Pov Reyna

– Você vai ver! – Disse Piper quando estávamos nos aproximando do Túnel Caldecott. – Tem várias lojas perfeitas aqui!

Estávamos entrando no túnel quando os meninos aparecem. Frank, Percy e Leo estavam com armaduras completas e as espadas em punho. Jason estava com a roupa da pretoria.

– Aonde vocês vão? – Perguntou Frank.

Frank abraçou Hazel de lado, Piper grudou em Jason e Annie segurou a mão de Percy. Leo veio ao meu lado.

– Nós vamos comprar umas coisas. – Disse Hazel.

– Sozinhas? – Disse Leo. – Nem pensar!

– Por quê? – Falei ainda com raiva dele. – Você acha que nós somos muito “crianças” pra sairmos sozinhas?

Ele abriu a boca pra falar, mas eu o cortei.

– Você mesmo não disse que esse era “o” baile? – Falei fuzilando ele com o olhar. – E não foi você que disse...

Ele me calou com um beijo.

– Sim Reyna. – Leo disse depois que nos separamos. – Fui eu que disse todas essas coisas! Me desculpe por ser tão infantil, eu prometo que não vou mais fazer isso.

Ok. Ele me pediu desculpas, era isso que eu queria, não é? É. É isso mesmo que eu queria!

– Desculpas aceitas. – Digo segurando sua mão. – Mas só dessa vez!

Ele fez uma cara de alívio e me deu um selinho.

– Ok, casal feliz – Disse Percy. – Vamos logo! Quanto mais cedo vocês comprarem essas coisas mais cedo nós voltamos para o acampamento!

– Nós? – Perguntou Annie. – Não existe “nós” dessa vez, Percy.

– Mas Annie!

– Nada de mais! – Ela bronqueou. – Dessa vez são só as meninas!

Percy ia falar mais alguma coisa, mas com a cara de má que a Annabeth fez ele desistiu.

– Ok. – Ele murmurou.

– Isso vale pra todos! – Disse Piper apontando pra Frank, Jason e Leo.

– Mas... – Eles disseram juntos.

– Meus Deuses! Chega de “mas”. Vocês não vão e ponto! – Disse Piper.

– Ok, mas voltem logo! – Disse Jason.

– Nós vamos! – Disse Piper.

Cada uma foi se despedir do seu namorado. Leo me puxou pro canto e me beijou.

– Se cuida! – Ele disse depois que nos separamos. – Não quero que nada te aconteça.

– Nada vai me acontecer. – Falei entrelaçando minha mão na sua. – Nós só vamos fazer compras.

– Mesmo assim! Vocês vão estar no mundo mortal. Lá está cheio de monstros!

– Eu sei me cuidar.

– Mesmo assim, eles podem te cercar. Pode ser que tenha mais de um, pode ser que tenha quinhentos, e se eles estiverem armados? Ou com...

– Leo, para de rogar praga pra mim! – Falei dando um tapa de leve em seu braço.

– Desculpa. – Ele disse envergonhado. – É que eu me preocupo com você!

– Eu vou ficar bem! – Disse dando um selinho nele. – Em algumas horas estarei de volta.

– Algumas horas?

– Tchau, Leo. – Falei rindo de sua preocupação.

– Ok, parei. – Ele diz e me puxa para um beijo quente.

– Eu te amo! – Ele diz depois que nos separamos.

– Eu também te amo! – Falo.

Ele me dá um último beijo e nós voltamos pra junto dos outros.

– Vamos logo! – Diz Piper já na entrada do túnel.

– Calma, Barbie. – Diz Leo.

– Barbie o caramba! – Ela diz brava.

– Anda! – Diz Annabeth empurrando Piper.

Nós entramos no túnel e andamos por toda sua extensão até chegar á beira da estrada.

– Vamos precisar de uma carona. – Fala Hazel. – Mas onde...

– Bem aqui!

Uma limusine branca estava parada no acostamento da estrada. Um sujeito estranho de terno preto com gravata borboleta sai do carro. Ele vai até a porta de trás e abre. Uma mulher vestida de branco com cabelos loiros... não, cabelos castanhos... não loiros... não... Ah! Enfim, uma mulher com cabelos loiros e castanhos sai do carro. Seus olhos eram iguais aos de Piper, do tipo caleidoscópio.

– Permitam-me apresentar-lhes o Javier! – Diz a mulher.

– Javier? – Pergunto.

– Não, não, querida. – Diz a mulher. – Javier! O “j” tem som de dois “r”. Viu? Javier!

– Hmm. Ok! – Digo meio ressentida.

– Desculpe, mas quem é a senhora? – Pergunta Hazel.

– Senhora não. Senhorita! Ou madame, vossa excelência, deusa, majestade, diva, rainha do Olimpo...

Quando ela disse rainha do Olimpo um trovão cortou o céu.

– Sim, sim. – Disse a mulher. – Já sei, Hera. Você é a rainha do Olimpo, já entendi!

Então ela começa um diálogo com o nada enquanto Javier espera pacientemente suas ordens encostado ao carro.

Hazel olha pra mim procurando respostas, mas estou tão confusa quanto ela.

– Oi, mãe. – Diz Piper.

– Ah, querida! – A mulher diz com um sorriso “meu plano dentário é melhor que o seu” e dá um abraço em Piper. – Quanto tempo! Como você cresceu. Como vão as coisas? Seu pai está bem? Ele se recuperou do acidente? E aquele seu namorado pretor? Ainda estão juntos?

Piper abriu a boca pra falar várias vezes, mas a mulher a interrompeu.

– Espera um pouco! – Falo. – Você é Vênus?

– Afrodite, pra ser exata.

– Mas... – Falo.

– Sim, sim, querida. É muito complicado! Nós falamos disso depois, agora vocês precisam de vestidos!

– Madame? – Chama Javier. – Pra onde, vossa excelência?

Que mordomo puxa saco! Penso.

– Vamos pra Nova York! Só lá nos podemos comprar vestidos descentes!

Afrodite/Vênus entrou na limusine e pediu que nós também entrássemos. Era lindo por dentro. Bancos de couro branco com detalhes marrons, televisões via satélite, bebidas e comidas que eu nunca tinha visto na vida, tudo!

– Aqui! – Afrodite/Vênus diz – Vou sintonizar com a Tv Hefesto.

– Hefesto... Vulcano? – Hazel perguntou.

– É, grego, romano, qual a diferença? – Ela diz apertando alguns botões.

– Toda! – Sussurro pra Hazel. Ela ri, mas depois do olhar reprovador da deusa, nós nos calamos.

– Enfim, vamos primeiro na Madison Avenue, depois Bleecker Street e depois pra Quinta Avenida! – Afrodite/Vênus estava tão empolgada que eu achei que ela ia explodir.

Não demorou muito até chegarmos á Madison Avenue. Lá não era muito diferente do resto de Nova York. Havia lojas de grife, pessoas correndo de um lado pro outro, táxis, muitos táxis, e como sempre o trânsito estava caótico. Ficamos alguns minutos parados no trânsito até Afrodite/Vênus perder a paciência.

– Javier! Pelo meu amor, ande logo com essa máquina!

– Perdoe-me, madame. Mas no modo off, creio que nós não vamos sair daqui tão cedo.

– Então ponha no modo on!

– Sim, vossa senhoria!

Eu tô falando! Esse cara tá querendo alguma coisa!

Javier abriu o porta-luvas e tirou um controle remoto com três botões: Um verde, um vermelho e um amarelo. Ele era do tamanho da palma da mão do mordomo. Ele apoiou o controle em cima do velocímetro e apertou o botão verde.

O carro acelerou uns cem quilômetros. Javier virou o volante pra direita e subiu na calçada. Ele andava por ela, atropelando pessoas, batendo em postes, arrancando parquímetros, batendo em árvores, enquanto Afrodite/Vênus cantarolava alguma música em grego antigo. Eu e as meninas fomos jogadas de um lado para o outro.

Quando finalmente Javier parou em frente a uma loja da Chanel, eu abri a porta, caindo no chão. Hazel caiu em cima de mim, depois Annabeth e depois Piper.

– Foi um ótimo passeio! – Diz Afrodite/Vênus saindo do carro toda feliz e sem nenhum machucado visível.

– Só se for pra você! – Resmunga Annabeth.

Nós nos levantamos e ficamos de frente pra limusine de Javier.

– Bem-Vindas ao paraíso, meus amores! – Exclama Afrodite/Vênus radiante.