Valentes, pacientes, ignorando a quantidade e a qualidade das revistas pornográficas de Sirius, cada um dos garotos se serviu de uma pilha de revistas e se ocupou procurando alguma pizzaria nos anúncios das últimas páginas.
- Aqui só tem propaganda de motel. – Tiago resmungou jogando uma edição para trás.
- Aqui tem uns brinquedinhos a venda... – Remo disse.
- Nem te conto para que servem. – Sirius respondeu espiando a revista do outro.
- O-oh. – Pedro fez ao pegar mais uma revista de sua pilha. – Almofadinhas, o que você anda lendo?
Pedro virou a capa para os amigos, exibindo um rapaz bronzeado e forte, vestindo não muito mais que uma tanga.
- Devolve isso aqui – Sirius resmungou corando, arrancando a revista das mãos de Pedro.
- Ah, haha... então o Sirius gosta de um canelone. – Tiago falou.
- Isso aqui não é meu... – Sirius usou a velha desculpa, se levantando para jogar a revista no aquecedor.
- Não, Sirius, espera aí... – Remo se levantou de um salto e correu atrás de Sirius, tentando impedir a carbonização do rapaz musculoso.
- Que foi, Remo? Gostou também? – zombou Pedro. Tiago riu.
Remo escalou Sirius e agarrou a revista antes que ela fosse levada para o forno.
“Beleza Italiana” – dizia o título da matéria de capa.
- Já disse que não é meu! – Sirius exclamou agarrando a revista novamente e puxando para si.
- Ei, calma...
A papelada acabou por rasgar e cair desencapada no chão.
- AHÁ! – exclamou Remo apontando para a revista caída.
OGGI NO – pizza, bar & strip.
- Sirius, anota o endereço! – Tiago apressou-se animado, esquecendo de zombar das opções duvidosas de Sirius. Sirius rapidamente arranjou um pergaminho e uma pena, começando a anotar o pedido.
- Grande?
- Pede logo duas! – disse Tiago.
- Duas grandes?
- Tudo bem.
- De quê?
- Tem do que, Remo?
- Sei lá, tem de tudo... pede a tradicional.
E a conhecida discussão para pedir pizza começava pela primeira vez naquela escola.
- Quietos vocês. Vão ser duas grandes tradicionais e uma média metade margherita e metade com atum pro animal do Potter. Pronto, selei a carta, não pode mais mudar. – Sirius disse virando o envelope de costas para acrescentar o destinatário.
Anotou rapidamente o endereço e se levantou do chão apressado.
- Cadê a Raimunda? – ele perguntou.
Raimunda, a coruja de Sirius, sempre imprevisível, mas eficiente, saiu, mais uma vez inesperadamente, do malão aberto de Remo e pousou no ombro do dono.
- Boa menina. Vai pegar nossa pizza. – ele disse carinhosamente, amarrando o pedido na perna da coruja. Raimunda piou e saiu pela janela do banheiro.
- Agora esperamos? – perguntou Pedro.
- Agora esperamos. – disse Remo.