Mistérios de Frost Ville escrita por Isa Holmes


Capítulo 9
Soluço, as pessoas sempre se assustam com o seu pai?


Notas iniciais do capítulo

Hey guys. Yo minna.
Esse tempinho sem o Nyah foi uma tortura, não é mesmo? Mas ele já voltou (Porém sem o prometido contador x.x).



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Soluço se ajeitou novamente no puff marrom, obrigando o bichano negro a mudar sua posição.

— Sabem quais mais as fofocas que escutei lá? — perguntou ele — Primeiro, ninguém viu aquele homem entrar ou sair do colégio. Engraçado, não é?

Arqueei uma sobrancelha, ansiando:

— O que mais?

Soluço sorriu, expondo seus dentes perolados e tortos.

— Areia negra, parceiro. Parece que a pericia achou areia negra no local do crime.

— Como é?! — Wilbur explodiu, tendo todos os olhos voltados a si — Isso tá ficando confuso. É o mesmo cara? Mas vocês não reconheceram ele, não é Soluço? Se tivesse reconhecido, falaria.

— Para a policia pode até ser o mesmo homem, Wil — a garota de cabelos cor do fogo indagou com seu sotaque chamativo —, mas para nós não. O cara que a Punzie e o Luço viram na praça, aquele do pingente, tinha, por exemplo, cabelos negros bem cuidados. Já o homem que vimos na sala de aula mantinha seus cabelos castanhos na altura do queixo quadrado. A única coisa em comum entre eles eram os seus olhos pretos. Não era o mesmo homem, mas talvez seja uma dupla, ou talvez até um grupo.

— Tá legal — Vivi inspirou — E qual o motivo da areia Negra?

— Talvez seja a assinatura deles — sussurrei.

— Perdão? — Punzie perguntou, seus olhos bem fundos aos meus.

Serial Killer, Punzie. Alguns deixam assinaturas. Eu li no wikipédia uma vez. Parece que temos um grupo de assassinos em série na pequena Frost Ville.

Depois de revelar uma das tamanhas verdades sobre o mundo do crime, mesmo sendo irônico, pude ver o medo nos olhos da garota loira. E, antes que eu desfizesse a besteira de assustar a Punzie, Soluço se levantou da sua área de conforto, sentou ao lado garota e passou seus braços por sobre os ombros dela.

"Caramba! Tá rolando clima entre todo mundo? Oh coisa melosa!"

— Foi só um palpite, Rapunzel — E então ele me encarou, falando entre os dentes cerrados: — Não foi, Jack?

— Ah, claro — discretamente debochei — Só um palpite.

— Ah gente! Deixem disso — Merida aproximou-se dos dois. Sem nenhuma delicadeza — ou culpa — ela puxou o Soluço pelo braço, obrigando-o a soltar-se da loira. O garoto viking cambaleou pelo cômodo até cair em cima do puff marrom. Seu devido lugar., pensei. A ruiva se sentou ao lado da Punzie, ignorando a outra distração — Não precisa ter medo não. Se acontecer qualquer coisa todos aqui se protegerão, somos um grupo agora — ela sorriu — E o Jack só fala besteira, apesar de isso ser realmente verdade. Mas temos outras posibilidades do que possa estar acontecendo.

Rapunzel sorriu.

— Sabe o que mais acho estranho? — Violeta perguntou — Esses caras. Eles só sequestram garotas. E parece que não é qualquer uma.

— Ela tá certa — Soluço apontou para a Vivi com o dedo indicador — Na primeira vez tinha o Gustavo e Giulia, eles podiam muito bem ter encurralado os dois. Na segunda vez foi mais uma garota. Na terceira havia três meninas e dois garotos. Ele nem se quer ligou para a nossa presença. Era como se fosse normal para ele.

— Nada faz sentido! — explodi, logo sentindo meu celular vibrar no bolso.

Preguiçoso, peguei o aparelho. Você tem 1 nova mensagem: Peri.

Ei Jack, adivinha? O Sr. D. devolveu o livro. Tentei ir na sua casa entregar ele, mas o seu irmão disse que vc não tava, e então bateu a porta na minha cara. Onde cê tá, hein?

Ansioso, respondi:

Não liga pra ele não, Peri. Eu tô aqui na casa do Soluço, mas como sei que vc não sabe onde é, posso te encontrar em algum lugar. Pode escolher.

Deduzo que se passou um minuto, apenas, para uma nova mensagem:

Na porta. Esqueceu, bobão? Sou filha do corretor de imóveis da cidade, sei muito bem onde cada um dos 751 habitantes moram. Agora, vem aqui, porque o pai do garoto tá me assustando.

— Soluço, as pessoas ficam assustadas quando vêm seu pai? — perguntei.

O garoto arqueou a sobrancelha, porém não disse nada.

— A Peri tá lá embaixo, parece que nosso professor devolveu o livro — levantei, aproximando-me da porta.

Atravessei o corredor e desci as escadas, ansioso. Apenas se via a silhueta avantajada do pai do Soluço tampando as frestas da luz do sol que deveriam passar pela porta. Tentei chamar atenção, então marchei entre o chão de madeira. Não demorou para que o Stoick abrisse a passagem, deixando com que a luz do sol refletisse pequenas partículas de poeira que flutuavam no ar. Ele olhou para mim e sorriu.

— A mocinha aqui trouxe uma coisa para vocês, garoto — Ele voltou os olhos para a garota de cabelos albinos e bochechas meio rosé — Não gostaria de entrar e ficar com o grupo?

— Não — respondeu ela, rapidamente, puxando-me pelo braço — E-Eu só preciso deste aqui. É rápido, não precisa se preocupar, senhor.

Stoick deu de ombros, deixando-nos a sós.

Assim que tive certeza que o pai do Soluço foi embora, caçoei a menina:

— Por que mesmo ele te dá medo? Um homem educado deveria dar medo em alguém?

— Pelo amor de Deus! — ela revirou os olhos — O homem é enorme! Aposto que ele pode te quebrar no meio com apenas uma mão.

— E eu aposto que ele te quebra com um dedo — caçoei —, mas como não temos dinheiro deixaremos isso para mais tarde. O livro tá aí?

Periwinkle cruzou os braços, o livro entrelaçado entre eles.

— Ah, é muito bom te ver também, Jack. Sim, estou bem, porém um pouco chocada do acontecido no colégio, e você?

— Estou bem, obrigado — sorri — Tenho data pra devolver o livro?

— No seu aniversário, tá bom? — perguntou ela.

— Ótimo. Eu acho que até aí vários coisas estarão esclarecida — refleti por um momento — Valeu Peri, você é uma das melhores.


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Notas finais do capítulo

Eu nunca sei o que dizer nas notas finais... -_-