No Other escrita por Pacheca


Capítulo 11
Capítulo 11 - Hello


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês, onde coisas começam a acontecer ^~^
Quanto a música...Ai gente, que amorzinho...Hello, do SHINee http://www.youtube.com/watch?v=skZxb5sBoiU



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Fui tropeçando até a cozinha, esfregando os olhos e bocejando. Estava quente naquele sábado, então prendi meu cabelo enquanto descia as escadas.

Olhei o relógio de parede: 2 da tarde. Eu tinha dormido bem mais do que pretendia. Tinha ficado até 3 da manhã no chat do “grupo do almoço”, como Ali definiu de nome.

Fiz um chá pra mim e subi de volta, ligando o rádio e o computador. Nem abri o Chrome, já tinha ficado tanto tempo na internet durante a madrugada, sabia que não teria nada novo, em rede social nenhuma.

Comecei a cantarolar “Who Can It Be Now?” do Men At Work, que tocava no rádio, e abri o emulador de PSP. Não era minha culpa se um PSP propriamente dito era caro.

Acabei o chá e deixei a caneca no criado, assistindo a animação da abertura de Hakuouki. Como aquele jogo era tão perfeito? Olhei as horas de novo: 2 e meia.

Meu celular vibrou ao meu lado na cama. Mensagem de Ali. Bocejei mais uma vez antes de abri-la.

“To chegando na sua casa, ok? Deixa a porta aberta.”

O que Alice ia fazer lá em casa, num sábado à tarde, depois de ficar até 3 da manhã acordada? Dei pause no jogo e desci as escadas, aproveitando e levando a caneca para a cozinha.

Assim que destranquei a porta, Ali girou a maçaneta e passou pelo vão da porta. Ela usava uma camiseta e um short surrado, mas continuava linda. Concorrência injusta isso.

– Ei. Preparada? – Ela me abraçou.

– Pra que? – Comecei a subir as escadas, mas tive que parar. Ali ainda estava lá embaixo, me encarando. – O que?

– Como assim “pra que”? Pra sair com Duran! – Ela ficou esperando minha reação. Demorei um pouco para entender o que ela tinha dito.

– Verdade, eu não estava nem lembrando disso.

– E ai? O que você acha que vocês vão fazer? – Ali começou a subir a escada, me seguindo.

– Sei lá, ver um filme talvez. – Dei de ombros.

– Você pensa pequeno demais. Quem sabe vocês não jantam ou algo do gênero? – Ali se sentou na minha cama.

– Como isso é melhor, Ali? Tudo a mesma coisa.

Alice não respondeu, só deu um suspiro. Deixei de lado e peguei meu computador de novo.

– Cara, Hakuouki é muito lindo! Lin-do! – Ali se deitou ao meu lado na cama e se inclinou, tentando ver a tela.

– Ah meu Deus! Por que você não me mostrou isso antes? – Sorri com a reação dela. Foi parecida com a minha na primeira vez que eu joguei.

– Sei lá, fiquei ocupada jogando. – Cocei o nariz. – E os caras do jogo existiam mesmo. Não eram tão perfeitos, mas foda-se.

– Me deixa jogar, anda! – Ela pegou o computador do meu colo e começou um jogo. Vi que eu não ia jogar tão cedo e peguei “As Crônicas de Nárnia” na mochila.

– Uh, gostei desse. – Ali apontava para um dos personagens na tela. Não vi qual era, mas ri, só pra não deixá-la no vácuo.

De vez em quando ouvia Alice murmurando, mas não dei muita atenção, continuei lendo. Depois de algum tempo ela cutucou meu ombro.

– Não vai se arrumar, não? – Olhei para ela, se levantando da cama e caminhando até meu guarda roupa.

– Quantas horas? – Me estiquei e peguei meu celular. 5 da tarde. – Porra, eu li muito.

– É, mas anda logo, vem se arrumar. – Ela começou a olhar minhas roupas.

– Só pega uma calça e uma camiseta, tá bom já! – Coloquei o livro sobre o criado mudo e me levantei, preguiçosamente.

– Claro que não, idiota! Você tem que ficar maravilhosa. – Ela pegou um vestido preto, avaliando-o.

– Valeu por me lembrar que eu pareço uma mendiga. – Cruzei os braços, olhando-a sarcasticamente.

– Não foi isso que eu quis dizer e você sabe disso. – Ela retribuiu o olhar. – Toma, veste isso.

Ela me entregou o vestido preto e se sentou no chão, olhando meus sapatos nas prateleiras de baixo do guarda roupa.

– Você não tem nenhuma sandália de salto? – Neguei com a cabeça. – Certeza?

– Não sei, mas eu não vou de salto.

– Qual é seu problema, Megs? Você vai sair com o Duran, que está claramente afim de você, e nem se arruma? Até eu que nem ligo pra essas coisas de ser menininha e tals me arrumaria. – Ela me encarava, quase com raiva.

– De onde você tirou isso, garota? Duran não é afim de mim. – Ela suspirou, se levantando e pegando meu celular. Fiquei a observando enquanto ela mexia no aparelho.

Depois de alguns instantes ela esticou a tela do telefone na minha cara. Li a mensagem que ela tinha aberto, pegando o celular.

“Ok, se você não consegue esperar...sábado?”

– E daí? Ele respondeu à sua retardadice. – Ela revirou os olhos.

– Megs, você é retardada, só pode. Quando ele diz “se você não pode esperar” é porque ele ia te chamar, mas cedo ou mais tarde, pra sair.

Parei um momento, olhando o celular de novo, pensando no que Alice tinha acabado de me dizer. Uma sensação estranha me dominou naquele instante. Por que eu era tão relutante em aceitar o que ela dizia?

Afinal, seria tão ruim se Duran realmente estivesse afim de mim? Seria a primeira vez que alguém realmente gostaria de mim, simplesmente me parecia uma ideia surreal.

– Megs! Ei! – Pisquei, erguendo o olhar para Ali, que estalava os dedos na minha frente.

– Ainda assim, por que tenho que ir de salto? Nunca achei que você seria assim tão menininha. – Tentei mudar de assunto, não sei porquê.

– Não é ser menininha, como eu já disse. – Ela parecia um tanto irritada com meu comentário. – É só ser fofa. Não precisa ser tão alto assim o salto.

– Acho que eu tenho alguma sandália. – Suspirei. – Deve ficar ai na caixa.

– Vou achar aqui. Vai tomar banho. – Suspirei de novo e peguei o vestido, caminhando pro banheiro.

Tomei banho rápido e coloquei o vestido. Eu me lembrava da última vez que usei aquela roupa. Era um vestido curto, que ia até o meio das minhas coxas de malha cinza com uma renda preta por cima, de mangas compridas. Naquela época tinha ficado bem mais largo na cintura.

Em menos de um ano eu engordei. O vestido ficou bom, de qualquer jeito, bem colado nas minhas pernas.

– Pronta? – Ali me perguntou por trás da porta. Respirei fundo e arrumei minha postura.

Saí do banheiro, esperando a reação de Ali, coçando meu olho. Ela me encarou por alguns instantes antes de dizer o que achava.

– Cara, você tem um bundão!

– Alice! – Às vezes me dava vontade de socar aquela cara perfeita dela. Que vergonha.

– Só constatando fatos. E isso não é defeito.

– Cala a boca. – Me sentei na cama. – Achou a bendita sandália?

– Claro que sim. Toma. – Eu ainda tinha aquilo? Devia ter uns três anos que eu não via aquela sandália. Ela era preta, com duas correias que ficavam sobre o peito do pé com strass. – Não é muito alta e é bonita.

– E agora? Você vai brincar com meu cabelo, igual àquelas bonecas de maquiar? – Perguntei enquanto calçava a sandália.

– Você realmente acha que eu sou disso? – Dei de ombros. – Vai se fuder. – Comecei a rir dela. – Idiota.

– Ridícula. Tem certeza que isso não é exagero? – Me levantei, me olhando no espelho atrás da porta.

– Exagero é sua bunda. – Ela riu.

– Vai se fuder, piranha. – Só consegui fazê-la rir mais ainda.

– Não, você tá linda. E já são 6 e meia mesmo, não dá mais tempo de se trocar agora.

– Ok, ok. Só vou prender o cabelo.

– Por que? Seu cabelo tá legal.

– Só que não. E vou fazer uma trança, fica legal.

– Ok. – Ela se deitou na cama de novo e pegou meu computador.

Fiz a trança e passei um batom, só pra não ficar puxando aquelas pelinhas da boca e acabar me machucando. Olhei o resultado no espelho.

Por mim, aquela noite de sábado teria se resumido em acabar “As Crônicas de Nárnia” e começar a ler “As Crônicas do Mundo Emerso” da Licia Troisi. Não que sair com Duran fosse tortura.

Alice colocou meu computador de lado, se levantando. Ela pegou as próprias coisas, cantarolando SHINee. Gastei alguns segundos para perceber que era Hello.

– Aonde você vai? – Perguntei, olhando o relógio do rádio. 10 pras 7.

– Pra casa, dãh. Você achou que eu ia com vocês? – Ela pegou o celular, colocando os fones. – Mas vou até ouvir uma música para vocês, viu? Hello.

Revirei os olhos, abrindo a porta do quarto e seguindo-a escada abaixo. Ela me deu um abraço e foi embora, cantarolando.

Fui tomar um copo d’água, esperando Duran. Menos de 5 minutos depois a campainha tocou. Abri a porta, ficando boquiaberta.

Duran usava uma calça jeans e uma camisa com um blazer por cima. O cabelo dele estava molhado, cortado, e ele usava um alargador bem pequeno na orelha esquerda. Eu não gostava muito de alargadores, mas Duran estava simplesmente maravilhoso.

– Oi. – Ele sorriu, me tirando daquele transe. – Vamos?

– Claro. Só um minuto. – Peguei minha cópia da chave e tranquei a porta. – Pronto. Aonde vamos?

– Você vai ver. – Ele sorriu de novo e pegou minha mão.


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Notas finais do capítulo

E então, já estou com o próximo pronto, porém não vou conseguir digitar esses dias de simulado -q
E gente, ainda estou morrendo com o JongHyun e o Minho delicias nesse video



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