Zettai Kareshi No Sandman. escrita por Oribu san


Capítulo 4
Capítulo 4: Me faça um homem de verdade. parte 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que não esteja agente devagar o desenvolvimento dos fatos. É que como todo "bom" autor, eu não saio atirando as coisas importantes logo pra historia não perder a graça.



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O som do soco, seguido do som de um corpo pesado caindo no chão, me fez abrir assustadamente os olhos, só para perceber que não fora eu quem caiu, e sim Seiga. Enxugando uma gota do liquido vermelho que lhe escorreu da boca, pegando agora óculos trincados para fitar melhor o seu agressor.

– Quem é você?!

– Fique longe.– Ameaçava Ren, sem mais nenhuma expressão que não fosse uma seriedade cortante.

– Você vai se arrepender disso. Vocês dois vão.

Ele se limpou mais uma vez depois se levantado. Não vi ao certo para que lado ele se foi, pois após assistir paralisado toda a cena, fiquei temporariamente fraco de mente também, caindo de joelhos e depois na calçada.

– Lenny... nny. Você es... bem?

Nem cheguei a ouvir direito o que ele disse antes de minha visão desfocar as cores e a voz de Ren desbotar até sumir.

Quando acordei ainda estava escuro, porem seguro. A única luz que clareava e me mostrava estar em casa, vinha da janela em que o galho sem folhas acenava pra mim. Me encontrava devidamente coberto na cama, os sapatos estavam na porta, minha bolsa junto as sacolas que continha as roupa de Ren que Anny me trouxera no almoço estavam na mesa, e todo o demais estava em seu lugar, mas ainda assim procurei por mais.

– "Onde está, Ren?"

Vasculhei o quarto com os olhos até avista-lo desconfortável no único móvel onde o permitira estar até agora. Ver os braços cruzados economizando espaço para as pernas expulsas fora da poltrona que só era larga em altura, fez-me sentir ainda pior ao pensar.

– "O que teria acontecido comigo se você não estivesse lá?"

Levantei dando dois toques com os pés no chão gelado até me acostumar com o frio que fazia. Caminhei despreocupadamente se o acordaria ou não, afinal era o que estava indo fazer. Porém no chegar próximo o bastante, devaneei de novo em seu rosto pálido e límpido onde algumas mechar negras se atreviam a tocar.

Se elas podiam faze-lo sem serem maldadas, eu também podia. E o fiz.

– Lenny-san? Porque está fora da cama?– Murmurava acordando.

– Sai daí.– Tentei ser o mais gentil que pude, mas minha idiotice ou vergonha de convida-lo a minha cama, não permitia lhe tratar assim por muito tempo.– Não vou chamar mais de uma vez.

Seguindo meus passos de retorno, vieram ele e a chuva. Ambos sem dizer uma palavra. Pateticamente fechei os olhos quando senti o cobertor se levantar para que Ren deitasse ao meu lado. Mais cerrados ainda ficam por sentir sua mão e braço correr da minha cintura até o abdômen num abraço ferrenho que ligava seu peito as minha costas e seu nariz a minha nuca.

Qualquer um naquele momento e oportunidade, teria se aproveitado da situação frágil em que me encontrava. De fato, por mais que me envergonhe dizer, eu já havia pensado que isso poderia acontecer quando o convidei, mas não me importaria que ele tentasse. Pois qualquer um teria insistido, tentado me fazer sentir como se lhe devia isso, até conseguir o sexo. Porque é assim que as pessoas são.

Ainda bem que Ren não era qualquer um.

O máximo que fez, foi me segurar, se aprochegando para abater o frio. E isso esquentou meu coração de modo a ceder pegar sua mão e coloca-la para sentir a batida no lado esquerdo de meu peito, fazendo assim de seu abraço o meu cobertor.

Pela manhã com a mente e o corpo mais fortes, dei quase um pulo da cama, me arrependendo da intimidade que lhe dera, porque comecei a sentir "o tamanho" de seu amor me cutucando numa área onde ninguém havia de ter cutucado antes.

Como Ren permanecia dormindo e então inocente do que lhe acontecia em partes baixas, decidi não abortar meus planos, começando-os logo que ele acordou e deu de cara com o café cheirando na mesa e meus comprimentos formais.

– Bom dia, Ren.

– Bom dia.

– Quer café?– Fiz sinal para que sentasse e ele o fez sem entender ainda o que acontecia.– Acho que começamos com o pé esquerdo.

– O que significa?

– Significa que vamos começar de novo. Como amigos, entende?

– Acho que sim. Quer dizer, que vou poder ficar aqui com o Lenny?!

– Pode.– "Eu te fiz, você é responsabilidade minha."

– E dormir.

– Só até eu arranjar um sofá-cama ou algo assim.

– E beijar.– Inclinou sobre a mesa tentando me alcançar, mas esquivei-me habilmente.

– Amigos não se beijam. Gostaria que eu beijasse, Anny?

– Não. Isso nunca!

– Bom garoto.

A frase e o modo com que esfreguei sua cabeça ao passar por ele, me fez rir por lembrar que agia da mesma forma com Golias o devorador de homens.

– Ah, agora eu me lembrei. Lenny não vai trabalhar hoje?

– Droga, eu esqueci também!– Já ia correr, mas parei. O trabalho me remeteu a Seiga.– Ele que se dane eu vou assim mesmo.

Estava estranhamente forte aquela manhã. Sentia que nada poderia me parar. Nem mesmo a cara que Ren fez me perguntando da janela, algo que só respondi correndo.

– Aquele homem. De ontem à noite. Ele é do trabalho de Lenny?

– É sim!– Acenei sumindo na esquina.

Como já havia tomado café na companhia de meu novo colega de quarto, cortei mais uma vez caminho pelo parque. Havia um quê de charmoso nas árvores mesmo sem folhas, que me atraía. "Talvez eu traga Ren aqui algum dia... Algum dia?" Isso me fez pensar que ainda não havia checado "se", ou por quanto tempo Ren estaria entre nós. Mas isso poderia esperar. Tinha de me concentrar em chegar rápido apesar de tudo.

Ao chegar, estalava-se o recorde preciso. 2,3 segundos para estar atrasado a menos. Mais a menos também estava o clima do prédio todo quanto à mim, mesmo que ainda me olhassem da mesma maneira que à uma forma de vida alienígena, hoje não me excluíram dos trabalhos sujos.

Se bem que hoje não haviam muito deles, afinal era o dia em que seria lançado a nova edição da revista Perfection. E isso dava um descanso de três dias na correria que aquilo se tornava. Tanto foi, que logo tive tempo vago pra gastar com algo estranho.

– Boa tarde, Lenny.

– Qual é a da piada?

Seiga, havia me cumprimentado exatamente como fazia antes do "Incidente" como ele chamava se desculpando agora, ao dizer que ama sua noiva e o álcool não lhe fazia bem. Isso eu já havia comprovado, mas eu não sabia o que me descia menos. Se era ouvir aquilo ou ter de aceitar que era a verdade.

– Tudo bem, Seiga, eu te perdoou. Agora me dê licença que eu tenho que trabalhar.

Disse num tom baixo e pouco afetivo, mas sem rancor ou rispidez. Na verdade era até um pouco triste enquanto me distanciava lembrando que era um homem e devia ser mais forte. Era incrível que mesmo sem ama-lo como antes, ele ainda exercer poder sobre mim.

– Podemos almoçar, então..?

Perguntou ele e eu respondi sem me virar.

– Tenho mais o que fazer.

Sim, mais incrível ainda era o poder de magoa e fúria que eu tinha sobre meus sentimentos de amor, seja lá com quem seja. Sempre espremendo-os cada vez mais fundo em mim, toda vez que eles tentam ver a luz do dia.

Dirigi-me diretamente à redação sentando mais largado do que de costume na cadeira, roendo a unha de uma das mãos e com a outra abria os arquivos, pensando. "O que eu devo fazer da minha vida? Por Deus no que ela se tornou?" Enquanto aguardava uma resposta vinda de qualquer lugar, mais um algo de estranho aconteceu aquela tarde.

"Arquivo de E-mail local"

Piscava em verde no canto da tela. Pra quem não sabe, isso significava que alguém em algum lugar da chefia de departamentos estava querendo falar comigo. Logo que cliquei ali, vim de bruto susto. Era uma mensagem de Yamada.

"Sei o que você fez. Posso não ler a revista, mas sempre olho o gráfico das respostas."

Digitava aquele velho maldito. Ele sempre lia e respondia as cartas de maneira tão fria e desleixada, sem se preocupar com a escrita pois sabia que eu a concertaria. Porquê então se importar se eu havia respondido uma? Ele não deveria ter ficado feliz de ter se livrado dessa "chatice" como ele chama?

"Não sei do que está falando senhor."

Respondo, esperando dar por encerrada a nossa conversa, mas ele continua.

"Sabe sim. Claro que sabe. E sabe também que pode ir pra rua se eu falar com a diretoria, não sabe? Não responda, é uma pergunta retrofica..."

"Retorica, idiota" Tive vontade de dizer à aquele chantagista que agora viria a se tornar um aproveitador, com está frase final.

"Mas vou te dar uma chance. Hoje vou sair com uma mulher, não que você saiba como é, mas sabe que pra isso vou precisar de tempo livre. Sendo assim, vou te mandar as cartas que chegaram hoje."

Em resumo. Ele queria que eu trabalhasse por mim e por ele, ou não trabalharia por ninguém.

– Desgraçado.– Sussurro demonstrando pelo menos alguma masculinidade ao mostrar o dedo para a tela.– Primeiro, que essa vaca deve ser a sua mãe. E segundo, que eu vou responde-las com prazer.

– Olha só como estamos malcriados hoje.

Diz a mulher que se senta na borda de minha mesa cruzando as pernas de salto vermelho. Que a essa altura você já deve ter concluído ser Miia, conseguindo vulgarizar até mesmo com o simples pirulito em sua boca.

– O que está fazendo aqui? O curral das secretarias fica no terceiro piso.

Trato logo de voltar a algum tipo de humor. Não queria que ela me visse pra baixo, nem irritado nunca mais, pois isso lhe dava força.

Pego meu casaco repousando na cadeira e saiu. Ela inclina disfarçadamente para meu computador tentando ver o que se passava, quando eu ainda indo embora, chuto a tomada perto da porta e o desligo ganhando um sorriso a suas custas.

O que eu não sabia, pelo menos ainda, era que ela mais do que em vontade de saber o que me deixara irritado, estava curiosa por conta do uma fofoca sobre mim que percorria o Lucivéus.

– Um namorado? Como assim?

– É o que estão dizendo por aí. Você acha que é verdade?

Cochichavam duas ao me ver passar com um sorriso no corredor.

– Como se isso fosse possível. Pra mim isso é tudo falatório.– Diz Kaoru passando o esfregão nos pés delas, achando que está me defendendo. Afinal, em sua religião, um "monstro" como eu iria para o inferno e ele não me imaginava lá.– Lenny-san não é dessas coisas.

– Você que sabe.– "Cuidado onde esfrega, faxineiro."

Realmente, poderia ser tratado como uma presa fácil, pois todos falavam disso em todos os cantos e eu era o único que não sabia, desfilando por aí com uma inocência digna de Ren.

Meu passeio não durou muito e logo fui chamado por conta de uma confusão do editor de moda e um problema de endereços. Geralmente, se em algo lidado a redação, acontece um problema ou confusão eu sou chamado. O que dirá então os dois ao mesmo tempo.

– Quem é você?

– Lenny Olivy, redator Jr, senhor.

Me curvei como de costume oriental, para aquele fotografo de cabelo dividido em dois, trajando um terno totalmente rosa e exagerados trejeitos.

Talvez fora assim que Jack imaginou que eu me vestiria depois de ter lhe contado que gosto de homens.

– Mas o que é isso, gente? Eu mandei chamar alguém pra resolver o meu giganterrimo problema e vocês me trazem um salarié*?! Quem foi que mandou enviarem meu modelo para outro lugar?! Não há sobre a face da terra alguém mais bonito que meu baby.

Para o meu azar, eu sabia falar francês e entendi que em seu chilique ele me chamara de empregado.

– Vocês não me conhecem meu bem. Eu sou fotografo convidado. Sabe o que isso significa queridinha?!– Ele estalava os dedos gritando com a estagiaria que corria de um lado para o outro sem saber o que fazer.– Eu posso destruir essa revista...

Ele ia continuar, mas eu o interrompi de forma educada, tomando as rédias da situação para mostrar que um "Salarié" como eu ele não acharia em toda a frança.

– Desculpe, senhor. Será que eu posso?

Ele apenas deu de ombros duvidando que poderia resolver algo, então comecei pondo uma voz de comando.

– Você.– Apontei a assustada estagiaria.– Pare de correr e ligue para os contatos de modelos da empresa, esse não é o primeiro ensaio europeu que fazemos. Maquiagem, dispensadas por dez minutos enquanto procuramos um novo modelo. Holofotes, apaguem todos. Estão gastando energia e esquentando o lugar, não queremos constranger o convidado o fazendo suar sem precisão.

Claro que além de dar ordens com o breve poder a mim investido, tratei de me por correndo checando tudo que podia atrasar ainda mais o ensaio, deixando o fotografo de boca aberta ao me ver por toda uma equipe desgovernada no trilhos, afinal depois de trabalhar em todo canto de uma revista você acaba sabendo como ela funciona. Continuei, pondo o telefone no ouvido.

– Alô, Anny. Estamos esperando um modelo de ultima hora, avise aos seguranças para deixar qualquer um de boa aparência subir pro estúdio E-15. Obrigado.– Desliguei para dar minha ultima ordem.– E alguém por favor traga um copo d'água pro senhor..?

– Hanrie.– Me responde ele sentado e sem folego.– Mon Dieu. (meu Deus) – Exclama se abanando, antes de dois ou três que não gostaram de me ver em posição de ordenança começarem a mandar torpedos para todo mundo esperando me ver fracassar.

"Olhem isso. O garoto do cafezinho se achando"

"Corre todo mundo pra cá. venham ver."

E por aí foi. Em menos de dez minutos o estúdio E-15, tinha mais do que a equipe de moda. Todo mundo que estava apar das fofocas ou queria ver no que aquilo iria dar, entrava como quem não queria nada e se instalava.

– Será que vai dar tempo?

Ouvi alguém sussurrar. A essas alturas alguém já devia ter aparecido e a confiança que ganhei do fotografo já se esvaia ao vê-lo se levantar.

– Perdon mom ami. Mas meu voou sai em duas horas e eu não posso mais esperar. Se vocês não tiverem um modelo digno pra mim agora, eu já estou indo.

– "Por Deus, eu preciso de um milagre."

– E além do mais, eu já disse. Não exite modelo mais perfeito do que o meu.

Foi então que as portas se abriram e alguém entrou correndo e ofegando ao segurar os joelhos.

– O modelo chegou... Ahf... Ahf...

Essa noticia deixou Miia, que logicamente estava lá, sem palavras. Assim como Seiga que apenas espreitava tudo sem que ninguém o visse, da porta semi aberta. Mesmo assim regada a desafeto, Miia insistiu em cavar seu veneno onde ainda podia.

– Tá, e daí. Mas ainda não acredito que ele tenha um namorado.

Assim que tocou no assunto, ele se espalhou pelos outros ali dentro até chegar em mim, como se minha pequena vitória ali já não fosse tão grande assim.

– É mesmo.

– Sim, claro.

– Ninguém nunca viu. Nem mesmo na época do Seiga.

Até mesmo o francês já estava ficando incomodado com o tanto e como meu nome estava sendo usado. Pelo menos até ele ser gritado das portas que se abriram novamente para a entrada animada de quem fora anunciado como modelo.

– Lenny!

– Ren?!


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Notas finais do capítulo

Ainda não viu tudo. a cada capitulo a historia muda e melhora com a ajuda do seu incentivo.



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