É Preciso Perder Para Ganhar escrita por Alba
As semanas passaram, Sansa ocupava os seus dias a bordar com as suas aias de quem se tinha tornado amiga e aproveitava um bocado ao fim da tarde para ir até ao barracão ver os cães que cresciam depressam.
A princípio ela tinha medo ao passar pelo canil e ouvir todos os cães dentro de jaulas a ladrarem ferozmente mas logo se habituou e depois de ir lá umas quantas vezes eles também se habituaram a ela e deixaram de ladrar. Ela não dizia a ninguém que ia lá, nem a Sandor, a única pessoa que a via a ir para lá era um dos criados que limpava as jaulas e tratava da comida.
Sandor dormia todas as noites a seu lado. A princípio Sansa sentira-se assustada e nervosa por ele estar ali mas logo se habituou a sua presença. Ela não conseguia perceber o porquê dele querer partilhar a mesma casa se não faziam nada, mas aceitou isso de bom grado.
Muitas das noites ele esperava até ela se deixar dormir para a abraçar, nem sempre ela estava dormindo quando ele o fazia, por vezes ela apenas fingia que dormia, mas o abraço dele deixara de a incomodar.
Numa das noites ele pensava que ela estava a dormir então pousou uma das mãos no seu ombro, ela ponderou fingir que dormia outra vez mas a curiosidade estava a mata-la e ela virou-se de frente para ele.
- Pensei que estivesse a dormir passarinho.
- Estava quase. – Falou com expressão sonolenta. – Posso perguntar uma coisa?!
- Pode, só não garanto que terá resposta. – Ele encarou-a e por momentos ela pensou em não fazer a pergunta mas quando se apercebeu já era tarde demais, os seus lábios já a estavam a verbalizar.
- Porque sempre dorme aqui comigo se não… fazemos nada?! – Ela ficou com expressão assustada e ele riu.
- Queria que dormisse onde? Este é o meu quarto. – Ele falou com uma expressão divertida mas percebeu a expressão incrédula na face dela. – Na verdade, passarinho, não confio no meu irmão. Se alguém a violar, então eu prefiro que esse alguém seja eu, em vez de Gregor.
Sansa respirou fundo irritada por ter feito a pergunta. Ela não compreendia porque ele tinha de ser sempre tão bruto mas percebeu que a verdadeira intenção dele era protege-la.
No dia seguinte Sansa optou por ajudar as aias a fazer compota para não deixar estragar a fruta e ser mais fácil armazenar para o inverno. Sandor sempre passava grande parte do dia fora ou então a entrar e a sair de casa. Ele passava as horas a lutar e treinar alguns homens e crianças de lá e outra parte do tempo a fazer negócios que o seu irmão havia descuidado.
Sansa estava ainda na cozinha quando ouviu uns passos e alguém a passar pela porta. - - Chegou um corvo. – Disse o homem que ela não conhecia ainda. Talvez fosse o maester. Ele entregou a mensagem a Sansa.
Era um convite para o casamento de Rei Joffrey e Margaery. Na realidade não era bem um convite pois exigia a presença de ambos, era impossível recusa-lo. Ela leu tudo silenciosamente mas foi distraída pela entrada de Sandor que vinha acompanhado por um rapaz novo de cabelos curtos e pretos e com a cara suja. Ela também não o conhecia e ele parecia fraco. Ela guardou a mensagem logo que os viu chegar.
- Arranjem qualquer coisa para o rapaz comer. Ele está cansado da viagem. – Sandor ordenou as aias que embora estivessem ao serviço de Sansa faziam sempre um pouco de tudo para matar o tempo.
O rapaz não parava de olhar para Sansa. Devia se questionar o porquê de uma rapariga como ela estar ali. Ele devia ser da sua idade ou um pouco mais velho.
- Qual é o seu nome? – Perguntou Sansa.
- Gendry. – Ele disse enquanto comia usando as mãos.
- Onde nasceu garoto? - Sandor questionou. – Quem está atras de você?
O rapaz tentava engolir a comida depressa para poder responder mas o seu instinto era sempre dar mais uma dentada no pão.
- Sou de Kingslanding. Era aprendiz de ferreiro lá, fazia armaduras e espadas mas fui obrigado a sair de lá. juntai-me ao homens que iam para a muralha para me juntar aos night’s watch mas fomos atacados no caminho.
- E você está a fugir deles? – Perguntou Sansa enquanto lhe servia um copo de vinho.
- Obrigada mylady. – Disse olhando diretamente para ele. Sandor não estava a gostar do modo como ele a olhava. – Não. Eu estou a fugir de Stannis e da feiticeira vermelha. Eles raptaram-me mas Ser Dravos ajudou-me a fugir de Dragonstone.
Ele olhou assustado para Sandor com medo de ter falado demias. E então voltou-se novamente para Sansa.
- Como se chama? – Perguntou. Sandor parecia irritado e Sansa temeu que ele matasse o rapaz.
- Meu nome é Sansa da casa Stark, quer dizer, agora da casa Clegane. – Isso acalmou Sandor que parecia ter ficado orgulhoso.
- Stark? Eu conheci a sua irmã Arry.
- Você quer dizer Arya. – Sorriu.- Conheceu-a quando estava em kingslanding?
- Ou isso. – Riu. – Conheci Arya na Carruagem que nos ia levar para a muralha, ela andava vestida de rapaz e demorei algum tempo a perceber que era uma rapariga.
Sansa deslocou-se rapidamente até Sandor pousando as mãos sobre os seus ombros.
- Arya está viva. – Ela chorava de alegria. – Eu sabia que aquele demónio era demasiado teimoso para morrer assim.
- Onde a viu pela ultima vez, rapaz? – Perguntou Sandor.
- Ela estava com a irmandade sem estandarte.
- Eu vou mandar alguém atras dela.- Sandor levantou-se e saiu de imediato para dar a ordem de procurar Arya.
Ele permaneceu pouco tempo fora mas foi o suficiente para Gregor entrar na cozinha.
- Quem é este? – Perguntou.
Incrível, afinal a Montanha tem voz, pensou Sansa.
- È um aprendiz de ferreiro, veio pedir trabalho. – Sansa engoliu em seco ao responder e começou a ficar ainda mais nervosa quando viu aquele homem gigante a aproximar-se do rapaz. Ele meteu uma mão no ombro de Gendry mas Sandor entrou nesse preciso momento.
- Deixe o rapaz Gregor. Ele Diz que consegue fabricar boas espada. Irá dar-nos muito jeito.
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