Do Outro Lado Da Vida escrita por L M
Notas iniciais do capítulo
Oii! Mais um... Boa leitura!! :)
Chegamos na escola atrasadas. Aliás sempre chegávamos atrasadas, desde que me entendo por gente.
Clara foi para a sala dela, e eu fui para a minha. Chegando lá o meu professor de literatura já estava na sala. Ele, pelo menos era bem legal:
–Dá licença sr. Rossi!-eu digo a ele:
–Oh..Que surpresa Luna, junte-se a nós!Atrasada outra vez...-ele diz:-Deixa eu adivinhar, Clara de novo?
–Acertou...-eu digo rindo. Ele era o meu professor favorito.
Me sentei na terceira carteira perto da janela, e a aula continuou.
Ele estava falando algo sobre livros de romance, como Romeu e Julieta. Contava sobre a mais triste história de amor já escrita e coisas sobre o adorado Shakespeare, que acredito ser o "muso" para meu querido professor.
A aula estava correndo bem, alguns prestando atenção como eu, outros brincando e conversando assuntos aleatórios que não me dei o trabalho de prestar a atenção e alguns, como Emily, ficavam de cabeças baixas. Mas todos ficaram no mais completo silêncio quando, do nada o sr. Rossi falou o apocalípse, ou melhor dois, e o segundo iria ser o apocalíopse parte 2:
–Como o fim do ano está acabando, eu vou produzir a mando do diretor a peça Romeu e Julieta! E é obrigatório a todos os alunos fazerem os testes. E isso caíra na prova final de vocês!-ele diz e a turma toda reclama.
Eu tinha muita vergonha dessas peças tanto que eu nunca passava em nenhuma dessa audições, para o papel principal.
Estava ocupada demais pensando na encrenca em que iria me meter, e como Clara não iria dar sossego com esse assunto, até ser tirada de meus pensamentos com um grito estridente que fez quase todos caírem das cadeiras pelo susto:
–AH!-ela gritou do nada e todos nós gritamos atrás:
–AH!-gritamos.
Emily estava tremendo, as órbitas dilatadas e suava frio, parecia estar petrificada olhando algo que supostamente não estava lá:
–O que é isso Emyli?!Em nome de Jesus Cristo crucificado!-berrou sr. Rossi:
–N-Nada...Eu só achei que vi uma aranha!-ela diz:
–Onde?-perguntou o sr. Rossi:
–Mas n-não e-era n-nada...P-Po-Pode deixar!-ela disse.
A aula correu na mais completa desordem depois, com risinhos e pessoas falando mal da pobre garoto de olhos mel. Emily parecia não ouvir e continuava com a respiração acelerada e ainda chegar para trás ou engolir em seco em momentos seguintes.
Logo a aula teve seu fim com o milagroso sino anunciando a paz, pelo menos por vinte minutos. A hora do intervalo.
Eu e Clara não ficávamos juntas, ela ficava com a turma popular, incluindo nela Stefan e Steven!
Bem triste para mim...
Estava andando com os livros didáticos em mãos, indo guardá-los em meu armário até que algo me chamou a atenção. Assim que abri meu armário uma pessoa surgiu na porta da secretaria.
Então de relance eu vi uma mulher, parecia a nova professora de filosofia. Ela era toda meiga, parecia uma boneca.
Ela conversava com os professores abertamente e possuía um sorriso gentil e distante. Tirei os pensamentos de minha mente e fui caminhar pelo colégio.
Andando pelo colégio, fui ao banheiro escovar os meus dentes. Viver de aparelho é uma droga...Eu odiava ele.
Entrei no banheiro e estava vazio, ou melhor parecia. Ouvi um choro vindo de um box.
Aproximei devagar do mesmo e fui abrindo lentamente até que a voz de Emyli ecoa em meus ouvidos:
–Emyli?Emyli?Você está bem?-perguntei abrindo a porta devagar, mas ela foi mais rápida e a trancou fazendo um barulho que deu até eco:
–E-Estou sim...Po-poderia fazer o favor de sair?-ela perguntou com a voz abafada de tanto chorar:
–Olha, eu iria adorar!Mas não posso sair por dois motivos.-eu digo me sentando em frente a porta do box:-Primeiro, eu uso aparelho e tudo o que eu comer, depois eu tenho que escovar muito bem os dentes. Eu odeio. E segundo...Porque uma amiga minha está chorando e parece com problemas e eu só quero ajudar!
–V-Você não pode me ajudar!-ela diz:
–Por que não?Me fala, quem sabe....?!-eu digo tentando acalmá-la:
–Porque...Porque...Eu sou diferente!-ela diz:
–Bom, ser diferente é normal e legal!-eu digo e ela abre um pouco a porta, me deixando ver seu rosto todo vermelho e inchado:
–Você acha isso?Você é doida?-ela pergunta:
–Viu...?As pessoas acham que eu tenho algum problema de cabeça...-eu digo e ela se senta no chão na minha frente:
–Porque você é incrivelmente legal...-ela diz colocando os óculos:-Eu não!Me acham estranha, esquisita!
–Porque você não se abre!-eu digo:-Olha tem a audição para a peça semana que vem...E eu não sei muito sobre Romeu e Julieta...Shakespeare!Você quer ensaiar comigo?
–Eu não sei atuar!-ela diz:
–E você acha que mesmo que eu sei...A gente aprendeu fazendo juntas. O que você acha?-pergunto e ela sorri:
–Tudo bem...Na minha casa?-ela pergunta:
–Por mim tudo bem!-eu digo:
–Então, quarta dá para você?-ela pergunta:
–Que dia é hoje?-pergunto:
–Segunda-feira!-ela responde:
–Tudo ótimo para mim.-eu digo rindo e a ajudo a levantar:-Bom, você vai lavar esse rosto enquanto eu...Vou escovar os dentes!
Logo depois que saímos do banheiro sinal bate novamente, indicando que a hora de paz havia terminado.
E ainda tínhamos que assistir a três aulas...
As duas primeiras eram matemática e português...Tortura! Eu odiava essas matérias.
Mas com a graça de Deus, acabava rápido! Incrível como o tempo passava quando se dormia nas aulas.
Depois veio a aula de filosofia e a professora nova chegou. Com o mesmo sorriso distante, todavia gentil desenhado em seu rosto com os óculos escuros.
–Oi alunos!Eu sou a sra. Palerr!E é um prazer conhecê-los!-ela diz:
–O prazer é nosso sra. Palerr!-respondemos:
–Eu sou professora de filosofia, e tenho certeza de que vamos nos dar muito bem!-ela diz e vejo Emyli exclamar assustada do nada.
Todos nós a olhamos, inclusive a professora:
–Você está bem docinho?-ela pergunta:
–S-Sim...-responde Emyli:
–Ela é doida, professora não ligue.-falou Sofia uma garota muito metida da minha sala. Amigona d e Clara. Aí está mais um motivo de nossas discussões:
–Como você chama, docinho?-ela pergunta e Emyli ficou pálida. Eu achei que ela iria desmaiar:
–Emyli...-ela responde em um sussurro:
–Não se preocupe...Tudo está bem!-fala a sra. Palerr indo em direção ao quadro:
–Que lindo o broche de olho, sra Palerr!-falou Steven:-Um olho verde, é lindo!
–Obrigada rapaz....-ela fala:
–É lindo mesmo.-concorda Stefan:
–É lindo!-exclama Sofia e as outras meninas para aparecerem para eles. Que raiva que isso me dava:
–Obrigada classe, mas agora vamos a aula, sim...?E Emyli, qualquer coisa me avise, tá docinho?-fala a sr. Palerr.
A aula passou rápido, e Emyli não havia melhorado. Quando o sinal bateu, ela foi embora e nem me esperou. Ela devia ter seus motivos, melhor não forçá-la a me contar nada. Vou usar o truque que Nanny aprendeu na faculdade que ela usa para Suri e Clara contarem as coisas para ela...Que ela só contou a mim.
Simplesmente ir dando espaço e indo aos poucos, depende do caso.
Com a pressa dos brutamontes da minha sala, me empurraram e eu deixei todos os meus livros e cadernos capírem e ainda a minha mochila:
–Muito obrigada!Não precisa pegar não eu me viro!Se machucou...?Nada, muito obrigada pela preocupação!!!-gritei nervosa para eles:
–Quer uma ajuda, Luna?-pergunta uma voz conhecida e quando me viro lá está Steven parado:
–Bom...Eu vou aceitar!-eu digo. Por um momento pensei ser o Stefan, mas era apena o Steven! E eu gostava do Stefan:
–Esses garotos do primeiro anos do ensino médio são uns idiotas!Parecem que tem problemas de vista.-falou Steven e eu rio. Ele tinha um ótimo senso de humor:
–É verdade...-eu digo colocando a mochila e irmos saindo da escola juntos:
–Você sabe o que houve com a Emyli, hoje?-pergunto ele:
–Bom..Não!Mas eu vou descobrir!-eu digo e ele sorri:
–Ela tem sorte de tê-la como amiga...As vezes eu tenho pena...-ele diz.
E eu assinto, as vezes dava pena realmente.
Mas quando eu vi a cena de Stefan e Clara conversando animadamente, eu que fiquei com pena de mim mesma...
Não sei se eu a matava agora, ou esperava chegar em casa!
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E aí?!?!Quero comentários!!!! Do que acharam!! ;) Bjsss