Chegou A Sua Vez Daniel Valencia escrita por Wanda Filocreao


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Estou postando uma nova fanfic. Espero que gostem e aguardo os comentários.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/417140/chapter/1

Daniel Valencia sai da Ecomoda aborrecido. Havia ido lá como fazia todos os meses, para buscar o seu cheque. Mas ao avistar Armando Mendoza com sua cara feliz e orgulhosa, teve ímpetos de socá-lo!

Como pode, Armando tinha tudo: uma mulher apaixonada, uma posição de destaque na empresa e agora aquela filha! Era uma garotinha linda, tinha que admitir, mas era a cara do Armando! Isto Daniel pode comprovar ao ver as várias fotos da garotinha espalhadas na sala da presidência e na sala de Armando.

Bem que tentara provocar ciúmes em Armando, beijando as mãos de Betty por um tempo a mais do que devia, mas ela só tinha olhos para o seu marido.

Agora que Betty se tornara mais interessante, mais fina e atraente, além da inteligência, algo que sempre provocou em Daniel admiração! Queria tentar algo com ela, mas era inútil! Ela amava Armando incondicionalmente e ele era completamente louco por ela!

Por fim que ficassem os dois pombinhos, felizes e lambendo a sua cria!

Daniel estava tão absorto em seus pensamentos que não viu uma ciclista atravessar na frente de seu carro. Quando sentiu a pancada, brecou imediatamente e desceu.

“Não acredito, mais essa agora, atropelei uma moça! E agora que farei?”´pensa Daniel muito preocupado.

Vamos e venhamos, mais preocupado em salvar a sua pele, do que com a pobre moça que acabara de atropelar.

Imediatamente, observa a moça que se encontra sem sentidos e percebe que ela não teve nenhum ferimento sério, apenas um inchaço na testa.

Resolve então colocá-la no seu carro e levá-la para o hospital mais próximo, antes que alguém possa ver o corrido.

 Não queria ter nenhum problema com a polícia! Imagine ele um alto executivo, um importante empresário, ter que prestar contas em alguma delegacia de polícia!

Como a moça estava desmaiada, rapidamente a coloca no banco traseiro, pega a bicicleta e enfia no porta-malas e a toda ruma para o hospital.

 “Justo hoje que dei folga ao meu motorista acontece isto!” - ia resmungando pelo caminho.

Assim que chega ao hospital tira a garota do banco e a carrega até a recepção.

Como é um hospital muito chique, todos vêem e dão total atenção a ele e a garota que ainda permanece inconsciente. Ele apenas explica que ela caiu da bicicleta e bateu a cabeça, se eximindo de toda a culpa.

Sua intenção é sair de lá às pressas, mas como mentiu, tem que continuar a farsa e esperar.

“Só me faltava essa, que dia!”- pensa aborrecido.

As enfermeiras deitam a moça em uma maca e a levam imediatamente à sala de emergência.

Daniel fica esperando, meio nervoso e pensando com seus botões: “Até que ela é bonita, loira, miúda, quase não pesa, senti isso quando a ergui do chão. Leve como uma pena! Mas deve ser uma pobre coitada! Está tão mal vestida de calça jeans e camiseta surrada, não deve ter onde cair morta! Mas e se ela morrer? Eu vou ser o culpado! ”

Daniel fica muito preocupado, não quer ter nenhum problema com a polícia ou com quem quer que seja!

Passada uma meia hora, o médico vem falar com ele:

- Senhor, a sua esposa já acordou e está reagindo bem. – avisou o doutor olhando seriamente para Daniel, que estava com a testa franzida, surpreso com o que acabara de dizer o médico, mas se manteve em silêncio, continuando a ouvi-lo.

- Tiramos uma chapa e não é nada sério, só está um pouco desmemoriada, isto é normal, devido a pancada que levou. – continuou a explicar o doutor sem perceber a reação do homem à sua frente - Aos poucos ela irá recuperando a memória.

- Em quanto tempo o senhor acha que ela vai recuperar a memória? – perguntou Daniel preocupado.

- Alguns dias, afinal ela é uma pessoa jovem e poderá se recuperar logo, mas em casos raros pode acontecer de demorar um pouco mais. – respondeu o médico enquanto o homem o fitava pensativo - O que ela precisa é de muito repouso e sossego. Receitei estes remédios, verifique direitinho o horário da medicação. – disse entregando-lhe a receita - No mais pode levá-la para casa. E escute, não a force a nada, as lembranças virão aos poucos, naturalmente. Muita atenção e carinho com ela. Se precisar de algo, aqui está o meu cartão com o telefone. - dizendo isto o médico se despediu e retirou-se.

Daniel ficou abobalhado: “Minha esposa? Mas o que é que está acontecendo? Mais essa agora!”

Andando pelo corredor do hospital, pergunta à uma enfermeira se podia entrar no quarto da garota que trouxe a pouco.

- Ah! Deixe que eu lhe acompanho, sua esposa está ansiosa lhe esperando!

Daniel segue a enfermeira sem nada entender. Quando chega ao quarto vê a garota sentada na cama e acompanhada de outra enfermeira. Toda sorridente, a garota lhe pergunta:

- Você é o Daniel?

-Sou sim. - ele responde todo preocupado, pensando que sua farsa havia sido descoberta.

- Eu não me lembro de você, mas como eu tenho essa aliança e nela está escrito Daniel. – ao dizer isso a jovem tirou do dedo sua aliança dourada e a entregou para que Daniel a visse.

Um tanto desconfiado, ele pegou a aliança e examinou minuciosamente, constatando que a moça falava a verdade.

- As enfermeiras me contaram que o homem que havia me trazido ao hospital se chamava Daniel e portanto, concluíram que você é o meu esposo. Desculpe-me, mas eu não me lembro de nada.

Daniel olhou para ela e depois para as enfermeiras, que sorriam, encantadas com o casalzinho. Se sentindo mais aliviado, resolveu levar a farsa adiante.

- Bem é verdade, você é minha esposa sim. – mentiu ele.

- E qual é o meu nome?- pergunta a moça ansiosa.

Daniel fica pensativo e resolve dizer o primeiro que lhe vem à frente, o nome da sua mãe.

-Ah! Você se chama Suzana.

- Ah! Que nome lindo!

As enfermeiras ajudam a “Suzana” a se levantar e dizem a Daniel:

- Bem o doutor já deu alta para ela, agora é só levá-la para casa e com cuidado, pois ela precisa de muito repouso e faça compressas com água fria na testa dela para que suma este inchaço

 - Está bem. – diz Daniel agradecendo, e já segurando a “sua esposa” pela cintura apoiando-a e levando-a até o seu carro.

“E mais essa agora! - pensa franzindo a testa- Vou ter que levá-la ao meu apartamento, e ficar com ela até que recupere a memória! Uma desconhecida!”

  Pouco depois, pensando melhor: “Mas o médico disse que vai demorar só alguns dias, para que ela se recupere, acho que posso esperar, só mais alguns dias.” – seguia pensando com seus botões enquanto dirigia.

Suzana recosta a cabeça no assento do carro e fica pensativa, não se lembrava de nada! Mas ao mesmo tempo se achava uma pessoa de muita sorte, pois estava com seu marido. Já pensou se não tivesse ninguém no mundo, sem memória, estaria perdida! - pensando nisso olhou para Daniel:

“Ele é muito bonito, mas é muito sério. O que será que eu vi nesse homem para me casar? Acho que ele no íntimo deve ser uma boa pessoa, pois tenho certeza eu só me casaria com alguém especial.”

Daniel olha para Suzana, seus olhos se cruzam e ele repara nos olhos dela. “Que olhos lindos ela tem, são... deixe me ver bem... azul turquesa! Lindos e penetrantes! Quem será ela? Pelo visto é casada, pois está com esta aliança na mão esquerda. E que coincidência, o nome do seu marido também é Daniel, como eu! Que coisa!”- segue envolto nesses pensamentos enquanto dirige.

Quando chegam ao prédio onde Daniel mora, ele estaciona o carro na garagem e dá o braço à Suzana para que ela se apóie nele, e entram no edifício.

O porteiro, um senhor de meia idade e calvo, não estranha em ver Daniel acompanhado, pois cada vez ele entra com uma mulher diferente. Apenas por educação o cumprimenta, pois sabe que ele nunca responde:

- Boa noite doutor Daniel.

Como ele não responde, Suzana, educadamente responde:

-Boa noite. Como o senhor se chama?

O porteiro surpreso responde:

- O meu nome é Benedito, mas pode me chamar de Dito.

Suzana toda feliz, por poder conversar com alguém lhe diz:

- Então boa noite seu Dito e bom trabalho.

O porteiro fica todo feliz com a simpatia da moça.

Daniel, de cara séria e amarrada a conduz até o elevador. Ele nunca havia conversado com o porteiro e mesmo morando neste edifício há anos nunca se interessou em perguntar-lhe o seu nome. Aliás, nunca conversou com qualquer funcionário do edifício. Apenas ordenava, quando queria algo!

 Quando chegaram até o  décimo segundo andar, Daniel segura no braço de Suzana e a conduz até a porta  do seu apartamento e abre-a.

Quando entram, Suzana tem a esperança de se lembrar de algo, mas é em vão, não se lembra de nada! É como se nunca tivesse entrado ali! Fica triste e segue olhando tudo ao redor.

Daniel já vai rumando ao quarto de hóspedes para ajeitá-lo para que Suzana deite e descanse. Mas pára no meio do caminho ao se lembrar:

“Se somos casados, ela vai ter que se deitar no meu quarto e na minha cama. Mais essa agora! Não acredito! Onde eu fui me meter!”

- Meu amor, onde é o banheiro? Gostaria de tomar um banho antes de me deitar.

Daniel, não acredita no que ouviu: “meu amor”, - pelo que se recordava quem o chamava assim e com esta voz carinhosa era sua mãe!

Ele fica admirado e meio embaraçado, mas finge indiferença, não responde nada, apenas a leva até a suíte do seu quarto.

Depois lhe dá uma toalha limpa e vai ao quarto de hóspedes ver se encontra alguma roupa que sua irmã Maria Beatriz, porventura teria deixado lá.

Com sorte encontra uma camisola e a entrega a Suzana.

“Pelo visto essa noite vai ser incômoda e longa.”- pensa contrariado, franzindo o cenho.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aguardem os próximos capítulos.