer?!

– Eles querem você, Malfoy. – o Weasley disse. – Eles não vão fazer nada enquanto você não chegar. Eu espero...

Era verdade. É por isso que o que eu deveria fazer era pegar logo aquela droga de avião e partir para a Itália, para morrer no lugar dela.

Mas que garantia eu tinha de que eles não a matariam de qualquer jeito?

E, que merda, eu não quero morrer! Eu quero viver, e amá-la para o resto da minha vida!

– Você... – Jane se aproximou, e tocou minha mão. – Você a conhece?

– Eu... – o que eu podia dizer? Pelo jeito, não havia mais escapatória. Como sempre, a verdade seria a única saída, fosse para a total perdição ou sucesso. – Ela é a minha mulher. A mulher da minha vida, a pessoa que eu mais amo no mundo... Talvez, a única pessoa que eu realmente tenha amado no mundo.

Todos olhavam para mim, impressionados, como se eu fosse uma espécie de criatura das trevas.

E, apesar disso, tudo o que eu pensava era no imenso ardor que eu sentia no peito.

– E eu estou ficando maluco aqui, tentando convencê-los a... A me ajudar a salvá-la porque... Porque eu não consigo imaginar a minha vida sem ela mais.

Senti em meu peito a calmaria de ter dito algo muito verdadeiro.

– Você... – Jane disse, e puxou minhas mãos para que eu me levantasse. – Você não é uma criatura das trevas. – ela sorriu. – Você é um ser único que sabe o que é amor.

O quê?

– E é por isso que nós vamos com você. – Hall disse, sorrindo de orelha a orelha.

– É isso aí. – Riverdance disse.

– Pode contar comigo também. – Fill afirmou.

– Eu já tinha falado por todos vocês. – Hall disse, revirando os olhos.

E eu tive que deixar a piada passar porque a minha cabeça rodava de... Felicidade.

– Isso significa que somos 10 no total. – Granger comentou. – Um número excelente.

Eu abri o maior sorriso do mundo.

E quando todos começaram a andar para os portões de embarque, eu percebi.

Jane podia ler pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Aí está! Demorou de novo, mas espero que gostem!
Quero agradecer a Ádria e Ro_Matheus pelos comentários!
Agradeço a todos os leitores pela paciência!
Ah, esperem pelo próximo capitulo! Ele é o último, e depois teremos apenas um pequeno Epílogo, mas está cheio de revelações!
Se eu receber reviews, ele provavelmente chegará mais rápido, já que ganho uma onda de animação sempre que recebo!
Obrigada por me permitirem compartilhar minhas palavras,
Amanda Cunha



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