Zettai Kareshi No Sandman. escrita por Oribu san


Capítulo 3
Capítulo 3: Me faça um homem de verdade. parte 1


Notas iniciais do capítulo

vc por aqiu de novo? que bom te ver kkkkkkkkkkkkkk espero que esteja gostando. sei que eu estou e ficaria cada mais feliz em te ver por aqui.



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– Então, como você o chama?– Me perguntou ela nos servindo chá em suas grandes canecas de porcelana compradas numa feira Disney Japão.

– Esse é o problema, Anny-san. Olivy-sama disse que preciso de um.

– Que tal, Frankenstein.– Sugeri ironicamente, em meu primeiro gole.

– Não seja cruel. Você criou um homem todo em uma noite e não pôde lhe dar um nome em um dia? E ele ainda te chama como se fosse um escravo seu.

– Já disse que ele não precisa me chamar pelo sobrenome, nem pôr o silha de alguém importante (sama).– "Tá que é verdade que está aqui por minha causa, mas eu não pedi pra nada disso acontecer."– Me chame de Lenny como todo mundo, caramba.

– Lenny.

Pelo modo como ele pronunciou isso, o modo como meu nome vacilou em sua boca, parecia mais era que estava o provando e gostando do sabor.

– "Ah, eu acho que vou me arrepender disso mais tarde."

– Que tal Ren?

– Ren? Porque Ren?

– Não acha que ele tem cara de Ren?

– Acho mas...

– Eu gostei de Ren, Anjinho.

– Anjinho? Que novidade é essa?– Perguntei coçando a orelha. "Acho que devia continuar te chamando de sem nome."

– É o apelido que botei em você, Lenny. Faz parte de mim que você tenha apelidos fofinhos como você.

– O quê?!– "E desde quando eu tenho cara de anjo?"

– Ahr... Desculpa, esse fui eu que escrevi.– Anny levantou a mão se acusando a justa causa.

– Você ajudou a me criar?

– Foi.

– Mãe!– Ele se levantou e fez várias reverências a ela, no que vi como a minha oportunidade de escapar.

– Se ela é sua mãe, Ren, isso faz de mim seu pai.

– Você não pode ser meu pai.– Ele sorriu chegando perto.

– Porquê não?

– Porque eu quero fazer amor com você.

– Ahf.. coff... coff.

– Anny, você está bem?!– Posicionei-me ao seu lado tentando faze-la desengasgar da garganta o que lhe entrara pelos ouvidos. Estava tão acostumado a presença dela e ela a minha que nem notamos uma de minhas mãos estar sobre seu seio, mas isso pareceu não agradar em nada o sandman que se levantou desgostoso.

– Lenny, vamos embora.

– O quê? Porquê?

– Não quero que fique passando a mão assim em garotas.– "Nem em outros garotos"– Mesmo que seja Anny-kamisama.

– O que você disse?– "Já elevou ela a posição de deusa?" (Kamisama)

– A ficha, lembra, Lenny? Protetor. Acho que esse o fez ficar meio ciumento.

– Pois ele que vá.

Minha frase o deixou com uma cara ainda menos amigável. De certo modo ele não queria ir, mas não queria dividir o "seu" namorado perfeito.

– Então é assim?– Perguntou, subindo as mangas.

– É. É assim.– Me levantei em mesma bronquidão e desafio.

– Anny-kamisama, Lenny-san, me perdoem.

– Pelo o quê?

Ela mal terminara de questionar e Ren respondeu sua pergunta me jogando sobre o ombro e carregando pra fora como um saco de batatas.

Por mais que eu esperneasse ou xingasse, Ren permanecia sério me carregando até o metrô onde um homem perguntou se eu precisava de ajuda e ele respondeu "não se intrometa. Briga de casal" E depois até em casa.
Às portas da pousada, pôs-me no chão. Eu já estava bufando e exalando o favor que podia ser visto no ar do inicio de outono.

– O que você pensa que está fazendo?! Ela é minha amiga!– Tutucava seu peito com meu dedo, mas ele nem se movia, nem mudava de expressão.– E mesmo que não fosse, quem você pensa que é?! Eu sou dono da minha vida!– Já estava farto daquilo, apenas bufei mais uma vez subi os degraus até a porta do prédio, e sentindo que me seguiria, indaguei.– E da casa também!

Uma vez a porta batida e fechada em seu nariz, subi até o quarto e lá me tranquei revivendo as emoções das ultimas vinte e quatro horas como um espectador passageiro de trem, que vê pelas janelas as imagens correrem de ambos os lados sem pararem para ser vistas.

– Ah, eu dormi. Que horas são.

Bocejei sentando melhor na poltrona que me acolhera sem reclamar de meus reclamares. O relógio em meu pulso marcava sempre uma hora á mais do que eu queria, mas ainda assim podia ser entendido. Dizia-me que dormi tempo mais que suficiente para acordar. A janela aberta desde o dia passado, era a unica que reclamava minha falta, urrando seu bafo gelado vindo da rua e da chuva na noite de tempo fechado. Era o inicio da época das chuvas.

Aproximando-se da janela para cancelar sua rajada que mais tarde viria me visitar em forma de goteira, não pude evitar a ver o que se sucedia abaixo de meu nariz. Ren ainda estava lá, parado de pé na calçada bem onde o deixei.

– Que idiota.

Fechei o que havia de ser fechado e sumi do campo de visão de qualquer um que estivesse na rua. A chuva ríspida, insistente, à só Deus sabe quanto tempo, lambia o cabelo do garoto a pingar a ponta dos fios ao seu rosto cuja boca já bastante avermelhada, indicava que beijara alguém de batom ou que o frio era extremo. Embora em seu caso apenas a segunda opção fosse plausível.

– Hei, homem de areia, está querendo se esfarelar?– Pergunto o encarando da porta com um guarda-chuva e ele ergue um fraco sorriso como que pedindo licença para cair nas graças que não lhe ofereci.

– Isso não vai acontecer.

– Entre logo, está muito frio aqui fora.

"Eu devo estar ficando maluco mesmo." Dou de costas e entro ao ouvir seus pés se moverem atrás de mim, pisando na água da calçada, nos degraus, corredores, e por fim dentro do meu apartamento.

– Tome. Suas roupas estão quase secas.– Lhe servi mais uma toalha para secar os cabelos além da que já possuía em volta da cintura.– O que te deu na cabeça pra ficar lá fora no temporal?

– Você não me disse o que fazer.

– O quê? Não precisa que eu diga.– Ren piscava olhando pra mim como se nada passasse em sua mente.– Escuta, a partir de hoje você pode fazer o que tiver vontade.

– Posso?

– Pode. Desde que não seja nada contra a lei.– Me viro de costas mais uma vez para a poltrona que ele já se apoderou, arrumando a cama onde ia deitar se ele não tivesse me derrubado sobre ela.– O que está fazendo?!

– Vamos fazer amor, Lenny-chan.

"Desejo... Você colocou desejo?" ... "Você ainda tá acordada, alcoólatra?"

– O quê?! Não!

– Mas você disse...

– Não importa o que eu disse. Nova regra. Você não pode fazer esse tipo de coisa assim do nada.

– Está bem.

Ele disse parecendo facilmente conformado ao beijar minha testa e sair de volta ao seu cantinho. "Droga, vou ligar pra Anny levar as roupas que deixamos em sua casa pro trabalho amanhã. Não quero que ele fique mais nem um minuto sem roupa" Planejei ainda deitado, me avermelhando ao ver o corpo "perfeito" apenas em toalhas diminutas.

Pela manhã meu estomago me corroía de fome e isto fez-me levantar mais cedo que o habitual só para ver que Ren era real e ainda estava lá, encolhendo seu tamanho em minha poltrona. Levantei de modo a não fazer o minimo barulho. Iria cobri-lo melhor e ir trabalhar, quem sabe deixar um bilhete. Mas ao fazer isso de subir o cobertor, sua mão se agarrou ao meu braço.

– Quando vai fazer de mim um homem de verdade?

– Você já é de verdade, Pinóquio.– Brinquei. Ao que parecia meu bom humor havia voltado.– Vê? Carne e osso.– Mostrei-lhe apertando sua mão, mas largando em seguída porque seu sorriso demonstrava que ele levou para o lado pessoal.– Estou indo trabalhar. Não tem muito, mas você pode comer o que achar. Eu volto às... Bem, quando der eu volto.

A chuva da noite anterior em fim cessara, mas tratou de levar com sigo os últimos tons de verde nas folhas das árvores. Era o que me mostrava o caminho diferente que fiz até o trabalho aquele dia, cortando por dentro do parque, já que não estava correndo. Incrivelmente, cheguei até com algo de mais saudável em meu estomago.

– Lenny? O que faz aqui?

– Bom dia pra você também, Anny. Sei que não é costume me ver aqui na hora.

Não era disso à que ela se referia, e sim, ao fato de eu ter voltado mesmo depois de tudo que me aconteceu, mas achei melhor conduzir a conversa à este caminho e ela facilmente leu as entrelinhas fazendo o mesmo.

– Você está, diferente. O que comeu hoje?

– Nada de mais. Só que tive tempo de vir com calma e comer naquela cafeteria da esquina. Oferecimento do dinheiro que não gastei com roupas para você sabe quem.

– Ah, então isso quer dizer que você já está se dando bem com seu namorado?

Perguntava debochando sem o menor pudor na frente das pessoas que chegavam para trabalhar e escutavam nossa conversa ao passar por nós.

– Calada sua anãzinha. Você sabe que não é nada disso.– Sussurrei indo agora por sobre o balcão da recepção para lhe dar outra bronca silenciosa.– E além disso, ontem ainda tive noticias de mais um bilhetinho seu, sua tarada.

– O quê?! Não me diga que ele tentou te...!

– Cala a boca!

"Porque está tão alegre?" Pensei destampando sua boca que cobri. Porém como de sorte não ia nada bem aquela época, lógico que ainda podia ficar pior.

– Quem tentou o quê, com quem?– Miia aparecia maliciosa, meio que mandada de meus mais turvos pesadelos.

– Não é dá sua conta japa. Isso só diz respeito a mim.

– Como, o que houve com o Seiga-san?– Tive vontade de arrancar seu sorriso irônico da boca com a mesma espada que ela me cravara o peito agora.– Porque se for, então logo, logo, todo mundo vai ficar sabendo.

– Sua...

– Ah, desculpa, eu pisei num calo? Pobre Lennyzinho. Quem dera você pudesse ver a cara que fez naquele momento.

Ela se virou e me segurei ao braço de Anny tanto para que ela não saísse do lugar quanto a mim mesmo. Nunca bateria em uma mulher, mas bem que esta merecia uns tapinhas no traseiro. E quando justamente pensávamos que ela voltaria ao seu covil de maldades, Miia se vira.

– Opa. Mais não é que dá.

– Do que está falando, garota?

– Como eu sou distraída, não? Quase esqueci que... Eu gravei tudo.– Mostrou-nos de longe a cena se repetir na tela do celular. Pelo menos até o elevador fechar levando-a para o terceiro andar, ou para o inferno.

– Que maldita. Como pôde?

– Esquece. Deixa ela se divertir. A unica coisa que quero agora é juntar os cacos e voltar pra minha vida normal.

Mal sabia eu, que uma vez quebrado, algo pode ser concertado, mas nunca será a mesma coisa que era antes. Meu destino já havia mudado e como bem sabemos, o passado não volta atrás.

Respirava fundo segundos antes de adentrar as portas da redação, preparado para receber os bombardeios de olhares e cochichos as minhas costas enquanto seguiria andando até a minha mesa, encarando o caminho até lá como um campo de batalha. E bem como pensei, eles não me decepcionaram quanto a isso.

– Você ficou sabendo? Ontem o Seiga-san deu um fora nele na frente de todo mundo.

– Claro que fiquei sabendo, eu estava lá.

– Ele é homo? Eu não sabia.

– E pensar que um cara desses andou entre agente esse tempo todo.

De repente estanquei minha caminhada já em fase final. Tive vontade de me virar e faze-los engolir suas palavras. Porém, por mais que quisesse eu não tinha força suficiente pra isso. Então me abstive à respirar fundo e continuar andando.

– Que meu dia comece.

Forneci ao sentar na cadeira esperando que começassem os chamados. Não vieram. Nenhuma palavra por mais de dez minutos de minha chegada. Se não fossem umas cabeças que se erguiam uma vez ou outra pra me ver digitar, teria passado o dia todo como se fosse invisível.

Melhor assim, pra eles e para mim que excepcionalmente aquele dia terminei a revisão de todas as respostas no horário certo, esticando-me na cadeira ao dar o ultimo acerto.

– Oito e quinze. Quem diria.– De fato, o que me atrasava eram os trabalhos extras que me impunham.– Agora tudo o que preciso fazer é enviar para o andar de cima.

Rodeei o mouse na tela conferindo a lista de arquivos só agora percebendo algo que fugira a minha atenção. Havia uma pequena carta digital em ultimo lugar na lista de respondidas. Provavelmente, o senhor Yamada não prestara atenção assim como o modo frio com que ele as responde, e a colocara ali na lista de revisão sem perceber que ainda não a tinha lido. Se é que pode se chamar assim o breve ler que ele dava. Apenas lia as três primeiras linhas e as duas finais, dos problemas amorosos que alguém em algum lugar do país lhe confiara aconselhar.

Num curto espaço de tempo em curiosidade, olhei para os lados e como não via ninguém na redação fantasma a essas horas, decidi abri-la e depois reenvia-la à Yamada quando ele chegasse no dia seguinte.

Assim que cliquei, a carta tratou de me contar tudo o que se passava com uma garota distante, moradora de Kushiro e de nome Flor de Lis. A carta não continha foto, nem idade, mas pelo modo de escrever e descrever o que acontecia, não pude me negar a imaginar uma estudante, estrangeira como eu, mas possivelmente mexicana tal qual indicava seu nome.

"Querido senhor, Amor perfeito. Me chamam Flor de Lis Lopes, perdoe-me por lhe dar o trabalho de responder uma inativa como eu, mas não aguento o que me passa."

Deste trecho em diante, ela contou que estava terrivelmente apaixonada por seu vizinho guitarrista de uma banda, mas que ele à rejeitara assim como ela confessou ter feito com um garoto de sua escola. Por fim ela encerrou assim.

"Sei que vai me consideram cruel pelo que fiz, mas por favor me ajude."

Aquelas palavras me deram tal pesar que nem notei me jogar sobre o teclado e começar a responde-la.

"Cara Flor de Liz. Sinto muito por seu coração, mas talvez não devesse lhe golpear com tanta força. Nem sempre temos tudo aquilo que queremos, mas sim o que devemos ter. Não acho que tenha agido de má fé com seu amigo, foi até demasiadamente honesta e corajosa com ele ao não lhe dar esperanças. Mas também não acha que foi isso que seu vizinho fez com você? Não acha que deveria sentir-se, não feliz, mas pelo menos aliviada de ter uma resposta honesta? Sim, dói, mas não doerá para sempre. Não lhe aconselho a ficar com seu amigo se não o ama, mas também te peço que não se considere a vilã, nem a mocinha da estória. Você, assim como eles, é apenas mais uma vitima desse triangulo amoroso.

Atenciosamente, Yamada-kun."

Confesso que só exitei ao chegar no final e ver que não seria o meu nome a ser assinado. A carta não era pra mim. Poderia ser despedido se descobrissem, mas eu já havia respondido e a vontade de ajudar aquela estranha, de alguma forma era mais forte que me bom senso.

– Enviar.

Não vi, mas em algum lugar imaginário, pude sentir o E-mail passar pelos cabos e ir até o andar de cima onde seria mais tarde engajado na revista.

Recolhendo minhas coisas, tinha um pesar de preocupação nas sobrancelhas, porem um sorriso bobo na cara. Sorriso este que logo me sumiu das faces ao passar pelas portas do prédio Lucivéus e ter mais um de meus desagradáveis encontros.

– "Seiga."

Ele já estava indo embora de carro, mas começou a voltar quando me viu, tentando agora atravessar a rua. Minhas pernas não respondiam ao menor comando e não tinha certeza do que estava sentindo naquele momento. Só sabia que me deixava suando frio.

– Lenny, Já está indo pra casa?

– Não.– "Sim"

– Que bom. Tem umas coisinhas que eu queria te falar.

– "Ainda tem mais?"– O que é isso agora, Seiga? Veio terminar o serviço? Não estou marcado o suficiente na empresa por você? Não que seja novidade pra mim, mas ninguém falou comigo hoje. E agora me olham de maneira ainda mais diferente.

Minha mãe e meu irmão por diversas vezes me alertaram que isso aconteceria. Ainda mais meu irmão. Jack, nunca intendeu meu desejo de sair da Itália, nem o de preferir rapazes, se eu era tão masculino. Ele sempre imaginou que os homos fossem mais... Saltitantes.

– Caso não tenha percebido, estou tentando me desculpar...

– Dispenso.

Indaguei indo embora. "O que ele pensa que eu sou? Não sou tão fraco. Não posso ser." Foi então que como lendo minha fraqueza física, Seiga agarrou-me o braço, empurrando a mim contra uma parede.

– Eu tentei fazer isso do modo fácil. Mas você não facilita, não é?

– "Do que ele está falando? Vai me bater?"


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Notas finais do capítulo

O,O e agora? o que será de nosso herói? kkkkkkkkkkk descobriremos em breve se continuar conosco. bye n_n diga oi se estiver ai!!!



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