Bad Girl escrita por Thais S


Capítulo 1
Uma Nova Casa


Notas iniciais do capítulo

quando pensei na historia não tive duvidas em postá-la aqui, espero que gostem assim como eu estou amando escrever.



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Olhei para o corte no lábio inferior enquanto ajeitava o cabelo no banheiro de meu quarto. Não estava feio, mas doía. Peguei um pedaço de algodão no armário e umedeci com um pouco de água na tentativa de limpar o corte enquanto a ouvia gritar comigo do outro lado da porta.

Qualquer pessoa que a visse gritar comigo daquele jeito pensaria que ela de fato se importasse... Mas as coisas não eram bem assim. Eu morava na quente e confortável flórida e de fato amava o lugar, festas nos setes dias da semana e bebida liberada (que na maioria das vezes me resultavam uma breve passagem pela delegacia) eu tinha dezessete anos mais com uma ficha maior do que um criminoso de cinquenta anos, entre eles estavam: uso de documentos falsos, danos ao patrimônio publico, e o mais recente por desacato a autoridade, depois de fazer insultos à mãe do podre delegado e o xingar de palavrões que eu nem mesma sabia de onde tinha tirado me resultou em três dias na delegacia até minha mãe resolver pagar fiança e me tirar de lá. Bom eu sai de lá... Mas o tal delegado me ameaçara com um processo.

Eu mal havia percebido que ela parara de falar, era fácil de ignorá-la quando eu na verdade tinha outras coisas em mente. Florida era um ótimo lugar para se viver, mas eu odiava plenamente cada segundo que eu passava ao lado de Bella. Preferia centenas de vezes viver no Brasil ao lado de meu pai Edward, mas como ele não estava lá a muito tempo ele não havia se estabelecido financeiramente por lá. Então, eu era obrigada a ficar na florida junto com minha mãe e o mais novo namorado dela... Mike, argh!

Mike fazia o tipo de homem que eu odiava, machista e sabe-tudo quando na verdade ele não passava de uma florzinha burra, até o fato de ele respirar era um tormento constante para mim.

Eu odiava qualquer coisa que precisasse de regras, pois eu não as seguia. Não era aquele ditado que dizia “regras são feitas para serem quebradas” então... Eu era indomável, não aceitava ordens de ninguém e fazia o que tinha vontade na hora que me dava vontade.

Não que eu fosse uma pessoa má... Mas a vida me ensinara a ser assim, eu não sabia lidar com emoções, eu construirá um coração de pedra no lugar de um coração de verdade. Não me importava em ser chamada de fria, não me importava o que as pessoas falavam de mim. Eu era assim e não mudaria por nada nem por ninguém.

Sai do banheiro e passei por meu quarto, havia algumas malas para fora o meu closed e me perguntei mentalmente se minha mãe havia se tocado e resolvera botar Mike para fora de casa. Desci as escadas de dois em dois degraus, minha mãe falava ao telefone:

-sim. Ela chega ai por volta das três, obrigada por acolher nessie ai mãe. Eu também amo você. Até mais.

Antes que eu pudesse processar aquelas palavras em minha mente ela se virou para mim e me estendeu um papel achatado.

-parabéns. Você vai morar com a sua avó em La push.

Eu ri da piada.

Ela só podia estar brincando.

-fico feliz que tenha gostado. - murmurou. –suba e arrume suas malas.

-boa piada mãe. - eu ainda ria.

Ela me olhou dos pés a cabeça com o rosto sem expressão, perdi o fôlego quando vi a verdade em seus olhos.

-NÃO!- gritei para ela. –você não vai me obrigar a ir para aquele fim de mundo! Eu não vou para merda de La push nenhuma!

Ela me deu as costas e subiu para o segundo andar.

NÃO! De maneira alguma ela me obrigaria a ir para aquele fim de mundo!

“BEM VINDOS A LA PUSH” dizia a placa quando passamos com o carro a menos de 60 km por hora. O voo não havia sido dos piores porem foi cansativo, muita turbulência e um velho gordo babando do meu lado. Coloquei os fones de ouvido e deixei-os no máximo, enquanto tentava ignorar as broncas que Renée me dava por eu dar muito trabalho a minha mãe. Eu não era muito de perceber as coisas, mas por baixo da mascara raivosa de Renée estava a minha avó que sempre me recebera nos finais de ano quando passávamos em La push com um abraço. No banco da frente meu primo Seth (que havia crescido uns dois metros desde a última vez que eu o vira) conversava com ela e ambos pareciam não notar a jovem delinquente no banco de trás. Falavam sobre a volta de tal filho de Billy Black que voltara de sei lá onde.

Eu mal havia chegado e já estava de saco cheio daquele lugar, verde, verde, verde... Onde estavam às boates brilhantes e o bom e velho concreto? Tudo o que eu via era uma cidade velha e fria. Puxei o capuz do casaco e mordi os lábios com força para não gritar. Eu iria enlouquecer naquele lugar.

vi Renée parar o carro no gramado:

-diga a Billy para a aparecer por volta das sete esta bem?- pediu ela assim que seth saltou para fora do carro.

-sim vovó. Até mais nessie. - disse ele radiante.

Bufei enquanto saia do carro.

Porque todo mundo era tão feliz naquele fim de mundo? Argh, eu nunca entendi minha avó Renée, ela preferia morar naquele fim de mundo ao invés do conforto de uma cidade grande.

A casa era a mesma que eu me lembrava, uma casa de madeira pequena e vermelha. Depois que meu avô Charlie morreu Renée vivia sozinha naquele lugar, às vezes recebia alguma visita dos netos, mas era raro o neto mais próximo dela ali era seth e havia boatos de que ele iria para faculdade no próximo ano, então ela ficaria sozinha de novo.

Parei de frente a varanda com uma das malas nas mãos, a varanda velha que um dia fora cheia de flores estava vazia. Não havia as cores que eu me lembrava, não existiam flores nos vasos e os canteiros que um dia alegraram a casa estavam vazios. Havia algo de errado ali. Renée amava flores, e por um dia ser florista eu nunca imaginei que um dia ela deixaria de ter flores em sua própria casa.

Renée entrou na frente também com uma mala e abriu a porta.

-seja bem vinda querida. Sei que não esta muito animada em passar um tempo aqui, mas vai ser bom para você colocar a cabeça no lugar.

Suspirei trincando os dentes.

-sente-se... - pediu ela. Eu puxei uma cadeira empoeirada da mesa e me sentei, Renée me passou uma xícara de café e se sentou de frente para mim. –olhe querida. Eu prometi a sua mãe que cuidaria de você, sei que você não esta passando por um bom momento na sua vida, mas eu quero que você saiba que pode contar comigo para o que for.

Senti algo estranho se formar em minha garganta quando ela me disse aquilo, ela era a única pessoa que não me tratara com desprezo em muito tempo.

-isso foi só um pretexto para ela poder ficar a sós com o namoradinho idiota dela sem que a filha problemática atrapalhasse em alguma coisa. –senti um gosto amargo na boca enquanto falava.

Renée balançou a cabeça negativamente.

-ela só quer que você ponha a cabeça no lugar.

-nesse fim de mundo?!- gritei enquanto me levantava pela primeira vez demonstrando a ela o ódio que eu tinha daquele lugar. –eu nem queria estar aqui Renée!- senti as lágrimas de raiva escorrendo por meu rosto.

Ela levantou também dando a volta na mesa e para minha surpresa ela me abraçou como nunca havia me abraçado antes. Renée não parecia se importar em ter uma neta problemática em casa como outros avós certamente se importariam. Ela só me queria ali.

-escute nessie... Eu não vou obrigá-la a ficar se você não quiser. Prometi a sua mãe que seria dura com você, mas eu vejo algo em seus olhos que me lembra... – ela parou de falar para me olhar. –fique por um mês. Então se não se sentir a vontade você pode ir embora.

Eu bufei me desvencilhando dos braços dela, ao contrario de mim Renée era até muito perspicaz. Eu odiava aquela chantagem emocional toda, odiava aquele lugar. Mas eu sentia que eu devia algo a ela e era a hora de pagar.

Peguei a alça de minha mala e me virei para ela, eu só podia estar ficando louca por dizer o que estava prestes a dizer já que ela havia me dado cartão verde para ir embora:

-onde fica o meu quarto?-perguntei relutante.

Ela sorriu.


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Notas finais do capítulo

comentem