Eu estava encarando Emyli perplexa, e ela nem conseguia olhar em meus olhos. Minha amiga podia ver fantasmas e estava sendo ameaçada eu tinha que fazer alguma coisa, eu pensava...

Me aproximei dela, e coloquei a mão em seu ombro:

–Olha...Ninguém vai fazer mal a você, mas temos que ir embora...Aqui é deserto e perigoso...Vamos?-eu pergunto e ela parece pensar um pouco mais dessa vez:

–Está bem...-ela fala:-Você vai comigo?

–É claro!-eu digo:-E quado chegarmos a gente conta para nossos pais, e depois chamam a polícia, vai acabar tudo bem...

Ao sairmos nem olhei na cara daquela recepcionista caduca, e fomos andando calmamente.

Já estava anoitecendo, e foi aí que me lembrei de Steven e me deu um aperto no coração:

–Ah...Que droga!-eu digo:

–O que foi?-perguntou Emyli:

–Eu tinha que encontrar o Steven hoje...Ele vai ficar com raiva!-eu digo:

–Não vai nada...Ele gosta muito de você!Vai entender quem gosta perdoa..-ela fala:

–Não é quem ama perdoa?-pergunto:

–É a mesma coisa...-ela fala rindo e devo ter ficado corada.

Sempre ficava corada quando as pessoas falavam essas coisas, morro de vergonha. Aliás quem não fica completamente sem graça?!Só as piriguetes mesmo...

Fomos andando e eu estava faminta, podia ver que Emyli também estava com fome, nossas barrigas estavam roncando bem altinho:

–Fome?-pergunto:

–Estou a ponto de assaltar uma casa!-ela fala e eu riu.

Do nada Emyli para e fica branca olhando para um nada, fico meio nervosa e aperto o seu braço:

–O que foi?Quem é?-pergunto:

–Não...Ninguém!Vamos logo!-ela fala me puxando.

Continuamos a andar e eu estava ficando um pouco nervosa, já estava escuro, e estávamos passando perto da floresta para irmos para nossas casas:

–Emyli!Agora eu vou para a minha casa...Conversa com seus pais, devem te ajudar!-eu falo:

–Vou sim..Criei coragem, obrigada Luna!Não sei o que faria sem você!-ela fala:

–Que isso?!Não diga nada parecido, você pode tudo basta ter fé...-eu digo a ela e nos separamos.

Eu fui andando para casa, a passos rápidos não gostava nem um pouco de ficar andando sozinha à noite...E só de pensar nesse detalhe já estou esperando a bronca que levarei...

Mas antes deu cruzar a rua da minha casa, escutei um grito pavoroso e estridente vindo de onde eu e Emyli estávamos....Emyli!

O que eu tinha na minha cabeça de deixá-la sozinha com uma pessoa querendo matá-la?!Eu pensava enquanto voltava correndo.

E encontrei Emyli lutando contra o mesmo ladrão que me deu a injeção e que deve ter nos roubado.

Emyli chorava e gritava, mas estávamos longe das casas e perto demais da floresta.

Joguei minha mochila no chão, peguei um pedaço de madeira que caiu de alguma árvore e bati contra o ladrão que deu um grito e chegou para trás...

Emyli foi para atrás de mim, mas ela não podia ficar ali:

–Emyli!Sai daqui vai buscar ajuda!-eu grito:

–O que?!Não!E-Eu não posso te deixar!-ela fala:

–Não há tempo, vai Emyli!-grito:

–Não!Luna eles disseram que isso iria acontecer!Não posso deixar acontecer!-ela grita:

–Isso não existe!É só uma coisa em sua cabeça, não são reais!Agora por Deus, vai buscar ajuda!-eu grito.

Ela para um pouco e sai correndo chorado e olhando para trás toda a hora:

–Não olhe para trás Emyli!Só busque ajuda!-eu grito para ela que começa a berrar pelas ruas pedindo socorro.

Eu só tinha que atrasar quem quer que seja, para a polícia chegar logo e prender essa pessoa.

Do nada a pessoa pegou um facão imenso, e eu fiquei um pouco nervosa, mas eu também estava com uma arma, bom, não exatamente uma arma, mas servia...

A pessoa veio para cima de mim, e eu me defendo com a madeira, não lutava nada bem e aquela madeira pesava...

Quando vi que Emyli poderia demorar, fiquei desesperada. E não prestei atenção quando o ladrão fez ais um golpe...

Larguei a madeira no chão e saí correndo e comecei a gritar Emyli...Tudo estava embaçado, eu pensei que fosse a adrenalina na hora...

Depois vi Emyli e várias outras pessoas, incluindo meus pais e os de Stefan e Steven indo me socorrer, mas eu estava ali. Então tentei alcançá-los:

–Esperem!Estou aqui!Eu estou aqui!Ei!Seus surdos!-eu gritava.

De repente paro ao ouvir um grito de uma mulher, fico gelada, o que aconteceu. Será que o ladrão fez algum refém?!

Saí correndo com medo por isso...

Cheguei lá e vi uma aglomeração, mas não sabia o por quê dela...Pensei que o ladrão estava ali, mas me enganei...

Gritos e mais gritos de uma mulher, mas eu não consegui identificar quem era.

Então quando me aproximei, tive a visão...Senti um baque em mim quando vi aquilo...

Não era aquilo, era eu!

Eu estava caída com a faca daquele ladrão completamente dentro do meu estômago, e sangue saía de toda a parte...

Eu estava com os olhos abertos e...Mortos!

Eu estava morta, eu havia morrido! Mas não podia ser, eu não aceitava, não era verdade! Eu estava ali!

–Mãe!Pai!Eu estou aqui!Podem me ouvir, mãe!Pai por favor...Eu estou aqui!-eu gritava.

A mãe de Emyli passou e fechou os meus olhos, eu não acreditava, e procurei Emyli mas não a achava...

A única certeza que me restava era que eu estava morta...Eu morri.

Luna Lind estava morta!

–NÃO!-gritei com todas as minhas forças que eu conseguia.