Eu havia me acordado mais cedo que o normal. Eu tinha que arrumar a bagunça do meu apartamento. E, arrumar casas não é bem o meu forte, sabe?

Foi entediante. Quando eu finalmente terminei, eram oito horas. Eu virei para trás e dei de cara com um cão da raça chiuaua de pelo longo no meu apartamento.

- Thedy! Volte aqui seu cachorro pulguento! – disse Yukisawa entrando no meu apartamento – E você Kawaii, recomendo que tranque a porta.

- Ah, é claro. Eu estava arrumando o meu apartamento e me esqueci de trancar a porta.

- É perigoso. Devia tomar mais cuidado. Bem, eu já peguei o Thedy, então eu já vou indo.

- Espera! Esse cachorro é seu? Eu não sabia que você tinha cachorros...

- Nem... Esse cachorro é da minha irmã. Aquela metida a riquinha que estava morando em Paris.

- Eu me lembro dela. Mas como o cachorro dela foi parar com você?

- Ela veio morar aqui na nossa cidade. E, como a nossa mãe é alérgica a cães, ela o deixou comigo.

- A tia está na cidade? Por que não está morando com ela?

- Ela não é sua tia e ela está morando sim aqui em SweetVille. Porém, eu prefiro morar sozinha. Aqui eu ajo como eu quero. Lá, eu vou ter que virar aquelas patricinhas que só usam rosa. Fora que ela deve ir embora daqui a alguns dias. Ela deve ter vindo só para se certificar de que minha irmã não faria nenhuma besteira.

Eu parei e olhei para o cão que continuava em cima da minha cama.

- Por que apenas eu não tenho um animal de estimação?

- Porque não queriam que você passasse trabalho. – disse Yuki pegando o cão – Ter um animal é quase a mesma coisa que ter uma criança. São muitas responsabilidades. Portanto, pense muito bem antes de adotar um.

Yukisawa foi embora. Apesar da rebeldia, ela é bem responsável e organizada.

Eu fui fazer alguns temas que ainda me faltavam. Mas não conseguia parar de pensar na ideia de ter um animal.

- Por que eu não poderia? Eu já cuidei do cachorro do Castiel. Não foi nada difícil...

Falei relembrando do estado que a casa estava quando Castiel retornou.

- Pensando bem, não foi tão fácil assim.

[...]

Yukisawa veio me encontrar para irmos à escola mais cedo que o normal. Ela me disse que não aguentava mais aquele cachorro. Mas afinal, o que diabos uma criatura tão fofa e pequena pode fazer?

Ficamos conversando no corredor quando, do nada, um cachorro passa correndo por nós.

- MOCINHAS! – disse a diretora – VOCÊS VÃO TER SÉRIOS PROBLEMAS COMIGO!

- Ótimo, lá vem a velha... – disse Yuki.

- Problemas? Mas nós não fizemos na...

- QUIETA! Vocês deixaram meu Totó fugir! Vão procurá-lo, AGORA!

A diretora foi embora logo depois disso. Eu fiquei sem entender nada. O que um cachorro está fazendo na escola e por que nós que temos que procurá-lo?

- Parece que o pulguento fugiu de novo... Acho melhor começarmos a procurá-lo logo. – sugeriu Yuki.

- Espera... Por que tem um cachorro na escola? Eles não são proibidos?

- Não o “amado Totó” da velha. O pior é que essa peste sempre foge! E adivinha quem tem que sair correndo atrás dele sempre que isso acontece? Os alunos, é claro! Porque isso conta para a nota de educação física.

- Conta mesmo?

- Mas você é tonta, hein! É claro que não! Anda. Vamos atrás do pulguento.

Eu não estava entendendo muito bem a situação... Aparentemente, a diretora traz o cachorro dela para a escola, ele foge e ela culpa o primeiro que vê na frente.

Entramos na sala de representantes. Yuki parecia já ter procurado o Totó antes, pois ela sabia exatamente o que fazer.

 - Fala aí, loirinho. Beleza? – disse Yuki para Nathaniel que estava na sala.

- O que você quer hoje Yukisawa? Já vou logo avisando que não vou te dar as respostas da prova. – respondeu Nathaniel. Aparentemente, ele e Yuki não se dão muito bem.

- Fica tranquilo. Só passa a coleira e a guia do pulguento aí.

- Aprenda a pedir e eu te dou esses objetos.

- Kawaii, peça a coleira e a guia do pulguento para o loiro chato.

- O que? Por quê?

- Peça logo.

- Hã... Ok... Poderia nos dar a coleira e a guia do cão da diretora, por favor? – falei com minha expressão fofa e educada.

- C-Claro. Esperem aqui. – falou Nathaniel indo buscar os objetos.

- Kawaii, hein! Manjando das técnicas de sedução! – disse Yuki.

- Técnicas de sedução?

- Hm... Liga não. Apenas ignore meu comentário.

Nathaniel voltou com a coleira e a guia. Ele trouxe também um brinquedo de cachorro.

- Aqui está a coleira e a guia. Eu achei um brinquedo que pode ser útil também. – disse Nathaniel me entregando os objetos.

- Obrigada! Vamos Yuki. Precisamos achar esse cachorro logo! – falei puxando a Yuki para o corredor.

[...]

- Certo. É o seguinte: Eu já tive que correr atrás desse pulguento uma vez. Ele gosta de fugir para o pátio e o clube de basquete. A propósito... Você não entrou em um clube, entrou? – falou Yuki.

- Não...

- Isso não importa. Fale com a diretora sobre isso depois. Eu vou procurá-lo pelo clube e você pelo pátio. Se encontrá-lo, pegue-o e me chame.

- Ok!

[...]

Eu estava andando pelo pátio a procura de Totó...

- TOTÓ! VENHA AQUI TOTÓ! TOTÓ! VENHA COM A TIA KAWAII!

...Quando o tomate decidiu aparecer...

- Mas já está gritando de novo, tábua?

- Estou procurando pelo cachorro da diretora. Você não o viu por aí?

- Ele acabou de passar correndo por aqui. Ah, olha ele lá!

Totó estava se escondendo embaixo de um banco. Eu fui tentar pegá-lo e bati com a cabeça no banco.

- Hahaha! Você é uma tábua, mas não é reta o suficiente para passar por debaixo do banco! – disse Castiel rindo da minha cara.

- Não tem graça! Não é você que foi ameaçado!

- Você acha mesmo que vai conseguir pegar esse nanico sem nada para atraí-lo?

- ...

- Francamente! Olha, eu não sei como a Yukisawa te aguenta! Eu tenho alguns biscoitos de cachorro comigo. Espere enquanto eu vou pegá-los na minha mochila.

Eu sentei em um banco e esperei por Castiel. Eu não podia fazer mais nada, de qualquer forma.

(Continua...)