Sansa viu a fúria nos olhos de Petyr, em seu jogo nunca cogitará Jon Snow como um Stark e uma rainha dragão com três dragões verdadeiros. Seus planos de casar Sansa com Harry e reclamar Winterfell foram derrubados. De algum modo Jon sabia que Sansa estava no Ninho da Águia e pediu que a garota voltasse para casa ou invadiria o Ninho e colocaria a cabeça de Petyr nas ameias de Winterfell. Todo o Vale agora sabia que Alayne Stone é na verdade Sansa Stark, metade exigia que ela deveria ser entregue para Winterfell e a outra metade para a Rainha Cersei, que mesmo não sendo mais Regente, ainda queria a cabeça da garota.

Três semanas depois da chegada dos corvos do norte Petyr decidira que Sansa iria para Winterfell, prometendo que em pouco tempo ficariam juntos novamente. E assim foi feito, Sansa iria de para Winterfell na manhã do dia seguinte.

Não conseguiu tirar Petyr da cabeça naquela noite, toda vez que o sono se aproximava Petyr o afastava, por isso e por algo que ela sentira todo aquele tempo em que esteve em salas privadas com Petyr quando ele pedia seus beijos, toda aquela paixão, fez com que saísse de seu quarto na calada da noite e ir para os aposentos privados de Petyr.

Ele estava sentado na frente da lareira, fitando as chamas como se elas lhe devessem uma resposta, ele não pareceu notar quando ela se aproximou dele.

– Petyr. – não era mais necessário chama-lo de pai já que todo o Vale sabia que ela era Sansa Stark.

– Sansa? – ele ficou surpreso ao vê-la. – Há algo de errado? O que aconteceu?

Ela foi até ele em passos largos, ela não sabia o que falar, estava com medo, saudades, desejos? Tudo o que fez foi sentar no colo de Petyr e abraça-lo. Por um segundo ele ficou surpreso demais para retribuir o abraço.

– Eu estou com..–como poderia falar se não sabia o que sentia? – E se Jon quiser me casar com algum dos vassalos? Eu não suportarei ser tratada desse jeito novamente.

As lagrimas escorriam manchando sua pele branca e caindo no gibão de Petyr. Seu abraço forte a fazia sentir-se segura, o cheiro de menta e vinho lhe trazia conforto e o toque despertava o desejo.

– Ele não fará isso, não permitirei. – Petyr sussurrou em seu ouvido, eles ficaram em silêncio por um tempo até Petyr falar novamente. – Eu pedirei sua mão antes que qualquer um o faça.

Sansa olhou para ele, seus olhos verde-acinzentados a olhando com desejo, e ela sabia o motivo que a trouxe aqui essa noite. Ela o beijou, pela primeira vez ela o fez por conta própria, surpreendendo-o. O beijo acendeu um fogo que o inverno e os corvos do norte haviam apagado. Tinha gosto de vinho da Árvore e de amor, seus lábios eram perfeitos juntos, macios e doces durante a dança do desejo que suas línguas dançavam.

Petyr a levantou delicadamente sem interromper o beijo e a levou em direção da cama.

– Não sabe o quanto desejo isso, mas não acho que seja prudente. – desejo e duvidas estavam em conflito em seus olhos e Sansa sabia que aquele não era mais Mindinho, era Petyr e não o homem frio e calculista, mas sim o homem que amava.

Sem falar nada Sansa pegou sua mão e o puxou para a cama e voltou a beija-lo, ela sabia o que queria, ela sabia o que desejava. "Os bastardos tem sangue quente.", ela lembrava de ouvir, naquela noite ela seria uma bastarda de Winterfell.

*

O navio que tomara estava indo para Salinas e lá estava ela, no mesmo lugar em que começara. Não ficou muito tempo na cidade, comprou um cavalo, um pouco de comida e partira para o Tridente, subindo para Winterfell, indo para casa. Não era a mesmo coisa ir para o Tridente sozinha, deu por si pensando em Gendry e Torta Quente. Fazia tanto tempo que não pensava neles. Sera que Torta Quente ainda esta fazendo pães na estalagem?E Gendry ainda estaria com Dondarrion? Eles a reconheceriam?

Na primeira semana de viagem a estrada do rei estava vazia, ninguém fora visto antes do quinto dia. Ela havia visto um par de cavaleiros andantes acampado perto de onde caçava, eles falavam sobre como os lobos estavam perigosos e em como não tinham medo de atacar na estrada do rei, o mais novo dizia que era por causa da carne humana que comeram durante a guerra e que agora não tinham mais medo dos homens, discutiam se deveriam sair da estrada.

Arya Stark não tinha medo de lobos, ela era uma loba, uma loba de muitas faces. No seu 10º dia, perto das Gêmeas, ela estava dormindo em uma árvore e sonhando com lobos, ela era uma loba e estava caçando com seus irmãos. Eles farejavam um cavalo e um humano. Mas ela reconhecia o cheiro do humano e correu na frente de seu bando, lá estava ela, deitada em uma árvore, fazia tanto tempo que estava atras da sua humana.

Arya acordou assustada com o relincho do cavalo, havia sonhado com ela mesmo dormindo em uma árvore, mas ela era Nymeria, sua loba. Quando saltou da árvore para acalmar cavalo a garota tomou um susto de felicidade.

Durante o tempo que passara em Bravos Arya havia crescido alguns centímetros, mas a loba cinza estava enorme, maior que o cavalo que montava. Ela estava sentada em seus quartos observando a menina, sua boca estava vermelha do sangue da caça que havia comido a pouco tempo. Arya sabia que aquela era a mesma loba que tivera de abandonar para não deixar que a rainha a matasse.

Ela queria correr e abraçar a loba, mas não conseguia se mover. Elas ficaram se encarando por um tempo até a loba andar em sua direção e lamber sua boca e bochechas, agora Arya realmente se sentia em casa.

...

Estavam a três dias da Gêmeas, a vontade de Arya era entrar no maldito castelo e matar todos, mas não era desejo do Deus de muitas faces. Nymeria andava ao seu lado, a loba abandonara seu bando no Tridente, não eram seu verdadeiro bando, os Stark são seu bando, sua família.

A loba gigante sentiu o cheiro e mostrou os dentes e correu na frente, a única coisa que ela podia fazer era ir atrás. Não era caça ela sabia, elas tinham se banqueteado com um cervo a pouco tempo.

Tinham cinquenta pessoas ou mais no grupo, um Frey andava na frente vestindo apenas retalhos como proteção contra a neve que caia. Arya estava escondida atrás de uma grande árvore com Nymeria e o cavalo, mas quando viu o manto amarelo soube que não corria perigo, era os fora da lei de Beric Dondarrion e Thoros de Myr.

– Vamos Frey, escolha logo uma árvore. alguém do grupo gritou. – Temos mais o que fazer. Mais gente da sua laia para enforcar.

– Misericórdia, Mãe, eu não tive culpa, foram os meus irmão e meu avô. – ele implorava de joelhos na frente de uma mulher de manto preto. Misericórdia Senhora.

A mulher levou a mão a garganta e deve ter falado algo, pois o homem começou a chorar como um bebê. Nymeria ficou inquieta atrás de Arya, a garota tentou mante-la quieta, mas a loba escapou e correu para o homem. Ele não viu quando a loba chegou por trás e cravou suas presas no pescoço dele quase arrancando a cabeça dele.

Todos do grupo olhavam para a loba gigante, Arya sentiu medo e raiva pela loba, ela não deveria ter feito aquilo, e se tentassem matar ela? E foi o que fizeram, todos pegaram suas espadas e colocaram flechas nos arcos enquanto gritavam pragas para a loba que ficou em pé ao lado do corpo do homem Frey encarando a mulher de capuz.

– Deixem ela em paz. – ela se ouviu dizer enquanto saia das árvores. – Ela não fez por mal.

Eram palavras fazias, ela sabia que a loba só quisera matar o homem, ela sentia que a loba queria mata-lo por puro prazer.

Todos ficaram em silêncio quando viram a menina ao lado da loba, mas não abaixaram as armas, somente Limo falou.

– É você? Arya da Casa Stark? – surpresa e alivio estavam presente em sua voz, mas medo e hesitação os substituíam quando ele virou para a mulher de capuz. – Senhora?

Todos olhavam para ela, ela esticou a mão e a loba gigante andou até ela deixando Arya sozinha e confusa, quando a mulher levou a mão até a garganta novamente sua voz era um sussurro de morte.

– Por muito tempo pensei que estava morta, minha pequena. Você não sabe o quanto sofri ao ver todos meus bebês tirados de mim. – ela tirou o capuz, Arya queria correr, só não sabia se correria para a mulher ou para longe. Seu rosto tinha marcas de arranhões, sua pele estava em meia decomposição, seus olhos azuis era fundos e escuros e seus lindos cabelos que um dia fora vermelhos como o por-do-sol agora eram brancos e escassos. Lagrimas que não foram chamadas derramaram-se pelos olhos da pequena loba enquanto ela corria para os braços da Senhora Coração de Pedra e ela sabia que não impostava a aparência, aquela era a mulher que ela mais amava no mundo. Sua linda mãe.

*

"There are some who are born distinguished

There are some who are raised in praise

But me I was always the last in line

A blot in my fathers gaze

No cheekbones chiselled on a feline face

No skill or savvy with a sword

But this game we all play is won in wily ways

And sly is this littlest lord

Cruel tricks of romance

Degraded by their spite

You snub your cub too many times

You just might feel his bite...

Beware beware of the words I twist

I am small but my reach is long

And the ravens black against the winters mist

Are whispering the half-mans song

Whispering the half man's song...

The land is a blooming orchard

With fruits so juicy and ripe

With a clink of a coin loose the lions loin

Play a tune on the half mans pipe

In the arms of a whore I made a promise

Sinking deeper into danger every day

Cut through all their shit with a brazen wit

Molding puppets from their minds of clay

Im no man of honour

Myself is my true king

But somewhere deep within me

The bells of conscience ring

Beware beware of the words I twist

I am small but my reach is long

And the ravens black against the winters mist

Are whispering the half-mans song

They're whispering the half man's song...

Whispering the half mans song..."

Finalmente ele tinha uma canção feita em sua honra.

Tyrion Lannister, Primeiro de seu Nome, Senhor de Rochedo Casterly, estava em Dorne ouvindo sua canção pela milésima vez naquele dia.

Quando lhe contaram que Príncipe Aegon estava em seu quarto chamando por ele, o Rei legítimo dos Sete reinos estava morrendo de escamagris e ninguém poderia salva-lo.

– Os Deuses realmente não gostam de vocês Targaryen. – O anão queria soar divertido, mas não parecia divertido quando olhou para o jovem garoto. – Vossa graça não parece nada bem. Quer que eu chame..

– Não. – ele interrompeu Tyrion. – Eu preciso que faça algo por mim. Ninguém mais quer fazer.

– E o que seria? – no fundo o anão sabia o que era, só de olhar para o pobre garoto em agonia na cama podia se saber o que ele mais queria.

– Misericórdia, Tyrion. – ele tossiu, falando um pouco sem fôlego. – A doença está em meus pulmões, é desesperador tentar respirar. Por favor.

– Você sabe que se eu fizer isso Jon iriá me matar? – o menino apenas apontou para a mesa do outro lado da sala. Tyrion andou até a mesa e pegou a adaga, era de aço valiriano com osso de dragão e um Grifo no botão da espada. – Ele já sabe, não é mesmo? Só não conseguiu fazer.

– Ele se sente culpado, mas eu já conversei com ele. Não toque em mim quando o fizer. – ele fechou os olhos e os abriu muito devagar, estava não frágil que o feio anão sem nariz e atrofiado sentiu pena do garoto, seu cabelo agora louro prateado estava sem vida, seus olhos azuis, não violeta, estavam escuros e com dor. – Obrigada.

– Por matá-lo? – o anão perguntou com um pouco de dor na voz.

– Também. – ele respondeu com dificuldade. – Mas principalmente por me salvar dos Homens de Pedra nos Sofrimentos e por me fazer ver meu lar antes de morrer.

– Foi um prazer. – Esse ainda não é o seu lar criança. Tyrion manteve seu pensamento para si. Deixe que ele morra feliz pensando ter visto seu lar como um Targaryen. Tyrion Lannister enfiou o punhal no coração do garoto e viu seus olhos azuis-não-violeta se fecharem pela a última vez.