Acordei com o travesseiro molhado.

Eu havia chorado ontem quando me lembrei dos meus pais.

Levantei-me e fui à cozinha fazer o café. Como hoje é final de semana e Sasuke não trabalha ele estava lá.

— Hoje à tarde nós temos que descobrir, de acordo com os arquivos que os computadores da polícia estão enviando para este notebook, quem é o responsável pela investigação do ataque à sede. Como eu disse antes, provavelmente o responsável pelo caso é um dos espiões da CIA. — Nossa, que mau humor. Ele não disse nem bom dia. Estou sentido como se tivesse uma nuvem negra acima das nossas cabeças. O clima está pesado.

Acho que ele ainda está com um pé atrás comigo depois do que descobriu ontem sobre mim. Mas foi melhor ele ter descoberto logo. E sem contar que se ele não tivesse descoberto eu não saberia que os culpados da morte dos meus pais são mesmo a Akatsuki.

E também outra coisa.

Eu acho que depois do que ele descobriu ontem, ele até esqueceu o beijo que eu dei nele. Que bom. Caso contrário eu não saberia como encará-lo.

— Tudo bem. Assim que eu terminar de tomar café nós podemos começar a investigar.

Tomei café e fui para a sala, onde Sasuke estava.

O arquivo da investigação sobre o ataque da sede era muito grande. Levamos a manhã inteira, mas descobrimos.

O nome do policial e possível Akatsuki é Sasori. Tinha uma foto e algumas informações dele, possivelmente falsas.

Ele é ruivo. Lembrei-me de Gaara. Estava com saudades dele, ele era um ótimo amigo. Mas tenho que me focar na investigação.

— Agora que sabemos a identidade dele o que faremos ? — eu perguntei.

— Na verdade, você fará. Eu pensei em uma coisa: você vai se aproximar dele, vai virar a namorada dele. Assim vai ficar mais fácil de descobrir ou até extrair informações da Akatsuki.

— Então somente eu vou fazer o trabalho sujo ?

— Espere aí. Não é como se eu não fizesse nada. Eu já estou infiltrado na polícia. E também enquanto vocês podem sair, eu posso vasculhar o carro dele ou a casa dele.

— Tudo bem. Mas como eu vou me aproximar dele ?

— Fique calma. Eu vou ajudar você.

— Certo senhor conquistador que tem tudo sob controle.

— Conquistador ? Como assim ?

— É. Você provavelmente diz que vai me ajudar nisso e que tem tudo sob controle porque já deve ter experiência no assunto.

— Ainda não entendi.

— Não se faça de inocente Sasuke, você provavelmente tem muitas mulheres aos seus pés.

Ele estava com uma cara de que estava se divertindo com o diálogo.

— E porque você acha isso ? — ele perguntou.

— Oras porque. Você é tão bonito. As mulheres devem se atirar em você — fiquei vermelha ao perceber o que eu havia falado.

Ele riu.

Na sua cara dava para ver um misto de felicidade com divertimento.

— Então quer dizer que você me acha bonito ? — ele me perguntou com um sorriso de canto que pode fazer qualquer mulher se derreter.

_ N-não foi isso que eu quis dizer. Argh ! — fui frustrada para o meu quarto. Ele provavelmente só estava brincando comigo.

Mas voltei porque lembrei que havia me esquecido de perguntar algo.

— Mas você já tem alguma ideia de como eu vou me aproximar dele ?

— Não. Primeiro eu tenho que observar ele. O que ele gosta de fazer, onde ele gosta de ir. Aí eu vou pensar em alguma coisa para vocês se aproximarem e você começa a investigá-lo mais próxima.

— Certo. Então quando começamos ?

— Eu vou começar a prestar atenção nele na segunda. Provavelmente na terça eu já vou ter pensado em alguma coisa.

— Nossa. Tão rápido.

— Não podemos perder tempo.

— Nesse ponto eu concordo com você. Quanto antes descobrirmos informações daquela maldita organização mais próximos estaremos de destruí-la. E não vejo a hora de isso acontecer.

—Então desde quando você planeja vingar seus pais ?

— Desde quando você pretende se vingar do seu irmão ? — o respondi com outra pergunta.

— Desde que descobri ser ele quem matou nossos pais.

— O mesmo vale para mim. Somente quando descobri a verdade, que meus pais estão mortos, eu venho planejando me vingar.

— Até que não somos tão diferentes então — Me surpreendi com o que ele havia dito. É verdade.

— É verdade. Ambos buscamos vingar nossos pais. Eu acho que só vou conseguir viver em paz depois disso.

— É como se tivesse um peso nas costas.

— Exatamente.

Ficamos um tempo em silêncio.

— Acho que você é a primeira pessoa que realmente me entende — eu disse.

— O mesmo vale para você — E mais uma vez me surpreendi. Ele estava tão solto agora, quase demonstrando seus sentimentos. Diferente do Sasuke mal-humorado de mais cedo. Ele está sempre me surpreendendo. Parece que só a presença dele já me deixa feliz. De um jeito que eu só fui com meus pais, nas poucas lembranças que tenho deles.

Mas, eu ter me apaixonado por Sasuke só complica as coisas. Não sei como vou fazer, até destruirmos a Akatsuki, morando no mesmo apartamento que ele.

Parece que a cada dia o meu sentimento por ele só aumenta.

Eu sinto vontade de estar ao lado dele e nunca mais ir embora.

— Talvez nós nos entendemos porque temos o mesmo sentimento, de vingança, conosco.

— É. Isso mesmo. Ambos queremos vingança por aqueles que tiraram pessoas importantes para nós.

— Nós não só queremos como vamos conseguir.

— Eu espero que consigamos mesmo.

— O que foi ? Você não acredita no nosso potencial ?

— Não é isso. É que... meu irmão sempre foi melhor que eu — ele estava demonstrando seus sentimentos com relação ao seu irmão.

Eu coloquei minha mão sobre a mão dele e ele desviou sua atenção a mim.

— Nós vamos conseguir.

Ele abriu outro sorriso de canto e mundo se derreteu para mim.

— Claro que vamos conseguir. Porque afinal, eu não sou tão ruim assim.

— Você não ruim. É ótimo. E com certeza nós vamos conseguir.