Mistérios de Frost Ville escrita por Isa Holmes


Capítulo 6
Você perdeu um presente, nós ganhamos uma pista.


Notas iniciais do capítulo

Oi queridos, tudo bom? Espero que sim. Desculpem a demora.
Hei Gummy, obrigado pela recomendação. E pessoal, obrigada pelos comentários.



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– Espera aí - Merida pôs-se a falar. A ruiva cruzou os braços, apoiando-se na perna direita -, vocês estão falando do assunto no qual concluímos?

– É sério, Meri! - explodiu Punzie - Estávamos vindo quando vimos. Desta vez foi outra garota. Soluço e eu juramos - ela olhou para o garoto moreno, que balançou a cabeça, calmamente, enquanto concordava com a loira -, a nuvem de areia negra que o Gustavo disse ver é real! Aquilo levou a irmã dele sim!

Arqueei uma sobrancelha e então, por segundos, o sinal ressoou. Os poucos alunos que sobraram do lado de fora apressavam-se ao entrar no colégio. Gritos ecoavam pelos corredores até o lado de fora da escola como uma feira. Quando o último aluno entrou fechou a porta dupla, ignorando eu e os cinco restantes que estavam do lado de fora.

Certificando-me de que ninguém sairia - ou entraria - no colégio, peguei minha mochila que estava jogada no chão e a joguei por sobre o ombro. Logo depois comecei a descer as escadas da entrada do prédio antigo.

– Aonde você vai Jack? - Soluço perguntou.

– Você quer dizer aonde nós vamos, Soluço - corrigi-o, parando no terceiro degrau de mármore, olhando por sobre o meu ombro. - Iremos investigar isso novamente. Se você e a loirinha realmente estão falando a verdade, quer dizer que nossas primeiras conclusões estavam erradas. Nós já começamos isso e agora iremos até o fim.

– Tudo bem se formos até o fim - Merida disse, surpreendendo-me, afinal, a ruiva era a única que implicava com a investigação -, mas nós temos aula! O que você quer exatamente Jack? Quer que furemos aula, justo no segundo dia?

– Por que não? - perguntei sorrindo - muitos alunos fazem isso.

– Ora pessoal, por favor! - Wilbur disse, relaxado. O garoto pegou sua mochila que estava apoiada entre as pernas e se aproximou de mim - Com certeza nosso amigo aqui tem algum plano.

Assenti.

– Wilbur está certo. Agora, podemos ir? Há uma investigação esperando por nós.

•••

Logo que fugimos da sala abafada, das bolinhas feitas de papel voadoras e das aulas entediantes, Rapunzel e Soluço nos guiaram até nova cena do crime. Se não me engano andamos apenas três quadras, dando-nos de vista com a praça dos caçadores. Por que o nome sem sentido? A praça foi nomeada assim em homenagem aos valentes caçadores da velha Frost Ville. Existe uma placa feita de mármore no centro da praça com os nomes de cada um. Acho que também deveria ter esculturas, mas não. Eu nunca soube que tipo de caça eles perseguiam.

– É aqui? - perguntou Merida quando paramos na esquina oposta do parque.

– Perto da fonte - Punzie apontou para a escultura de anjo, grande e esbranquiçada, que brilhava atordoadamente nos raios do sol - Não tinha ninguém, a garota estava sentada na beira da fonte. Um homem vestido de preto aproximou-se dela, puxando-a pela gola da camisa. Lembro que vi os livros dela caírem na água. O homem, depois de agarrá-la, sumiu em uma névoa negra.

– Aquilo ocupou quase a praça toda e, depois, levantou voo e foi para o lado norte - completou Soluço.

Atravessamos a rua vagamente e corremos para perto da fonte. Punzie se apoiou na beirada de mármore, arregaçou a manga rosa da sua blusa de inverno e colocou a mão dentro da água, parecendo ter calafrios. Quando suas mãos recuaram da fonte, elas seguravam um caderno azul e dois livros.

– Olha! Está vendo! - Ela apontou os livros na minha direção, fazendo com que pingos de água respingassem em mim - Eu disse.

Sorri para a garota loira e peguei o caderno da sua mão esquerda. Abrindo a capa dei-me de cara com alguns desenhos - talvez feitos por tédio - e o nome da garota.

– Megan Jones - li - Por enquanto temos duas garotas desaparecidas, Giulia Thomas e Megan Jones.

Gente, venham cá, rápido! – Reconheci a voz do Soluço.

– O que foi? - Merida perguntou.

– Olhem isso - ele ergueu uma corrente, na qual refletiu nos raios do sol. Em seu pingente tinha uma gravura, duas iniciais: B.B. Talvez nome e sobrenome do nosso suposto sequestrador.

Peguei a corrente de bronze das mãos do Soluço. O pingente médio, no qual tinhas as iniciais, tinha uma pequena trava do lado. Quando a abri encontrei uma foto, antiga, de uma moça loira de olhos musgos e um rapaz de cabelos negros e olhos carvão. Os dois pareciam um casal, talvez namorados ou casados.

– É ele - Soluço disse, fazendo com que Punzie afirmasse, freneticamente, com a cabeça -, não só pela foto. Encontrei a corrente no lado norte - Soluço apontou na direção indicada -, a mesma direção no qual ele sumiu com a Megan. - ele olhou novamente a foto do pingente - Engraçado, eu acho que já vi essa moça antes.

– Ah, é? Aonde? - perguntou Vivi, aproximando-se - Ahn, antes de dizer... Wilbur e eu não encontramos mais nada. A área está limpa.

– Na biblioteca... - disse ele - Na capa de um livro. Não era exatamente uma foto, era mais para uma pintura. Se não me engano o nome do livro era o mesmo da cidade.

– Então é melhor irmos para a biblioteca - Wilbur disse -, vai que encontramos alguma coisa. Talvez esse livro tenha uma resposta, certo?

– Certo! - concordamos todos.

•••

A biblioteca municipal de Frost Ville é um dos prédios mais antigos da cidade. São dois andares de tijolos avermelhados, pisos de madeira escura e estantes de livros inacabáveis. Às vezes escuto histórias absurdas sobre o lugar. Antes eu não acreditava, mas com tudo que está acontecendo, bem... quem sabe.

Assim que entramos na biblioteca - e subimos as malditas escadas -, acabamos nos separando. Entrei na conclusão de que eles foram procurar o livro, menos a Punzie, que estava ocupada admirando os peixes do aquário. Já eu fui direto para o balcão de recepção onde encontrei uma amiga de cabelos albinos iguais aos meus. A garota estava juntando alguns livros que estavam espalhados por sobre o balcão de madeira e, quando me viu, acenou e sorriu.

– Ei! Oi Jack! - disse ela, Periwinkle - Não devia estar no colégio?

– Eu pergunto o mesmo - respondi aproximando-me - Você não deveria estar no colégio? Por que a senhorita estudiosa está faltando no segundo dia?

Peri arqueou uma sobrancelha, começando a contornar a borda de uma caneca, com pequenos desenhos de flocos de neve.

– Minha mãe teve que levar a Tink no médico hoje - explicou ela -, e ela não podia fechar a biblioteca. Conclusão. Acabei tendo de faltar para ficar de plantão enquanto elas não chegam. Tinker Bell, pelo estado que tá, vai ficar em casa, mas eu vou ver se consigo entrar na terceira aula - Peri ergueu os olhos, que estavam baixos, acompanhando seu dedo ao contornar a caneca - E você, furando aula de novo?

– É, fazer o quê - apoiei os cotovelos no balcão, suspirando - Mas vim aqui com um objetivo.

– Qual?

– Você... - comecei a remexer o bolso da minha calça, até achar o pingente perdido. Quando o achei abri sua trava, e coloquei em cima do balcão, empurrando para a direção da Peri - ...sabe se existe algum livro aqui com essa moça na capa?

– Ah, sim! Eu não sabia que existia esse livro aqui - ela bebeu um gole da sua caneca -, até o Sr. Devalos pegar ele, hoje, um pouco mais cedo.

– Sr. Devalos... O nosso professor de história!? - alguém perguntou. Quando olhei por sobre o ombro, Soluço estava lá, segurando dois livros. O garoto parecia um pouco indignado. Não me surpreendo, ele não é o único.

– Sim - Peri respondeu, parecendo em dúvida - Ele mesmo.


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Notas finais do capítulo

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