Castiel finalmente voltou trazendo os tais “biscoitos para cachorro”.

- Aqui. São 20$.

- O QUE?! ESTÁ BRINCANDO COMIGO?!

- Não. Se você me pagar 20$, eu te dou os biscoitos. Senão, nada feito.

Por que ele é tão chato e malvado comigo? 20$ é a quantia exata de dinheiro que eu levo para a escola, caso eu precise comprar alguma coisa. Mas não esse tipo de coisa!

- Ok... Mas eu só vou fazer isso porque não tenho outra opção! – falei lhe entregando os 20$.

- Isso não me interessa. – falou ele pegando o dinheiro e indo embora.

Só espero que isso seja útil!

[...]

Eu voltei a andar pelo corredor a procura de Totó. Aquele cachorro era um ninja!

Eu entrei na sala de aula e ele estava lá. Tentei pegá-lo, mas ele era rápido demais. Yuki chegou alguns minutos depois disso.

- Onde você estava?! – perguntei.

- Eu? Eu estava conversando com o Castiel. O encontrei no caminho.

- Será que dá pra você namorar depois e me ajudar a pegar esse cachorro?!

- Você não precisa ficar nervosa só por causa do pulguento. E eu não estou namorando com o Castiel. Talvez se você me jogar dentro do elevador de novo...

- E-Eu? Eu não te joguei dentro do elevador!

- Você achou mesmo que eu não saberia que foi você? Ah, por favor, conte-me outra!

Estávamos discutindo quando eu olhei para o lado e percebi que Totó estava sentado apenas nos observando.

- Está esperando o que?! Pegue-o logo! – disse Yuki.

Eu corri pela sala, e, acabei a bagunçando. Yuki apenas me observava.

- Você não tem nada para atrair ele? – perguntou.

- Não... Se eu tivesse seria mais fácil!

- Às vezes seu esquecimento passa dos limites... Use os biscoitos que o Castiel te vendeu!

Eu peguei o pacote de biscoitos na tentativa de atrair Totó.

- Aqui fofinho. Olha o que a titia Kawaii tem pra você!

Ele veio até mim para comer os biscoitos.

- Funcionou! Olha Yuki! Eu consegui atrair ele! – falei com muita felicidade.

- Então coloque a coleira e a guia nele logo, sua anta!

Graças a minha falta de atenção, Totó quase fugiu de novo, mas Yuki o segurou. Coloquei a coleira e a guia nele e fomos ver a diretora.

[...]

- Ah... Totó... Meu amadinho está bem... – dizia a diretora.

- A senhora nos libera agora? – perguntei.

- É claro!

Nesse momento, Nathaniel entrou na sala.

- Diretora! A sala de aula está um caos!

A diretora abaixou a cabeça, e, quando a ergueu novamente, ela nos olhava com um olhar ameaçador.

- VÃO ARRUMAR A SALA, AGORA!

[...]

Eu e Yuki começamos a arrumar a sala e ficamos lá até bem tarde. Logo depois que acabamos Nathaniel apareceu.

- Kawaii, vocês ainda estão arrumando a sala? – perguntou ele.

- Não. Acabamos de terminar. – respondi.

- Me desculpe...

- Por que está se desculpando?

- Porque eu fiz você ficar até tarde arrumando a sala...

- Ih... Começou a melação... – disse Yuki meio de fundo, apenas ouvindo a conversa.

- Não tem problema! Afinal, fui eu quem a baguncei.

- Mesmo assim, eu não precisava ter dito para a diretora. Se eu soubesse que você fez isso tentando pegar o Totó, eu mesmo teria arrumado.

- Oi! Olha eu aqui! – dizia Yuki sendo completamente ignorada – Aff, vou ir pra casa. Tchau pra vocês.

- Mas, e então... Você por acaso gostaria de ir comigo alimentar alguns gatos de rua? Faço isso todos os dias antes de ir para casa.

- É claro! Eu adoro gatos! Será um prazer!

[...]

Fomos até um beco onde havia alguns gatos de rua. Eu e o Nathaniel os alimentamos e brincamos um pouco com eles. Depois disso, ele me levou até em casa.

Isso tudo me respondeu àquela pergunta, aquela que eu fiz para mim mesma lá na frente:

“O que diabos uma criatura tão fofa e pequena pode fazer?”

Com certeza, bem mais do que se pode imaginar. Eu percebi que não sou responsável o suficiente para tomar conta de um animal.

E, percebi também que Nathaniel está bem gentil comigo. Gentil até demais...