The Berry Mission escrita por Blackbird


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu postando essa história mais uma vez kkk bem, espero que gostem dessa nova fic. Leiam com carinho ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/417228/chapter/1

TRIIIIIIIIIN TRIIIIIIIIIIIN TRIIIIIIIIIIIIIIIIN “Bom dia Nova York! Quem fala aqui é seu amigo de todas as manhãs...”

Acordei assustada com aquele tilintar. Eram seis horas da manhã e meu despertador, como sempre, me acordava da maneira mais irritante possível, nas horas mais inconvenientes que se pode ter. É como se ele tivesse vida própria e soubesse quando eu estava em meu sono mais ferrado ou sonho mais animador.

Imprensei o travesseiro contra meu ouvido direito, tentando abafar a voz de Carlos Morrisson, ‘meu amigo de todas as manhãs’, que insistia em sair de dentro daquele despertador infernal. Tateei a mesinha de cabeceira, que ficava ao lado da cama, procurando aquele objeto maldito, depois de alguns segundos o encontrei. Segurei com força e joguei do outro lado do quarto, escutei quando bateu contra a parede e provavelmente se estraçalhou no chão. Finalmente a voz do meu ‘amigo’ morreu.

Suspirei aliviada com o silencio. Não que eu não seja uma mulher da manhã, na verdade eu adoro. Adoro sentir os primeiros raios de sol batendo em meu rosto, o cheiro de uma manha, do café da manhã... Mas se tem uma coisa que eu não suporto é barulho de despertador, ou da voz do Carlos. Ele parece um gato dentro de um saco, sendo espancado.

Suspirei mais uma vez, tirando o travesseiro do meu rosto e me sentado. Alonguei meu pescoço e meus braços, e isso já era um ritual, não importa onde eu esteja, tenho que fazer isso quando acordo, é como um bom dia: essencial para uma boa manhã. Abri os olhos e vi que realmente o despertador estava estraçalhado. Me levantei devagar, tirei meu pijama nada conservador e fui direto para o banheiro, sendo recebida por uma ducha morna. Tomei banho rapidamente, troquei de roupa e fui para a cozinha. Hora da minha famosa vitamina matinal... Quer dizer, nem tão famosa, mas ainda sim, minha gotosa vitamina. Uma mistura de maça, banana, mamão e várias outras coisas. A tomei calmamente ao som de um dos meus favoritos musicais: Funny girl. Como não amar esse filme? Ainda mais com meu ídolo Barbra Streisand, tanto que meu nome é Rachel Barbra Berry.

Voltei para o banheiro e fiz minha minuciosa higiene bucal, ainda ao som de Barbra. Coloquei minha roupa de caminhada e a do trabalho, guardei em minha bolsa. Sai de casa as sete horas, como sempre, para chegar a agencia as oito. Desci o elevador sozinha e sai do prédio, dando bom dia ao porteiro que estava aguando as plantas mortas que ficavam na calçada.

Nova York, como sempre estava lotada de pessoas apressadas para seu trabalho. Elas andavam sem tirar os olhos dos seus pés, segurando seus cafés como se a vida dependesse daquilo, apertando os casacos aos corpos, se preparando para a chuva que se formava ao longe, enquanto desviavam do transito louco que dava o toque final a cidade, que na minha humilde opinião, é perfeita.

Caminhei como sempre, por uns trinta minutos até chegar ao meu santuário, o Starbucks. Desde que vim morar em NY descobri os milagres que o café pode fazer, como por exemplo, te manter sóbria ou até te arranjar um encontro, como o que tive semana passada. Como sempre, a cafeteria estava lotada, então fui para o fim da pequena fila em frente ao balcão de pedidos. Minha vez chegou e pedi o mesmo de sempre, e esperei. Como já sou conhecida lá, não demorou muito para que meu café e dois bolinhos me fossem servidos. Paguei, dei alguns passos para trás e estava pronta para me virar em direção a saída quando algo esbarrou em mim. Primeiramente senti um corpo forte, rígido e mais alto ir de contra ao meu, depois senti um liquido quente escorrer pela minha pele. Era o café quente. Senti o ardor de minha pele subir para os meus olhos e então levantei meu rosto, vendo uma linda loira, molhada de café, passando a mão em sua blusa preta.

– Mas que merda... – Ela resmungou alto o bastante para que eu escutasse.

– Devia prestar mais a atenção onde anda. – Respondi baixo. E pelo visto ela escutou. Levantou seu rosto escultural e não pude deixar de notar seus belos olhos... E como eles eram lindos. Sua sobrancelha arqueou e então parou de limpar sua blusa.

– Eu olho muito bem por onde ando, acho que quem não faz isso é a senhorita. – Ainda com essa resposta nos lábios, ela sorriu docemente. – Não é prudente andar de costas com um copo de café quente em mãos.

– Eu estava me virando quando você bateu em mim. – Sorri de volta. – Você deveria ter me visto. – Abri ainda mais o sorriso, meu conhecido sorriso de quando estou certa sobre alguma coisa. É um dos sorrisos mais frequentes.

– Sim, a culpa foi minha, admito. – Levantou um pouco os braços, em rendição. – Sinto muito, eu estava distraída no celular que não vi quando vinha. Desculpe-me. – Assenti em aprovação ao pedido. Um sorriso perfeito se formou em seu rosto. Pude perceber então o quanto ela era linda, meu deus. – Posso te pagar um café, como sua aceitação de meu pedido?

– Está me cantando? – Ri baixo com aquilo. Uma mulher linda como aquela, me cantando? Isso sim era uma piada, das boas. Ela corou.

– Não. Só acho injusto você ter perdido seu café por minha distração. – Foi minha vez de corar. A loira sorriu novamente. Senhor, como alguém poderia ter um sorriso tão perfeito como aquele? – Aceita? – Tirou-me de meu transe.

– Ah, não precisa. Eu tenho que trabalhar, posso tomar no trabalho.

– Mas aposto que o café de seu trabalho não é café do Starbucks. – Não pude deixar de sorrir com o comentário. Ela tinha razão, o café da empresa era horrível, poderia ser comparado a agua de meia suja. Não sei como aquele bando de homens tomava aquilo. Percebi então que a loira se divertia com meu ar risonho. – Pelo visto eu tenho razão. Deixe-me pagar.

– Não. Olha, sei que é boa a sua intenção mas não precisa pagar. Já sou acostumada com o café de minha empresa. – Ela estreitou os olhos para mim como se detectasse minha mentira. Então seus olhos baixaram para minha blusa e ela se demorou um pequeno tempo por lá. Se não fosse uma mulher, até juraria que ela tinha parado olhando meus seios.

– Então posso te comprar uma blusa nova? Quer dizer, não sei se ia trabalhar com essa roupa, porque se for, te compro uma nova. – Arregalei meus olhos com a resposta.

– O que? Não. Eu não trabalho com essa roupa. Tenho uma dentro de minha bolsa. – Sorri amarelo para a loira. Ela então cruzou os braços como se dissesse que não tinha mais o que fazer. – E não, você não tem mais o que fazer.  – Ela riu e olhou o relógio.

– É, percebi que não, e eu continuaria a discutir até você aceitar, mas tenho que trabalhar agora. Não quero chegar atrasada, sabe como é...– Eu assenti em concordância. Olhei o meu relógio e... Droga, se eu continuasse naquela conversa, chegaria atrasada também.– Bom, foi um prazer te conhecer, tirando as circunstancias que nos levaram a isso. – Sua voz aveludada saiu junto com um riso, que provocou o meu.

– Verdade. E desculpe pela sua blusa.

– Não se preocupe, tenho outras roupas. – Piscou-me sedutoramente e divertidamente. – Bom, me desculpe mesmo. – Sorriu amarelo. – Preciso ir. Foi um prazer. – Eu sorri em despedida e me virei em direção ao banheiro, ela fez a mesma coisa, em direção contrária.

 Rapidamente cheguei ao cômodo, entrei em uma das cabines grandes de deficiente e comecei a tirar minha roupa suja, apoiando-as na barra de apoio que tinha ali. Como treinada, vesti minha roupa em tempo recorde. Uma calça social preta, uma blusa de botões branca e um casaco qualquer por cima. Na blusa, estava um crachá com meu nome e minha foto. Enrolei minha outra roupa e coloquei dentro da bolsa. Lavei minhas mãos e braços e saí do banheiro. Tinha cinco minutos para chegar ao prédio. Calculei rapidamente e concluí que precisava pegar um taxi ou me atrasaria. Quando passei em frente ao balcão de pedidos, uma das atendentes me chamou, estendendo um copo de café.

– Uma senhorita loira pediu para lhe entregar isso. Disse que mesmo que não aceite, ela não poderia deixar de comprar. – Ri com a ação da loira, não era normal pessoas nessa cidade fazerem isso, elas só se importam com sua vida, sem nem ao menos piscar para o próximo, quanto mais olhar. O que a loira fez me surpreendeu, de uma maneira boa. Foi muito cavalheirismo da parte dela. Percebi que não tinha perguntado o nome da loira bonita, de olhos deslumbrantes e sorriso perfeito... Mas bem, provavelmente não a veria mais mesmo...

Peguei o café, agradecendo a mulher e mentalmente a loira por não me deixar tomar o café do escritório. Sai da cafeteria e chamei um taxi que estava passando na hora. Cheguei rapidamente a um prédio pequeno, de tres andares, e pouco vistoso.  Todo coberto por janelas de vidro e com dois grandes porteiros. Quem olhava o lugar assim, até pensava que não era tão grande, mas quem entrava, percebia que ele tomava conta de quase todo quarteirão. Os dois homens me olharam e abriram grandes sorrisos, me fazendo sorrir também. Passei pelo saguão, cumprimentando Sugar, a recepcionista irritante que tinha um gigantesco ego de riqueza e um sério problema: achava que sabia cantar. Acho que ela e Carlos Morrisson são da mesma família. Tem a mesma voz irritante.

Parei em frente a duas portas de aço que separava o saguão do resto do prédio e digitei um código em um teclado virtual na parede entre as portas da empresa. Da parede saiu uma espécie de laser que escaneou meu olho direito. Quando acabou, esperei um momento então um bip. ‘Rachel Berry. Acesso garantido.’ Sorri para a maquina e então no computador apareceu uma luz verde e uma das portas de aço, a da direita para ser mais exata, se abriu, me dando passagem. Passei e fui para um dos três elevadores que estava aberto. Entrei e rapidamente cheguei ao segundo andar. Onde eu trabalhava.

A sede do setor de inteligência computadorizada da CIA era gigantesca. No meu andar trabalhavam os melhores ‘nerds’ que se poderia ter, inclusive eu. Sem querer me gabar, sou uma das melhores agentes fixos que a agencia poderia ter, mas meu sonho mesmo é ser agente de campo. Poder trabalhar nas ruas, enfrentar os ladrões e vilões, sentir a adrenalina de estar no meio da ação. Um pouco doentio, eu sei, mas nada me tira da cabeça de que vou ser. Entrei para a agencia no final do ensino médio, quando meu pai – agente de campo- morreu em uma emboscada. A CIA foi atrás de mim, sabendo de meu talento, me pagou faculdade, especialização e tudo que tinha direito, curso avançado de espião e então aqui estou eu, no auge dos meus 26 anos, trabalhando como uma das melhores aquisições que eles poderiam ter feito.

Apertei o café contra meu peito, lembrando do sorriso daquela loira desconhecida. Sorri também e me postei a andar por entre as várias pessoas, computadores, maquinas de café e impressoras que se dividiam desorganizadamente por aquele enorme espaço. Cheguei a minha mesa e sentei, apoiando o copo e minha bolsa no móvel. Minha mesa ficava de frente para outras duas, as de Mercedes e Tina, minhas melhores amigas desde que entrei na agencia. Elas sorriram pra mim e deram um caloroso ‘bom dia’ em uníssono. Respondi com um sorriso de mesma intensidade. Tirei calmamente meu casaco, o colocando pendurado nas costas da cadeira e sorvi um gole do café intocado. Gemi baixo em aprovação, o gosto do liquido quente era divino.

– O que te fez chegar atrasada Rach? – Mercedes me olhava com curiosidade. – Não foi caminhar?

– Fui. Só que aconteceu um imprevisto e não pude chegar mais cedo.

– Algo importante? – Dessa vez era Tina que mantinha um olhar curioso.

– Não. – Dei de ombros. – Apenas uma pessoa desconhecida que derramou café em minha roupa. Mas me pagou outro. – Sorri, apontando para o copo em minha mesa. As duas sorriram marotamente, se inclinando em suas respectivas mesas.

– Então... Uma pessoa bonita? – Mercedes começou.

– Como a da semana passada? – Tina levantou as sobrancelhas sugestivamente. Me segurei por um minuto, então caí na gargalhada. Não podia deixar de rir com essas duas.

– Sim, uma pessoa muito bonita, bem mais que a da semana passada. – Elas soltaram um suspiro cômico. – Uma bela mulher, educada o bastante para me pedir desculpas e me comprar um café. – Sorri com a expressão de desapontamento que elas mostraram. Tomei mais um gole de meu café, que por sinal já estava ficando frio, então comecei meu adorado trabalho. Estava em uma missão há uma semana, procurar o paradeiro de um dos maiores traficantes de armas no ultimo ano. Estava quase chegando ao seu paradeiro atual, mas o homem fugia mais que rato quando vê gato. Admito que até que estava sendo dificultoso aquilo tudo.

Pesquisava tranquilamente, ao som das risadas e fofocas de minhas amigas, quando o novato, assistente de setor, apareceu ao meu lado. O olhei com o rebo do olho, ele bateu os pés e limpou a garganta. Calmamente me virei, Rory me fitava.

–Osenhorjacobquervela. –  Seu sotaque já não era dos melhores, então ele resolvia falar rápido, ai é que ninguém entendia bulhufas. Ele era da Irlanda e pelo que eu soube, sempre quis ser espião... Mas com aquele jeito, ele seria morto ainda em treinamento. Sorri docemente.

– Eu não entendi, desculpe. Pode repetir mais devagar? – Ele corou.

– O... senhor... Jacob... – Escutei Mercedes bufar a minhas costas. – Quer... Vê-la.

Assenti ainda sorrindo para o rapaz que saiu apressadamente. Jacob queria me ver? Então é hora da verdade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Deixem reviews, me digam o que acharam. Deixem até um oi... Continuo?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Berry Mission" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.