Love Can Wait escrita por Às


Capítulo 2
Capítulo Dois




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- Hm... Olha só o lírio que eu achei. Como vai, Evans? – Olhei para trás e fechei a cara para o garoto parado atrás de mim.

 - Porque está aqui? – Perguntei, olhando-o com uma sobrancelha levantada.

 - Feliz com minha presença? – Ele sorriu, sentando perto de mim.

 - Muito mais feliz se você não estivesse me atrapalhando. – Virei o rosto, olhando para a o livro na minha frente.

 Todas aquelas fórmulas de física estavam me deixando louca. Era a última aula do dia, eu estava cansada e não precisava de alguém me deixando pior.

 - Você gosta quando te provoco assim, eu sei. – Ele falou, indo para trás de mim, os lábios próximos ao meu ouvido. Estremeci e me afastei.

 - Se importa? Não tenho tempo para ficar prestando atenção em você.

 Ele levantou os braços em rendição e riu, sentando ao meu lado.

 - Vamos começar, pessoal. – A voz do professor soou, enquanto eu o olhava com uma sobrancelha levantada.

 - Não vai ficar ao meu lado, vai?

 - Senhor Potter, por favor, no seu lugar.

 Ele revirou os olhos e foi para o lado de Sirius, olhando para mim com um sorriso torto.

 Respirei fundo e olhei ao redor. Tinha que me concentrar em achar alguém para se passar por meu namorado até a viagem. O problema era que não me sentia atraída por nenhum rosto ali.

 - Será que posso? – Uma voz calma e gentil surgiu ao meu lado. Observei Remus Lupin se aproximar de mim e apontar para a cadeira antes ocupada pelo Potter.

 - Ah, claro. – Falei, trazendo meu livro para perto, dando-lhe espaço.

 O garoto sentou perto de mim e colocou a mala surrada na mesa.

 A aula passou mais rápido do que eu esperava. Assim que se deu por encerrada, arrumei minha bolsa e levantei da cadeira.

 - Hey, Lily. Espere um minuto. – Remus pediu, se aproximando de mim. Era muito mais alto que eu, o que me deixava irritada. Não gostava que me olhassem de cima.

 - O que foi?

 - Que história é essa de você procurando um par? – Esperei que ele risse, mas pelo contrário, juntou as sobrancelhas e me olhou seriamente.

 - Como soube? – Perguntei, espantada.

 - Bom, sabe como é. – Ele encolheu os ombros, abrindo um sorriso cansado. – As fofocas voam, ainda mais quando se tem amigos em comum...

 - O que... – Comecei a perguntar, mas logo vi Alice e Frank conversando no corredor. Logo entendi. – Ela contou para ele, não?

 - Logo depois do intervalo. Frank não é muito bom em guardar segredos.

 Mordi o lábio, impaciente. Sabia que ela era bobamente apaixonada por ele, mas não tinha sido exatamente uma coisa boa sair contando sobre meu plano.

 - Bom, voltando... Porque precisa de um namorado? – Ele perguntou serenamente, aliviando a carranca no rosto.

 - Longa história.

 - Eu...

 - Aluado! – O garoto foi envolvido por um braço forte e logo vi Sirius Black ao lado do amigo. – Oi, Leona. – Disse rapidamente, voltando-se para Lupin antes que eu o corrigisse. – Que pensa que está fazendo, homem? Temos a festa na casa da Marlene, lembra-se?

 - Acho que não vou. – Ele disse, se desvencilhando do aperto do moreno. – Tenho uma prova no curso amanhã e é importante que eu tire boas notas.

 - Você não precisa estudar, não com todo esse conhecimento aqui dentro. – Sirius disse, dando soquinhos leves na cabeça dele. – Bom, Pontas vai dar uma carona, se quiser ir com a gente ande logo. Tchau Lilith.

 Observei os cachos morenos desaparecerem na virada do corredor. Olhei para Lupin, que arrumava os cabelos ralos.

 - Desculpe por isso. Então, sobre o que estávamos falando?

 - Eu preciso mesmo ir para o jornal... Desculpe. – Falei, indo para a porta também.

 - Posso pelo menos te acompanhar até lá? – Sorriu de forma amável. Assenti e saímos da sala lado a lado. – Algum candidato até agora?

 - Não... – Suspirei. – Mas vou achar.

 - Eu poderia falar com o Jay e... Ok, ok. Sei que você não gosta do Potter, mas ele não é tão ruim quanto você imagina que seja. – Ele riu.

 Não respondi.

 - Sabe... Porque não pensa no caso? Ele se passaria facilmente por seu namorado. É um ótimo ator. Tem que vê-lo falando com o diretor, um verdadeiro artista.

 - Prefiro arrancar os olhos. – Falei com a cara amarrada, o que só fez Lupin rir mais.

 - Você é inteligente, Lily. Sei que é. Pense por um instante nisso, faça um tipo de documento com todas as regras e limitações, ele terá que seguir à risca. – Fiquei observando o garoto. Falava com uma naturalidade absurda, como se contratar alguém para ser seu namorado fosse a coisa mais normal do mundo.

 - Eu não tenho muito dinheiro. – Murmurei.

 - Ofereça algo a mais que dinheiro. – Olhei para ele sem acreditar, mas ele, já corado, tentou se explicar: - Não me leve a mal, Lily. A imaginação é sua. Você que escolhe.

 Chegamos à porta do edifício onde ficava o jornal e eu olhei para Lupin.

 - Se precisar de algo me chame. Sei que não somos amigos, mas não vejo porque não ajudar. – Ele sorriu. Agradeci e observei o garoto ir em direção ao estacionamento.

 Chegando no escritório do jornal, logo avistei Snape. Corri até ele e sentei em sua mesa.

 - Severo, acho que finalmente consegui a matéria de que precisava!

 O garoto olhou serenamente para mim com uma sobrancelha levantada.

 - E como é?

 - Bom... – Contei a história resumidamente e olhei para ele, buscando reação. O garoto tinha os cabelos negros escondendo seu rosto e estava com os ombros rígidos. – Severo...? Sev, o que foi?

 Ele olhou para mim seriamente, com um olhar que poucas vezes eu vira. Tinha ressentimento, mágoa, raiva, desapontamento...

 - Porque ele, Lily? – Perguntou, com o tom de voz jorrando desaprovação.

 - Porque não? – Perguntei, descendo de cima da mesa. – Eu preciso tomar medidas desesperadas, para situações desesperadoras!

 - Mas justo o Potter? – Ele cuspiu o nome do garoto com nojo. – Porque não outro? Porque não... Eu?

 - Não é nada sério, Severo! Vai ter um contrato, um documento, não vou nem encostar os lábios nele! É diferente, e você sabe que sim!

 - Qualquer um seria melhor que ele e você também sabe disso. – Ele resmungou. – Pensei que fosse mais inteligente que isso.

 Fechei a cara e falei, com tom ignorante:

 - Desculpa te atrapalhar, não voltará a acontecer.


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