Love Can Wait escrita por Às


Capítulo 1
Capítulo Um




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– Não, eu já disse que você não vai à essa viagem! Não adianta, Lílian, não vou deixar!

– Mas pai, eu nunca dei trabalho à você, sempre fui a primeira da classe... Nunca peço nada, porque não atende o único pedido que faço? – Meu pai fez cara feia e saiu do meu quarto batendo a porta com força.

Joguei o papel da viagem amassado na parede e ele caiu na mesa onde estavam fotos antigas. Numa delas, um garoto de cabelos negros, olhos castanhos e um sorriso cativante me encarava. Senti meus olhos ardendo e abaixei o retrato.

Eu tinha que ir àquela viagem.

Hotelaria de Hogwarts.

Era a primeira vez que a escola disponibilizaria um chalé para os estudantes passarem uma semana. Poderia ser minha última chance de fazer uma matéria boa para o jornal, visando as loucuras que os adolescentes fazem quando se embebedam e passam muito tempo em um mesmo lugar.

– Eu vou. – Sussurrei. – Ou não me chamo Lily Evans.

•••

– Calma, você sabe que é só questão de tempo até seus pais deixarem, Lily. – Alice revirou os olhos em minha direção.

– Não, Lice, eu tenho certeza que dessa vez é diferente. Você tinha que ver a cara que ele fez. Ah! Não suporto essa garotinha mimada que a Petúnia se transformou, tenho certeza de que ela falou algo. Ela sempre estraga tudo. – Fiz cara de nojo enquanto falava.

– Ela ainda está com aquele garoto roliço? – Perguntou, mordendo calmamente sua barra de cereais.

– Sim. Ele me dá náuseas. – Então algo estalou em minha mente. – Mas é claro! Deve ser isso!

– O que?

– Ela deve ter falado para meus pais que eu estava sujeita a me esfregar em qualquer um, dando-se de exemplo. Uma garota que namora tem a cabeça no lugar, certo?

Alice olhou para mim por um segundo e começou a rir loucamente, tombando no chão.

– O que? Que foi?! – Perguntei, irritada.

Você? Namorando? – Ela voltou a rir ainda mais.

– Não sei por que tanto estardalhaço. – Fechei a cara. – Eu posso arranjar um namorado se quiser. – Cruzei os braços. – Isso não é problema.

– Nossa, desculpa se sua ruivisse diva ofusca o brilho das outras garotas. – Ela levantou as mãos em rendição, ainda rindo. Lágrimas se formando em seus olhos. – Mas me diga, fora o Seboso, quem mais iria querer ser seu par?

Olhei ao redor, observando as pessoas no pátio. Estava sentada no gramado com Alice Prewett, atrás de nós havia o prédio onde as aulas de humanas eram dadas, atrás dele estava o prédio de atividades extracurriculares, incluindo o jornal. À frente, o prédio com tudo preparado para exatas, ao lado esquerdo a biblioteca e no direito a coordenação e a cantina.

Nos vários bancos, muros ou ao longo do gramado, estavam pessoas que geralmente não teriam minha atenção. Amos Diggory estava a poucos metros de mim, com um café em uma das mãos e uma pasta na outra. Ria bobamente com os amigos e olhava furtivamente em minha direção de tempos em tempos. Ao me ver encarando-o, acenou com a mão ocupada pelo copo, fazendo o liquido preto cair em sua camisa branca. Virei o rosto imediatamente e fiz uma careta para a morena.

– Ele lhe pediria, se você deixasse. – Ela riu, bebendo seu suco.

– Pelo amor de Deus, Lice. Eu posso arranjar algo melhor. – Empinei o nariz.

– Então continue, vossa majestade. – Ela levantou uma sobrancelha cuidadosamente definida.

– Cale a boca. – Revirei os olhos, olhando novamente ao redor. À sombra de uma árvore estava Severo Snape. Eu o adorava, é claro. Ele sempre fora muito gentil comigo, mas... Não sei se gostaria de evoluir nosso relacionamento.

Cinco metros de distância de Severo estava um grupo que eu particularmente odeio.

Bom, claro que tudo tem suas exceções. Um garoto alto, magrelo e com cabelos cor de palha era o único que se salvava. Remus Lupin fazia aulas de quimica comigo e era realmente muito bom, por vezes ficávamos no mesmo grupo de experiências, mas nunca parei para conversar com ele realmente, embora isso sempre foi amável e prestativo. Não tenho do que reclamar, a não ser sua companhia.

Ah sim, claro, os populares e invencíveis Marotos. De um lado, Remus com sua inteligência e Pedro, um garoto que chegava a me dar dó, por querer tanto ser companheiro dos outros três. Do outro lado a dupla imbatível, Sirius Black, com seus cabelos longos e cacheados e seus olhos azuis e o ridículo e irritante James Potter. Ah, como eu odeio esse garoto. Todo convencido, arrogante e se achando o máximo por ter todas as garotas aos seus pés.

Acordei de meus pensamentos quando uma maçã foi jogada em meu braço.

– Ai! – Reclamei, olhando para a direção de Alice. Tomei um susto ao ver outra figura ao seu lado. – Ah, oi Dorcas. – Falei, enquanto a loira sentava ao meu lado.

– Que estão fazendo? – Ela perguntou, fazendo uma formiga subir em seu dedo e aproximando-a para ver melhor.

– Estamos vendo os possíveis pares de Lily. – Lice respondeu com um sorriso malicioso.

– Pares? Para que? – Perguntou, soltando a formiga em uma folha.

– Uma pequena hipótese... – A garota sorriu maliciosamente, contando em resumo a história.

– Ah... Entendo. – Dorie assentiu vagarosamente, olhando para os lados. – Bem... Tem o Frank...

Não! – Eu e Alice falamos em uníssono. Olhei para a garota sem entender.

– É que eu acho ele bonitinho. – Ela explicou, cutucando a unha enquanto suas bochechas ruborizavam.

– Hm... Ok. Bom, ainda temos vários. Tem... É... – Olhei para a loira com uma sobrancelha levantada. – O que? Estou procurando bons candidatos! Vejamos... Tem os Marotos e...

– Não. Nem vem. – Balancei a cabeça. – Não saio com James Potter nem que me paguem!

– Ainda tem o Black... – Ela continuou.

– Ele é ainda mais galinha. Não, próximo, por favor.

– Fique com Lupin então. – Alice deu de ombros. – Ou prefere Pettigrew?

Fiz uma careta.

– Não tem mesmo outra opção? – Choraminguei.

– Ah, claro. Sempre tem um Diggory para te satisfazer. – Lice riu.

– Calada.

– Você tem até o final do dia para se decidir, Lils. – Dorcas falou, deitando no gramado. – Ou vai atrás de alguém, ou dê adeus à sua chance de continuar no jornal.

Suspirei, olhando para os Marotos. James surpreendeu meu olhar, dando um sorriso debochado, me fazendo virar rapidamente o rosto para o outro lado.

Tão parecidos...

Deitei no gramado e coloquei a mão no rosto, impedindo a luz do sol de chegar até meus olhos, e deixei que memórias me possuíssem. Foi o bastante para ouvir novamente sua voz, distante, intocável, mas bem nítida:

– Você sempre vai estar comigo, não Lily?

– Claro. Sempre.


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