Gritos Fulminantes escrita por Isabela


Capítulo 8
Capítulo 8- Desespero


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso e espero que gostem desse capítulo. Surpresa ao final muahahahaha
Aproveitem e comentem



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POV Lena

 Meu corte no pescoço já não ardia tanto; sentia-me melhor, se não fosse por Johnny eu estaria nesse momento morta, mas isso não me fazia melhor; estávamos isolados em um shopping que podia se dizer simples e fácil de sair, mas estávamos trancados e a nossa única ajuda estava esmagado no primeiro andar. Eu ficara feliz por todos terem se importado tanto comigo e agora eu desejava fazer o mesmo por eles. Gostaria de ajuda-los, salvá-los, mas tinha apenas catorze anos. O que eu poderia fazer contra dois assassinos? Matthew havia sido bem mais corajoso que eu e tinha apenas doze, ele estava com um arranhão no rosto, mas parecia bem.

- Está tudo bem?- Perguntei a ele reparando que possuía mais arranhões

- Estou, mas... estou assustado...- Ele disse olhando para o chão

- Você não é o único- Disse Alice pondo a mão de leve no ombro dele

 Precisávamos achar Myranda e sair desse lugar fedorento. Não sabíamos para onde ir ou onde procurar, a irmã de Pietra e o palhaço haviam simplesmente desaparecido. Eles voltariam e nos caçariam um por um.

- Hei, Mark! Suba logo!- Disse Alex olhando pelo vidro, o primeiro andar

Mark tentava de alguma forma reabrir a porta que a pouco tempo estaria aberta e pronta para nós a usarmos.

- Já vou, estou vendo se acho outra saída. Indo pelo lugar por onde eu saí não é aconselhável... ai, droga minha perna dói- Ele disse reclamando

- Você está ferido! Venha logo!- Disse Alessa assustada

Ele havia quebrado uma perna, o machucado estava bem feio, mas parecia ainda dar para andar.

POV Mark

 A dor castigava minha perna, doía muito, mas eu precisava achar uma saída. Precisava tirar-nos daqui e então lembrei-me de algo quando tentava fugir pela janela, uma saída de emergência escondida em um canto. Talvez não estivesse trancada, poderíamos nos locomover por lá e assim achar alguma saída.

- Gente, eu acho que sei para onde podemos ir- Eu disse esperançoso- Achei uma saída que talvez ainda esteja aberta

 Um sorriso foi formado no rosto de todos presentes. Uma chance de escaparmos e colocarmos aqueles desgraçados na cadeia, ou melhor, hospício.

 Subi com dificuldade as escadas, porque o elevador estava longe e seria mais perigoso, devido a última vez que estivemos nele e quase morremos. Cheguei até todos e fui abraçado, esmagado por todos.

- Que bom que está vivo- Disse Nancy feliz

- É verdade que achou uma saída?- Perguntou Pietra nervosa

- Que ótimo!- Disse Johnny

- Não podemos!- Disse Alex nervoso- Precisamos salvar a Myranda!!

- Concordo, não podemos deixa-la com esses monstros!- Disse Alice fazendo uma careta infantil

- Mas também é a nossa única chance- Disse Johnny olhando para Lena

- Eu não concordo! De jeito nenhum vamos deixar alguém para trás!- Disse Lena confiante

 A ideia de termos uma saída era certamente gratificante, mas talvez não fosse certo deixar alguém para trás.

- O que vamos então fazer?- Perguntou Alessa nos encarando

- Eu não me importo! Eu vou achar Myranda! Vão embora sozinhos!- Disse Alex irritado

Tentei dizer algo, falar para que ficasse, mas as palavras não saíam. A ideia da saída era boa, já havíamos perdido muita gente, não poderíamos ficar mais. Alex percebendo o silêncio de nossas respostas enfureceu-se e saiu correndo empurrando a mim e Johnny pelo ombro. Ele iria atrás dela sozinho.

- Alex!- Gritou Nancy o vendo já distante

- Devemos ir, estou com um péssimo pressentimento- Disse Alice olhando para todos os lados

- Nós abandonamos Myranda!- Queixava-se Lena

- Não podíamos fazer nada!- Disse Johnny duramente

Marlena revirou os olhos com raiva, raiva de Johnny ou talvez de todos nós.

POV Matthew

 Alice não era a única com mal pressentimento, eu também sentia-me arrepiado com algum barulho vindo de algum lugar, um barulho alto que vinha aumentando aos poucos. Fiquei sem saber o que dizer em relação a ir em direção a saída ou salvar Myranda. Deveríamos salvá-la, desejávamos que ela estivesse sã e salva, porém na hora da decisão ninguém respondeu. Um silêncio desolador que fez Alex não reagir muito bem. Ele fugiu sozinho indo salvá-la, era burrice ir atrás de dois assassinos sozinho, mas não podíamos segurá-lo por mais tempo.

 Eu estava cansado de tudo, não aguentava mais o lugar e sentia grande fome, apesar do lanche que havia trazido e comido. Sentia saudade de meus pais e amigos da escola. Sentia-me doente só de estar em tal lugar.

 O barulho era algo estrondoso, mas vinha de longe e estava abafado.

- De onde vem esse barulho?- Perguntou Nancy

- É melhor não ficarmos para descobrirmos, precisamos ir até a saída- Disse Mark nos guiando em direção ao elevador, mancando

- Vamos usar esse elevador de novo?!- Perguntou Alice empalidecida

- Não temos escolha, é o único meio de chegarmos ao quarto andar onde está a saída- Ele disse serenamente

- E se fossemos pela escada?- Perguntou Alessa

- Ela só dá até o terceiro andar, para os outros devemos usar o elevador- Disse Johnny lendo um mapa do shopping que estava curiosamente grudado na parede

- Não deveríamos ter deixado Alex ir sozinho- Eu disse por fim

- Essa foi a decisão dele- Disse Mark triste- Eu também não estou feliz com isso, afinal ele é meu melhor amigo

- Eu espero que ele consiga voltar com a Myranda- Disse Lena

POV Pietra

A culpa era minha. Minha irmã estava fazendo tudo isso por minha causa. Eles iriam morrer por minha culpa. Myranda e Alex seriam os próximos. Tudo que consegui fazer foi chorar e tremer, eu era tão fraca. Todos ajudavam em algo menos eu. A culpa crescia cada vez mais dentro de mim. Se eu tivesse tratado Cater melhor, mas ela não era mais a Cater gentil que eu havia conhecido, ela era agora uma psicopata e não nos deixaria em paz se eu ficasse simplesmente parada.

- Pietra, já dissemos. A culpa não é sua! Desculpa por eu ter pensado tantas coisas ruins sobre você- Disse Matthew de cabeça baixa

- Tudo bem. Minha irmã é mesmo muito má. Eu prometo que vou pará-la- Eu disse com pesar nas palavras

Por mais que fosse verdade, doía saber da irmã que tinha. Estávamos indo em direção ao elevador quando escutei um barulho alto de serra.

- Droga! De onde vem esse barulho?!- Perguntou Lena irritada

- Parece o massacre da serra elétrica!- Disse Alice nervosa

- Talvez seja- Disse Alessa apontando para a esquerda

O palhaço estava ainda mais sóbrio segurando uma serra maior que todos nós ali. Um sorriso estranho pairava em seu rosto manchado de sangue.

- O que você fez com a Myranda?!- Gritou Alice em uma explosão de coragem

- Calma, logo chegará a sua vez- Disse o monstro a encarando

 Não importa o quanto eu o olhasse, ele não parecia humano. Um palhaço deformado cheio de sangue no rosto, alto e gordo e com uma motosserra nada legal. Um cheiro desagradável pairava no ar, cheiro de morte próxima. Escutei umas risadas femininas, Cater estava escondida em algum lugar e eu iria acha-la, iria mata-la.

POV Alice

 Algo assustador, terrível. Um assassino segurando uma serra em um filme é diferente de ver na vida real. O palhaço direcionava sua motosserra para mim, eu já imaginava que estava com raiva de mim por ter berrado, mas não o suficiente para direcionar o ataque logo para mim, eu era um dos mais novos. Era covardia.

- Hei seu miserável! Cadê a Myranda?!- Perguntou Alessa jogando uma vassoura de algum lugar em direção ao palhaço

Talvez estar perto da nossa saída desse maior coragem a todos, pois ninguém parecia mais tão assustado, porém durou somente por mais alguns minutos. Senti meus olhos arderem com o fedor, meu estômago dava voltas e de repente o barulho da serra vindo em minha direção.

- Chegou a sua hora- Disse o assassino se aproximando com a serra

 Caí no chão ajoelhada e assustada e sentia a serra vindo em minha direção. Pensei em todos ao meu redor, meus pais, amigos, Lena. Não poderia terminar assim, não desse jeito. Fechei os olhos e senti gritos apavorados ao meu redor e sangue jorrando para todos os lados. Mas o sangue não era meu, eu ainda estava viva, chorando no chão, mas viva. Max havia se jogado a minha frente bem na hora e havia morrido em meu lugar.

- NÃAO!!!- Consegui gritar após minha inicial rouquidão

 Max estava jogado no chão, fatiado como uma pizza. Seus cabelos negros bagunçados, sua pele pálida. De sua mochila saía um ex-mangá, todo rasgado e picado. Peguei-o e fiquei pior do que já estava; não era para ele ter morrido, eu havia sido a tola de ficar parada, eu era quem deveria estar morta. Fiquei ajoelhada chorando enquanto o assassino se divertia ao ver a cena do jovem rasgado no chão. A motosserra estava cheia de sangue juntamente com minhas roupas e a de muitos ao redor. Lena tapava os olhos tremendo, porém veio até mim me consolar.

- A c-culpa não é sua- Ela disse triste, mas eu via certa raiva em seu olhar

- Max, ele era uma boa pessoa...- Disse Johnny nos olhando

O choro não iria embora tão cedo, porém foi interrompido por gritos. Aparentava serem gritos femininos vindos de algum andar abaixo. Mais um de nós havia sido uma vítima.

POV Myranda

Eu não deveria estar aqui. Nunca deveria ter escutado a ligação anônima, deveria ter ficado em casa conversando no Skype com Alex ou assistindo algum filme idiota. Eu odiava tudo e a todos da minha escola, mas Alex havia sido a única pessoa que falava comigo. Os outros tinham medo de mim, me odiavam. Quando eu finalmente havia feito amigos, aqui estava presa e acorrentada no escuro. O pensamento de ter sido quase expulsa do colégio fazia-me rir, eu era mesmo terrível e vivia dando trabalho e entrando e encrenca, se não fosse o Alex eu teria já sido expulsa a muito tempo.

 Estava frio, minhas roupas pretas estavam um tanto rasgadas e sujas e meus olhos ardiam com a escuridão, porém eu preferia ter ficado no escuro por muito mais tempo. Alguém descia escadas, vindo em minha direção. Trazia correntes de ferro que eram arrastadas fazendo um barulho arrepiante. Logo eu vira quem era, Cater, irmã de Pietra. Uma garota pálida e sem vida, maquiavélica e psicopata com seus belos cabelos vermelhos na cintura, mas não era tão bela quanto Nancy. Lembrar dela doía, eu estava já com saudades de todos eles. Talvez nem sentissem a minha, mas não importava, eu queria vê-los.

 - Desgraçada! Tire-me daqui!- Gritei a ameaçando

- Haha que fofa- Ela disse provocando-me

Tive vontade de socar seu rosto nojento e pálido, mas simplesmente cuspi em sua cara nojenta.

- Onde estão todos?!- Perguntei raivosa

- Meu amigo está cuidando deles- Ela disse rindo enquanto me amarrava com as correntes

Escutei barulho de motosserra e arrepiei-me. Tentei me mexer, mas as correntes gélidas eram fortes. Sentia meu braço arder e meu sangue parar aos poucos com a força que a corrente fazia em meus pulsos.

- Enquanto isso irei me divertir- Ela disse mostrando um sorriso sádico

 Não pude deixar de soltar algumas lágrimas. Era humilhante, eu odiava chorar na frente dos outros, mas quem não choraria estando acorrentada no escuro e escutando a morte se aproximando?

- Sua...

- Quietinha que agora iriei brincar hahaha – Cater disse levantando uma chave de fenda em minha direção

- A-alex...- Consegui dizer antes de ter uma chave de fenda perfurando minha perna

Um grito feminino pôde ser ouvido por todo o shopping. Iniciavam-se as torturas.

A dor não era tão ruim... ruim era saber que nunca voltaria da escuridão...

CONTINUA


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham achado bom, o próximo capítulo vai ser triste.
Bjs e até mais