Felipe ...

Eu não acreditava que aquele infeliz teve a cara de pau de aparecer na minha porta. Mas como eu estava disposto a não magoar mais a Sabrina deixei eles conversarem.

É obvio que fiquei ouvindo a conversa, faltou muito pouco para eu sair e quebrar a cara daquele filho da puta, ele xingou meu amor de vadia e fez ela chorar.

O que mais me doeu em tudo isso, foi ver o quanto ela chorava por ele. Ela disse que tinha o direito de estar namorando só porque ele estava, então isso significa que ela estava comigo, por causa dele e não porque me amava.

Nós tivemos uma discussão. Eu estava tão puto que acho que fui até grosso em alguns gestos e palavras, mas a raiva novamente falou mais alto que eu.

...

Depois de ter “terminado” o namoro e ter expulso ela, fui para o quarto de visitas e tomei um longo banho.

Depois de ter me acalmado fui ver como ela estava e o que estava fazendo.

Entrei em meu quarto e vi ela sentada no chão abraçada a seus joelhos. Ela estava dormindo. Peguei ela no colo e pus ela na minha cama. Ela estava suja, por isso retirei suas roupas, não foi tão estranho por já tê-la visto só de calcinha.

Ela ficou de calcinha e sutiã. Eu sou adolescente e meus hormônios estão a flor da pele. Não deixei de contempla-la. Seus seios eram pequenos, porém mesmo cobertos, eram perfeitos.

Coloquei uma camisa minha nela por não querer mexer em suas coisas. Coloquei um edredom sobre ela e me deitei também para tentar dormir.

A grande pergunta é:você ainda vai namorar com ela?

É muito difícil a resposta, mas eu sei qual é. Eu a amo, mas não mereço sofrer, eu sei que não sou amado.

Antes do sono me pegar, fiquei relembrando nossos poucos momentos juntos. Sim, nós fomos felizes.

Ela nunca será verdadeiramente minha. Eu não posso a obrigar a me amar. Não posso continuar com ela. Simplesmente não posso.

...

Jonathan ...

Eu discuti feio com a Sabrina, mas o sangue me ferveu tanto que perdi a calma e disse até o que não devia.

– E ai cara? – gritou Henrique.

Ele estava vindo andando em minha direção. Eu estava debaixo do guarda sol na piscina.

– Henrique! Cara até que enfim.

– E ai como você ta? Pensei que nem ia se lembrar de mim.

Perguntou brincando e se sentou numa cadeira vaga.

– Não dá pra entender meu cérebro, tipo, de você eu lembro perfeitamente, até todos os momentos.

– Que saco, só porque queria que você tivesse esquecido a vez em que eu te bati.

Ele brincou, pois nós nunca tivemos uma briga séria. Nós rimos.

– Amor – Sophia chamou.

Ela apareceu na porta e voltou para trás, como se quisesse se esconder.

– Vem aqui – a chamei.

Ela veio até mim com um pouco de receio, não sei porquê.

– O que!? - exclamou Henrique se levantando.

Ele estava com cara de nojo e reprovação.

– O que? Como assim? - perguntei.

– Você está louco Jonathan estar com ela?

Eu não estava entendendo nada.

– Como assim Henrique? Ela é minha namorada.

Ele riu secamente.

– Você não deve lembrar do que ela fez com você é claro. PORQUE NÃO TEM EXPLICAÇÃO ESTAR COM ELA – ele gritou a última parte.

– Cala a boca Henrique! Você não sabe de nada, fica na sua. - explodiu Sophia.

– E deixar meu amigo ser traído mais uma vez? Sinto muito, mas ele vai lembrar por bem ou por mal, porque eu vou obrigar ele a isso.

– CALA A BOCA. - gritou ela.

– CALA A BOCA VOCÊ SOPHIA, agora eu quero saber o que aconteceu.

Eu já tinha me lembrando de algumas coisas pequenas. Coisas felizes com meus pais e com a Sophia. Isso era normal. O médico disse que me lembraria das coisas ruins depois de todas as boas, isso dependia do convívio com as pessoas.

– Agora eu quero saber. Do que vocês estão falando?

Como assim eu fui traído? Realmente minhas memórias têm que voltar o mais rápido possível.

...