Dany esperava a chegada do navio ao cais, ela viu o desembarque, e os cavalheiros à caminho do castelo.

A última vez que esteve em Pedra do Dragão ainda era um bebê fugindo com o irmão mais velho. O lugar era lindo, nunca imaginou se sentir em casa novamente. Sempre pensava na porta vermelha como lar, mas aqui, com todas as estatuas de Dragão do castelo...

Drogon, Rhaegal e Viserion voavam livremente sobre as ondas caçando peixes e outras coisas, quando voltavam para o castelo sempre ficavam perto de alguma estatua esculpida maravilhosamente na forma de dragões.

– Vossa Graça, ele aguarda vossa presença na sala de audiência. – Missandei anunciou.

– A mesa está pronta? – Dany trataria com o Stark durante o a quebra do jejum. – Mande-o para lá.

Dany agora se vestia como uma westerosi, já estava farta da moda qartena e dos desconfortáveis tokar de Meereen e estava muito frio para se vestir como os dothrakis. O inverno estava no começo quando Dany chegou em Westeros, seu khalasar quase morrera de frio, até Dany providenciar roupas quentes.

Dany foi se juntar a Jon na mesa de desejum acompanhada por sua guarda real. Andava pensando em Daario, na forma cruel que seu amante mercenário fora assassinado pelos Yunkaistas e em todos aqueles que não conseguiu salvar. Tinha um Khalasar com 30 mil guerreiros espalhados por Pedra do Dragão, 10 mil mercenários e 9 mil Imaculados em Ponta Tempestade, mas não tinha Daario em lugar algum.

– Da última vez que um Stark foi ao encontro de um Targaryen meu pai morreu pela espada do Regicida. – Dany ainda tinha uma magoa pela Casa Stark, mas seu ódio fora apagado quando soube o que seu pai fizera com eles. Jon Stark não poderia ser penalizado pelo o que seu pai fizera no passado assim como Dany não podia ser chamada de louca pelas loucuras de seu pai e irmão, os dois haviam nascido durante a rebelião e eram apenas vitimas de suas famílias.

Ele estava vestindo um gibão com o lobo gigante da sua casa perdido em pensamentos enquanto olhava as chamas da lareira e quando virou para Dany seus olhos cinza por um momento foram violeta e fizeram Dany perder o ar.

– Mas eu vim pedir sua ajuda. – ele disse caminhando até Dany e depositando um beijo em sua mão, ela sentiu sua pele formigar onde seus lábios estiveram. – É um prazer conhecer uma das últimas Targaryen.

– Se a ajuda a que se refere é contra os Outros, lamento dizer que não era preciso pedir. Os meus planos eram viajar para o norte 2 semanas atrás, mas com a sua visita tive de adiar. – surpresa e um pouco de vergonha passou pelo rosto do jovem rei. – Fiquei sabendo que é rei de metade do reino.

– Eu nunca quis isso. – ele corou levemente enquanto puxava uma cadeira para Dany e sentou na outra a sua frente. – Isso foi coisa dos vassalos, assim como fizeram com meu irmão, eu prefiro ser só o Lorde de Winterfell. Vejo que os dragões são verdadeiros. Qual o nome do branco e do verde?

– Viserion e Rhaegal. Eu vi eles sobrevoarem seu navio. – por um momento Dany pensou que os dragões atacariam o navio, mas eles somente voaram sobre o navio. – Mas sobre o que tratasse a sua visita?

– Os Outros, mas vejo que isso não é novidade. – Dany percebeu que Jon não tocou na comida, mas deduziu que ele já havia quebrado o jejum no navio. – Como deve saber, a Patrulha da Noite está combatendo-os desde a chegada do inverno, contam com mais de 15 mil homens do norte e 25 mil homens do povo livre. Reabriram todos os castelos, de Atalaialeste do Mar até Atalaiaoeste da Ponta e dividimos os 40 mil entre eles, mas os números ainda são pequenos e nossa armar ainda mais inúteis. Precisamos de obsidiana para usar contra eles.

– Obsidiana? – Dany ficou confusa. – Vidro de dragão? O que eu tenho com isso? Não sei fazer obsidiana com meus dragões.

– Bem. – Jon pareceu desconfortável na cadeira. – Quando Stannis deixou Pedra do Dragão para ajudar a Patrulha ele disse que Pedra do Dragão tinha uma grande quantidade disso nas entranhas do castelo, pensei que, com a sua permissão, meus homens poderiam tentar encontrar um pouco mais.

– Se é isso que é preciso, tem a minha permissão. – a conversa ainda não tinha acabado, Dany conseguia que o assunto desconfortável ainda não tinha chegado. – O que posso fazer por você?

Jon hesitou por um tempo, tentando se decidir se ia em frente ou não. Olhou para o guarda na porta e com um aceno o guarda abriu a porta e uma mulher de vermelho com um rubi na garganta entrou, ela vestia apenas seda vermelha e mesmo assim não parecia sentir frio.

– Se me permite, essa é Melisandre de Asshai. Uma serva se R'hllor, o Deus do Fogo.

– É uma honra ficar na presença da Mãe dos Dragões. – Melisandre sorria como se tivesse um segredo querendo escapar por seus lábios.

– Não sei o que sabe sobre isso, mas foi a senhora Melisandre que me deu minha segunda vida. – Dany havia ouvindo muito sobre isso, todo o reino falava sobre isso, ela não duvidava sobre isso, alias, ela tinha dragões e já havia visto muito para duvidar. Dany gostaria de ter conhecido Melisandre no lugar de Mirri Maz Duur. – Ela diz que se vossa graça permitir, ela pode fazer vidro de dragão com o fogo de seus dragões.

Dany pensou nisso por um tempo, quando se levantou caminhou até Jon e lhe ofereceu o braço.

– Venha comigo Stark. – eles foram até a torre Windwyrm, a torre preferida de Drogon. Eles ficaram em silêncio até chegar a torre. Drogon estava olhando a ilha de cima do dragão que mirava o céu, quando sentiu Dany o grande dragão negro de 8 metros soltou fogo no céu. A neve que se acumulava no dragão de pedra a muito derretera com o calor do dragão negro. Dany sentiu Jon ficar tenso ao lado do dragão. – Tem filhos?

– Não, Senhora. – Ele não me considera rainha, só uma senhora., Dany pensou. – Até pouco tempo fui juramentado da Patrulha da Noite, logo depois tive que tomar meu lar de um bando de traidores. Não tenho tempo para casamentos ou prazeres. Só tenho tempo para os outros. – por algum motivo aquilo deixou Dany triste.

– Eu já tive dois maridos, os dois morreram. O filho que carreguei do meu primeiro marido foi assassinado ainda na minha barriga. Amei um homem proibido, mas ele também me foi tirado. Tive milhares de filhos na Baia dos Escravos, filhos que tive de deixar para proteger meu verdadeiro povo. – Dany caminhou até Drogon e acariciou a enorme cabeça do dragão. – Não sei se você sabe, mas quando tomei Astapor deixei a cidade no comando de um conselho, mas mesmo assim a cidade caiu depois da minha ida. Quando deixei Meereen não cometi o mesmo erro. Um Rei governa Meereen, com um conselho. Eles sabem que se a cidade não estiver indo bem eu voltarei e eles se arrependerão. Mas esses dragões são meus únicos e verdadeiros filhos e eu não permitirei que nenhum mal lhes aconteça.

– Não é minha intenção machucar o seus dragões. Eles podem ser fundamentais na nossa luta. – Drogon vou para longe quando Rhaegal vou para a torre, por um segundo ela pensou que o dragão verde atacaria, mas ele serpenteou sua cabela pelos pilares da torre até Jon Stark, como se pedisse carinho. Hesitante, Jon Stark tocou na cabeça do dragão.

– Isso é incomum. – seus dragões atavam qualquer um que tentasse se aproximar, mas Rhaegal veio até ele

– Não é de se estranhar que seus filhos reconheçam um parente. – Melisandre se aproximou silenciosamente.

– O que você quer dizer? – Dany ficou confusa e viu o reflexo da confusão em Jon.

– Existe sangue Targaryen no seu sangue Jon Stark. – ela se aproximou de Jon e do dragão tão naturalmente com se já tivesse feito milhares de vezes. – Confesso que tinha minhas duvidas, mas isso me fez ter certeza. Você nunca fora o bastardo de Ned Stark, mas sim o Bastardo de Rhaegar Targaryen e Lyanna Stark.

– Isso não pode ser verdade, por que meu pai mentiria para mim? Por que desgraçaria sua honra com um filho bastardo que não é seu? – Jon olhava fixamente para Melisandre.

– Talvez porque ele sabia que se Robert Baratheon soubesse que sua amada nunca fora sequestrada e sim fugira com o príncipe e que desse amor nascera um lobodragão mataria o bebê. Talvez tenha sido uma promessa feita em uma cama se sangue. – ela olhou para o horizonte pensativa. – É uma pena que os únicos que poderiam responder nossas perguntas estão mortos, ou muito longe.

*

Os três dragões voavam sobre a montanha enquanto a feiticeira vermelha cantava um cântico em uma língua desconhecida, somente Jon e Daenerys ficaram com ela na montanha, todos os guerreiros selvagens da Mãe dos Dragões haviam partido para Ponta Tempestade mais cedo, ninguém podia ficar na ilha durante a dança dos dragões.

No céu os dragões voavam em circulo, o negro de 8 metros, o verde de 6 e o creme de 4. A cada dia os dragões cresciam mais.

Quando Melisandre parou o canto o único som que se ouviu foi o rugido dos dragões para a noite antes das chamas iluminarem o céu frio e quando elas se uniram em uma só algo caiu no chão, e logo estava chovendo obsidiana na montanha de Pedra do Dragão.